O mais importante é o Exemplo para você que está sempre sendo observado
Segundo um velho ditado, “só árvore que dá frutos é que leva pedrada”. Isso nos faz lembrar o estudante esoterista, cuja aspiração a ideais superiores coloca-o em posição singular junto à sociedade.
E, não poderia ser de outra maneira. Seu esforço em viver a vida conforme com as Leis Divinas produz frutos a seu devido tempo. Sua conduta difere do ser humano comum, porque a aquisição de conhecimentos implica numa séria responsabilidade em vivenciar esses ensinamentos. Não se exige que o estudante se converta num santarrão fanatizado, figura, às vezes, antipática, às vezes, motivo até de zombaria. Não, não é assim. Tudo deve obedecer a um processo natural, cujo cerne é uma transformação gradativa do íntimo da pessoa. Não deve, por isso, o Aspirante fugir do convívio social, valiosa fonte de experiências. No relacionamento diário encontra meios de testar seu progresso teórico, além de oportunidades de ajudar seus semelhantes.
Mas, nesse convívio, o esoterista deve manter-se coerente com os princípios que, consciente ou voluntariamente adotou. Se exigida sua presença num evento social, não lhe cabe omitir-se. Nada, entretanto, o obrigará a comportar-se mundanamente. Não lhe é necessário ingerir bebidas alcoólicas, nem saborear alimentos cárneos. Nada pode compeli-lo a fumar, muito menos a manter conversações frívolas ou maliciosas. Deve, isso sim, marcar sua presença positivamente por meio de diálogos edificantes, alegres – mas não ruidosos – estimulando sempre o bem, toda vez que necessário.
De uma coisa pode estar certo o Aspirante: com o decorrer do tempo ele passará a ser mais e mais observado. Sua vida será examinada constantemente. Seu posicionamento filosófico-espiritualista poderá ser veementemente questionado, quando sua conduta se mostrar incoerente com suas ideias. Aquelas pessoas mundanas, incapazes de um esforço maior de autorregenerarão, não perdoam a vivência de um espiritualista, porque ela ressalta demais suas falhas de caráter. E se convivem no lar, no trabalho ou em outro setor qualquer da comunidade, o contraste entre os dois estilos de vida envergonha e irrita o ser humano não espiritualizado. Daí estar sempre pronto a agredir ou caluniar quem optou pela vida superior.
O espiritualista, no afã de servir e colaborar na elevação do próximo, estará sempre propenso a divulgar os ensinamentos que abraçou. E o fará sempre com a melhor das intenções. Seguramente prestará uma valiosa ajuda à humanidade. Acautele-se, porém. Cuide de que sua vida seja um exemplo prático de suas ideias, porque, se resvalar, não faltará quem lhe atire pedras.
Max Heindel sempre reiterava: “Não se nos julga pela filosofia que difundimos, mas sim pela vida que levamos. Observa-se o tratamento que dispensamos ao nosso conjugue e filhos, nossa conduta nos negócios, nossa conversação, seja ela de natureza espiritual, divertida ou frívola. Atenta-se para nossas companhias, para o ambiente que frequentamos, para o bem que fizemos ou deixamos de fazer”.
Nossas falhas não são desculpadas, e, o que é pior, julgam nossa religião ou filosofia pelos efeitos produzidos em nossa vida.
Portanto, caro leitor espiritualista, tenha certeza de uma coisa: você está sendo diuturnamente observado. Se você quer divulgar os Ensinamentos Rosacruzes, faça-o. Mas não se esqueça: um exemplo vale mais que mil palavras.
(Revista Serviço Rosacruz – 10/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)
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