Arquivo de categoria Treinamento Esotérico

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Espíritos da Primavera

Os Espíritos da Primavera

Tita estava brava. Tita estava muito brava. A ideia da lição de música hoje! Em um sábado, tantas coisas a fazer, e lá fora o Sol, dourado como o coração de uma margarida. Assim, Tita escapou para fora e escondeu-se no pequeno bosque à beira do riacho.

Ela deitou-se na terra úmida. O riacho cantava para ela. A canção do riacho era borbulhante e alegre. Tita sentia-se agora em paz e feliz. Ela olhou fixamente para as nuvens que pareciam de nata e desejou cavalgá-las.

Então, surgiu a música. Tão sútil, tão doce, que ela pensou que fosse uma abelha grande, preguiçosa. Mas não, era diferente. Ela virou a cabeça. Depois, olhou fixamente.

A criatura era minúscula como um minuto. Toda de verde brilhante, com cabelos amarelos como um manto tênue. E ela estava tocando! Tocando um violino de duas menores folhas de grama que já existiram. Tita esfregou seus olhos.

– Ah! Finalmente você pode me ver!

A voz da criatura tilintou como um cubo de gelo num copo que você agita.

Tita olhou mais firmemente. Mas ela estava cheia de admiração.

– Meu nome? Seeba, a menina duende disse, como se estivesse lendo o pensamento de Tita.

– Mas – o que – o que, por quê? – Tita falou finalmente, seus olhos muito abertos.

– Ninguém jamais me vê, Seeba leu seus pensamentos novamente, a menos que esteja em sintonia com o espírito da Primavera.

Tita abriu sua boca para mais perguntas. Mas Seeba sorriu e acenou sua mão.

– Venha, ela disse, eu lhe mostrarei.

Subitamente, Seeba ficou alta, até que se tornou tão alta quanta Tita. Elas estavam numa grande floresta. Haviam árvores monstruosas ao redor, colinas e um rio barulhento, apressado, tão largo que não se via a outra margem. Tita olhou em torno, amedrontada.

– Não, disse Seeba, tudo é o mesmo. Você apenas tornou-se do meu tamanho. As árvores são apenas gramas, as colinas são torres de terra. E veja o pequeno riacho.

Ela apontou para o rio rugidor e impetuoso.

Seeba pegou sua mão. Elas andaram pelo estranho lugar até que chegaram a uma caverna. Tita continuou pensando. Tinha tantas perguntas a fazer. Mas estava tão ocupada olhando para as coisas. Um rochedo monstruoso estava perto da caverna. Era azul e brilhante.

– Lembra-se da conta azul que você perdeu? – perguntou Seeba, tocando a rocha gigante e sorrindo diante da expressão de surpresa de Tita.

De repente, Tita gritou. Uma cobra enorme passou contorcendo-se. Seeba disse gentilmente:

– Uma minhoca: Ela leva embora os cascalhos e enriquece a terra de maneira que as flores possam crescer.

Elas chegaram a um tronco que atravessava o túnel.

– A raiz de uma violeta, explicou Seeba.

Ela desdobrou asas sedosas que Tita nunca tinha visto. Juntas elas voaram por cima da raiz.

Tita não podia ver mais nada. Estava escuro como tinta. Então, ela percebeu um leve brilho prateado que se tornou cada vez mais brilhante. Pássaros que voavam pareciam reluzir com a Luz.

– Pirilampos, disse Seeba. Nosso sistema de iluminação.

Depois elas viram uns homenzinhos muito estranhos, vestidos de marrom, com baldes vazios.

Gnomos, a duende disse a Tita. Eles colhem o orvalho nos baldes e molham as raízes.

Depois apareceu uma fileira de criaturas delicadas como Seeba. Algumas eram cor-de-laranja, outras cor-de-rosa, algumas verdes. Elas traziam baldes cheios de orvalho que derramavam em algumas raízes.

– Espíritos da Primavera; disse Seeba, como uma guia num ônibus de turismo. Hoje elas estão com preguiça e muito atrasadas.

– Você é uma Fada da Primavera? – perguntou Tita.

Ela estava ainda com medo das coisas. E sua voz parecia tão fraca quando ela falou.

– Oh, sim. Eu fui para o Sul, durante todo o inverno.

Voltamos para o Norte num trem de nuvens, poucas semanas atrás,

De repente, ela parou. Ficou pálida e começou a tremer.

– A Rainha, ela disse rapidamente. Irá punir-me.

Se eu pudesse me esconder em algum lugar. Mas é muito tarde.

Um clarão ofuscante de luz amarela brilhou contra os olhos de Tita e, diante delas, estava uma visão encantadora. Ela era mais alta que Seeba e usava um vestido verde brilhante que resplandecia em todas as cores do arco-íris. Seu cabelo era de cor azulada, mas não parecia estranho. Tita pensou que nunca vira um ser tão lindo.

Mas os olhos da Rainha estavam lampejando.

– Você não veio para exercitar, disse a Rainha, olhando para Seeba. Você fugiu para brincar. Bem, por esse motivo você ficara na caverna toda a noite e não subirá para as nuvens. E tocará seu violino a noite toda.

Seeba começou a implorar.

– Vai chover esta noite, querida Rainha, ela disse em prantos. Eu adoro cavalgar as gotinhas de chuva, e haverá tantas novas Fadas chegando.

Uma das grandes cobras apareceu. Tita esqueceu-se que se tratava apenas de uma minhoca. Começou a correr cada vez mais rápido. E, de repente, estava fora, ao Sol. Sozinha. Esfregou seus olhos e olhou a sua volta.

Devia ser muito tarde. O Sol já quase se escondia. Nuvens escuras estavam se formando. Tita não esperou.

Correu para casa.

Naquela tarde, Tita tocou seu violino. Sua mãe tocou piano. Papai lia seu jornal e seu irmão Jan estava lustrando uma luva de beisebol.

Então, Tita ouviu a música. Era leve e doce como os sinos das fadas.

– As Fadas da Primavera, ela disse, ansiosamente.

O irmão Jan a olhou e suspirou.

– Ah, ele resmungou, está chovendo. Não poderemos jogar amanhã.

Tita empinou o nariz para ele. Como um garoto podia saber? Mas ela entendeu. As Fadas da Primavera estavam vindo como toda a força. Agora toda a glória da primavera irromperia para fora. As florestas e os campos sentiriam a magia. Ela desejou saber se Seeba estaria cavalgando as gotas de chuva. Ou se ela deveria estar na caverna, exercitando. Tita pegou seu violino e começou a tocar, outra vez. Intensamente.

(do Livro Histórias da Era Aquariana para as Crianças – Vol. I – B. Coursin Black – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Uma Cura Espiritual

Uma Cura Espiritual

Era uma vez dois garotos que se chamavam Roberto e Carlos. Roberto tinha oito anos, Carlos nove.

Eram dois meninos que não se separavam, embora não fossem irmãos. Os pais de ambos eram vizinhos, e se davam muito bem. Roberto e Carlos iam à escola juntos, diariamente e voltavam contentes. Nunca foram vistos brigando, discutindo ou com brincadeiras impróprias. Havia ocasião até que um dormia na casa do outro.

Era uma amizade sincera que encantava a todos, pela atitude exemplar de ambos e pelo respeito mútuo.

Os pais de Carlos eram mais pobres do que os de Roberto, porém, isto não afetava a amizade daqueles bons vizinhos, até a fortificava devido ao exemplar convívio dos dois filhos e cooperavam entre si nos momentos difíceis.

Certo dia Carlos ficou acamado. Roberto, que era um garoto de bons princípios e um tanto realista, não ficou desesperado. Seus pais, cujas conversas eram elevadas, amparavam fortemente o espírito do menino, ajudavam-lhe de forma mental e moral, o que muito contribuía para que o filho ficasse tranquilo.

Ofereceu- se Roberto para fazer companhia ao seu amiguinho, enquanto acamado.

E com Carlos ficava o tempo todo, ora lendo belas histórias, ora pondo-o a par das lições do dia, para que Carlos não ficasse alheio aos pontos dados pela professora.

Era maravilhoso verificar a abnegação existente entre os dois amiguinhos.

Já havia passado quinze dias e Carlos nada de se levantar nem apresentar melhoras. A doença dele deixava os médicos titubeantes, sem atinar com o que dificultava a cura.

Uma noite lá pelas dez horas, quando todos estavam ocupados na casa de Carlos, Roberto, sem dizer nada, fechou a porta do quarto e ajoelhou-se, junto a cama do enfermo que dormia, e se pôs a orar, pedindo a Jesus, Médico Divino, que inspirasse os médicos ou que fizesse um milagre, curando a seu colega. Enquanto estava concentrado, fazendo sua prece, aconteceu-lhe um fato singular, para ele que desconhecia o fenômeno.

Viu, sem estar assustado, um ovoide de tamanho regular, brilhante aproximar-se da cama. Seu coração encheu-se de alegria. Sua oração fora ouvida!

Continuou orando, quieto, quando Roberto acordou. Assim que o seu amigo abriu os olhos, falou-lhe: “Você vai ficar bom. Jesus vai atender ao meu pedido; você vai ver”!

– Mas, eu já estou bom – respondeu Carlos. Vi um médico entrar no quarto. Colocou as mãos dentro de meu estômago, e depois que as tirou disse que já estava curado.

– Mas como é que eu não vi médico nenhum aqui? – disse Roberto.

– Porém, eu vi um homem de avental branco, dizendo que eu não precisava me preocupar; que eu ficaria na cama mais sete dias de convalescença e depois voltaria a ir à escola. Disse mais, que estava atendendo a um pedido feito de coração, do meu melhor amigo, que é você.

Roberto ao ouvir isto, não pode se conter. Chorou não de tristeza, mas de reconhecimento a Jesus e aquele médico, auxiliar invisível que viera recuperar o seu bom amigo Carlos.

Quando Roberto e Carlos contaram este fato a seus pais, estes se entreolharam, como a dizer: – Deus se esconde dos grandes, mas se revela aos pequeninos que são mais puros de coração.

(Publicada na Sessão Infantil da Revista Serviço Rosacruz de fev/67)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Princesinha Aleijada

A Princesinha Aleijada

Era uma vez, não há muito tempo atrás, um lugar onde habitava uma menininha cujo nome era Emaline. Seus amigos e as crianças da vizinhança a chamavam de Princesinha Aleijada.

A casa pequenina em que ela morava era cercada de um gramado verde e lindas flores guarneciam o caminho no tempo de verão. Num canto do quintal erguia-se um grande olmo.

Cada dia, Emaline sentava-se ao lado de uma ampla janela de onde ela podia ver as flores no quintal, pessoas passando na rua e observar os pássaros construindo seus ninhos no grande olmo.

Embora essa menininha não pudesse andar, eram muitas as alegrias de que ela desfrutava ao observar as crianças brincarem, ou quando passavam em seu caminho para a escola. Todos a conheciam e a amavam e nunca deixavam de acenar-lhe quando passavam por ela, ou de parar quando tinham tempo para conversar uns minutinhos e dividir com ela suas flores, doces, ou o que tivessem.

Assim, Emaline era muito feliz e grande era sua satisfação quando os pássaros vinham colher as migalhas que ela jogava para eles, no peitoril da janela.

Do lado de fora de sua janela havia uma caixa onde ela plantou pequenas sementes que sua mãe lhe tinha dado e, pelo cuidado amoroso que ela lhes dedicou, eram, agora, uma mistura de lindas cores. Sua fragrância era fonte de contínuo prazer para Emaline. Como ela amava esses amigos amorosos que inclinavam suas cabeças na brisa e pareciam estar sempre sorrindo para ela!

Sobre uma pequena mesa bem a sua mão, encontravam-se livros de contos de fadas e de aventuras. Eram muitas as horas agradáveis que a Princesinha Aleijada passava na Terra das Fadas onde tudo era radiante e adorável.

Ao seu lado, numa cadeira, podia-se quase sempre encontrar um enorme gato amarelo, todo enrolado, dormindo. Ele adorava que Emaline alisasse seu pelo e mostrava sua satisfação ronronando sonoramente, esticando suas garras, empurrando primeiro uma pata, depois a outra, na almofada em que ficava deitado. Emaline explicava que ele estava tocando órgão para ela.

Mas, a despeito de todas essas coisas que tornavam a sua vida feliz, Emaline crescia sem poder mover-se e ansiava intensamente por andar, correr e pular, como via as demais crianças fazerem diariamente. Então, ela ficava triste e perguntava a sua mãe:

– Por que sou assim, Mamãe? Por que Deus me castiga assim?

– Minha querida, você não deve pensar que Deus castiga você, sua mãe respondia, aproximando-se e ajoelhando-se ao seu lado, colocando gentilmente seus braços fortes em torno de seu corpo frágil, para confortá-la. Eu não sei porque você é assim, mas Deus e bom demais para punir e, em Sua grande sabedoria, sabe o que é melhor para nós.

Diante disso a menininha suspirava, desejando ter a fé de sua mãe e que Deus lhe mostrasse o motivo de sua deficiência.

Era um belo dia de junho e Emaline desejou, durante todo o dia, poder andar na grama úmida e verde, poder subir no olmo para ver os passarinhos que sabia estarem lá. Quando a Sol se pôs por detrás das montanhas distantes e as sombras começaram a surgir, ela sentia-se muito agitada e desalentada porque lhe era negado o grande privilégio de poder andar.

Depois que sua mãe a colocou na cama, entre os frescos lençóis, ela permaneceu pensando por um longo tempo. Finalmente, ela rezou pondo toda sua alma na prece, pedindo para ser capaz de andar algum dia. Se pelo menos Deus mostrasse porque era inválida, talvez fosse mais feliz, pensou ela.

Emaline não sabia há quanta tempo estava dormindo quando ouviu uma voz dizer-lhe:

– Vem comigo e eu te mostrarei.

Ela não ficou surpresa quando uma figura vestida de branco a tomou pela mão e flutuaram suavemente sobre os vales e montanhas como se estivessem voando, até que chegaram a um lindo palácio branco, circundado por altos muros de pedras.

– Este é o lugar onde você morou um dia, disse a companheira de Emaline.

– Ela deve saber, pensou Emaline e não disse nada, mas apreciou com admiração o cenário ao seu redor.

Urna garotinha estava brincando nas escadas de mármore que levavam ao palácio e, enquanto elas a observavam e aproximou-se uma empregada que levou a criança para dentro do palácio.

Elas seguiram as duas e parecia estranho a Emaline que ninguém notasse a presença delas. Lá dentro estavam damas e cavalheiros muito distintos e uma tal grandeza no mobiliário como a Princesinha Aleijada nunca vira antes.

Na ocasião, a garotinha estava vestida para sair e, junto com a empregada, dirigiu-se e entrou em uma carruagem que saiu em direção ao portão. O condutor estalou seu chicote e elas foram embora.

– Assim, a garota cresceu e tornou-se uma mulher mimada, caprichosa, explicou a guia de Emaline. Observe-a como mulher!

Ela virou-se e viu uma linda mulher que vinha pelo grande portão desse mesmo palácio, andando altivamente em direção à carruagem que a aguardava, entrou nela e foi embora, exatamente com o fez quando menina.

– Vamos segui-la, murmurou a guia.

Elas observaram a carruagem passando rapidamente pelas ruas, todas as pessoas paravam, contemplando-a num silêncio de temor enquanto ela passava. Na face de alguns Emaline viu o desprezo e estremeceu.

– E assim ela segue na vida, negligenciando os membros que Deus lhe deu para andar. Ela não tem a menor simpatia pelos que trabalham pelo seu pão diário. Isto é muito triste; agora vamos voltar para casa, disse a companheira de Emaline.

Na manhã seguinte, a Princesinha Aleijada surpreendeu sua mãe com esta pergunta:

– Mamãe, a senhora acha que já moramos aqui na Terra, antes?

– Oh, sim, querida. Creio que sim, mas por que você pergunta?

– Um dos mensageiros de Deus mostrou-me na noite passada onde eu morava e porque sou inválida, e tudo e por minha única culpa. Oh, mamãe! Vou ser muito boa de agora em diante, Emaline exclamou.

– Que estranho, pensou sua mãe, mas somente abraçou-a e disse:

– Você sempre foi boa, querida, pois ela estava acostumada as singularidades de sua pequena filha.

Assim, enquanto os dias de verão iam passando, a pequena Emaline sentava-se a sua janela e cantava alegremente, olhando as crianças, os pássaros e as flores.

Ela lia historias para as crianças, enxugava suas lágrimas, e elas encontravam auxilio e simpatia nas mãos da Princesinha Aleijada.

Lágrimas de simpatia rolaram de seus olhos quando um dia, sentada perto da janela, viu um passarinho com uma asa quebrada cair bem abaixo de sua janela. Sua mãe o salvou e juntas ataram a asa quebrada e cuidaram do passarinho até que ele ficou novamente bom.

Um dia, um médico famoso veio à cidade onde Emaline morava e sabendo da existência da Princesinha Aleijada que possuía um coração terno, veio vê-la. Quando estava sentado numa grande cadeira, de frente para Emaline, perguntou a ela, numa voz cheia de amor e compreensão, o que significaria para ela ser capaz de andar.

– Oh, senhor, ela murmurou, estou muito feliz como sou, mas seria maravilhoso poder andar. Aí eu poderia ir a todos os lugares, ajudando as crianças que necessitassem de ajuda. Há muitas assim, o senhor sabe.

Os olhos do médico estavam muito ternos enquanto olhava para a menininha e ele lhe disse que voltaria pela manhã.

Durante a noite, Emaline abriu seus olhos em admiração para a figura toda de branco que estava ao lado de sua cama.

– Não tenha medo, ele disse, eu sou o médico e vim na qualidade de Auxiliar Invisível, em meu corpo espiritual, para curá-la. Eu posso deixar a meu corpo físico, como você vê, mas devo retornar a ele pela manhã.

Ela adormeceu imediatamente e só acordou na manhã seguinte. Lembrou-se, então, do que vira a noite e, descobrindo-se, colocou suavemente o seu pé no chão e ficou parada alguns minutos, com medo de se mover.

– Eu posse andar! Ela disse.

Parecia haver agulhas e alfinetes picando o seu pé, mas ela prosseguiu valentemente e colocou sua mão nas costas de uma cadeira, para apoiar-se. Deu primeiro um passo, parou, deu outro passe ate chegar a sua cadeira que estava perto da janela onde se sentou, tremendo de excitação, e foi lá que sua mãe a encontrou. Admiração, , Alegria estampavam-se no rosto de sua mãe, quando a viu sentada em sua cadeira. Emaline logo a convenceu que podia andar e com a ajuda de sua mãe praticou alguns passos, indo da cama para a cadeira, ate que ficou exausta e sua mãe aconselhou-a a descansar até que o médico chegasse.

Foi com um rosto brilhando de amor e gratidão que ela relatou ao médico tudo o que ocorrera desde que ele partira no dia anterior e como ele veio a ela durante a noite.

Grande foi a alegria quando se espalhou a notícia de que a Princesinha Aleijada podia andar.

(do Livro Histórias da Era Aquariana para as Crianças – Vol. I – Matilda Fancher – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Cornélia e as Fadas das Cores

Cornélia e as Fadas das Cores

Num agradável dia de verão, a pequena Cornélia brincava com suas bonecas no seu cantinho predileto, debaixo dos frondosos ramos de uma enorme ameixeira que ficava numa extremidade do longo e ajardinado quintal de sua casa. Muitas e espessas moitas de certa planta de cores bastante variadas, assim como as mais diversas flores, tornavam aquele recanto convidativo, e Cornélia gostava de imaginar que as pétalas daquelas flores eram asas de fadas. E cantarolava alegremente enquanto arranjava suas bonecas em torno do robusto tronco da ameixeira amiga. Alguém, contudo, havia abandonado um espelho ali, sobre a grama. Tomando-o entre os dedos Cornélia notou ao longo de seus convexos ou recurvados bordos algo assim como as cintilações das várias cores de um arco-íris.

“Oh!” – exclamou admirada – “O que aconteceu?”.

Movendo, então, o espelho de um para outro lado, para frente e para trás, descobriu que a luz do Sol é que causava aquele efeito multicolorido em seus bordos. Cornélia sentou-se e pôs-se a examinar o seu achado, atônita ainda pela descoberta do pequenino arco-íris, que aparecia e desaparecia ao menor movimento. Nisto uma risada miúda e cristalina flutuou e escorregou pelo ar, e do meio do riso uma vozinha musical falou:

“Diremos tudo se você aceitar uma brincadeira nossa!”.

Cornélia não coube mais em si de espanto ao ouvir aquela vozinha. Sua boca assemelhava-se a um “O”, e seus olhos castanhos a dois “Os”. E olhava e fitava insistentemente a minúscula figura que se postava frente a ela. Sabia tratar-se de uma criaturinha do mundo das fadas, mas dificilmente podia acreditar naquilo que seus olhos viam. Finalmente decidiu falar:

“Quem e você?”

“Eu” – respondeu o pequeno ser – “sou a Rainha das Fadas das Cores”.

E de fato era, pois uma graciosa e elegante coroa podia ser vista sobre a sua cabecinha, e em uma de suas mãos uma varinha de condão dourada.

“Eu não sabia que existiam Fadas para as cores” – disse a menina, sentindo-se agora mais à vontade.

Ah! “sim?” – sorriu a Rainha das Fadas – “Nós somos em grande número, ainda que as pessoas raramente nos vejam. Mas veem o trabalho que fazemos em toda parte e no mundo inteiro”.

“Que tipo de trabalho?” – indagou Cornélia com ansiedade.

A esta altura um invisível coro de argênteas vozes cantou em resposta:

“Nosso afã é divertido,

nosso afã é divertido,

pois nós fazemos o mundo

mais alegre e colorido!”

“Veja” – explicou a Rainha das Fadas – “nós combinamos e distribuímos as cores que existem nas flores, nos frutos, nas folhas, e em tudo o que existe em volta de você. Vamos a toda parte e estamos sempre pensando na melhor maneira de tornar o mundo o lugar mais belo e colorido em que se possa viver. Gostaria de ver alguma coisa desse trabalho?”.

“Oh! adoraria” – respondeu Cornélia, batendo palmas de alegria.

“Ótimo!” – disse a Rainha das Fadas – “Então vamos começar a brincadeira. Mas deixe-me, primeiro explicar-lhe como se forma um arco-íris: a luz do Sol é branca, ou é o branco mais puro que existe em nosso universo, ainda que na realidade ela apareça aos olhos em sete diferentes cores. Quando a luz branca é dividida, conforme aconteceu no seu espelho ou conforme aconteceu nos céus após uma chuva, então você pode ver cada cor separadamente, formando uma faixa de sete cores. Nós combinamos essas sete cores de maneiras as mais diversas para formar uma grande variedade que você pode ver em volta de si, na Natureza”. Aí, então, a Rainha ergueu a sua varinha e ordenou: “Vermelho e Azul, venham. Vamos começar a brincadeira”.

Imediatamente duas pequeninas fadas – uma toda vestida de azul, a outra toda de vermelho – apareceram, inclinando-se gentil e elegantemente para a Rainha e para Cornélia. Então a Vermelho adiantou-se e se postou em frente à Azul, surgindo da união das duas a cor violeta.

“O que você já viu com essa cor?” – indagou a Rainha dirigindo-se à menina.

“Oh! eu sei: uvas, ameixas, uma flor chamada violeta e algumas outras flores”, respondeu a garota prontamente.

“Certo” – confirmou a Rainha das Cores.

“Agora chamarei o Amarelo. Sr. Amarelo! Sr. Amarelo! Esse é um camarada muito engraçado”.

“Eis-me aqui, aqui estou!” respondeu uma alegre voz, enquanto uma figurazinha toda vestida de amarelo aparecia.

“Oh!” – exclamou Cornélia – “você tem ao mesmo tempo a cor da luz do Sol, dos limões maduros e dos botões-de-ouro!”.

“Que combinação engraçada! Mas você tem razão, senhorita Cornélia. Você tem razão” – concluiu com uma sonora risada.

“Ué! como soube meu nome?” – indagou a menina mostrando surpresa.

“Ah! Nós somos sábias, nós somos sábias, ainda que não sejamos grandes em estatura” – respondeu o Sr. Amarelo, rodopiando velozmente na ponta do dedão do seu pezinho direito.

A seguir o gaiato Espirito da Natureza pôs-se em frente ao Vermelho, e dessa junção surgiu a cor: “Laranja!” – gritou Cornélia.

“Você está, agora, da cor de uma laranja!”.

“A cor das cenouras e das morangas também. Agora vou me colocar em frente ao Azul”.

“Agora você ficou verde como a grama!” – disse a menina.

“E as árvores, e as plantas, e muitas verduras que comem os seres humanos são também verdes, conforme você sabe”, acrescentou a Rainha das Fadas. “Espero que você tenha gostado desta brincadeira e ao mesmo tempo aprendido algo a respeito das cores”.

“Sim, sim, gostei e aprendi. Muito obrigado!” – disse Cornélia.

“Vocês poderiam voltar e ensinar-me mais sobre cores?”.

“Voltamos” – respondeu graciosamente a Rainha das Fadas. “Mas por enquanto precisamos dizer “Adeus”, porque temos muitos lugares a visitar e muita coisa a fazer. Preciso ver se todos os meus auxiliares estão trabalhando de acordo. Assim cumpro minha tarefa, a qual, como você já sabe, é fazer do mundo o mais belo e colorido lugar em que as pessoas possam viver e alegrar-se”.

Cornélia ia começar a falar, mas antes que pudesse dizer alguma coisa já as minúsculas criaturinhas haviam desaparecido.

Teria sido aquilo um sonho? Não. Ela estava convencida de não ter dormido. Além disso a Rainha das Fadas havia prometido voltar para ensinar-lhe mais acerca do maravilhoso mundo das cores.

Cornélia, então, olhou em volta, e viu outra vez o espelhinho. E tomando-o mais uma vez entre as mãos pensou:

“Agora sei de onde vêm essas tão lindas cores!”.

(do Livro Histórias da Era Aquariana para as Crianças – Vol. I – Grace Evelyn Brown – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Jardim na Primavera

O JARDIM NA PRIMAVERA

O jardim estava agradável, naquela ensolarada manhã de primavera quando Florence, mal terminado o café, correu a ver as sementes que plantava. Precisava saber se tinham brotado durante a noite. As sementes de ervilha que foram plantadas quando a neve ainda cobria o chão, essas já haviam brotado, erguendo já seus ramos a boa altura. Os brotos de amor-perfeito também já deviam estar despontando por esse tempo.

Florence procurou-as com ansiedade. Sim, lá estavam! Cada tenra haste projetava duas pequenas folhas, e algumas apenas se divisavam surgindo à superfície.

Quão maravilhoso era tudo aquilo! Florence dava qualquer coisa para poder ver o que se passava debaixo da terra, pois muitos milagres deviam acontecer ali para que essas sementes se transformassem em trepadeiras, arbustos e flores. Debaixo do solo, continua e silenciosamente, as duras sementes tornavam-se macias e se abriam, permitindo nos pequeninos filamentos vicejantes projetarem-se para a luz.

Tudo no jardim estava repleto de vida, uma formosa vida que se mostrava a si mesma na mais variada vegetação que brotava da terra. A grama era verde-amarelada, e as árvores, arbustos, plantinhas e trepadeiras projetavam milhares de delicados apêndices da mesma cor. Olhando mais próximo, Florence podia ver que tudo estava sendo preparado para o maravilhoso florescer que se aproximava naquela mesma primavera. As cerejeiras carregadas de botões, parte rosa, parte brancos, aguardavam o momento para abrir suas flores e, a seguir, exibir seus frutos. As macieiras também já mostravam seus botões. E os pés de morangos, de groselhas e de framboesas igualmente se preparavam para a bela estação das flores, e para a colheita de frutos que se seguiria.

Diariamente Florence pensava sobre as maravilhas da primavera, e ansiava pelos dias em que esses preparativos da Natureza alcançavam seu ponto culminante. Muitas vezes ela voltava a olhar as plantas, a ver se haviam crescido mais um pouco, e de todas as vezes não conseguia notar grandes mudanças.

“Mesmo assim suponho que elas crescem o tempo todo” disse de si para si – “e até pela noite a dentro. Vê-las-ei novamente amanhã de manhã, e talvez descubra que elas tenham crescido um pouco”.

Florence adormeceu naquela noite com esses pensamentos. Despertou a certa altura vendo claridade da lua infiltrando-se pela janela.

“Está tão claro” – pensou. “Acho que é bom ir até ao jardim ver se já cresceram um pouquinho”. Enfiou-se, pois num roupão de banho e calcou os chinelos de feltro. Nunca antes havia saído ao jardim a estas horas, mas agora, de algum modo, ela se sentia diferente. Sentia-se tão cheia de vida que desejava fazer algo.

O jardim estava lindo, com a Lua ao poente e uma tênue luminosidade ao nascente, sugerindo à Florence que a aurora despontava. Primeiro de tudo ela correu a ver os brotos de amor-perfeito. À luz do luar mal podia distinguir aqueles dos outros que havia examinado na tarde anterior; mas percebeu que haviam crescido um pouquinho durante à noite.

Ao se erguer para regressar, porém, a menina ouviu uma vozinha ao seu lado. Olhou, e então percebeu ali uma estranha criaturinha cor verde-claro, usando um pequenino capuz verde que mais parecia uma pétala sobre os seus olhinhos oblíquos e orelhinhas pontudas. Tinha um narizinho arrebitado, e seus lábios sorriam em afável cumprimento. Seu corpo era pequeno, mas maciço e seus braços e pernas muito miúdos eram cobertos por uma película verde muito colante, que mais parecia pétalas de flores.

“Oh” – exclamou Florence. “Você deve ser um elfo! Sempre quis ver um. Tenho visto desenhos de você e de seus amigos em meus livros”.

“Sim” – gargalhou o elfo. “As pessoas nos desenham e escrevem estórias e versos sobre nós, mas na realidade essas pessoas não acreditam que existamos. Para elas somos apenas fantasias”.

“Eu acredito em você!” – afirmou a menina – “Sempre acreditei em sua existência e sempre esperei vê-lo um dia”.

“Creio no que diz” – respondeu o elfo – “Está é a razão porque me tornei visível a você”.

“Agradeço-lhe por isso”.

“Olhe, as crianças creem em nós, e isso permite que elas nos vejam” – explicou o elfo – “mas não há necessidade de aparecermos aos adultos que não acreditam em nós, porque, assim, ainda que eles nos vissem, simplesmente não acreditariam em seus olhos, e diriam isso as crianças, e ficaríamos assim impedidos de aparecer a essas mesmas crianças, porque elas nos negariam igualmente”.

“Creio, também, em fadas e duendes”. – disse Florence.

“E em gnomos? Já viu algum?”

“Não, nunca” – ela admitiu.

“Gostaria de vê-los?”

“Oh! sim, gostaria imensamente! Por favor, mostre-me ao menos um”.

“Os gnomos vivem debaixo da terra, e lá permanecem a maior parte do tempo. Provavelmente esta é a razão porque você ainda não viu nenhum”.

“Como os mineradores?”

“Exatamente. Na verdade eles são os mineiros do nosso reino”. – esclareceu o elfo. “Eles trabalham com os minerais: o carvão, a terra e as pedras preciosas”.

“Posso levá-la a vê-los, mas primeiro você precisa crer que a terra em que você pisa é, como se fosse, um nevoeiro, ou uma espécie de fumaça transparente. Você está, agora, em seu corpo de sonhos, e pode penetrar na terra tão facilmente como se penetrasse num nevoeiro. Pense apenas que a terra é uma enorme nuvem. Olhe para baixo, além do chão, e aí poderá ver tudo o que está acontecendo. Procure as sementes que você plantou, Onde estão?”

“Aqui!” – gritou Florence entusiasmada, voltando-se para o lado em que uma leira de flores havia sido plantada não fazia muito.

“Olhe bem ali em baixo” disse o eIfo apontando em frente – “e você verá um gnomo ocupado, abrindo sementes para que elas possam brotar, e afofando a terra em volta a fim de que o brotinho espiralado possa sair à superfície. A semente vai desaparecer, mas a plantinha sairá à luz. Tudo isso seria impossível de acontecer sem a colaboração dos gnomos”.

Florence olhava o gnomo atentamente. Ele era, de fato, uma criaturinha extraordinária, mais do que engraçada, parecendo-se com um velhinho de longas barbas brancas. Vestia-se de marrom – marrom cor da terra – e usava um pequeno e pontudo capuz, também marrom. Seus dois olhinhos verdes não paravam em suas órbitas, e seus dedinhos igualmente marrons manuseavam as sementes com grande habilidade, virando-as em diferentes posições.

“Para que isso?” – perguntou Florence.

“A maioria das pessoas não sabe plantar: geralmente se esquece de deixar livre (ou fofa) a terra no lugar onde a plantinha vai brotar” – explicou o elfo. “Os gnomos precisam, então, arrumar as sementes na posição correta, assim como algumas vezes fazemos com os ramos das trepadeiras que tomam a direção errada”.

O gnomo mantinha-se ocupado em seu trabalho. Dentre seus ágeis dedinhos as sementes começavam a se abrir e os brotos a despontar rumo à superfície do solo.

“Olhe aquelas palmas-de-santa-rita” – disse o elfo cruzando o caminho para o outro lado do jardim – “Foram plantadas por você no último outono. Veja-as agora!”

Outros gnomos ocupavam-se naquele lado com outras sementes e plantas, preparando-as para o verão, tratando-lhes os brotos ou lhes desimpedindo a saída.

“As pessoas pensam que fazem tudo quando lançam uma semente ao solo, e que a Mãe Natureza apenas faz “o resto”, que creem ser uma pequena parte. Na verdade é a Natureza que faz quase tudo. E como? Servindo-se de milhões de auxiliares. Olhe só embaixo daquela gleba e veja quantos gnomos são necessários para se fazer um pequeno gramado”.

Florence olhou para baixo e viu muitos gnomos: um exército deles, todos trabalhando com a terra e com as raízes. E trabalhavam todos juntos, no mesmo ritmo, como se fossem um só operário.

“E a isso que chamam equipe, no seu mundo” – observou o elfo.

“É como na escola!” – replicou Florence.

“Sim” – confirmou o elfo. “E tem, também, um professor, um chefe gnomo. Vamos agora naquela árvore ali. Mesmo quando uma árvore está crescida os gnomos precisam trabalhá-la constantemente, esticando suas raízes, ou alongando-as mais dentro da terra, a fim de que sugue dali mais e mais vida”.

Quando haviam alcançado a enorme árvore, nos limites do jardim, Florence olhou para baixo e pode ver suas longas raízes e uma enorme quantidade de homenzinhos marrons, todos ocupados com as raízes e a terra, enquanto próximo a eles, mas na parte superior, uma multidão de elfos fazia a grama crescer.

“Eu nunca soube antes que as coisas foram feitas para crescer. Só sabia que cresciam”. – observou Florence.

“Mas como poderia uma planta crescer – indagou o elfo – se alguém não lhe proporcionasse as condições apropriadas ou não lhe desse o necessário alimento? Os jardineiros não pensam nisso. Daqui a pouco as fadas estarão fazendo seu trabalho nos botões, de modo a desabrocharem dali flores e frutos. Por cores nas flores é um trabalho todo especial, e nesse trabalho as hábeis fadas são ajudadas pelos gnomos, também. Esse trabalho é uma verdadeira obra de arte como, por exemplo, pintar as pétalas dos amores-perfeitos ou das encantadoras linhas das orquídeas”.

“Quão maravilhoso é tudo isso!” – exclamou Florence – “e como eu gostaria de poder ajudá-los!”.

“Você pode ajudá-los” – respondeu o elfo. “Todas as vezes que você irrigar as plantas estará ajudando. Você pode ajudá-los, também, amando-os. Não sabia que o amor faz tudo crescer melhor? Sim, tudo: as plantas, os animais e o ser humano. Mas há ainda outra maneira de você ajudá-los. As chuvas da semana passada levaram de enxurrada bastante terra do jardim. Você pode repor essa terra, pois para os pequeninos gnomos é muito difícil transportar material tão pesado”.

“Será isso a primeira coisa que farei ao amanhecer” – prometeu Florence.

“Você e uma boa menina” – disse o elfo – “Agora desça comigo à lagoa e lhe mostrarei certos bebês d’água”.

Juntos, os dois escorregaram até a lagoa, e ali, ao longo da margem, o elfo mostrou a Florence uma incontável quantidade de pequenos ovos que começavam a se partir. De dentro deles uma multidão de pequeninos seres escuros – que os seres humanos chamam girinos – saía para a luz. Ajudando- os a sair podia se ver algumas criaturinhas muito lindas, cor verde azuladas, que cintilavam na água como peixes, mais parecendo fadas sem asas. Algumas brincavam com as pequenas ondas, enquanto sua roupagem flutuava na corrente. Outros pequenos seres, estes aéreos, sopravam as criaturinhas de cima para baixo, fazendo borrifos e bolhas de ar.

“Que adoráveis!” – exclamou Florence – “Quem são?”

“As que estão na água chamam-se ondinas, e os que estão no ar chamam-se silfos. Estes fazem as brisas que refrescam os dias quentes”.

Naquele momento o sol surgiu no horizonte, lançando luz e calor sobre o jardim e iluminando as árvores, os arbustos, as plantas e as trepadeiras. Tudo parecia tão cheio de vida que Florence não se conteve: “Oh! Nunca pensei antes que tudo isto tinha tanta vida! Exatamente como as pessoas!”.

“De fato, tudo vive” – concordou o elfo – “Agora você precisa ir-se, mas recorde tudo isto quando voltar para o seu mundo”.

“E você me levará outra noite a ver seu mundo outra vez?” – indagou Florence.

“Claro que sim” – respondeu o elfo. “E agora, adeus. Não se esqueça de irrigar o jardim, quando não chover, e de carregar terra para lá depois das enxurradas”.

“Lembrarei isso” – prometeu Florence – “e obrigada por me ter mostrado todas essas coisas maravilhosas”.

Ainda era cedo quando ela acordou. E pensava sobre a maravilhosa aventura quando sua mãe entrou, trazendo três coelhinhos brancos.

“Olhe só para isto, querida” – disse ela. “Chegaram esta noite”.

“Oh! que lindos, mamãe!” exclamou Florence feliz, tomando os coelhinhos um a um e afagando-lhes as orelhas, E, então, revelou:

“Mamãe, um elfozinho levou-me a ver os gnomos, os outros elfos, as ondinas e os silfos todos trabalhando. Mas não me levou a ver uma coelheira. Suponho que ele reservou isso para uma surpresa, para esta surpresa! Que foi uma das melhores deste dia!”.

(do Livro Histórias da Era Aquariana para as Crianças – Vol. I – Grace Evelyn Brown – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Serviço do Templo para as Crianças

SERVIÇO DO TEMPLO PARA CRIANÇAS

1) Hino Rosacruz de Abertura

2) Descobre-se o emblema

3) Saudação Rosacruz:

“Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

a que as crianças respondem:

“E na Vossa Também”

4) Leitura:

Queridos amigos, temos um Pai nos céus, um Pai que nunca perdemos. Foi Ele quem fez tudo o que existe, desde as coisas mais pequeninas, como os grãos de areia até os astros, como a Lua, o Sol e as estrelas que, tantas e tão longe, vemos brilhar no firmamento como pontos luminosos. Este mundo é obra de Deus. É Ele que o sustenta e nos dá árvores, frutos, água, o ar invisível que respiramos e a vida que sentimos palpitar em nosso coração.

Quando, à noite, vemos tudo escuro em volta, o que mais desejamos é a Luz para iluminar, ver o caminho e andar sem tropeções. Pois bem, queridos amigos, Deus é a Luz que dissipa o escuro e as sombras da alma. Quando, ao seguir o nosso caminho na vida, caímos em erros ou cometemos maldades, um escuro como o da noite envolve a nossa alma, tudo nos parece triste e sentimos desejo de chorar. Nesse momento, se nos lembrarmos da nossa crença, da nossa verdade e pensarmos que “Deus é Luz”, então a luz de Deus, mais poderosa que as trevas, mais forte que a tristeza, iluminará o nosso pensamento e guiará o nosso coração pelo caminho reto, bom e agradável. E a tristeza desaparecerá, a vida nos parecerá clara e alegre como um dia de sol.

Todas as pessoas, antes de nascerem na terra, vivem no Céu. Ali somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai. Na terra, as pessoas continuam a serem irmãos como no Céu; quer dizer, embora tenhamos o nosso pai e a nossa mãe aqui na terra, continuamos sendo filhos do nosso Pai Celestial. Portanto, assim na Terra como no o Céu, somos irmãos, e devemos amar e respeitar uns aos outros.

Chama-se Fraternidade o amor a todas as pessoas, a todas as raças, a todo o mundo. A Fraternidade é a Luz de Deus que, iluminando o mundo, une as pessoas, apesar de separadas, ainda por línguas, nações, raças e costumes. Mas, quando todos sentirem e praticarem esse amor, essa Fraternidade que é a Luz de Deus, então, queridos amigos, não existirá mais separações e, a miséria, as doenças, o sofrimento e o medo desaparecerão.

Saiba que a Luz de Deus é visível e pode ser vista mesmo com os olhos fechados. Até os que não podem contemplar a luz do dia, como os cegos, podem ver a Luz de Deus. É a luz boa que nos dá ânimo, que nos alegra, que nos dá energia nos jogos e no trabalho, inteligência nos estudos e sempre nos acompanha, em casa, no campo, na rua; quando estamos acordados ou dormindo. Ela é mais viva, mais forte dentro de nosso peito, quando fazemos uma boa ação, quando dizemos a verdade, quando ajudamos os outros – começando pelos que são da mesma família.

Todos nós, amigos da Cruz e das Rosas, podemos dar ao mundo essa luz. Para isso, devemos procurá-la, primeiramente, dentro de nosso coração. Se essa procura é feita dedicadamente com toda a fé, a Luz nos ilumina, somos felizes e Cristo, Nosso Senhor, abençoa a nossa felicidade.

5) Meditação

6) Oração Infantil (repetida pelas crianças):

Senhor, nós, as crianças do mundo a quem fez a promessa de ser nosso o Reino dos Céus, queremos que o Seu reino seja também formado aqui na terra. Nós lhe pedimos Senhor, que nos ajude a conservar pura a nossa Mente, terno o nosso coração e cheio de saúde o nosso corpo. Queremos, como crianças, gozar dos dons que recebemos de Você para, no futuro, quando formos homens e mulheres, empregá-los corretamente, iluminados pela chama do Seu amor. Agora, Senhor, dá-nos a Sua mão amiga, deixa apertá-la contra o nosso peito, queremos o Seu amor para guardá-lo em nosso coração.

7) Cantar o Hino de Encerramento

8) Cobrir o emblema

9) Palavras de despedida:

Ao partirmos daqui, depois de fazermos a nossa oração, recordamos e faremos por ter sempre presente que o amor de Deus é Fraternidade entre as pessoas, é a irmandade espiritual e o remédio para todos os males do mundo.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

RECEITA – Tabule com quinua

RECEITA – Tabule com quinua

Ingredientes:

200 gramas de quinua

– 200 gramas de pepino picado

– 2 cenouras picadas

– 1 cebola ralada

– 1 pimenta vermelha picada (opcional)

– Cebolinhas em rodelas

– Azeite de oliva extravirgem

Modo de fazer:

Lave a quinuya, deixe escorrer e leve para dozinhar em fogo médio em 400 mL de água fria e sal a gosto, em panela tampada, por 10 a 15 minutos. Cozinhe as cenouras e a pimenta durante 3 minutos. Misture a cebola com o azeite, junte a quinua e misture bem. Acrescente os legumes e decore o prato com as cebolinhas.

Rendimento: 4 porções.

Fonte: Revista dos Vegetarianos

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RECEITA – Geleia de cascas de frutas

RECEITA – Geleia de cascas de frutas

Ingredientes:

– Cascas de 1 manga

– Cascas de 3 maçãs

– 1 xícara (chá) de açúcar demerara

– 1 xícara (chá) de água

Modo de fazer:

Lave bem as frutas e descasque. Corte as cascas em pequenos pedaços. Em uma panela, cozinhe as cascas com água por cerca de minutos. Bata no liquidificador e volte ao fogo, acrescente o açúcar. Cozinhe sem mexer até atingir o ponto de geleia, ou seja, quando a mistura começar a grudar nos dedos.

Rendimento: 1 xícara

Dica: Você também pode usar casca de banana, tangerina, laranja, mamão, abacaxi, melão, maracujá ou goiaba.

Fonte: Revista dos Vegetarianos

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RECEITA – Refresco de abacaxi com hortelã

RECEITA – Refresco de abacaxi com hortelã

Ingredientes:

– Casca de 1 abacaxi

– 1 litro de água

– Folhinhas de hortelã

Modo de fazer:

Lave o abacaxi em água corrente com uma escova. Descasque, dispense a base e a coroa. Pique a casca e leve-a para ferver com água. Bata no liquidificador, acrescente a hortelã e bata novamente. Coe e sirva gelado.

Rendimento: 4 copos.

Fonte: Revista dos Vegetarianos

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RECEITA – Picadinho de casca de melancia

RECEITA – Picadinho de casca de melancia

Ingredientes:

– ½ cebola picada

– 1 colher (sopa) de azeite

– 1 xícara (chá) de PTS (Proteína de soja texturizada) em tiras, já hidratada

– 1 xícara (chá) de entrecasca de melancia (parte branca)

– ¼ de xícara de molho shoyu

– 1 colher (sopa) de mostarda

– ½ xícara de cebolinha picada

Modo de fazer:

Refogue a cebola no azeite , junte a PTS e a entrecasca de melancia. Acrescente o shoyu, a mostarda e continue refogando, até cozinhar um pouco a melancia. Quando estiver al dente (não mole), junte a cebolinha, apague o fogo e sirva em seguida.

Rendimento: 2 porções

Fonte: Revista dos Vegetarianos

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