A força interna do ser evolutivo que faz da evolução o que ela é e não um simples desenvolvimento de possibilidades latentes, em germe; aquela que faz com que a evolução de cada indivíduo seja diferente da dos demais; aquela que fornece o elemento de originalidade e dá origem à faculdade que o ser em evolução deve cultivar para se tornar um Deus, essa fonte é chamada de Gênio, e sua manifestação é a Epigênese. O Gênio é a marca de toda alma avançada, que através do trabalho duro se esforçou em muitas vidas anteriores, desenvolveu em si mesmo algo mais além das realizações normais da onda de vida humana. Ele revela um vislumbre do grau de realização que será posse comum das pessoas no futuro. Ele não pode ser explicado pela hereditariedade, pois essa se relaciona apenas parcialmente com o Corpo Denso, não com as qualidades anímicas.
A vida na terra é uma escola de experiência. Em cada novo nascimento nascemos com o conhecimento ou experiências acumuladas de todas as nossas vidas passadas, o que constitui a nossa riqueza. Alguns de nós frequentamos esta escola de experiência por muitas vidas e obtivemos muitos benefícios. Talvez tenhamos desenvolvido uma faculdade especial mais do que as outras, para que possamos nos tornar especialistas muito especializados em determinado domínio. Este é o Gênio. Um professor não ensina mais do que aprendeu – ele é um revelador de segunda ordem. Onde estaria a humanidade sem a revelação dos seres humanos de gênio que aparecem de tempos em tempos? Mas o que são os seres humanos de gênio? Por que eles são gênios? De onde vem? O que eles se tornam? Notemos que a maioria deles traz ao nascer: faculdades transcendentais e conhecimentos inatos, para cujo desenvolvimento basta um trabalho muito tênue. Onde conseguiram esses conhecimentos que não puderam adquirir, quando o acaso lhes deu matéria cerebral em maior quantidade e de melhor qualidade? Dir-se-á que Deus os dotou de uma alma mais favorecida que a do ser humano comum? Também suposição completamente lógica; porque acusaria Deus de ser parcial. A única solução racional para este problema encontra-se na preexistência da alma e na pluralidade das existências. O ser humano de gênio é um espírito que viveu. Mais tempo, quem consequentemente adquiriu mais e progrediu mais do que quem está menos avançado. Ao reencarnar traz o que já sabe, e como sabe mais que os outros, sem precisar aprender, é chamado de ser humano gênio. Mas o que ele sabe ainda é resultado de um trabalho anterior e não de um privilégio. Antes de renascer já era um espírito avançado; ele reencarna, seja para que outros possam aproveitar o que ele sabe, seja para adquirir ainda mais.
Se o gênio pudesse ser explicado pela hereditariedade por que não há uma longa linhagem comum de mecânicos entre os ancestrais de Thomas Edison, cada qual mais capacitado do que seu predecessor? Por que o gênio não se propaga? Por que não é Siegfried, o filho, maior que Richard Wagner, o pai?
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