Saduceu (s)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Saduceu (s)

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O grupo dos saduceus era formado sobretudo por sacerdotes. Controlava diretamente o Templo e as suas finanças, uma das principais fontes de poder da Palestina. Para os saduceus, o que importava era o culto, as cerimônias bem celebradas, um espírito de adoração ritualista, sem muito compromisso com a realidade do povo pobre. Seguiam a Lei escrita (Torá) e não aceitavam a tradição oral, a crença na ressurreição e na instauração do Reino de Deus na terra. Os saduceus foram mais propensos à helenização. Os saduceus tomam o nome possivelmente de Sadoq (de onde saiu saduceu e sadoquita). Dizendo-se sadoquitas, pretendiam os saduceus remontar ao antigo Sumo-sacerdote denominado Sadoc, do tempo da Davi (ano 1030). A linhagem destes sacerdotes veio efetivamente se perpetuando através dos tempos. Não eram os saduceus uma seita organizada e definida, nem muito numerosa. Não sendo popular, não podia alcançar a extensão da massa popular. Era antes uma classe social, ou seja, a dominante, rica, mentalmente evoluída e ajustada ao desenvolvimento helênico. Do ponto de vista político, os saduceus eram pacifistas, mesmo porque não tinham razões profundamente ideológicas de oposição ao espírito helênico-romano. Tinham a visão ampla do homem cosmopolita, que desde tempos houvera superado os conceitos de Estado-cidade. Conserva como inspirados apenas os livros da Lei (Torah) e não os Profetas. Em consequência, conservam o judaísmo vago, como veio até os tempos de Davi, ou mesmo até o final do reino (487 a.C.). Os acrescentamentos posteriores, especializantes, como ressurreição, vida futura, anjos, culto de ritual muito rigoroso, etc., são rejeitados, no sentido de que não procedem de Moisés. Também excluíam os fariseus as tradições orais dos fariseus, que estes admitiam para interpretações das escrituras. O conceito saduceu de Deus é mais filosófico, ou metafísico, que o das seitas inovadoras. Deus seria pessoa distante e de raras interferências milagrosas no mundo.

O povo, que em geral não era saduceu, via com escândalo a acomodação filosófica dos sumos sacerdotes. A conceituação saduceia moderada de Messias não estimulava certamente a subversão e que o governo instituído reprimiria e castigaria. Era o sumo sacerdote nomeado pela autoridade romana, de acordo com o entender antigo de que a religião era administrada pelo Estado.

Dentro desta mentalidade está coerente a narrativa de que os saduceus entregaram Jesus a Pilatos. Uma vez que era acusado de subversão, o assunto lhes escapava das mãos, situando-se no plano da competência política do governador da província ou do procurador romano. No tempo de Jesus as nomeações dos sumos sacerdotes eram influenciadas especialmente pela família de Anás. Depois de haver sido sumo sacerdote, Anás fez nomear seu genro Caifás e depois cinco de seus filhos.

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