Mês de Março: Espírito de Cristo é libertado da Esfera Terrestre e entra, novamente, nas Esferas Celestiais
Durante o mês de março, com o passar do Sol pelo Signo de Peixes, que é o Signo da dor e do sofrimento, a Igreja Cristã entra nos sacrifícios quaresmais, e na participação do sofrimento de Cristo no Gólgota. Peixes é o Signo da Crucificação, o Signo do Messias. A Crucificação do Cristo Cósmico começa quando o Sol está em Libra, no Equinócio de Setembro, quando a Glória desce para o “Hades” (N.T.: profundezas) do Planeta Terra. As observâncias comemorativas do mundo Cristão na Páscoa, quando o Sol caminha em direção ao Solstício de Junho, não é a Sua Crucificação, mas Sua Ressurreição cósmica. O Planeta Terra fica, então, consciente de certo vazio, um vazio espiritual, enquanto a Glória Cósmica se afasta. Esta é a origem da mistura de tristeza e da alegria no tempo pascal do Equinócio de Março.
Assim, a Ressurreição cósmica ocorre em março, quando o Espírito de Cristo é libertado da esfera terrestre e entra, novamente, nas esferas celestiais. É quando as Hierarquias de Áries e Peixes se juntam aos Anjos e Arcanjos em triunfante jubilação para esse evento. O ritmo dos seus hinos cósmicos encontra uma transcrição aqui na Terra no Coro Aleluia de Handel (N.T.: Georg Friedrich Händel, célebre compositor da Alemanha, naturalizado cidadão britânico; 42ª movimento (o célebre “Aleluia” – HALLELUJAH CHORUS) da obra: o oratório Messias (Messiah)). As cerimônias pré-cristãs celebrando o retorno da Primavera e a vitória da luz sobre as trevas estavam sintonizadas com esses ritmos.
A passagem do Sol por Carneiro (regido por Marte) simboliza o cordeiro Pascal, marcial, morte na cruz, o ferro da lança de Longinus, é o momento do Equinócio de Março (21-22 de Março: declinação de 0º) quando o Sol cruza o Equador celeste de Sul para Norte.
O Equinócio de Março é um dos mais elevados pontos do ano para o discípulo. Suas notas chaves são a liberdade e a emancipação que conduz a uma vida mais ampla. É também o momento em que o Cristo cósmico é libertado dos grilhões terrestres que Ele se aprisionou, durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Por isso, é o momento mais propício para um discípulo avançado romper os laços que o prendem e entrar na liberdade jubilosa do espírito.
A Igreja observa a Festa eclesiástica da Anunciação, em março, quando a natureza comemora a Festa cósmica da Anunciação, pois há uma íntima relação entre o ser humano e a natureza. A natureza é Deus em manifestação.
O ser humano é um deus em construção. Entretanto, um se reflete no outro. A maioria dos rituais sagrados observados pelo ser humano estão em sintonia com as transições das estações do ano. Os poetas cantam em louvor o espírito de regozijo da primavera, enquanto o verde e dourado do esplendor da natureza fornece a evidência de que as forças vitais, que retornam, estão respondendo em um triunfante impulso de ressurreição da própria natureza.
Um avançado seguidor do Caminho entende que chegou o tempo de fundir a tristeza e as lágrimas propostas pela vida pessoal (Peixes) com os fogos transformadores de Áries. Concomitantemente a essa realização, ele se junta ao poderoso coro que é ecoado e re-ecoado pelos Anjos e Arcanjos: “O Cristo ressuscitou, porque Cristo ressuscitou agora dentro de mim”.
O Cerimonial de março é um dos mais bonitos e misteriosos de todos os rituais. É conhecido como a Festa da Anunciação. A Festa tem uma descrição velada da primeira Iniciação da Virgem Maria na Terra.
Então, pela primeira vez, ela compreendeu totalmente seu destino incomparável e de como foi escolhida para dar a luz a esse Ser por meio de quem o Senhor Cristo, o Salvador da humanidade, viria a Terra. O professor e iniciador de Maria foi o belo, gentil e ternamente simpático Gabriel. Gabriel é o Anjo que guarda e guia o Espírito da Maternidade no mundo inteiro. Ele envia Anjos ministros para abençoar toda a mãe em perspectiva. Esses mensageiros angélicos cuidam e dirigem um espírito para a mãe e o lar onde ele vai encontrar corporificação.
As enfermarias para maternidade nos hospitais são frequentemente iluminadas pela luz de faces angélicas e perfumadas pelas preces e bênçãos dos Anjos atendentes. Às vezes, essas enfermarias recebem santificação dobrada pela presença do próprio Grande Anjo Gabriel.
Desde a sua mais tenra infância, Maria foi cercada por esse amor e cuidado, pois estava destinada a tornar-se o perfeito e exemplar modelo de maternidade para todas as mulheres. Muitas e variadas foram as experiências de alma a ela dadas sob a tutela do Anjo Gabriel. Essas experiências atingiram suprema culminância na onda gloriosa da Anunciação.
A particular nota-chave musical em que Gabriel vive e se move e tem sua existência emite uma benção contínua sobre o Espírito da Maternidade. Todas as canções de ninar e de acalanto compostas por inspirados músicos através dos tempos acham-se sintonizadas na nota-chave musical de Gabriel.
Pelo exposto, os Iniciados dos planos mais internos escolhem sempre uma das quatro estações sagradas como a ocasião para darem à humanidade maior iluminação. Por isso Céu e Terra acham-se na mais profunda comunicação. Assim, encontramos a Anunciação ocorrendo na estação do Equinócio de Março.
Após esse elevado evento, o semblante de Maria emitiu uma luz tão magnífica que até mesmo seus companheiros de Templo e seus pais hesitaram em se aproximarem de sua exaltada pessoa. Por todo o tempo em que permaneceu na Terra, sua face nunca perdeu o brilho, pois se achava investida de uma figura angelical.
Humildade, obediência e serviço são as forças irradiadas para o ser humano durante a Festa da Anunciação. Isso também compõe a nota-chave de Peixes, tornando-se assim os temas para meditação e manifestação durante essa santa estação.
(Você pode ter mais material para estudos em: Cap. XII – Ensinamentos de um Iniciado; O Cristo Cósmico – Interpretação Mística da Páscoa; Cap. I – Interpretação Mística do Natal; A Estrela de Belém – Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel; A Escala Musical e o Esquema de Evolução – compilado por um Estudante da Fraternidade Rosacruz; A Festa da Natividade – Ao Longo do Ano com Maria; O Maravilhoso Livro das Épocas – Vol. VI – Vol. VII – Vol. X – Corinne Heline)