Como Transmitir os Ensinamentos Rosacruzes
Todo estudante responsável e dedicado aceita, espontaneamente, a missão de transmissor dos ensinamentos dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. Não se exige o brilho da retórica ou quaisquer outros atributos de um orador. O importante é que a pessoa conheça os Ensinamentos Rosacruzes e se disponha a transmiti-los a quem realmente esteja interessado em ouvir. Isso poderá ser feito numa tribuna, se o estudante frequentar algum Centro ou Grupo de Estudos, como também em diálogos informais com pequenos grupos ou mesmo com apenas um ouvinte interessado. O que importa é a comunicação inteligível, com sincera intenção de ajudar.
Max Heindel, porém, adverte: cuidado com o conhecimento superficial, pois é muito perigoso em termos de religião e filosofia. Pode levar a confusões e até a verdadeira desgraça.
A bibliografia Rosacruz é bem ampla. A exposição de seu conteúdo, ilustrada com a narração de fatos do cotidiano e outros conhecimentos, torna-se muito atraente.
Quem transmite não necessita de ser um erudito, uma “enciclopédia ambulante”. É lógico que a cultura geral ajuda, porquanto enseja valiosos subsídios. Oferece, principalmente, a quem de uma tribuna se dirige a uma plateia numerosa, recursos ilustrativos, tornando a exposição mais didática e dinâmica.
Temos visto, entretanto, estudantes sem grande cabedal de cultura, discorrerem com grande propriedade sobre os ensinamentos rosacruzes, principalmente em conversas informais. Alguns, na sua simplicidade, intuem admiravelmente muitas verdades ocultas. Isto lhes facilita a comunicação.
Muitos se empolgam com a lógica e o racionalismo que embasam os Ensinamentos Rosacruzes. Esses fatores, contudo, não são suficientemente poderosos para tornar tais ideias aceitáveis por todos. Em não se ressaltando sua natureza moral, a exposição ficará incompleta. Nessas ocasiões pode-se avaliar em que medida o estudante se esforça por realizar em si mesmo o equilíbrio entre a Mente e o Coração.
Como afirmou Max Heindel, o valor de qualquer ensinamento religioso ou filosófico reside em seu poder detransformar interiormente as pessoas. Se isso não ocorrer, tal ensinamento não passará de mero conhecimento intelectual, apenas um “sino que tine”.
Convém lembrarmos sempre, em nossas conversas e exposições, a harmonia existente entre os princípios rosacruzes e os ensinamentos de Cristo. Indo um pouco mais longe podemos afirmar que os ensinamentos rosacruzes explicam esotericamente a Bíblia, dentro de uma linha de absoluta coerência.
O estudante deve estar sempre preparado, pois a qualquer momento poderá surgir uma oportunidade de expor ou conversar sobre o cristianismo esotérico. Essa oportunidade poderá se desdobrar de várias maneiras como: exposição a uma plateia relativamente numerosa, colóquio informal em pequeno grupo ou ainda troca de ideias com alguém interessado ou angustiado com a pressão de algum problema.
É um sagrado privilégio transmitir os mistérios da Sabedoria Ocidental. Sendo assim, não nos parece justo desperdiçar uma ocasião dessas por uma razão menos relevante. Alegar inibição, nervosismo ou coisa parecida para não cumprir essa missão não é uma atitude dignificante.
Em contrapartida, quem for bem-dotado em termos de comunicabilidade se imunize contra a vaidade. Os ensinamentos rosacruzes devem ser transmitidos com humildade, devoção e entusiasmo. Evite-se fazê-lo com ar professoral ou afetação. A simpatia ajuda muito. E não olvidemos: a quem muito é dado muito será exigido.
(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/83 – Fraternidade Rosacruz – SP)
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