Houve um Tempo para lançar luz sobre a mal-entendida Religião Cristã
Na antiga Grécia, a Religião, a Arte e a Ciência eram ensinadas conjuntamente. Todavia, tornou-se necessário, para melhor desenvolvimento de cada uma delas, que fossem separadas durante algum tempo.
A Religião reinou suprema na chamada “idade negra” – a Idade Média. Durante esse tempo a Religião escravizou a Arte e a Ciência, atando-as de pés e mãos. Mas depois, veio o período do Renascimento, e a Arte logo se prostituiu a serviço da Religião. Finalmente veio a Ciência moderna e com mão de ferro subjugou a Religião.
Foi em detrimento do mundo que a Ciência ficou, na Idade Média, escravizada pela Religião. Nesse período, a ignorância e a superstição causaram males sem contas; apesar disso, o ser humano abrigava doces ideais espirituais, e tinha esperança numa vida melhor e mais elevada. Porém, comparativamente, é muito mais desastroso que a Ciência esteja matando a Religião, porque até a esperança, o único dom que os deuses deixaram na caixa de Pandora, corre o risco de evaporar-se, diante do Materialismo e o Agnosticismo.
Tal estado de coisas não pode continuar. É inevitável a reação, pois do contrário a desordem dominaria no Cosmos. Para evitar essa calamidade, é indispensável que sejam novamente unidas a Religião, a Ciência e a Arte, em uma expressão mais elevada do Bom, do Verdadeiro e do Belo, do que anteriormente tinham.
Os acontecimentos futuros projetam sua sombra para diante, mostrando as consequências. Assim, quando os Grandes Guias da Humanidade perceberam certa tendência para o ultra materialismo que surgiria no Mundo Ocidental, tomaram certas medidas para neutralizar e transmutá-lo ao devido tempo. Tais Guias não procuram, como pode fazer supor, matar a ciência que ora floresce, do modo como esta procurou matar a Religião. Eles sabem que o Bem resultará no fim de tudo isso, quando então uma Ciência avançada se haja convertido de novo em harmoniosa colaboradora da Religião.
Uma Religião espiritual não pode, indubitavelmente, colaborar com uma Ciência materialista, do mesmo modo como a água não se mistura com azeite. Assim, oportunas medidas são tomadas para se espiritualizar a Ciência e tornar científica a Religião.
No século XIII, um Instrutor Espiritual muito elevado, que tem por nome simbólico: CHRISTIAN ROSENKREUZ (Cristão Rosacruz), apareceu na Europa e inicou sua obra, fundando a misteriosa Ordem dos Rosacruzes, a fim de lançar luz sobre a mal-entendida Religião Cristã, e para explicar o mistério da vida e do Ser, sob um ponto de vista científico, em harmonia com a Religião.
Nas passadas centúrias, os Rosacruzes vinham trabalhando secretamente, mas, ao princípio do século XX, chegou finalmente a hora de levar a público um ensinamento definido, lógico e consequente, a respeito da origem, evolução e desenvolvimento futuro do ser humano e do mundo, conciliando os aspectos científico e espiritual. Tudo o que ensinam está estribado na razão e na lógica. Tal é o ensinamento promulgado pela Fraternidade Rosacruz. Satisfaz a Mente, dando-lhe claras explicações e não evita perguntas. Expõe uma solução razoável para todos os mistérios, mas, e este é um MAS muito importante: o Cristianismo Rosacruz não considera a compreensão intelectual de Deus como um fim em si mesmo. Longe disto; quanto maior o intelecto, tanto maior existe o perigo de que fracasse. Em consequência, nossos ensinamentos são dados, de modo científico, unicamente para que o ser humano possa crer e comece a viver uma vida religiosa, em seu sentido lato (re-ligare, isto é, ligar de novo o ser humano à sua essência espiritual eterna). Só assim, identificados por esse elo comum, poderemos formar a futura e verdadeira Fraternidade.
(Revista Serviço Rosacruz – 10/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)
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