Conforme a Necessidade do Tempo e do Lugar, nós renascemos
Os Rosacruzes ensinam que, segundo o desenvolvimento de cada indivíduo ou agrupamento humano e as necessidades de cada estágio evolutivo, as Inteligências Superiores têm dado, por intermédio de seus Profetas, os meios adequados de evolução religiosa. Renascemos sempre no tempo e no lugar requeridos por nossas necessidades internas. E assim ocorre a evolução do sentimento religioso.
O Supremo Arquiteto é Onisciente. Ele não daria a um povo uma religião cujos ideais esse povo não pudesse compreender e os meios que não pudesse executar. Segundo eles, Deus nos provê, dentro da Lei de Consequência, conforme as novas necessidades suscitadas por nossa evolução.
Nos primeiros passos da consciência humana (e que ainda ocorre com as tribos selvagens atuais) foi ensinado que Deus era um Ser terrível, vingativo e mau, que retribuía com pragas, fome e terremotos às transgressões dos seres humanos. Só uma tal Divindade poderia ser respeitada.
Num segundo estágio, Deus já amenizou sua ira. Embora continuasse a castigar o “olho por olho dente por dente”, já recompensava os bons atos, pela multiplicação dos rebanhos e abundância nas colheitas. Os seres humanos sacrificavam cordeiros e bezerros por seus pecados, porque não estavam preparados para fazer de si um sacrifício a Deus, pelo domínio de sua natureza inferior.
Num terceiro estágio (o do Cristianismo popular, até agora vigente, com pequenas atualizações), foi o Cristo sacrificado pelo mundo e nunca mais se sacrificaram animais. Cada ser humano deve buscar sua salvação, ou melhor, sua redenção e, embora Deus ainda “castigue” (a Lei de Consequência) já se oferece a recompensa futura de um céu aos que ajam bem.
A natureza humana é ainda muito egoísta. Age por interesse de alcançar o céu e, quando faz a promessa de um sacrifício, ela está geralmente subordinada à condição de receber a graça, o pedido desejado.
O quarto estágio está sendo pregado e realizado pelos Aspirantes Rosacruzes, pelos seguidores do Cristianismo Esotérico, a Religião do futuro. Nela o indivíduo evolui pelo entendimento e pelo amor, pelo estudo e pelo trabalho, fazendo de si um sacrifício vivo no altar da humanidade.
Em verdade, quando o ser humano chega a compreender a mensagem interna da religião, sobretudo do Cristianismo, ele renuncia à sua natureza inferior, não por medo de castigo, ou por ameaça de inferno. Age bem, não para ganhar o céu, mas porque reconhece que nisso está uma lei natural. É virtuoso porque conhece o bem e o mal e segue, voluntária e espontaneamente, o bem, como sinônimo de Deus, ao qual segue, e que é a expressão do Criador em Si.
Os Rosacruzes sabem que existem essas etapas todas ainda nos dias atuais. Por isso, ensinam o respeito a todas as crenças e convicções religiosas, pois todas são caminhos de aperfeiçoamento religioso, segundo o estágio de cada indivíduo.
(Publicada na Revista Serviço Rosacruz – 02/1978)
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