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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Novos Pintinhos – Palavra Chave: Amor Materno

Os Novos Pintinhos
PALAVRA CHAVE: Amor Materno

Vocês todos se lembram do alvoroço que aconteceu entre as galinhas, quando Pintadinha botou seu primeiro ovo no ninho preparado por Shirley para ela?

Houve uma razão para isso. Os ovos são coisas maravilhosas. Não só são bons para comer, como também é a origem de novos pintinhos. As galinhas sabem disso e ficam contentes. Essa é a razão porque as galinhas cacarejam suas lindas canções quando botam um ovo. Pintadinha estava agora muito ocupada e feliz. Todos os dias cantava sua canção: “Có-có-có-có-ró”, que queria dizer: “Vou botar um ovo”. Então, saia, sentava-se no ninho e sonhava com o futuro. Depois que botava o ovo, saia voando do ninho e cacarejava alto: “Botei um ovo, botei um ovo”.

Quando já havia uma dúzia de ovos no ninho, Pintadinha achou que era suficiente poder cobri-los bem com suas asas. Amava tanto seus ovos, que decidiu ficar com eles bem aconchegados ao seu peito. E assim, em vez de ficar no pátio com as outras galinhas, apreciando o calor do sol, ficava o dia inteira sentada sobre os ovos. Só os deixava por alguns minutos quando saia apressada para buscar água ou comida. Tinha um modo muito engraçado de dizer as outras galinhas que andava ocupada demais para visitá-las. “Có-có-có” dizia, enquanto comia apressadamente para voltar correndo ao ninho. Não queria que seus ovos esfriassem; esse era o motivo de sua pressa.

Pintadinha sabia muitas coisas para uma galinha de seu tamanho e como conseguiu aprender tudo isso era um mistério que muito poucas pessoas sabiam. Não só sabia como manter os ovos bem quentinhos, como também sabia virá-los todos os dias. Como é que ela fazia isso, vocês sabem? Não tendo mãos como nós, acham que os arrastava com os pés? Oh! não! Isso seria muito rude. Ela os virava delicadamente com o bico, um ovo após o outro, até virar todos. Como ela sabia que uns já tinham sido virados e outros não, é ainda um mistério. Levava muito tempo nisso, mas nunca parava até estarem todos virados, sem se importar com o cansaço.

Todos os dias, Shirley saía para ver Pintadinha e dar-lhe alguma coisa saborosa para comer. Pintadinha estava ficando tão magra que parecia cansada e fraca. Sua crista que costumava ser bem vermelha antes estava pálida. Mesmo assim, sentava-se no ninho, pacientemente, mantendo os ovos quentes com seu corpo. Em uma manhã, porém, teve uma experiência maravilhosa. Sentiu um movimentozinho embaixo do seu peito. Um dos ovos parecia vivo, depois outro e outro. Oh, como isso a emocionou! Coraçõezinhos estavam batendo dentro dos ovos, corpos pequeninos lutavam para quebrar as suas cascas de prisões, pintinhos, preparando-se para abandonar os ovos.

– Meus nenês! Meus queridos nenezinhos! Sussurrava Pintadinha. Vão sair logo da casca!

Nesse dia, não largou o ninho nem por um minuto.

Shirley lhe trouxe um pouco de pão macio embebido em leite e ela comeu agradecida.

Pintadinha podia ouvir as bicadinhas dos pintinhos tentando quebrar suas cascas. Um após outro conseguiram fazer uma abertura minúscula. Assim que respiraram o ar em seus pequenos pulmões, sentiram-se tão fortes que esticaram as suas perninhas e empurraram a casca com toda força que podiam. Pouco a pouco, conseguiram partir as cascas em dois e saíram aos tropeços para se aninharem entre as penas macias de sua mãe, Pintadinha.

No dia seguinte, quando Shirley foi ver Pintadinha, ouviu tanto “Piu-Piu,” que imediatamente soube que os pintinhos tinham nascido. Foi correndo chamar a mãe para vê-los. Quando entraram no galinheiro, um pintinho pôs a cabecinha para fora, a fim de olhar o mundo maravilhoso. Era tão bonitinho que Shirley teve vontade de pegá-lo.

Mas, quando estendeu a mão em sua direção, Pintadinha eriçou as penas e ralhou tanto, que Shirley se ofendeu. A mãe, porém, lhe disse para não se importar, pois Pintadinha estava só chamando a atenção de Shirley para não machucar seus pintinhos; mas se ela fosse boazinha e os alimentasse todos os dias, Pintadinha confiaria nela e deixaria que os tocasse.

Então, Pintadinha e sua ninhada foram colocadas em uma casinha especial, toda de ripas, com espaço suficiente entre elas para permitir que os pintinhos entrassem e saíssem livremente. Eram tão pequeninos e macios! Shirley adorava vê-los correr por ali.

Como as crianças, os pintinhos tinham muita coisa a aprender. Quando mamãe Pintadinha os chamava “Piu-piu-piu,” logo aprenderam que ela tinha algo para comer.

A galinha segurava o alimento no bico e os pintinhos disputavam-no. Eram pintinhos tão saudáveis e famintos que estavam sempre prontos para uma nova refeição.

Como cresceram depressa! Em duas semanas tinham rabinhos muito engraçados. Em quatro semanas já estavam tão crescidos que foram colocados no galinheiro com Pintadinha. E como se divertiam correndo para todos os lados com a mãe! Ela era muito boa para eles e sabia tanta coisa! Podia escavar buracos enormes no chão para encontrar minhocas, as maiores e mais gordinhas. Podia apanhar besouros e moscas. Encontrava brotos macios no capim. Sabia quando ia chover, assim como muitas outras coisas, como se esconder de um corvo preto que vivia do outro lado do desfiladeiro. Pintadinha ensinou essas coisas todas para os filhotes e, como vocês podem imaginar, doze ativos pintinhos para alimentar e educar era uma grande tarefa. Quando ficavam exaustos e aninhavam-se debaixo de suas asas, Pintadinha tinha sempre uma linda canção de ninar, que cantava suavemente em língua de galinha. A letra era mais ou menos assim:

– Durmam, durmam queridinhos. Mamãe os manterá quentinhos.

Eram pintinhos bonzinhos e tentavam obedecer à mãe; mas, à medida que iam crescendo, às vezes se afastavam dela para passear. Entretanto, ficavam sempre felizes quando achavam o caminho de volta para casa.

(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compiladas por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

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