Pergunta: Desejaria fazer uma pergunta a respeito da declaração feita por Max Heindel em alguns dos seus artigos, no sentido de que, quando o Ascendente está em Áries, isso mostra que o nativo seja uma alma nova, ou, em outras palavras, esteja no início da manifestação material. Em oposição a isso, Max Heindel diz também que sempre que o Ascendente ocorre em Escorpião indica que a dissolução começou a ocorrer.
Porém, enquanto o aspecto relativo a Áries indica uma proposta física, o relativo a Escorpião deixa-nos em dúvida. O aspecto de Escorpião está relacionado unicamente ao físico, de que forma? A dissolução ocorre imediatamente ou será de natureza gradual, culminando finalmente na passagem pelo Signo de Peixes?
Max Heindel declara também ser difícil elucidar o horóscopo de uma criança de sete meses, porque parece estar fora da linha relativa ao nativo. Eu sou um exemplo de criança nascida aos sete meses e posso comprovar a veracidade dessa declaração. No entanto, levando em consideração a primeira parte desta carta, não consigo ver como poderia reconciliar, em minha Casa, as condições relativas ao Ascendente de cada membro com a aparente indicação e inclinação de cada um como opostas a mim.
Resposta: Mesmo que tivéssemos feito a declaração que o consulente nos atribui, ou seja, que aqueles que têm Áries no Ascendente sejam almas novas, isso não poderia servir-lhe de orientação neste caso, pois admite ser uma criança nascida aos sete meses. Em consequência, os princípios gerais não poderiam ser aplicados em seu caso. Contudo, na realidade, nunca fizemos tal declaração. Se procurar a passagem à qual se refere, verá que sua memória o enganou. O que dissemos, e ainda dizemos, é que o Espírito nasce sob todos os doze Signos a fim de adquirir a experiência advinda de cada um deles; e podemos considerar como princípio, falando em termos gerais, que os que nascem com Áries no Ascendente entraram recentemente em um novo ciclo de vida, uma espiral mais elevada no caminho de sua evolução.
Torna-se evidente que alguns de seus familiares ou outros que o rodeiam possam ter qualquer um dos onze Signos se elevando e, assim mesmo, estar a um ou mais degraus, ou espirais, abaixo ou acima daquele que tem Áries no Ascendente. Quando isso for entendido, compreenderemos facilmente que quando uma pessoa alcança Escorpião, o Signo da morte e da dissolução, os frutos de todas as vidas regidas pelos vários Signos precedentes estão começando a amadurecer e a dissolver-se para que, quando o Espírito progredir através de Capricórnio, Aquário e Peixes, esses frutos sejam gradualmente assimilados, a semente amadureça para permitir a entrada da alma em Áries e, assim, iniciar um novo ciclo de vida.
Devemos também entender que o número de nascimentos referentes a qualquer Signo particular varia de acordo com a adaptabilidade do Espírito e a facilidade com que aprende as lições programadas para ele pelas Divinas Hierarquias. Só pode haver um único nascimento sob Áries num determinado ciclo de vida e, talvez, cinco ou dez sob os outros Signos; e vice-versa, de forma que, se dois espíritos tivessem que nascer sob o Signo de Áries na mesma espiral de evolução e um dentre eles se mostrasse diligente na aprendizagem de suas lições na escola da vida, poderia ser promovido à classe de Touro ou mesmo Gêmeos, antes que o outro deixasse Áries. Tendo ele uma especial preferência pelo trabalho de Gêmeos, poderia acelerar-se, ultrapassando o outro que marcharia lentamente pelo caminho de Câncer e assim por diante. Não há regras definidas. Tudo depende da qualidade inerente ao Ego e o que um faz não pode servir de critério para o que o outro possa fazer. Por isso, não podemos julgar a condição de qualquer um examinando apenas o seu Ascendente.
Só há um método que fornece solução aproximada para a questão da intenção das Divinas Hierarquias a respeito de uma vida particular, que é comparar a progressão relativa do Ascendente com a do Meio-Céu. Ao fazer isso, podemos notar que um deles esteja movendo-se mais rapidamente que o outro. Suponhamos, por exemplo, que estejamos acompanhando o horóscopo de uma pessoa durante quarenta anos. Digamos que um grau de Áries esteja no Meio-Céu e um grau de Câncer, no Ascendente, no momento do nascimento. Imaginemos, então, que, aos quarenta anos, o Meio-Céu tenha progredido até Touro, 5, e o Ascendente, até Leão, 15. Isso mostra que o Meio-Céu percorreu 35 graus, enquanto o Ascendente andou 45. O Meio-Céu indica as tendências espirituais e as oportunidades na vida e o Ascendente mostra o lado material. Assim, é evidente que as oportunidades colocadas diante daquele Ego foram principalmente materiais e a tendência da sua evolução, na vida que estamos considerando, seria especialmente terrena.
Contudo, preste atenção a isto: o horóscopo, como reiteramos repetidamente, só mostra as tendências e é perfeitamente possível que uma pessoa com tal horóscopo decida seguir seu próprio caminho e cultivar todas as oportunidades espirituais que puder. Se ela tiver suficiente força de vontade, poderá mudar completamente a sua vida. Outra, cujo Meio-Céu progrida mais rapidamente do que o Ascendente, poderá encontrar dificuldades em atingir o sucesso material, mas terá todas as oportunidades para o crescimento anímico que almejar em seu caminho. Poderá também decidir governar as suas estrelas e ser bem-sucedida nos casos mundanos, mas o fato de conseguir isso, ou não, dependerá da sua força de vontade em oposição à indução das estrelas.
(Pergunta nº 36 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. 2)
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