Estado em que se mantém um objeto ou tema ante a visão mental e se deixa que a alma daquele, nos abra figuradamente ensinando-nos tudo o referente a seu aspecto vital, assim como a Meditação nos ensinou o referente a uma forma.
A concentração consiste em enfocar o pensamento num só objeto. É o meio pelo qual construímos uma imagem clara, objetiva e vivente da forma, acerca da qual desejamos adquirir conhecimento.
Meditação é o exercício pelo qual seguimos a história desse objeto, pondo-nos em relação com todos os pormenores a ele relativos e ao mundo em geral.
Esses dois exercícios mentais relacionam-se, da maneira mais profundamente imaginável, com as coisas.
Conduzem a um estado mais elevado, penetrante e sutil de desenvolvimento mental, que se refere à alma das coisas.
O nome desse estado é Contemplação.
Na Contemplação não é necessário esforço de pensamento ou de imaginação para conseguir-se a informação desejada. Este exercício consiste simplesmente em mantermos o objeto ante a visão mental e deixar que a alma dele nos fale. Repousando tranquilamente num divã ou na cama – não de modo negativo, mas completamente alerta – esperamos a informação que virá com certeza, se já alcançamos o devido grau de desenvolvimento. Então a Forma do objeto parece desvanecer-se, passamos a ver unicamente a Vida em atividade. A Contemplação ensinar-nos-á tudo relativamente ao aspecto da Vida, assim como a Meditação nos ensinou tudo sobre a Forma.
Quando alcançamos esse estado, e pomos diante de nós, por exemplo, uma árvore na floresta, nós perdemos de vista a forma por completo e só veremos a Vida, que neste caso é o Espírito-Grupo. Descobrimos então, para nosso assombro, que o Espírito-Grupo da árvore inclui os diversos insetos que dela se alimentam. Assim, tanto o parasita quanto o tronco em que ele se prende são emanações do mesmo Espírito-Grupo, pois quanto mais subimos nos domínios do invisível menos formas separadas e distintas encontramos, e mais completamente a Vida Una predomina, e imprime no investigador a noção suprema de que não há senão Uma Vida – a Vida Universal de Deus, em Quem realmente “vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”. Os minerais, as plantas, os animais e o ser humano – todos sem exceção – são manifestações de Deus, e este fato fornece a verdadeira base da fraternidade, uma fraternidade que inclui tudo, desde o átomo até o Sol, porque todos são emanações de Deus.
Fracassaria o conceito de fraternidade que se baseasse em outro princípio qualquer, como o: das distinções de classes, das afinidades de raça ou de ofício, etc. O ocultista compreende claramente que a Vida Universal flui em tudo que existe.
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