O Sonho de Betty

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Sonho de Betty

O Sonho de Betty

BETTY tinha sido rude e Mamãe lhe ordenara que se sentasse no grande sofá e pensasse se gostaria de ser tratada como havia tratado sua irmãzinha menor. Mas Betty não sossegou até que caiu num sono profundo.

Aliás, uma das razões porque estava mal humorada era que estava cansada e com sono, pois não obedeceu a sua mãe e não foi dormir na noite anterior quando sua mãe mandou.

Subitamente, Betty ouviu algo ressoar, como uma matraca e, ao olhar para cima, o que você acha que ela viu? Um homenzinho, não mais alto que o pé dela e em sua mão segurava um estranho cordão de contas como Betty jamais vira. Ela pensou que as contas tinham uma aparência interessante, mas não pensou que aquele homenzinho engraçado tivesse algum assunto para assim acordá-la e, então, ela lhe disse:

– Você certamente não é um homenzinho educado.

Mas o pequeno homem ao invés de responder-lhe, acrescentou outra conta ao cordão que tinha em suas mãos. Betty notou que essa conta não era muito bonita.

Era de cor avermelhada, mas ao invés de ser clara como eram as outras contas do cordão, era escura e de aparência turva.

Apesar de Betty ter decidido não falar mais com o homenzinho, desejou saber por que ele escolheu uma conta tão feia e perguntou:

– Por que você não escolheu uma conta bonita para juntar ao cordão?

E, então, o que você acha que aconteceu? O homenzinho olhou para cima e ele tinha no rosto uma expressão muito triste quando respondeu:

– Eu gostaria de colocar no cordão só as contas bonitas, mas você não me deixou fazê-lo.

– Eu não deixei? Exclamou Betty com grande surpresa – O que eu tenho a ver com sua escolha de contas?

– Não, respondeu a homenzinho, você não me deixou.

– Mas eu nunca o vi antes, e nem quero essas contas porque você misturou as bonitas com as feias, disse Betty.

O homenzinho olhou novamente para ela, muito triste, e disse:

– Eu sinto muito, senhorita Betty, mas essas são as suas contas. Quer saber como elas se tornaram suas?

– Sim, disse Betty, você quer me contar?

– Bem, começou o homenzinho, é uma longa história, mas já que fui tão rude a ponto de acordá-la, talvez seja melhor contar-lhe. Começarei pelo início do cordão.

Você vê essa linda conta pequenina, uma pérola rosa suave?

Sim, disse Betty, eu a acho muito bonita. Gostaria que todo a cordão fosse assim. Como é que essa pérola se tornou minha?

– Você se lembra de uma vez, quando era bem pequenina, que sua mãe lhe pediu para guardar os brinquedos de sua irmãzinha e você respondeu: “Sim, mamãe querida, eu os guardarei”.

Mas Betty não podia se lembrar. Isso aconteceu quando ela era muito pequena.

Mas a homenzinho disse:

– Não importa se você pode lembrar-se disso ou não, porque essa pequena conta é o registro de sua boa ação e é bonita porque você tornou sua mãe feliz.

Betty sentiu-se contente por ter merecido uma conta tão bonita e com isso ter feito sua mãe feliz. Mas, aí ela percebeu que a conta seguinte era escura, de aparência esverdeada. Outra vez a homenzinho ficou triste e prosseguiu em sua historia.

– Uma vez, quando sua tia Edna trouxe um lindo brinquedo para sua irmãzinha, você tirou-o dela porque você o queria só para si, e toda vez que você sentir inveja ou ciúme, você ganha uma conta escura, turva, de cor esverdeada.

Betty sentiu vontade de chorar e estava muito triste por ter tomado de outra pessoa o que não lhe pertencia. Entretanto, não se atreveu a chorar porque teve medo que a homenzinho pudesse juntar mais uma conta feia ao seu cordão. Mas, oh! A pedra seguinte era adorável, uma gema vermelha, clara e tão bonita que Betty sabia tratar-se de um rubi verdadeiro. O homenzinho parecia ter lido seus pensamentos, pois respondeu:

– Sim, com efeito, é um rubi verdadeiro. Uma vez você evitou que um gatinho fosse agredido por um cão enorme. Você também teve medo do cão, mas não deixou que machucasse o gatinho e, então, porque você foi corajosa e tentou proteger o mais fraco, é que você ganhou esta linda conta.

Betty lembrou-se dessa vez. Ela realmente sentiu medo do cachorro grande, mas sabia que o gatinho estava em perigo e, oh, como foi gratificante! Ele se aconchegou em seus braços e ronronou seu agradecimento.

A próxima pedra do cordão era um enorme âmbar cintilante. Betty teve certeza de que devia ser o registro de alguma coisa boa e esperou que a homenzinho lhe falasse sobre ela, pois fê-la sentir-se muito feliz em saber que todas as boas ações que realizou não foram esquecidas.

Desta vez, quando o homenzinho começou sua história, ele sorriu e perguntou a Betty se ela se lembrava de como devia escovar seus dentes todos os dias, respirar profundamente e comer as coisas que a mantinham forte e bem disposta. Betty lembrou-se, como também se lembrou de que havia decidido surpreender sua mãe por não ter que repetir a mesma coisa diariamente. Então, o homenzinho lhe disse que enquanto ela cuidasse bem de seu corpo, a conta de âmbar se tornaria cada vez mais bela.

E aí aconteceu algo estranho: o homenzinho desapareceu de sua vista, o cordão de contas pareceu espalhar-se de tal forma que todas as cores estavam em volta dela e, então, ela ouviu uma vozinha dizendo:

– Se você quiser só belas contas no cordão de sua vida, lembre-se de dizer todos os dias:

“Hoje bons pensamentos terei,

Farei sempre uma boa ação,

Com todos os seres vivos, gentil serei;

Puro como uma rosa branca será meu coração,

E em todas as coisas, a Deus verei”.

(do Livro Histórias da Era Aquariana para as Crianças – Vol. I – Esther Tobiason – Fraternidade Rosacruz)

Sobre o autor

Fraternidade Rosacruz de Campinas administrator

Deixe uma resposta

Idiomas