A Faísca Insatisfeita
PALAVRA CHAVE: Coragem
No fundo, bem no fundo da Terra, existem ricos leitos de carvão ou minas. Vocês sabiam disso, não é? Não sabiam? Bem, agora vocês sabem e algum dia aprenderão tudo sobre essas camadas de carvão, mas nossa história de hoje é sobre algo um pouco diferente.
Alguém que tem ouvidos muito aguçados ouviu certo dia uma conversa muito, muito interessante. Os gnomos que trabalham com o carvão estavam conversando com os raios do Sol. Vocês sabem, eles entendiam-se perfeitamente. Eis o que falou o Mais Sábio dos Gnomos:
– No fundo da Terra há uma faísca de luz insatisfeita, sempre dizendo: “Deixe-me sair! Estou cansada de ser prisioneira. Quero sair. Estou tão tolhida aqui neste carvão tão, tão negro! Deixe-me sair, por favor! Por favor! Não pertenço a este lugar porque sou uma faísca de luz. Por que tenho que ficar trancada no escuro? Oh, deixe-me sair! Quanto tempo mais terei que ficar aqui”?
Os raios do Sol dançavam e brincavam à volta de onde estava sentado o Mais Sábio dos Gnomos.
– Pare de dançar por um minuto, Alegre Raio de Sol, disse o Mais Sábio dos Gnomos a um dos raios mais alegres e animados. A Faísca deve ter algum parentesco com vocês. Vamos ver se pensamos em alguma maneira de ajudar essa pobre encerrada. Como vocês acham que uma faísca de luz conseguiu ficar dentro do leito do carvão? Mas já que está lá, talvez possamos tirá-la.
Alegre Raio de Sol, sempre tão brilhante disse:
– Sábio Gnomo, você não sabe que todas somos faíscas de luz do Grande Espírito do Sol, manifestadas em diferentes aspectos, maneiras e formas? Algumas faíscas, como os raios do Sol, brilham de dia, enquanto os raios lunares e o das estrelas brilham à noite. Algumas estão totalmente escondidas dos olhos, nos corações dos seres humanos e nas flores; algumas escondidas nas pedras e rochas e sim, até mesmo no negro, negro carvão. Mas todas elas pertencem ao Grande Espírito do Sol. Sempre, sem falhar, quando o tempo certo chega, as faíscas são todas libertadas de seus esconderijos. Agora, Mais Sábio Gnomo, apresse-se, continuou o Alegre Raio de Sol, e conforte essa Faísca insatisfeita. Diga-lhe para ser um pouco mais paciente. Ela ficará escondida por algum tempo – talvez cem anos, ou por aí, mas isso não é muito tempo. Algum dia, o carvão será descoberto pelos seres humanos e trazido para a luz do dia, para fora da terra totalmente. Então, em algum dia de muito frio, o carvão se encontrará em um fogo maravilhoso, todo vermelho e brilhante, e de dentro dele sairá a Faísca. Ela voará diretamente para o Sol e estará junto com os outros raios outra vez e brilhará, brilhará, brilhará. Então, dançará com os raios do Sol nas árvores, nas flores, e será feliz e brilhante.
O Mais Sábio dos Gnomos achou que o plano do Alegre Raio de Sol era muito bom e concordou em fazer o que lhe fora sugerido.
Novamente, o Alegre Raio de Sol falou, murmurando muito baixinho:
– Por favor, Sábio Gnomo, diga também para a Faísca não ficar mais se lastimando, ela deve ser corajosa. Algum dia se libertará do negro, negro carvão e será uma linda faísca de luz. E diga-lhe que nunca se esqueça de que mesmo estando escondida no fundo da terra, ela é uma faísca de luz do Grande Espírito do Sol, o dador da luz e da vida.
(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compiladas por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)
O Corajoso Lino
Palavra-chave: Coragem
Em uma terra além-mar, numa bela casa marrom, muito diferente das casas que temos nesta nossa Terra, morava uma família adorável, tão feliz como feliz uma família pode ser. Esta pequena casa marrom tinha lindas glicínias que trepavam pelas paredes externas e quando suas flores balançavam a brisa, um doce perfume flutuava pela casa.
Não só esta moradia era diferente das nossas, mas as pessoas que nela moravam eram também diferentes. Tinham pele mais escura que a nossa, os olhos pretos e cabelos muito pretos.
Havia no jardim belíssimas cerejeiras em flor, que mais pareciam grandes ramalhetes. Eram árvores tão belas que, algumas vezes, o país era chamado de Terra das Cerejeiras em Flor. No jardim estava um gracioso menino de sete anos de idade. Seu nome era Lino e estava muito ocupado colhendo flores de cerejeira para sua mãe decorar o interior da casa. Com os braços cheios de flores encaminhou-se para dentro da casa e ajudou sua mãe a coloca-las nos vasos. Tudo era luminoso e alegre, e riam e falavam enquanto arrumavam as flores.
Em seguida, o pai de Lino entrou no aposento. Era um homem elegante, vestido com um quimono maravilhosamente bordado. Chamou o pequeno Lino e tiveram uma longa conversa juntos. Depois do jantar, o pai e o menino foram para o jardim e lá ficaram por um longo tempo. Em seguida, esgueiraram-se por um portão secreto e foram para o Templo. Os sinos do Templo pareciam tocar uma música muito suave quando eles entraram para orar. O pequeno Lino pediu ao Grande Pai que o tornasse bravo e corajoso e que o fizesse crescer forte e sábio como seu pai. Saíram do Templo e caminharam muito, muito, até que chegaram a uma floresta escura e o coração do pequenino Lino bateu muito rápido. Durante a caminhada, o pai não pronunciou uma só palavra, mas agora disse:
– Meu filho, vou deixá-lo sozinho nesta floresta, mas não precisa ter medo, porque não há nada a temer. O Grande Pai tomará conta de você.
Rapidamente, ele desapareceu e o pequeno Lino foi deixado sozinho.
Como tudo parecia escuro! As sombras pareciam tão grandes e não havia como sair dali. As folhas farfalhavam e ouvia-se um estranho ruído de pequenos pés andando apressadamente aqui e ali. As árvores eram altas e silenciosas. Parecia não haver saída numa floresta tão espessa.
O pequeno Lino ficou parado por um longo tempo, sem saber para onde ir. Que faria agora? Oh, queria tanto a sua mãe! E, à medida que pensava mais em sua mãe, lembrou-se que ela lhe falara sobre uma luzinha que ele levava consigo onde quer que fosse. Bem no seu coraçãozinho, ela tinha dito, havia uma luzinha que nunca se apagava. Então, desejou e desejou com toda força que essa luzinha fosse tão brilhante que pudesse mostrar-lhe o caminho da casa. Em consequência desse pensamento, encheu-se de esperança e teve a certeza de que a luz o guiaria para sua mãe.
Logo ouviu pequeninas vozes da Natureza ao seu redor e ruídos agradáveis vindo das árvores. Dentro dele, ouviu a vozinha da coragem dizer-lhe suavemente:
– Seja corajoso, meu rapaz; os Anjos de Deus, cheios de amor, estão cuidando de você. Caminhe para frente, não tenha medo e tudo sairá bem.
Nesse mesmo instante, sua luzinha começou a brilhar tão intensamente através de seus olhinhos negros, que pode ver claramente a saída da floresta. Bem à sua frente um caminho serpenteava por entre as árvores. Os pequenos Espíritos da Natureza pareciam estar em toda parte e Lino já não estava mais só, nem sentia medo. Caminhando depressa pela floresta quieta, começou a cantar.
Depois de algum tempo, chegou ao fim do caminho. A Lua enviara lindos raios de luz, as estrelas piscavam alegremente como se quisessem alegrá-lo em seu caminho, e ele foi iluminado até o seu querido lar. Aí encontrou sua bondosa mãe e seu pai que estavam esperando o pequeno e bravo Lino, que havia demonstrado tanta coragem.
Esta é a história de um de nossos irmãozinhos, lá longe, no Japão, a Terra das Cerejeiras em Flor. Deixemos que nossa luzinha brilhe muito em nossos corações para que nós também possamos ser bravos e cheios de coragem. Dessa forma, nunca teremos medo do escuro, pois sabemos que “DEUS É LUZ”.
(do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)