Pergunta: A cada fase que surge, o ser humano vê-se a frente com um novo elemento, ao qual deve adaptar-se. Como se manifesta esse elemento nos dias atuais e quais suas implicações futuras?
Resposta: Se um atlante pudesse ser transferido para nossa atmosfera, asfixiar-se-ia, como o peixe que se arrebatasse do seu elemento nativo. As cenas conservadas na Memória da Natureza provam que os primeiros a subir as terras altas, desmaiaram instantaneamente, ao encontrar-se com uma das correntes de ar que baixaram, gradualmente, sobre a Terra. Então, essas experiências provocaram vivos comentários e suposições. Atualmente, os aviadores encontram, também, um novo elemento e experimentam asfixia idêntica à dos precursores atlantes. Enfrentam um novo elemento que vem de cima para substituir o oxigênio da nossa atmosfera.
Ao mesmo tempo, uma nova substância está se introduzindo no corpo humano, em substituição a albumina. Os atlantes, sem pulmões desenvolvidos para o elemento ar, pereceram no dilúvio.
Assim, também, a idade nova encontrará alguns sem o “Vestido de Bodas”, incapacitados para nela entrar. Esperarão, até que se achem preparados, em tempos futuros. Consequentemente, é de máxima importância para todos saber o possível sobre o novo elemento e a nova substância. A Bíblia e a ciência facilitam ampla informação sobre o assunto.
(Revista Serviço Rosacruz – 07/74 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Pergunta: As condições atuais são também passageiras?
Resposta: As condições dominantes, nessa idade de Noé, são tão temporárias, como as das idades precedentes. O processo de condensação que ainda continua, transformou a nevoa ígnea da Lemúria na atmosfera densa e úmida da Atlântida e, mais tarde, converteu esta umidade em água que inundou as cavidades da Terra – o Dilúvio – e impeliu a humanidade para as terras altas, para as mesetas. Tanto a atmosfera, como as condições fisiológicas estão mudando. É um alerta para a Mente compreensiva, referente à aurora de uma nova idade sobre o horizonte do tempo, a idade de unificação a que a Bíblia chama o Reino de Deus.
(Revista Serviço Rosacruz – 07/74 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Pergunta: Se o trabalho do espírito também é regido por ciclos alternantes, os corpos, logicamente, passam por modificações periódicas. Como, por exemplo, eram os corpos humanos na Lemúria e na Atlântida?
Resposta: Na temperatura terrível da Lemúria, os corpos, originalmente cristalizados, estavam excessivamente quentes, para conter a umidade que permitisse ao espírito livre acesso a todas as partes daquele organismo elementar, tal como age, atualmente, por meio do sangue circulante. Mais tarde, durante a primitiva Atlântida, verdadeiramente a humanidade teve sangue. Movia-se com dificuldade e teria secado rapidamente, sob o efeito da alta temperatura interna, não fosse à umidade abundante da atmosfera aquosa que, então, prevalecia. A inalação desta umidade diminuiu, gradualmente, o calor. O corpo adaptou-se, até ser retirado um grau de umidade suficiente para que fosse possível respirar na atmosfera relativamente seca que, mais tarde, sobreveio.
Os corpos dos atlantes primitivos estavam compostos de uma substância granulosa e fibrosa, não muito diferente de nossos tendões atuais. Com o tempo, graças a sua dieta de carne, permitiu-se a humanidade assimilar a albumina, em quantidade suficiente para construir o necessário tecido elástico e formar os pulmões e artérias, a fim de facilitar a livre circulação do sangue. Quando estas mudanças aconteceram, interior e exteriormente, apareceu no firmamento, o grande e glorioso arco-íris. Assinala o advento do Reinado do ser humano e significa que as condições da vida humana se tornavam tão variadas, como os matizes em que se refratava, na atmosfera, a luz de uma só cor do Sol. E, assim, a primeira aparição do arco-íris nas nuvens assinalou o começo da Idade de Noé, com suas estações e períodos alternantes.
(Revista Serviço Rosacruz – 07/74 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Pergunta: Aqueles que se retiraram da vida terrena ficam vigiando e protegendo os que ficaram? Por exemplo, cuidarão as mães dos seus filhos pequenos ou até dos maiores?
Resposta: Sim, muitas vezes, uma mãe recentemente falecida zelará pelos seus filhinhos durante um longo tempo, e registraram-se casos em que os salvaram de perigos. Embora não soubessem conscientemente como se materializar, o amor pelos pequeninos e uma intensa preocupação pela sua segurança as levaram a atrair para si o material para que pudessem ser vistas pelos filhos. Aqueles que chamamos de mortos, geralmente, não se afastam da casa onde viveram, senão algum tempo depois de ter ocorrido o funeral.
Permanecem nos aposentos familiares e se movimentam ao nosso redor, embora invisíveis para nós. Naturalmente, quando chega o momento em que devem ir para o Primeiro Céu, não permanecem mais nas nossas casas, mas a visita frequentemente.
Quando entram no Segundo Céu, não têm mais consciência dessa esfera física, no sentido de terem tidos lares, amigos ou parentes. Devem ser considerados mais como forças da natureza, enquanto estão no Segundo Céu, pois trabalham sobre a Terra e a humanidade, da mesma maneira que as forças da natureza não tomam a forma humana. Portanto, é perfeitamente natural que velem por seus queridos por muito tempo após terem morrido.
Algumas vezes, pessoas que presenciaram a morte de uma pessoa, cujos filhos haviam falecido alguns anos antes, verificaram que, no momento da morte, ela via os filhos à sua volta e exclamava: “Ora, aqui está o Johnny, e como cresceu”, e assim por diante.
As pessoas presentes podem julgar que seja uma alucinação, mas não é. Observa-se que certo fenômeno sempre acompanha aquelas visões, isto é, quando uma pessoa desencarna sente se aproximar e cair uma escuridão sobre ela. Muitas pessoas morrem sem rever novamente o Mundo Físico. Essa é a mudança das nossas leves vibrações para as vibrações do Mundo do Desejo, que é semelhante à escuridão que se estendeu sobre a Terra por ocasião da crucificação. No entanto, com outras pessoas acontece que a escuridão se dissipa após um momento e, em seguida, a pessoa se torna Clarividente, vendo tanto o Mundo Físico como o Mundo do Desejo. Nesse momento, naturalmente, aparecem aos entes queridos que foram atraídos por sua morte, a qual corresponde a um nascimento no mundo espiritual. Podemos dizer que os nossos entes queridos se interessam pelo nosso bem-estar por um longo período após terem morrido.
Contudo, devemos lembrar que não há poder transformador na morte; que ela não lhes acrescenta qualquer habilidade especial para cuidar de nós, não influenciará realmente nos nossos problemas, de forma que não seria muito correto considerá-los os nossos “anjos guardiões”. São meros espectadores interessados, com exceção de alguns poucos casos específicos em que um amor intenso os capacita a nos dar algum ligeiro auxílio, em caso de grande necessidade. Esse auxílio, no entanto, nunca seria usado para nos enriquecer ou qualquer coisa desse gênero, mas uma forma de nos avisar de algum perigo ou algo parecido.
(Pergunta nº 64 do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: o que é a Memória? Tem alguma relação com a imaginação?
Resposta: A Memória tem, na sua essência, três aspectos: Consciente, Subconsciente e Supra-Consciente.
A Memória Consciente consiste das impressões de nossos sentidos que são inscritas no Éter Refletor do Corpo Vital através da atividade da Mente e da criação das formas de pensamento. Estas se refluem para dentro da Mente sempre que o registro etérico é vitalizado por alguma associação de ideias, causando, por esse meio, o fenômeno conhecido como Memória Consciente.
A Memória Subconsciente tem a sua existência duma forma completamente diferente e está fora de nosso controle, presentemente.
O Éter contido no ar que respiramos leva consigo imagens detalhadas e precisas de tudo que nos rodeia, não só das coisas materiais, mas também das condições existentes em cada momento dentro de nossa aura. Estas imagens são gravadas nos átomos negativos do Corpo Vital e constituem o que se chama a Memória Subconsciente.
A Memória Supra-Consciente é o depósito de todas as faculdades adquiridas e de todo o conhecimento obtido nas vidas anteriores e na vida presente. A gravação da memória Supra-Consciente está indelevelmente inscrita no Espírito de Vida. Manifesta-se normalmente, embora não em toda a sua amplitude, como consciência e caráter.
A imaginação é a força criativa mental-formativa que cria imagens. É o poder de visualização que cria as formas-pensamento de acordo com as ideias projetadas na Mente Consciente pelo Espírito. É de natureza feminina e unida as forças da Lua, que são ativas na construção das formas.
(P&R da Revista Serviço Rosacruz mar/78 – Fraternidade Rosacruz SP)
Pergunta: Por que as crianças morrem?
Resposta: Há várias causas para a morte de crianças. Apresentaremos as principais.
Quando um Ego volta à vida terrena, dirige-se a uma determinada família porque aí poderá obter o ambiente previsto para o seu desenvolvimento, podendo liquidar parte do destino gerado em existências anteriores. Mas, quando os pais fazem alterações radicais em suas vidas e o Ego não mais consegue adquirir aí essa experiência, ou liquidar esse destino, é retirado e enviado para outro lugar onde possa conseguir as condições propícias para o seu crescimento nesse determinado momento. Ou, poderá ser afastado por pouco tempo e renascer na mesma família, quando essas condições forem mais adequadas para esse progresso. Porém, existe outra causa responsável pela mortalidade infantil. Situa-se numa época bem mais remota, isto é, em vidas anteriores. Para podermos entender essa causa, é necessário saber algo a respeito do que ocorre no momento e imediatamente após a morte.
Quando um Ego abandona seu veículo denso, leva consigo o Corpo de Desejos, o Corpo Vital e a Mente. No Corpo Vital, naquele momento, contém as imagens da vida passada, que foram gravadas no Corpo de Desejos, e que lhe são mostradas durante os três dias e meio que se seguem imediatamente à morte. O Corpo de Desejos torna-se, então, o árbitro do destino do Ego no Purgatório e no Primeiro Céu. Os sofrimentos causados pelo expurgo do mal e a alegria sentida pela contemplação do bem praticado durante a vida são transferidos para a próxima vida como consciência. Ela impedirá o Ego de repetir os erros de vidas passadas e o estimulará a praticar o bem que lhe proporcionou imensa alegria na vida anterior.
Quando os parentes mais próximos da pessoa agonizante (N.R.: ou mesmo quaisquer pessoas), presentes em no ambiente onde está o Corpo do Ego, irrompem em lamentações histéricas no momento do desenlace, e continuam assim por alguns dias mais, perturbam o Ego, em um momento que está ainda em contato muito íntimo com o Mundo Físico. O sofrimento dos entes queridos prejudica sensivelmente esse momento, fazendo com que ele não seja capaz de concentrar firmemente sua atenção na contemplação da vida passada.
A gravação impressa no Corpo de Desejos não será tão profunda quanto deveria ser, se o Ego, ao passar por tal processo, fosse deixado em paz sem ser perturbado. Consequentemente, os sofrimentos no Purgatório não serão tão intensos, nem as alegrias no Primeiro Céu seriam tão confortantes como deveriam ser. Por isso, ao retornar à vida terrena, o Ego terá perdido certa parte da experiência da vida anterior. A voz da consciência não se fará ouvir com a intensidade necessária, quando o Ego é perturbado pelas lamentações dos familiares e amigos. Para compensar essa falta, o Ego é, geralmente, levado a renascer entre os mesmos amigos que o prantearam, e deles é retirado quando na infância. E levado para o Mundo do Desejo. Naturalmente, uma criancinha não terá cometido quaisquer pecados que necessitem ser expurgados, e, desta forma, o seu Corpo de Desejos e a sua Mente permanecem intactos. Vai diretamente para o Primeiro Céu, esperando a oportunidade de um novo renascimento. Esse tempo de espera serve para instruir o Ego diretamente sobre o efeito das diferentes emoções, tanto as boas como as más. Frequentemente, um parente o encontra e toma conta dele, tendo a incumbência de ensinar-lhe aquilo que perdeu devido às lamentações ocorridas. Também pode ser instruído por outros. Em todo caso, a perda é mais do que compensada, pois quando a criança retorna a um segundo nascimento, terá alcançado um crescimento moral tão pleno quanto o teria sob circunstâncias normais, se não tivesse havido lamentações no momento de sua passagem.
(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 51 – Max Heindel)
O seguinte comentário, sobre um problema de educação infantil, é uma ótima ilustração do valor do exemplo na orientação dos filhos. Conforme nos ensinam os “Princípios Rosacrucianos na Educação da Criança”. Foi ele publicado em “Rays from the Rose Cross”, revista oficial de nossa Sede Mundial.
Pergunta: Finalmente, este mês, vimos o horóscopo de nossa filha Marjorie, comentado na revista. Estivemos esperando por ele e estamos mais gratos do que possam imaginar. Como sabe, a criança está com três anos e meio de idade. Ela já evidencia uma grande energia a cada explosão temperamental (Sol em Conjunção com Marte e em Quadratura com Urano) a cada tentativa de restrição a sua liberdade. Reage com uma teimosa resistência, tanto mental como física. Como transmutar e canalizar essa energia é nosso problema. Para citar o horóscopo: “Os pais devem começar imediatamente o trabalho de exemplo”. Temos estudado o caso da Marjorie e procurado obter resultados. Ela não corresponde aos nossos carinhos.
Um pouco antes de recebermos o horóscopo comentado pela revista já havíamos decidido que o único recurso seria o castigo corporal. Sei muito bem que a educação pode ser obtida por outros meios. Porém, muitas coisas, que são possíveis na Escola, não são praticáveis no lar. Além disso, nunca tivemos orientação dos métodos educacionais para crianças da idade de Marjorie. Minha esposa tem lido muito a respeito do treinamento infantil, leituras estas que reprovam castigos corporais, mas falham porque não dizem qual o método que poderia substituir esse rigor. Como poderemos conseguir a obediência dela, sem que tenhamos de recorrer à punição física? Nós somos fieis no que lhe dizemos, até nos menores detalhes e ela não esquece, mas nos corresponde com egoísmo. Gostaríamos que o Sr. nos desse um exemplo concreto, uma sugestão a respeito do método a adotar, alguma ideia de como devemos proceder. Muito lhe agradeceríamos, pois queremos, acima de qualquer coisa neste mundo, operar na Marjorie o milagre da transmutação. Embora isto nos entristeça, devemos admitir que a criança é mesmo ingrata e não nos devemos queixar por isso. Mas, honestamente como operar esse milagre, Sr. Heindel?
Resposta: Algumas crianças são mais difíceis para se lidar do que outras. Na verdade até nós devemos alegrar com uma criança como a Marjorie. A razão é simples: ela tem espírito e individualidade. A chamada “boa criança”, que é um modelo de comportamento e de obediência, às mais das vezes é motivo de mais preocupação, pois, sua natureza carece de iniciativa. As crianças difíceis estão sempre destinadas a abrir caminho no mundo e adquirir muitas experiências, tanto por meio de uma vida virtuosa e de glorioso serviço como também pelos revezes de uma vida de mau procedimento, que se transmutará no Purgatório em aumento de consciência. Já com a “boa criança” isto não se dá, embora cresça e viva uma existência inteira sem haver feito mal e nem bem aos outros causticantes. Todo aquele que trilha os caminhos do vício com passo firme, pisará também firmemente o caminho da virtude, quando seus pês se voltem para a direção oposta. Porém as pessoas mornas, que não são nem quentes nem frias, essas realmente são as que causam preocupações. Portanto, o Sr. não deve temer por Marjorie. Afinal, ela está em ótimas condições. Somente uma alma forte possui tais configurações estelares, com essas características tão marcantes.
Com referência ao método de correção e ajuda para que ela mude sua rebeldia, sugerimos que o mais certo é o Sr. não andar tomando nota das pequenas negligências, aquelas ofensazinhas que ela faz. Quando muito, poderia o Sr. dizer a pequena: “eu não faria isto ou aquilo”; ou então, como um conselho indireto: “não deixe que os outros vejam isto que você fez, pois podem pensar que você não é uma menina educada”. É preciso que o Sr. compreenda que à medida que ela vai formando novos hábitos, irá rompendo com os mais antigos. Levando isto em conta, você desistirá das repetidas correções à pequena, que poderiam vir a embrutecê-la. Muitas oportunidades surgirão para que o Sr. adote uma linha melhor de conduta. Em tais ocasiões, o Sr. conhecendo as preferências e gostos da menina em matéria de alimentação, divertimentos, vestuário ou passeios, poderá apertar o parafuso no momento certo. No início fá-lo-á delicadamente. Aos poucos fará mais pressão, até que a objetivo seja atingido. Uma criança nunca deverá ser privada da alimentação, mas, com a nutrição indispensável para a manutenção de seu bem-estar poderá ficar privada dos manjares que ela aprecia. Em casos como este de que estamos tratando, é perfeitamente legítima a aplicação do “Suplicio de Tântalo”. Tendo ela feito uma grande reinação ou cometido desrespeito, o Sr. coloca na mesa os manjares preferidos da pequena, dizendo que ela não poderá comê-los por haver feito aquilo. Ela então verá o papai e a mamãe comerem com satisfação aquilo que lhe é negado por recalcitração. Assim deverá ser feito até que ela concorde em fazer o que deve ser feito. É o método que nos parece mais seguro para conquistar a obediência. De certa forma, a mesma coisa se aplica com referência a outros gostos. Em relação ao vestuário, fá-la vestir a roupa de que ela não gosta (a qual, muitas vezes, é a que serve de chacota por parte dos companheiros de brinquedo). Assim a criança tudo fará para que os companheiros não a vejam. Sacrifica, assim, a contragosto, o que gostaria de estar fazendo: brincar. Deste modo, apertando cada vez mais o torniquete, a obediência será obtida. E ela dirá: “deixa-me usar o outro vestido que eu não farei mais aquilo”.
Há outros métodos do mesmo gênero. Entretanto, tais corretivos devem ser usados apenas como último recurso e nunca frequentemente, para que a criança não se torne indiferente a eles. Em geral, o apelo ao amor que deve ter para com os pais, as boas lembranças que deverão existir e que a pequena goste de relembrar, os “porquês” decorrentes etc., estes sim, deverão ser os únicos meios, que reputamos os mais eficazes, para mudar uma criança.
(Revista: Serviço Rosacruz – 04/65 – Fraternidade Rosacruz –SP)
Pergunta: A Filosofia Rosacruz oferece um ensinamento específico relativo à educação das crianças?
Resposta: Talvez não haja assunto mais importante como o da educação das crianças. Em primeiro lugar, pais sábios, que desejam proporcionar à criança todos os benefícios, já começam antes do nascimento, antes mesmo da concepção, a voltar reverentemente seus pensamentos para a tarefa da qual vão incumbir-se.
Cuidam para que a união que vai gerar o novo ser se realize sob influências astrológicas apropriadas, isto é, quando a Lua estiver transitando por um Signo que possibilite a construção de um corpo forte e sadio, conservando eles mesmos, tanto quanto possível, seus próprios corpos nas melhores condições físicas, morais e mentais.
Durante o período de gestação, devem evocar constantemente a imagem ideal de uma vida saudável e útil para o ser que se aproxima. Logo em seguida ao nascimento, procuram fazer o horóscopo da criança, pois o pai ideal é também um astrólogo. Se os pais não estiverem capacitados para levantar um tema natal, podem pelo menos estudar os Signos astrológicos que os capacitará a compreender o que o astrólogo lhes disser. Em nenhuma circunstância, contudo, devem recorrer ao astrólogo profissional que avilta esta ciência por amor ao dinheiro, mas buscar a ajuda de um astrólogo espiritual, ainda que demorem nessa busca. No mapa natal da criança, suas fortalezas e fraquezas de caráter podem ser identificadas muito facilmente, o que deixa seus pais em vantajosa posição para estimular o bem e adotar os meios adequados para reprimir o mal, antes que as tendências convertam-se em realidades. Desta maneira, eles podem realmente ajudar a criança a superar suas fraquezas.
Depois, os pais devem conscientizar-se que esse nascimento é, na verdade, apenas o nascimento do corpo físico visível, que nasce e atinge seu atual e elevado estado de eficiência em tempo menor que os veículos invisíveis do ser humano, porque teve uma evolução mais longa. Assim como o feto é resguardado dos impactos do mundo visível pelo útero protetor da mãe durante o período de gestação, do mesmo modo, os veículos mais sutis são protegidos por um envoltório de éter e de matéria de desejos que os resguardam até que estejam suficientemente amadurecidos e aptos para suportar as condições do mundo exterior.
Portanto, o Corpo Vital nasce quando a criança atinge os sete anos de idade, ou quando os dentes permanentes começam a romper as gengivas. O Corpo de Desejos nasce, aproximadamente, aos quatorze anos, na época da puberdade. A Mente surge aos vinte e um anos, quando o ser humano atinge a sua maioridade.
Há certos assuntos importantes que devem ser cuidados durante o período apropriado de crescimento, e os pais deveriam saber quais são eles. Embora os órgãos tenham sido formados na época em que a criança estava para nascer, as linhas de crescimento são determinadas durante os primeiros sete anos. Se elas não se delinearem bem durante esse período, uma criança, que poderia ser saudável, tornar-se-á um homem ou uma mulher doente.
No primeiro Capítulo de São João lemos que: “No princípio era o Verbo, e sem Ele nada do que foi feito se fez e o Verbo se fez carne”. O Verbo é um som rítmico e o som é o grande construtor cósmico. Portanto, durante a primeira fase setenária de sua vida, a criança deveria estar cercada por música apropriada, por uma linguagem musical onde os versos e as cantigas de ninar possam ser particularmente valiosas.
Embora, muitas vezes, não tenham sentido, elas são portadoras de um maravilhoso ritmo que é essencial, e quanto mais a criança participa, mais forte e saudável ela crescerá.
As duas palavras chaves que se aplicam neste período de vida da criança são: Exemplo e Imitação. Nenhuma criatura debaixo dos céus é mais imitativa do que a criança; ela segue, tanto quanto lhe é possível, o nosso exemplo nos mínimos detalhes. Os pais que procuram educar bem os seus filhos, serão sempre cuidadosos na presença deles. É inútil ensinar-lhes moralidade ou fazê-los raciocinar neste período. A criança ainda não possui a Mente nem a razão. O exemplo é o único mestre que precisa e que entende.
Não pode esquivar-se à imitação, do mesmo modo que a água não pode evitar de correr colina abaixo. Quanto ao alimento, devemos ter cuidado em não fazer para nós um prato e outro diferente para nosso filho, argumentando que o que comemos não é bom para ele. Nesse momento, ele não poderá imitar-nos, mas desperta-lhe um secreto desejo pelo alimento proibido e cuja satisfação buscará quando crescer. Os pais cuidadosos deverão abster-se de alimentos e bebidas que não desejam que seus filhos venham a ingerir.
Quanto às roupas, certifiquemo-nos de que estejam sempre folgadas, pois nesse período a criança deve estar ainda inconsciente dos seus órgãos sexuais, e a natureza imoral, que desencaminha uma vida, tem sido primeiramente despertada pelas fricções das roupas demasiadamente apertadas, particularmente no caso dos meninos.
O castigo corporal é também um fator preponderante no despertar prematuro da natureza sexual, pelo que deve ser cuidadosamente evitado. Não há criança, por mais indócil que seja, incapaz de reagir ao método de recompensa pelas boas ações e à supressão de privilégios como retribuição da desobediência. Reconhecemos que o chicote dobra o espírito de um cão, mas deploramos os indivíduos sem fibra e de vontade fraca. Deve-se isto aos açoites impiedosos a que foram submetidos na infância.
Coloquemo-nos no lugar de uma criança: gostaríamos de viver hoje com alguém de cuja autoridade não pudéssemos escapar, que fosse muito maior do que nós, e que nos espancasse quase todos os dias? Ponhamos de lado essa prática e notaremos que muitos dos males sociais desaparecerão em uma geração.
Por volta dos sete anos, o Corpo Vital da criança atinge a suficiente perfeição que permite que as faculdades da percepção e da memória possam ser educadas. As palavras-chaves para este período devem ser: Autoridade e Aprendizado. Se temos um filho precoce, procuremos não estimulá-lo a cursos que exijam esforços mentais extremos. Crianças prodígio geralmente vêm a ser homens e mulheres de inteligência abaixo do normal. Neste particular, deve-se permitir à criança seguir as suas próprias inclinações. Sua faculdade de observação precisa ser cultivada e deve ser ensinada, especialmente através dos exemplos. Mostrem-lhe uma pessoa embriagada e onde o vício a levou. Em seguida, mostrem-lhe uma pessoa sóbria e apresentem-lhe ideais elevados. Ensinem o seu filho a aceitar tudo o que disserem sobre autoridade e esforcem-se para que ele passe a respeitá-los como pais e professores. Neste período pode-se começar a prepará-lo para economizar a força que principia a despertar nele e que vai capacitá-lo a reproduzir a espécie ao fim do segundo período de sete anos. Que ele nunca busque informar-se a esse respeito através de fontes duvidosas, porque seus pais, muitas vezes, tolhidos por um falso senso de pudor, evitam esclarecê-lo devidamente. A flor pode servir como lição objetiva, e todas as crianças, das maiores às menores, devem receber as mais belas instruções em forma de conto de fadas. Pode-se ensiná-las que as flores são como as famílias, sem precisar confundi-las com termos de botânica. Mostrem-lhes então algumas flores dizendo: “Aqui está uma família-flor em que todos são meninos (as com estaminas); e aqui está uma outra onde estão somente meninas (uma flor pistilada). Aqui está uma outra onde estão meninos e meninas (uma flor que tem tanto estames como pistilos). Mostrem-lhes o pólen nas anteras. Digam-lhes que estas flores são idênticas aos meninos nas famílias humanas; que são destinados e estão sempre desejosos de sair pelo mundo afora e lutar na batalha da vida, enquanto as meninas (os pistilos) ficam mais tempo em casa. Mostrem-lhes as abelhas com as cestas de pólen em suas pernas e contem-lhes como os meninos-flores cavalgam nesses corcéis alados, tal como os cavaleiros iam pelo mundo em busca da princesa aprisionada no castelo encantado (o óvulo oculto no pistilo); mostrem-lhes como o pólen – cada cavaleiro – abre caminho através do pistilo até alcançar o óvulo. Digam-lhes, então, que esse encontro significa o casamento da flor-homem com a flor-mulher, os quais daí em diante viverão felizes e se tornarão pais de muitas flores meninos e flores meninas. Quando eles compreenderem isto completamente, estarão também sabendo bastante sobre o acasalamento nos reinos animal e humano; uma vez que não existe diferença, pois a geração em um reino é tão casta, pura e santa como nos outros. A criança educada desta maneira sempre olhará a função criadora com reverência. Cremos que não há melhor modo de introduzi-la no assunto.
Quando assim preparada, ela estará pronta para o nascimento do Corpo de Desejos, na ocasião da puberdade. Quando os desejos e emoções são libertados, o adolescente atinge o período mais perigoso de sua vida, a fase do ardor da juventude, entre os quatorze e os vinte e um anos. O Corpo de Desejos está, então, desenfreado e a Mente, como ainda não nasceu, não pode atuar como um freio. Se ele habituou-se a confiar na palavra dos mais velhos e estes sempre lhe deram ensinamentos sábios, ele terá adquirido uma firmeza que o guiará com segurança neste período turbulento, até que o seu nascimento seja plenamente completado na idade de vinte e um anos, quando ocorre o nascimento da mente.
(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 27 – Max Heindel)
Pergunta: Faço muitas vezes, a mim mesmo, perguntas relacionadas com a ascensão e a descida anual de Cristo em nosso Planeta. Como poderá isso ser feito tão lentamente? Trata-se da Sua radiação ou da descida de Si mesmo? Peço também, por favor, me explicar qual é o Espírito da Terra e quem é Cristo, o Senhor da nossa Terra. São dois Espíritos individuais ou e apenas um?
Resposta: Tudo que é descrito no Conceito Rosacruz do Cosmos é visto sob a ponto de vista dos seres humanos que habitam a Terra. Como o Ego humano possui veículos que vão desde o Espírito Divino até o Corpo Físico, da mesma forma, o Espírito de Cristo possui veículos que vão desde o Mundo de Deus até ao Mundo do Desejo. O Corpo de Desejos é o Seu veículo mais inferior, porque ele pertence à onda de vida dos Arcanjos, que foram “humanos” no Período Solar. Desde que o Cristo Arcanjo uniu-se a Deus, a Sua consciência focalizou-se no Mundo de Deus, o que O levou a dizer: “Eu e Meu Pai somos Um”. Nessa Consciência, Deus o Cristo atua como o Segundo Aspecto de Logos Solar.
Assim como cada onda de vida astrológica atinge certa eficiência espiritual, o Cristo dirige um Raio de Sua Consciência para este Planeta, de modo especial. Assim, tanto como o Planeta seja afetado, podemos dizer que é como se o Cristo visitasse o Planeta em pessoa. Esse é um dos grandes mistérios da consciência espiritual. Não existe uma explicação simples desse mistério.
Uma alegoria tenta uma descrição desse fato, assim:
O ESPÍRITO DA TERRA
O Espírito de Cristo olha para outro Planeta. Cada um deles, por sua vez, reflete a Imagem de Sua Face, da mesma forma que um alquimista observa seus vasos de metal fundido e vê a Sua própria face refletida. Na medida em que o Raio de Consciência dirige-se para cada Planeta, tempo virá em que esse Raio assume a direção deles.
A nossa Terra atingiu esse ponto no tempo em que Cristo apareceu na Terra. O Raio de Cristo entrou na pessoa de Jesus de Nazareth tornando-se visível para a humanidade como um homem entre os homens. A ciência oculta explica esse processo dizendo que o Cristo Arcangélico, realmente, descendo ao Mundo do Desejo do Planeta Terra, reativou a sua forma Arcangélica, que usou quando em estado “humano”, nessa forma Arcangélica. Portanto, tomou conta dos Corpos Etérico (Vital) e Físico (Denso) do homem Jesus, deixando-os por ocasião da sua morte. Essa tomada de posse é descrita como ter sido efetuada no Batismo.
O Espírito Planetário Original da Terra foi um “Raio” ou parte do Logos Original que Max Heindel conta ter sido retirada do nosso Sistema Solar no início da nossa evolução, dirigida por aqueles Grandes Seres a quem designamos como: “O Pai”, “O Filho” e “O Espírito Santo”. Por determinado tempo, neste Período Terrestre, o Planeta Terra foi governado de fora, tal como a criança no útero materno não tem um espírito interno por determinado tempo. A descida do Cristo Arcangélico ao centro da Terra pode ser comparado à descida do Ego encarnante numa criança.
Cada ano, desde então, o Cristo Solar (o Espírito do Cristo Cósmico) emite um Raio de Sua Consciência, para a Terra, do mais alto nível do Mundo do Espírito Divino, baixando em direção ao Centro da Terra. Esse é algo como o focalizador da atenção de um nível para outro, tal como um holofote projeta a sua luz do topo de uma colina em direção ao seu sopé e para todos os pontos da planície até onde possa alcançar, das profundezas dos abismos, às mais obscuras profundidades. Da mesma forma, a luz poderá ascender dos pontos mais profundos e obscuros, subindo dos vales, para os aclives, para finalmente atingir o tôpo da montanha e desaparecer nos céus.
Você compreenderá naturalmente que se trata de uma analogia, porém isso ilustra uma ideia em relação daquilo que acontece. Não é algo no sentido de “lentidão” de tempo, nem de “distância” no sentido de passar através do espaço, mas da focalização de um Raio de Consciência no envoltório terrestre, numa busca exterior, para depois penetrar no mais íntimo da Terra.
Para a concepção humana É COMO SE O RAIO DE CRISTO lentamente descesse e lentamente ascendesse através dos vários níveis. Podemos pensar dessa forma, pois tal é o modo que mais se adapta as nossas concepções, tal como parece que, no horizonte a terra e o céu se encontram. Entretanto, a Consciência de Cristo não é uma ilusão; Ele realmente está aqui conosco.
Atualmente a Terra está regida superiormente pelo Pai, por Cristo e por Jeová. O segundo, Cristo, é o Espírito interno da Terra a cada seis meses do ano. O Espírito Planetário da Terra tinha a cargo a nossa evolução durante os Períodos de Saturno, Solar e Lunar e, provavelmente, a primeira parte do Período Terrestre. Então, esse Espírito, que era um dos Setes Espíritos diante do Trono, retirou-se da participação ativa da direção da evolução da Terra entregando suas almas ao Pai, ao Filho e a Jeová que ainda os guiavam. A fonte autorizada para essa afirmação poderá ser encontrada no capítulo V – Relação do Homem com Deus, no livro: Conceito Rosacruz do Cosmos:
“Pode-se acrescentar que, pelo menos em nosso esquema planetário, as entidades mais avançadas, as que alcançaram um elevado grau de perfeição em evoluções anteriores, assumem, nos primeiros estágios, as funções do Espírito Planetário original e continuam a evolução. O Espírito Planetário original retira-se de toda participação ativa, porém, guia os ‘seus Regentes'”.
De todo o exposto, torna-se claro, então, que, presentemente, o nosso Espírito Terrestre é realmente Cristo. Porém, há outro cujo Ser está velado no mais profundo mistério.
(Revista: Serviço Rosacruz – 09/67 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Pergunta: Quando marido e mulher desejam ardentemente filhos e estes não chegam, há algum modo de induzir uma alma do mundo invisível a aceitar o convite desse casal para a reencarnação? Quando as condições de um lar são bastante favoráveis, parece-nos que alguma, dentre as numerosas almas que esperam pela encarnação, acharia essas condições adequadas.
Resposta: Esta é, sem dúvida, uma das situações em que aqueles que poderiam ser pais, negligenciaram essa oportunidade numa vida anterior, ou realmente evitaram ter filhos. No entanto, se não houve esses precedentes, é possível que mais tarde as suas esperanças se realizem. O autor observou o caso de um espírito procurando renascer e que seguia a mãe em perspectiva, sendo informado por alguém, que a conhecera anteriormente, que este Ego já a acompanhava mesmo antes dela se casar. O casamento, no entanto, foi estéril e, recentemente, chegou-nos a notícia do divórcio. É evidente que este Ego, apesar de desejar renascer através da mãe, rejeitava o pai. Às vezes, tomamos conhecimento de certos casamentos que se revelam estéreis, mas quando os cônjuges se separam e mais tarde voltam a casar, ambos se tornam pais, o que demonstra que os dois tinham perfeitas condições físicas para conceber, mas o que faltava realmente era o Ego encarnante. Notemos que, se não houver um Ego procurando renascer através de um casal, os esforços destes serão infrutíferos. Do ponto de vista comum, isso pode não parecer assim, mas prontamente constatamos que, se os constituintes químicos do sêmen e dos óvulos são sempre os mesmos, não há razão para que a união dos sexos seja fecunda certas vezes e estéril outras, se estes forem os únicos fatores. Sabemos que se misturarmos o hidrogênio e o oxigênio nas devidas proporções, sempre obteremos água. Sabemos que a água sempre escorrerá pela colina abaixo, e que as leis da natureza são invariáveis. Assim a menos que houvesse outro fator que não a mistura química do sêmen e dos óvulos, haveria sempre prole. E este fator desconhecido e invisível é o próprio Ego reencarnante – que só se dirige para o lugar que lhe agrada – sem o qual não haveria descendência.
Se a pessoa orar sinceramente para o Anjo Gabriel, que é o embaixador do Regente da Lua na Terra, portanto, um fator primordial na geração dos corpos (vide a Bíblia), é possível que isto lhe traga o resultado desejado. O melhor momento é na segunda-feira, ao nascer do Sol, e no período que vai da Lua Nova à Lua Cheia.
(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 29 – Max Heindel)