O Círculo de Fadas

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Círculo de Fadas

O Círculo de Fadas

Peça de um ato, em verso, para crianças.

Helen M. Mann

(Ao levantar da cortina, vê-se doze fadas de mãos dadas, dançando ao redor de um círculo. Todas estão cantando. O Sol se põe e, ao fundo, pode ser visto o tronco de uma grande árvore como se estivesse na clareira de uma floresta).

A CANÇÃO DAS FADAS

Em grande júbilo, nós dançamos e cantamos,

Por toda a beleza que vemos.

Para vocês, queridos amigos, nós sorrimos e vivemos,

O nosso amor é puro e verdadeiro e nós nele acreditamos.

Vocês disseram que nós vivemos e assim fazemos.

Acreditem numa coisa e é verdade, ela vai acontecer.

Tenham pensamentos amorosos e o amor vai estar

Em todos os lugares em que vocês o possam ver.

(As fadas desfazem o círculo e saem do palco. Enquanto desaparecem, vão cantando novamente):

Tenham pensamentos amorosos e o amor vai estar

Em todos os lugares em que vocês o possam ver.

(Assim que as fadas deixam o palco, um menino e uma menina aparecem vindos do outro lado. A menina vê o círculo que as fadas fizeram para poderem dançar e vai em direção dele).

MENINA

Oh! irmão, olhe e venha me dizer,

O que é isto que meus olhos estão a ver?

MENINO

Um círculo de fadas, um círculo de fadas vemos!

Agora tudo temos.

(Ele se aproxima)

MENINA

Mas, querido irmão, por favor não se aproxime,

O círculo pode algum mal lhe fazer.

Agora, que coisa engraçada é essa que eu ouço?

Aquela forma tão estranha que eu estou a ver?

(A menina olha para o tronco da árvore enquanto fala).

MENINO

Não vejo nada além deste círculo.

Nenhum barulho estou a escutar.

Mas venha e cante dentro desta roda,

Onde o mal não ousa se aproximar.

(Ambos entram no círculo, juntam as mãos e cantam).

CANÇÃO

Oh queridas fadas, tanto as de perto como as de longe,

Por favor, nosso pedido procure ouvir,

Venham brincar conosco e não tenham medo,

Pois o anoitecer já se faz sentir.

(As sombras aumentam, mas um raio de luz bate no tronco da árvore que se abre e revela um duende vermelho e verde dentro dela. Ele sorri e vem para a frente).

DUENDE

Oh crianças, venham, brinquem comigo;

Eu sou agradável de se ver.

Eu chamo os patos ou cisnes;

(Eles aparecem por detrás do palco)

Em vocês, rabos ou chifres eu farei nascer.

(As crianças ficam assustadas ao ouvir isso e olham para ver se neles já tinham crescido, mas ficam aliviados ao perceber que não).

Em qualquer lugar, eu posso fazê-los crescer,

Menos dentro do círculo que estamos a ver.

(As crianças aconchegam-se e permanecem bem dentro do círculo).

Eu peço, não tenham medo, por certo,

Mas venham um pouco mais para perto.

(Agora o pato e o cisne ficam em evidência. O cisne vem direto para o círculo, mas não entra nele. Anda orgulhosamente ao redor do círculo e o pato se bamboleia atrás).

CISNE

É um mau duende aquele, vocês podem ver.

Tomem cuidado!

Ele chamará vocês, mas não o vão atender.

Tomem cuidado!

As fadas novamente voltarão.

Que bom!

E como aquele duende vai fugir, então.

Que bom!

PATO

É melhor ficarem onde estão agora.

Eu faço esta declaração.

Pois apesar de estarem próximo, estão bem longe e fora.

Eu faço esta declaração.

E o duende não os alcançará mais, não.

Quack!

De qualquer forma, eu não me importo, não.

Quack!

(O cisne sai do palco quando diz isso e o pato vai se rebolando atrás dele. O duende que os estivera observando o tempo todo, corre de volta à sua árvore quando ouve uma música suave no palco. Parecia haver vozes à distância, mas elas tornavam-se cada vez mais altas, até que as fadas apareceram).

FADAS

Flores do pôr do Sol e flores do orvalho,

Oh! quanto nós vos amamos.

Tristeza da sombra e tristeza da noite,

Tomem vossa direção.

Viemos com nosso sorriso e nossa música

Efetuar a perseguição.

Estivemos no mundo onde os humanos vivem

E a eles demos satisfação.

(Quando as fadas aparecem, o duende fecha-se na árvore, desaparecendo de vista. A menina está de costas quando as fadas se aproximam e, de início, não as vê).

MENINA

Eu ouço vozes, ó querido irmão,

Distantes a princípio, mas mais claras estão se tornando.

Precisamos ir embora, as fadas estão chegando.

Se elas nos encontrarem aqui, o que dirão?

FADAS

Não temam, queridas crianças e, por favor, não se vão.

MENINA

Eu estou tremendo, irmão, ó irmão.

FADAS

Sobre toda a terra, as sombras estão se insinuando.

Ah! O príncipe do grupo das fadas está chegando.

(As fadas estão agora próximas do círculo, mas olham ao redor quando o príncipe, todo elegante, vestido em púrpura e branco, entra. Ele está cantarolando uma melodia, mas para de cantar assim que vê as crianças e parece surpreso, mas feliz. O menino dá um passo para trás, em evidente surpresa e adoração).

MENINO

Por que meu coração bate tão rapidamente?

O príncipe, o príncipe das fadas, finalmente.

(O príncipe sorri e vai em direção ao menino).

PRÍNCIPE

Venha, meu querido amigo, eu lhe dou as boas vindas,

E você verá que é sincera a minha saudação.

Para sua irmã, meus súditos dançarão,

Um presente eu lhes enviarei e com cuidado vocês o guardarão.

(A luz vai lentamente se apagando. As crianças ainda estão no círculo e o príncipe faz a elas uma grande reverência e depois vira-se para as fadas).

PRÍNCIPE

Minhas fadas, dancem, dancem,

Enquanto eu trago riquezas

Minhas fadas, dancem, dancem

Enquanto cantam belezas.

(Está completamente escuro agora, menos para a Lua que se eleva e que envia sua luz sobre as duas crianças, que estão dentro do círculo. As fadas dançam em torno delas, vivamente a princípio, depois cada vez mais vagarosamente, cantando uma cantiga de ninar).

AS FADAS CANTAM SUAVEMENTE

No mais lindo esplendor, a Lua se levantou,

Enquanto na brisa da noite dançamos.

E suas tranças de longos cabelos prateados lançou

Sobre o topo das árvores que enxergamos.

(A menina olha por cima do ombro).

MENINA

A Lua se levantou, irmão!

(A voz do duende se ouve atrás).

Vocês estão numa prisão.

(As crianças ficam perplexas, mas como as fadas recomeçam suas canções, elas sentam-se e ouvem quietamente).

CANÇÃO DAS FADAS

O sono virá com as estrelas no céu, suavemente.

As lembranças do prazer e da dor fugirão.

Durmam, durmam, gentil e docemente,

E os desejos do mundo dos sonhos acontecerão.

(Vagarosamente as fadas saem, cantarolando. As crianças estão dormindo profundamente, um nos braços do outro. O príncipe retorna e vendo-os dormindo, inclina-se sobre eles).

PRÍNCIPE

Crianças, crianças, saibam que nós somos reais,

Não importa o que OS adultos digam.

Ó, queridas crianças, vocês podem perceber

Que dançamos enquanto vocês brincam?

Doces sonhos, sonhos de paz para ver!

Voltem outro dia, novamente,

E por que não viver alegremente?

(O príncipe se retira e quando parte, um raio de luar atinge o tronco da árvore. Esta se abre imediatamente e surge o duende. Ele se dirige às crianças, mas fica parado bem fora do círculo).

DUENDE

Ugh! Ugh! Ugh! Eu não os pude ter,

Mas esperem — Ugh! Ugh! — até a próxima ocasião.

Esperem para ver o que vou fazer

Com aqueles poderes mágicos na mão!

(Ouve-se uma doce voz de mulher, que se aproxima. O duende a ouve e parece apreensivo e assustado. Ele lança um olhar carrancudo para as crianças adormecidas e corre de volta ao tronco da árvore, que se fecha, tirando-o da vista. Uma linda jovem aparece. Quando vê as crianças adormecidas, vai até elas, toma-as em seus braços e segura-as bem próximo a ela).

MULHER

Eu segui um caminho ao longo de um muro,

Onde crescem lindas flores.

Esse pequeno caminho disse-me tudo realmente

E dirigiu-me para vocês diretamente.

(Quando a mãe disse isso, o tronco da árvore caiu ao chão fazendo um grande barulho, mas como é um mal desconhecido para a mãe, ela não ouve o barulho e inclina-se amorosamente sobre as crianças).

(CORTINA)

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