Arquivo de tag C R C

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: Início dos Trabalhos para a Construção do Primeiro Edifício em Mount Ecclesia

Novembro de 1911

Esse mês me afasto da minha prática habitual de dedicar exclusivamente a revisão da Carta ao Estudante da lição do mês anterior, para que possa lhes contar sobre a cerimônia que tivemos em Mt. Ecclesia no dia 28, quando iniciamos as obras da primeira construção no terreno da nossa Sede permanente. Tenho certeza de que todos estavam conosco em espírito, que estão ansiosos por saber notícias a este respeito, e sei que o discurso que faremos nos proporcionará um contato mais próximo.

Nossa primeira ideia era abdicar de qualquer exposição ou cerimônia externa. Queríamos evitar todas as despesas desnecessárias, pois, os nossos recursos atuais não são suficientes para terminar construção interna do edifício, e teremos que ser parcimoniosos, por algum tempo, até que as circunstâncias nos sejam mais favoráveis.

A minha intenção era ir lá sozinho e realizar o serviço mentalmente, mas me pareceu um tanto frio, apático, desanimado e desolador não ter um amigo presente para se regozijar comigo naquela ocasião importantíssima, nem sequer a minha querida companheira de trabalho – Sra. Augusta Foss Heindel. Além disso, como esse é um assunto muito importante da Fraternidade Rosacruz e não um assunto pessoal, senti que a oportunidade de participar deveria ser dada aos membros. O pensamento cresceu em mim até que decidi submeter ao conselho do Mestre; e que cordialmente o aprovou, e então, fizemos uma celebração de maneira simples, mas apropriada, e enviamos convites aos amigos que estavam mais próximos.

Erigimos uma grande cruz do mesmo estilo do nosso Símbolo, e nos três extremos superiores pintamos, em letras douradas, as iniciais: C R C. Como sabem, essas letras representam o nome simbólico de nosso grande Líder, definido em nosso Símbolo como Christian Rosenkreuz, que transmite uma ideia de beleza e de uma vida superior, muito diferente da escuridão ou do lugar sombrio da morte, geralmente associada à cruz negra.

Ao mesmo tempo que escavávamos o terreno para o início da construção, decidimos fixar essa cruz e plantar uma roseira trepadeira, para que simbolizassem a vida verdejante dos diferentes Reinos de vida viajando para esferas superiores ao longo do caminho em espiral da evolução.

No dia 27, a Sra. Augusta Foss Heindel e eu partimos para Oceanside, já próximos à exaustão pelo esforço em nos locomover para empacotar tudo. Caíram as primeiras chuvas da estação e, por isso, ficamos apreensivos sobre o efeito dela na cerimônia; mas, ao olharmos para as montanhas quase escondidas pelas nuvens no leste, vimos o maior e mais glorioso arco-íris que jamais tínhamos visto – na verdade, um duplo arco-íris – cuja sua base meridional parecia estar diretamente sobre Mt. Ecclesia.

Nossa responsabilidade em ajudar milhares de corações cansados para que possam suportar seus fardos com bravura tem, frequentemente, parecida estar além das nossas forças; no entanto, sempre encontramos nossas forças renovadas, quando olhando para dentro; e dessa vez parecia que toda a Natureza queria nos alentar, dizendo: “Coragem, lembrem-se que o Trabalho não é vosso, mas de Deus; confiai inteiramente n’Ele; Ele apontará o caminho”. Assim, nos demos as mãos e tomamos um novo ânimo com as novas forças para continuarmos com a bela obra, da qual Mt. Ecclesia há de ser o centro.

O dia da cerimônia foi um dia perfeito na Califórnia; o Sol brilhava num céu sem nuvens. Para onde quer que dirigíssemos o olhar a partir de Mount Ecclesia, oceanos, vales e montanhas pareciam sorrir. Tanto os trabalhadores quanto os membros visitantes estavam extasiados ante a beleza incomparável do local da Sede. Aqueles que estão presentes foram: Annie R. Atwood, de San Diego; Ruth E. Beach, de Portland, OR; Rachel M. Cunningham, Rudolf Miller e John Adams, de Los Angeles; George Kramer, de Pittsburgh, PA; Wm. M. Patterson, de Seattle, WA; Sra. Heindel e eu.

Na hora marcada, iniciei a escavação no terreno para construir a Sede. Todos ajudaram a escavar para colocar a cruz, que foi fixada por Wm. Patterson. A Sra. Augusta Foss Heindel plantou a roseira, que depois foi regada por todos os presentes. Que ela cresça e que floresça para adornar o despojar da cruz e ser a inspiração para a pureza de vida que apagará todos os pecados passados, não importa quão escura possa ter sido a vida. A alocução – como deveria ter sido feito – constitui a lição desse mês. As circunstâncias ocasionaram algumas modificações.

(Carta nº 12 do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

Idiomas