Arquivo de categoria Relação do Ser Humano com outros Seres

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Canais da Ação Divina: Não procurar fazer valer a sua vontade, mas sim a do Pai

Canais da Ação Divina: Não procurar fazer valer a sua vontade, mas sim a do Pai

No encerramento do Ofício (Ritual) Devocional Rosacruz há uma exortação a tornarmo-nos “melhores homens e mulheres e sermos, assim, melhor utilizados como colaboradores conscientes na Obra benfeitora dos Irmãos Maiores, a serviço da humanidade”.

Os excelsos seres mentores de nossa evolução necessitam de pontos de apoio aqui no mundo material para realizarem seu trabalho de regeneração.

Não fosse assim, pouco ou nada conseguiriam. A face da Terra tornar-se-ia uma verdadeira desolação, em virtude das falhas humanas.

Cooperar com os Seres Espirituais, além de um inigualável privilégio, é um dever. Todos aqueles ligados aos movimentos espiritualistas têm colhido grandes bênçãos, como resultado de seu esforço em procurar aperfeiçoar-se moralmente. Como muito recebem, cabe-lhes, em contrapartida, a responsabilidade de dar, fazendo, assim, cumprir a Lei Cósmica.

Quem aceita, voluntariamente, a missão de servir põe-se em sintonia com a Fonte Suprema de todas as coisas. Quanto mais ajuda, percebe como crescem suas qualidades, seus talentos e possibilidades de colaborar em esferas cada vez mais amplas. Converte-se em um canal por onde fluem todas as dádivas divinas.

Do boletim ECOS de Mount Ecclesia, publicado em abril de 1980, destacamos um trecho, cujo conteúdo exalta essa condição de meio de expressão das forças espirituais: “Não esqueçamos que AMÉM significa ASSIM SEJA. Terminemos sempre nossas preces com esta poderosa expressão de FÉ e confiança no Poder Divino, na Presença luminosa e sábia que é Cristo, o Ser sublime que nos dá vida, e que habita em nós, no coração da humanidade. Assim nos compenetraremos cada vez mais da verdade de que Deus, Cristo, não age por nós, mas sim por meio de nós. Os Seus ‘milagres’ são a Sua maneira de utilizar sabiamente as Suas Leis. ‘Quando deixamos que a nossa vontade se apoie firmemente nas Suas Leis naturais, vemos que Ele pode criar tudo através de nós e fazer, assim, todos os milagres'”.

O requisito fundamental para servirmos de canais de ajuda e cura é estarmos sintonizados com o Cristo em nós mesmos. Por isso constitui valioso exercício, uma ou duas vezes ao dia, recolhermo-nos por alguns minutos, procurando conscientizar-nos da Divina Presença e de nossa unidade com o Pai. Isso é muito importante porque além de ensejar-nos proteção contra maus pensamentos ou sentimentos, tão comuns, principalmente nos ambientes de trabalho, poderá nos converter em meios de manutenção de equilíbrio e bem-estar.

Para muitos, essa prática pode parecer inédita ou até surpreendente. Mas não é verdade. Se consultarmos a Bíblia verificaremos inúmeros casos em que alguém ou algumas pessoas serviram de instrumento ou de canal para que se operassem “prodígios” ou “milagres”.

No capitulo 5 de São Lucas, por exemplo, vemos como um grupo de homens, pela intensidade de sua fé no poder sanador do Cristo, tornou -se o instrumento para a realização da cura. E assim, em várias passagens encontramos fatos idênticos.

Tudo isso sempre foi uma realidade. Apenas agora um número cada vez maior de pessoas começa a sensibilizar-se a essa verdade. Como disse Salomão, no Eclesiastes: “O que foi, é o que há de ser, e o que se fez, isso se tornará a fazer. Nada há, pois, novo, debaixo do Sol” (N.R.: Ecl 1; 3).

Assim, consciente dessa responsabilidade, o Aspirante deve manter-se sempre calmo, confiante e equilibrado diante de todas as circunstâncias. Não deve permitir que a dúvida ou a preocupação ofusquem sua visão interior, ou que alguma condição adversa venha a perturbá-lo. Sabe que o amor divino é expresso no mundo através dos canais humanos. Não procura, entretanto, fazer valer a sua vontade, mas sim a do Pai.

Não é o que realizamos, nem a extensão de nossa influência que nos torna importantes a Deus, mas, quão desejosos estamos por deixar que Seu amor encontre expressão, por meio de nós, exatamente onde estamos. Dessa forma, Ele pode, realmente, criar tudo através de nós, e realizar os assim chamados “milagres”.

(Revista Serviço Rosacruz – 05/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Coroa da Maternidade

A Coroa da Maternidade

Um dia, o grande Anjo Gabriel, que é o criador de todas as flores que estão sobre a Terra, reuniu seus Anjos, enchendo suas mãos e corações de doce paz celestial, e mandou-os espalhar essa paz celestial sobre as dores do mundo. Ele, também, os instruiu para lhe trazer, no fim do dia, a coisa mais bonita da terra, para transformá-la numa flor rara e perfeita, e para devolvê-la a Terra, a fim de servir de auxílio e inspiração para as crianças.

Todos esses Anjos partiram, alegremente, para cumprir sua bela missão, exceto um dentre eles, mais jovem e tímido que os outros, foi ficando para trás, caminhando lentamente.

“O que é que vou dar?”, pensou, enquanto ele flutuava silenciosamente sobre os vales e colinas, envoltas em nuvens. “O mundo inteiro me parece tão bonito”.

As horas passaram rapidamente e os Anjos retornaram triunfalmente ao céu, um seguido do outro, trazendo, todos eles, uma coisa maravilhosa que tinham colhido da Terra. Um havia colhido a névoa perolada do amanhecer; outro trouxe o orvalho que repousa na pétala interna de uma rosa; outro trouxe a música que se eleva dentro de uma catedral e um outro capturou os sonhos do coração de uma filha jovem.

Quando as sombras da noite começaram a cair, o pequeno Anjo ficou cada vez mais triste e suas asas pareciam cada vez mais pesadas; então, passando perto de uma janela aberta, de repente ele parou e olhou para dentro da casa: uma jovem mãe ajoelhada, em profunda adoração ante uma pequena cama, onde um bebê estava dormindo. Um sorriso brotou do seu rosto fofinho e, como se o Anjo tivesse se inclinado para ouvir, a mamãe sussurrou: “Oh! Pequena flor bem-amada, que acaba de vir do paraíso, não olhe para trás nos seus sonhos, você foi separado, recentemente, dos Anjos da guarda? Traga ao meu coração um pouco de luz celestial, com a qual eu possa protegê-lo e orientá-lo”.

E quando ela se curvou para beijar o rosto sorridente dele, murmurou respeitosamente: “Meu Deus, eu Te agradeço pelo mais maravilhoso de todos os presentes: a coroa da maternidade”.

Quando ela olhou para cima, uma lágrima brilhante, com toda a beleza e glória do amor maternal, apareceu sob os cílios da criança adormecida. Houve, de repente, um farfalhar suave de asas e o pequeno Anjo, com a lágrima apertada em seu coração, retornou feliz, ao seu lar celestial.

Ao cruzar as “Portas”, o Anjo Gabriel estava sentado em seu grande trono branco, juntamente com os demais. “Então, pequeno Anjo retardatário”, grunhiu, ternamente, vendo-o se aproximar, “Qual é a coisa mais bonita que você me trouxe da Terra?”.

Timidamente, ele deslizou para fora de seu coração, a lágrima de um amor de mãe.

Quando o Anjo Gabriel a viu, sua face ficou tão bonita, que mesmo os Anjos nunca a tinha visto assim. Ele, delicadamente, a pegou e a segurou em suas mãos, e foi cercado por um halo de luz de tal forma que todos os Anjos baixaram a cabeça e oraram. Ele ficou em silêncio por um longo tempo e, quando, enfim, ele estendeu suas mãos para eles, e disse: “O lírio será o presente dos Anjos às mães do Mundo”.

 

(Traduzido do Les Contes, La Couronne de la Marternité, Corinne Heline, Tiré des « Rays from the Rose Cross », mai 1981 da Association Rosicrucienne Max Heindel, Centre de Paris)

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