Lúcia encontra as Fadas do Pensamento
Lúcia e Ana eram primas. Lúcia estava visitando Ana e como elas estavam se divertindo! Ana era dois anos mais velha que Lúcia, mais alta e mais forte. Mas ela era muito boa para sua priminha menor. A maior maçã, o pêssego mais suculento e o doce mais confeitado sempre iam para Lúcia. Lúcia cavalgava no pônei de Ana e brincava com suas bonecas e pratinhos. Mesmo quando ela quebrava um dos minúsculos pratos de porcelana de Ana, esta não ficava brava.
Mas, finalmente Lúcia e Ana brigaram. Elas queriam brincar de escola, mas cada uma queria ser a professora. Ana achava que devia ser a professora porque era mais velha e Lúcia achava que devia ser a professora porque – bem, porque…
Então, elas brigaram. E Ana deitou-se na grama macia, debaixo da macieira e chorou até que adormeceu. E Lúcia deitou-se na grama macia debaixo do pessegueiro e teve pensamentos de raiva, maus pensamentos sobre Ana.
De repente, ela admirou-se de ver uma multidão de criaturas minúsculas, feias, anãs deformadas, paradas todas em volta dela. Todas estavam mostrando os dentes para ela e Lúcia escondeu sua face, aterrorizada. A mais horrenda criatura de todas, que parecia ser a líder, falou-lhe numa voz dura, ríspida:
– Nós somos as Fadas do Ódio, Lúcia, ela disse. É nosso trabalho levar pensamentos de ódio, ira e maldade de uma pessoa para outra. Nós tivemos que trabalhar muito esta tarde levando esse tipo de pensamentos de você para Ana e de Ana para você. Agora, você irá para a Terra das Fadas do Ódio e lá você deverá viver até encontrar o caminho da saída.
Lúcia tentou gritar e correr, mas não pôde e sentiu-se carregada pela multidão de criaturas hostis que lhe mostravam os dentes. Entraram numa caverna escura que parecia estar no centro da terra. O ar dentro da caverna era frio e úmido, e Lúcia tremia e desejava ver um pequeno raio de sol. Não havia absolutamente luz em toda a caverna, mas Lúcia podia ver as faces brancas das pessoas doentes brilhando na escuridão.
– Pessoas que habitam a terra do ódio e ira geralmente são doentes, disse a líder que estava parada perto de Lúcia. E choram como você vê, pois nunca são felizes.
– Eu ficarei doente e infeliz como essas pessoas? Perguntou Lúcia, com muito medo.
-Se você permanecer aqui por muito tempo, ficará, respondeu a líder. E quanta mais tempo ficar, mais difícil será encontrar uma maneira de sair daqui. Esta caverna fica cada vez mais profunda, escura e mais distante do brilho do sol, da saúde e da felicidade.
– Oh! meu Deus! gritou Lúcia, quando uma fada muito má e horrível parou perto dela, pois ela estava pensando:
– Bern, talvez Ana venha para cá e, então, ficará doente, infeliz e eu me alegrarei.
Antes que ela tivesse terminado esse pensamento mal e pouco caridoso, a fada tomou seu braço, e dirigiu-a para um lugar mais distante ainda na negra caverna.
Agora Lúcia estava muito assustada. Como ela poderia sair desse lugar? Ela não podia, não queria ficar ali.
– Por que essas outras pessoas não saem? ela perguntou.
Virou-se para a líder e batendo seu pé no chão com raiva, exigiu que ela a tirasse da caverna imediatamente.
– Você mesma tem que encontrar a saída, ela disse calmamente. Essas outras pessoas infelizes poderiam ter saído se realmente quisessem, mas preferiram ficar aqui.
Não querem fazer a única coisa que poderia libertá-las.
– O que é? Indagou Lúcia. Eu o farei.
Mas as fadas somente arreganharam os dentes de uma maneira repulsiva. Ai, Lúcia viu Ana, que estava muito triste e chorava. De repente, Lúcia sentiu pena de Ana. Correu para a sua prima e colocou seus braços ao redor dela. E um pequeno raio de luz pareceu brilhar por um momento na caverna escura.
– Oh, Ana, Lúcia também estava chorando, oh, Ana, você está doente, infeliz e eu sinto tanto! Você foi tão boa para mim. Eu amo você, Ana.
(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. II – Compiladas por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)
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