A música deve ser considerada a mais elevada de todas as artes, enfim, é uma linguagem universal, pois se dirige a todos sem discriminação de raça, credo ou qualquer outra distinção mundana. Quanto mais elevado e espiritual é o indivíduo, a ele se expressa com mais clareza, e até o selvagem se emociona ao ouvi-la. O sutil Mundo do Pensamento, onde estão o Segundo e o Terceiro Céus, que é o lar do Espírito Humano, o Ego, é também a esfera do Som. Portanto, a música tem um grande poder sobre o ser humano. Em nossa vida terrena somos exilados do lar celestial e esquecemos nossa herança divina estando imersos em ocupações materiais, mas se ouvirmos a mensagem da música, é como um aroma perfumado, ressoa nosso lar, que nos lembra aquele estado esquecido onde tudo é alegria e paz. Dessa forma, a música torna-se para nós a linguagem direta de comunicação com o Mundo dos arquétipos mentais, onde os Espíritos, livres da limitação da forma, atuam em seu próprio reino. Destas regiões espirituais elevadas fragmentos de melodias celestiais se infiltram nos níveis mais densos da terra, onde os músicos ouvindo momentos de inspiração e mais tarde darão testemunho em melodias para os seres confinados na terra, “construindo pontes de sonho” entre o mundo do som e o da forma. A música celestial é um fato e não uma mera figura de linguagem, e seus sons nos chegam até este mundo físico. São o nosso bem mais precioso, embora sejam tão passageiros como a espuma e não podem ser criados de forma permanente, como outras obras de arte são criadas, uma estátua, uma pintura, um livro. No mundo físico, o som morre assim que nasce. As experiências do poeta são semelhantes às do músico, pois a poesia é a expressão dos sentimentos mais íntimos da alma, em palavras ordenadas segundo as mesmas leis de harmonia e ritmo que regem a expressão do espírito na música. Além disso, o poeta encontra magnífica inspiração nas imagens e cores do Mundo do Desejo.
« Back to Glossary Index
Sobre o autor