Anunciação – Também conhecido como o Grau da Pureza (Pensamentos, Sentimentos, Emoções, Desejos, Palavras, Atos. É a visualização do Corpo perfeito que será construído. Essa visão é resultado de ter alcançado o equilíbrio harmonioso entre as forças masculinas e femininas. Ela precede os 9 graus da Iniciação Cristã Mística.
Citado nas Sagradas Escrituras onde seu nome significa “fortaleza de Deus”, e é considerado seu mensageiro supremo; sendo ela quem anunciou à Virgem Maria que ela seria a mãe do Salvador. Como Grande Anjo Planetário ele é um embaixador da Lua na Terra.
Ele envia Anjos ministros para abençoar toda mãe. Esses mensageiros angélicos cuidam e dirigem um espírito para a mãe e o lar onde ele vai se desenvolver. Todas as canções de ninar e de acalanto compostas por inspirados músicos acham-se sintonizadas com a palavra-chave do Anjo Gabriel.
Além disso, ele trabalhou no ser humano em seu Corpo Denso, já que ele é o guardião divino dos processos de geração e o arauto do nascimento. O Cristianismo comemora seu dia no dia 24 de março e é o representante da sensibilidade, da fertilidade e do poder criativo de Deu.
Caminho da Iniciação: Anunciação
“E foi enviado por Deus o Anjo Gabriel a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão, que se chamava José da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria. E, entrando o Anjo onde ela estava, disse-lhe: ‘Deus te salve, cheia de graça, o Senhor é contigo: Bendita és tu entre as mulheres’. Ela , tendo ouvido estas coisas, turbou-se com suas palavras e discorria pensativa que saudação seria esta. E o Anjo disse-lhe: ‘Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus; eis que conceberás no teu ventre, e darás a luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus. E este será grande, e será chamado FILHO DO ALTÍSSIMO, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu Pai Davi, e reinará eternamente na casa de Jacó; e o seu reino não terá fim’”. (Mc 1; 26-33)
Pela primeira vez, Maria compreendeu totalmente seu destino incomparável e de como foi escolhida para dar a luz a esse Ser por meio de quem o Senhor Cristo, o Salvador da humanidade, viria a Terra. O professor e iniciador de Maria foi o belo, gentil e ternamente simpático Gabriel. Gabriel é o “anjo que guarda” e guia o Espírito da Maternidade no mundo inteiro. Ele envia anjos ministros para abençoar toda a mãe em perspectiva. Esses mensageiros angélicos cuidam e dirigem um espírito para a mãe e o lar onde ele vai encontrar corporificação.
As enfermarias para maternidade nos hospitais são frequentemente iluminadas pela luz de faces angélicas e perfumadas pelas preces e bênçãos dos anjos atendentes. Às vezes, essas enfermarias recebem santificação dobrada pela presença do próprio Grande Anjo Gabriel. A particular nota-chave musical em que Gabriel vive e se move e tem sua existência emite uma benção contínua sobre o Espírito da Maternidade. Todas as canções de ninar e de acalanto compostas por inspirados músicos através dos tempos acham-se sintonizadas na nota-chave musical de Gabriel. Desde a sua mais tenra infância, Maria foi cercada por esse amor e cuidado, pois estava destinada a tornar-se o perfeito e exemplar modelo de maternidade para todas as mulheres. Muitas e variadas foram as experiências de alma a ela dadas sob a tutela do Anjo Gabriel. Essas experiências atingiram suprema culminância na onda gloriosa da Anunciação”.
Nesse grau obtemos a faculdade de ver o corpo perfeito resultante do equilíbrio harmonioso entre as forças masculinas e femininas. Até que isso seja alcançado, o ser humano não consegue materializar um corpo ajustado com o arquétipo divino que existe eternamente no céu. É a visão de que o glorioso corpo-templo, construído à imagem e semelhança de Deus, que dá a tônica espírito desta realização: “Faça-se em mim segundo a tua palavra“.
Em sua aplicação universal, a Anunciação deve ser compreendida como o nascimento do Cristo místico no coração do ser humano regenerado. Há nove graus definidos na Iniciação Cristã Mística, começando pelo Batismo, que é introdutório. A Anunciação precede a todos eles.
(Leia mais sobre esse assunto nos livros: Ao longo do Ano com Maria; Capítulo V – A Bíblia: O Maravilhoso Livro das Épocas- Corinne Heline; Ritual do Serviço de Natal; Iniciação Antiga e Moderna – A Anunciação e a Imaculada Concepção – Fraternidade Rosacruz)
Um simples caso de apendicite que um médico se recusou a atender
Uma noite, dois Auxiliares Invisíveis pararam em uma casa onde se encontrava um menino com apendicite.
Os Auxiliares Invisíveis informaram que o médico não poderia vir para cuidar do menino doente, a menos que lhe pagassem a consulta. O médico vivia distante dali e era uma pessoa muito ocupada. A Auxiliar Invisível foi até onde estava o doutor para que pudesse ajudar o menino enfermo, porém, se negou a fazer a visita a menos que houvesse uma garantia que receberia o pagamento.
A Auxiliar Invisível retornou até a casa do menino e o Auxiliar Invisível solicitou auxílio das mais altas hierarquias em busca de ajuda ao menino. Responderam por meio do pensamento que massageassem o intestino do menino cuidadosamente para que em seguida esvaziasse o conteúdo. O Auxiliar Invisível fez conforme orientação e logo após massagear o intestino grosso do menino, este evacuou e se sentiu melhor. Os Auxiliares Invisíveis disseram aos pais do menino que o alimentassem com sopa e verduras leves, mas não lhe dessem carne. Prometeram retornar para ver o menino dentro de dois dias.
Dois dias após os Auxiliares Invisíveis voltaram para ver o garoto e o encontraram com boa saúde. Disseram aos pais do menino que este ficaria bem. “Vocês devem ter sempre cuidado na sua alimentação”, disse o Auxiliar Invisível, “e não o deixar ingerir qualquer tipo de semente”.
“O médico veio ontem para ver o garoto”, disse a mãe. “Disse que ficou preocupado a noite toda com o menino e ofereceu ajuda para fazer o que fosse necessário de forma gratuita, se assim concordássemos”. Dissemos que não precisaríamos mais dele, pois, alguns amigos vieram nos ajudar. Queria saber quem eram estes nossos amigos e de onde vieram. Disse que gostaria de ver a Senhora que o havia procurado”.
A Auxiliar Invisível havia se materializado no consultório dele no dia anterior quando foi pedir ajuda para ir ver o menino. Ele havia se recusado a atendê-lo, a não ser que lhe pagassem a consulta. Ela lhe disse que chegaria o tempo em que ele ficaria feliz por ajudar uma pessoa enferma, não importando a distância que tivesse que percorrer.
Os pais do menino queriam saber sobre os Auxiliares Invisíveis e estes acabaram por falar sobre seu trabalho. Dizendo que conheciam muitos outros médicos que eram generosos e que ficavam felizes por ajudar os enfermos.
(IH – de Amber M. Tuttle)
Considerações sobre a fé: como é a sua?
Muitas pessoas que têm meditado seriamente sobre os problemas da vida superior enveredaram, infelizmente, para a prática de métodos primitivos, abandonando a crença nos ensinos da Igreja com respeito à remissão dos pecados, ao poder salvador da fé, à eficácia da oração e dos dogmas. Se bem que o ponto de vista de tais pessoas, que honesta e sinceramente procuram a verdade, possa fazer-lhes ver essas ideias como destituídas de valor real. Trataremos, entretanto, de examiná-las sob outros pontos de vista, para que, então, possam julgar. Vistas sob outras formas, essas ideias religiosas aparecerão iluminadas por uma luz que provavelmente não se havia percebido antes, oferecendo assim um significado novo, maior e mais satisfatório para o coração, e perfeitamente aceitável pelo intelecto. Muitos de nós nos vimos obrigados a afastar-nos das Igrejas por razões de raciocínio, ainda que sentíssemos o coração a sangrar. As concepções intelectuais de Deus e dos objetivos da vida não podiam satisfazer-nos e vimos, assim, a nossa vida limitada por esse lado. Que essa nova luz torne possível que os que sentem esse desejo em seu coração voltem à Igreja e ocupem de novo o seu posto com redobrado zelo de uma compreensão mais profunda das verdades cósmicas e dos ensinos religiosos, e o desejo mais íntimo do autor, cujos motivos apresentaremos nas instruções seguintes.
Um fato evidente para todo o estudante de religião comparada, é que quanto mais retrocedemos no tempo tanto mais primitiva é a raça e tanto mais inferior é a sua religião. Conforme o ser humano progrediu, desenvolveram-se os seus ideais religiosos. Os investigadores materialistas deduzem desse fato que todas as religiões foram “obras do ser humano”, e que toda a concepção de Deus tem suas raízes na imaginação humana. O engano de tal ideia se perceberá facilmente se considerarmos a tendência que tem toda a vida de preservar-se a si mesma. Quando a lei da sobrevivência dos mais aptos é a que domina, como sucede entre os animais, quando o poder é um direito, então não há religião. E até que um poder superior “estranho” se faça sentir, não se pode revogar essa lei, para que venha então ocupar seu lugar a lei da própria abnegação, que venha agir como fator da vida, lei que em maior ou menor grau se encontra até nas religiões mais inferiores. Huxley reconhece esse fato, quando declarou que enquanto a lei da sobrevivência dos mais aptos marcava a linha animal do progresso, a lei do sacrifício era a base do desenvolvimento humano, impulsionando o forte a cuidar do fraco.
A razão dessa anomalia não pode o materialista encontrar, pois, desde o seu ponto de vista há de enfrentar sempre um enigma insolúvel, porém, uma vez que entendamos que o ser humano é um ser composto de Espírito, Alma e Corpo; que o Espírito se manifesta em pensamentos, a Alma em sentimentos e o Corpo em atos, e que esse tríplice indivíduo é uma imagem do Deus Trino compreenderemos facilmente a aparente anomalia, posto que dada a sua constituição, esse ser composto se encontra, especialmente, preparado para responder tanto às vibrações espirituais como aos impactos físicos.
Quando reparamos quão pouco se ocupa a maioria das pessoas com a vida superior em nossos dias, podemos deduzir que houve um tempo em que o ser humano era quase incapaz de ser afetado pelas vibrações espirituais do universo. Sentia vagamente um poder superior na Natureza, e como era parcialmente dotado de clarividência, reconhecia a existência de poderes que agora, não percebemos, se bem que estejam agindo tão poderosamente como antes.
Era necessário guiar o ser humano para o seu bem futuro, dirigi-lo pelo bom caminho e ajudar sua natureza superior a adquirir domínio sobre a inferior, a Personalidade, e esta última foi, então, subjugada pelo Medo. Se lhe fosse dada uma religião de amor, ou fossem experimentadas orientações morais, teria sido absolutamente inútil, quando o Ego humano se encontrava ainda em sua infância, enquanto a natureza animal da personalidade inferior predominava. O Deus que poderia ajudar a essa humanidade deveria ser “um Deus forte”, um Deus que pudesse dominar o raio e o trovão, e fulminar com eles.
Quando o ser humano alcançou um pouco mais de progresso, foi-lhe ensinado a considerar a Deus como o DADOR de todas as coisas, sendo-lhe inculcada a ideia de que se obedecesse às leis desse Deus “obteria prosperidade material”. A desobediência a essas leis produziria, pelo contrário, toda a espécie de calamidades, fomes, guerras e pestes. Com objetivo de fazer progredir o ser humano, um pouco mais, foi-lhe ensinado logo a “lei do sacrifício”, porém, como neste estado o ser humano estimava muito suas posses materiais, foi-lhe prometido que se sacrificasse suas ovelhas e bois, “com fé”, o Senhor lhe devolveria centuplicados; que aquilo que desse aos pobres “emprestaria a Deus”, que lhe pagaria com superabundância. Todavia não lhe prometeram céu algum, porque isso estava ainda longe da capacidade apreciativa do indivíduo. Foi lhe dito enfaticamente que “os Céus eram do Senhor, porém a Terra havia sido dada por Ele aos filhos dos homens” (Sl 115; 16).
Depois ensinou o ser humano a “sacrificar-se a si mesmo, por uma recompensa que obteria no céu”. Em vez de efetuar o sacrifício ocasional de ovelhas e touros, que o Senhor logo recompensava, pedia-se agora que sacrificasse os seus maus desejos, que se agisse continuamente bem lhe seriam dados tesouros no céu, que não se preocupasse com posses materiais que os ladrões podiam roubar ou que poderiam perder-se.
Qualquer pessoa pode durante pouco tempo pôr-se num estado de exaltação em que lhe seja fácil fazer um supremo ato de renúncia, pois é comparativamente fácil “morrer pela própria fé”, como os mártires, porém isso não é suficiente, e a Religião Cristã pede-nos o valor de viver nossa fé dia após dia, durante toda a vida, tendo confiança numa recompensa futura, em um céu explicado ainda mui confusamente. Em realidade, os trabalhos de Hércules pareceriam, em comparação, menores do que o esforço que se pede ao cristão, e não devemos nos admirar de que as dúvidas nos assaltem, como a Atlas (NT: Na mitologia grega foi o Titan que levantou o céu), roubando-nos a fé que tenhamos no beneficente e sustentador poder de Deus.
Mas, em verdade, saibamo-lo ou não, vivemos pela fé todos os minutos da nossa vida e em proporção a como vivamos seremos felizes ou desgraçados. À noite nos deitamos com fé que nada perturbará nosso sono e que nos despertaremos no dia seguinte e poderemos prosseguir nossas tarefas. Se não fosse por essa fé, se nos assaltassem dúvidas sobre esses pontos, poderíamos descansar tranquilamente nossa cabeça no travesseiro e dormir? Seguramente não; e em pouco tempo estaríamos prostrados mental e fisicamente, assaltados pelo demônio da dúvida. Quando vamos ao armazém comprar provisões, vamos com fé na probidade dos comerciantes, esperando que nos forneçam bons alimentos e não venenos. Se não tivéssemos essa fé, quão miseráveis seriam as nossas vidas! Em lugar de comer com gosto os nossos alimentos, a dúvida nos tiraria o apetite, de maneira que nos seria impossível preparar a nossa alimentação, porque até os bons alimentos seriam envenenados com o nosso estado mental de dúvida e medo, estado que conhecem muito bem os fisiólogos.
É com fé que saímos de casa pela manhã esperando que a lei de gravidade a conserve no mesmo lugar, certos de que a encontraremos no mesmo lugar quando voltarmos à noite. Muito poucos de nós têm observado a sombra que a Terra projeta sobre a Lua nos eclipses lunares e tem compreendido que essa sombra arredondada é a única prova de que a Terra é redonda. Aceitamos isso pela fé que temos nas afirmações de outras pessoas. Assim acontece com o fato de que estamos girando no espaço a uma velocidade de, aproximadamente, mil e seiscentos quilômetros por hora em virtude do movimento da Terra em redor do seu eixo e o mesmo acontece com outro fato, maravilhoso fato científico, de que ainda que a Terra pareça imóvel, está realmente viajando em sua órbita em redor do Sol a uma velocidade de, aproximadamente, dois milhões e seiscentos mil quilômetros, cada vinte e quatro horas. Esses e outros muitos fatos semelhantes que não podemos investigar por nós mesmos aceitamo-los, vivendo todos os dias chamando-os “conhecimentos” e baseamos nosso bem estar neles, em virtude da fé.
Já dissemos que a fé é a força que põe o ser humano em comunicação com Deus, que nos relaciona com a Sua Vida e Poder. A dúvida, pelo contrário, produz um efeito de confusão e perturbação que impossibilita a percepção das vibrações espirituais. Esses são os efeitos da fé e da dúvida que pode-se ver facilmente examinando suas influências na vida diária. Sabemos que as expressões de fé e de esperança nos animam, ao passo que as manifestações de dúvida dos outros sobre a nossa pessoa nos deprimem. Acontece a mesma coisa, quando tratamos das coisas superiores e espirituais.
Vemos, pois, que a dúvida e o ceticismo têm efeito prejudicial sobre o objeto a que se dirigem, enquanto que a fé abre e expande nossa capacidade mental, assim como a luz solar desenvolve a formosura da flor. Podemos, agora, compreender a necessidade a fé, quando queremos nos aproximar dos ensinos espirituais. Considerados dessa forma podemos perceber neles a sua verdadeira luz, enquanto que a dúvida, a crítica ou a descrença destroem a beleza da concepção espiritual, assim como os ventos gelados destroem as flores. Cristo disse: “Todo aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele” (Mc 10; 15). Nesta sentença se oculta à chave da atitude mental necessária. As pessoas mais velhas quando recebem novos ensinos ou novas ideias repelem-nos desde logo, quando encontram algo que não haviam pensado ainda, ou aceitam-nos sem exame nem discussão, se estão de acordo com as suas teorias.
Convertem seus próprios conhecimentos e pontos de vista em medida absoluta da verdade, com que medem todas as ideias que se apresentam e, por mais ampla que possa ser sua visão ela será sempre curta, desde o ponto de vista cósmico.
Um menino não levanta obstáculos não se limita a conhecimentos anteriores; sua Mente está aberta a toda a verdade, e recebe qualquer ensino com fé e sem vacilação. O tempo lhe demonstrará se esses fatos são certos ou não, e essa é a única prova concludente. O discípulo das escolas Ocultistas desenvolve essa atitude mental infantil, pondo de lado tudo quanto já conhece, quando examina um ensinamento novo ou investiga um fenômeno que antes não havia percebido, a fim de desembaraçar a sua Mente de todo obstáculo. Por suposto, não aceita simplesmente que o branco seja preto; porém está sempre pronto a admitir, quando se lhe faz a proposição, que pode existir um ponto de vista do qual não tinha conhecimento, desde o qual o objeto branco possa apresentar-se realmente negro ou vice-versa. Essa é uma atitude mental sumamente vantajosa porque o ser humano que a cultiva é capaz de aprender e de aumentar os seus conhecimentos, da mesma forma como a criança que escuta mais do que argumenta. Desta sorte a atitude mental da criança conduz realmente à obtenção do conhecimento, do qual se fala simbolicamente como o “Reino de Deus” em oposição ao reino da ignorância do atual estado humano. Compreenda-se que a fé requerida não é uma fé “cega”, nem uma fé irracional que se adere a uma crença ou dogma contrários à razão, mas sim a um estado mental aberto e tranquilo, sem prejuízos ou preconceitos, disposto a examinar qualquer proposição até que a investigação completa tenha demonstrado que é insustentável. Dissemos anteriormente que toda Oração era a chave do comutador que permitiria fluir a corrente da Vida e da Luz divina, dentro de nós mesmos. A fé na oração é a força que abre essa “chave”. Sem força muscular não se poderia abrir a chave para obter-se a luz física, e sem fé não se poderá orar, devidamente, para obter a iluminação espiritual.
(Revista Serviço Rosacruz – 06/67 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Sobre a origem dos Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz
Embora a palavra “Rosacruz” seja usada por diversas organizações, a Fraternidade Rosacruz não tem nenhuma ligação com quaisquer delas.
Nos anos 1907-08, após ser provado na sinceridade de seus propósitos e desprendimento no desejo de ajudar ao próximo, Max Heindel foi escolhido, pelos Irmãos Maiores da Rosacruz, para difundir publicamente os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, ajudando, deste modo, a preparar a humanidade para a Era da Fraternidade Universal que se aproxima (NT: Era Aquariana). E por meio de intensa autodisciplina e devoção ao serviço, ele alcançou a condição de Irmão Leigo (Iniciado) na exaltada Ordem Rosacruz.
Sob a direção dos Irmãos Maiores da Rosacruz, gigantes espirituais da raça humana, Max Heindel escreveu “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, um livro que, tendo marcado época, converteu-se no que é agora o manual-guia de ocultismo do Mundo Ocidental. Pelo seu próprio desenvolvimento espiritual ele era capaz de verificar por si mesmo muito daquilo de que fala “O Conceito Rosacruz do Cosmo”, bem como adquirir conhecimento adicional, que mais tarde incorporou às suas numerosas obras.
Uma das condições básicas para que os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental fossem transmitidos a Max Heindel era a de que nenhum preço lhes fosse estipulado. Esta condição foi por ele fielmente observada até ao fim de sua vida, e continua sendo-o cuidadosamente por aqueles que dirigem os trabalhos da Fraternidade Rosacruz.
Assim, embora os livros desta Entidade sejam vendidos, os cursos por correspondência e os serviços do Departamento de Cura continuam sendo mantidos na base de ofertas voluntárias. Seus membros não pagam taxas.
(Revista Serviço Rosacruz – 04/84 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Uma Criança Divina Quer Nascer
“Entre quedas, desistências, covardias e grandezas, somos deuses. Há uma criança divina em nós, que a cada dia quer nascer”. Esta frase do escritor e psicanalista Helio Pellegrino foi publicada, recentemente, na imprensa paulistana.
Não é a beleza da sentença, em si mesma, é a sua profundidade que comove, mas o fato dela aparecer como uma semente lançada em época muito oportuna.
Esta fase de trânsito entre uma idade pré-agonizante e outra, cujos lampejos aos mais avançados é dado entrever, transmite uma incrível sensação de insegurança aos seres humanos. Isso tem produzido uma espécie de fobia generalizada de perda. As pessoas temem perder o emprego, a saúde, a posição social, os entes queridos e a própria vida.
Esse clima de instabilidade é doloroso, não resta dúvida. Entretanto, pelo menos para quem tem olhos de ver encerra alguns aspectos altamente positivos, isto é, oferece valiosíssimas lições morais e espirituais. Dentre elas destacamos:
1. Fazer ver que o materialismo não oferece segurança alguma. A transitoriedade e a relatividade são elementos característicos do mundo material. Não há outra segurança a não ser aquela emanada do Deus Interno. Ou encontramo-nos seguros internamente e encaramos calma e confiantemente as dificuldades do dia a dia, ou ficaremos à deriva.
2. As conquistas no plano material, por empolgantes que sejam, não constituem um fim em si mesmas, são meios para se alcançar um desenvolvimento superior.
3. Muitas das atuais estruturas e instituições do mundo civilizado estão cristalizadas. Já se exauriram suas possibilidades de desenvolvimento, e, como acontece no processo evolutivo, serão substituídas por estruturas novas, compatíveis com as necessidades de crescimento da humanidade. É de se esperar o surgimento de novos modelos religiosos, econômicos, políticos e sociais regendo a vida dos povos.
4. Agora, mais do que nunca, a capacidade epigenética de cada um deve ser exercitada. As crises estão aí e caminharão fatalmente para um impasse se o ser humano persistir em tentar equacioná-las através de meios estritamente convencionais. É preciso usar de criatividade, procurando novas alternativas para solucionar os problemas.
5. Max Heindel afirmou que a adaptabilidade é a nota-chave do progresso. Portanto, quem não se adaptar às características desta fase de transição, por certo muito sofrerá e verá retardar-se sua evolução.
6. Os sofrimentos atuais devem despertar o sentimento de solidariedade entre a humanidade, unindo-os no sentido de procurarem superar as crises. Somente uma fraternal conjugação de esforços poderá fazer frente às dificuldades atuais. Esse tipo de cooperação constitui a antítese do egoísmo e individualismo. Deverá criar formas superiores de relacionamento humano, sepultando o tradicional conceito de liderança.
7. Todo e qualquer tipo de preconceito, pensamento ou sentimento exclusivista deve desaparecer. O apego à raça, nacionalidade, dogmas religiosos e ideologias políticas entrava o equacionamento dos problemas humanos e impede a realização da Fraternidade Universal. A realidade que vivemos demonstra como isso é verdade. Tudo deve ser conduzido no sentido de unir a grande família humana.
Estes são alguns aspectos da questão. Existem outros não menos importantes. Na verdade, o ser humano, a despeito das circunstâncias nas quais está envolvido, procura algo superior, o que já não deixa de ser um passo considerável. Mas, procura fora de si mesmo. Quando admitir-se como um ente superior, um ESPÍRITO, parte integrante do corpo macrocósmico de Deus, terá se desvencilhado das crises e desequilíbrios deste mundo – essas incríveis ilusões. Nascerá, então, de um longo e doloroso parto, a Divina Criança em cada um de nós.
(Revista Serviço Rosacruz – 05/84 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Rocambole de LEGUMES
RECHEIO:
Pergunta: Que significa a elevação do eleito no ar para ir ao encontro do Senhor? Isso se refere a uma ascensão física?
Resposta: Esta passagem consta na 1ª Epístola de São Paulo aos Tessalonicenses cap. 4; 16 e na mesma Epístola cap. 5; 23, onde lemos. “E o mesmo Deus de paz nos santifique em tudo, para que todo o vosso espírito e alma, e o corpo sejam conservados sem culpa para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
Portanto, São Paulo reconhece que o ser humano é um ser composto, constituído de três partes: espírito, alma e corpo. No capítulo 15; 50 da 1ª Epístola aos Coríntios lemos: “A carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus”. Mais adiante, a respeito do mesmo mistério, ele diz: “Eis que vos revela um mistério: todos certamente ressuscitaremos, mas nem todos seremos mudados num momento, num abrir e fechar de olhos”, e no versículo 44, que foi mal traduzido, ele afirma que existe um corpo espiritual e um Corpo-Alma: soma psuchicon.
Este é um ponto muito importante. Não o encontraremos em nenhum outro lugar, a não ser na literatura Rosacruz. Todos os outros passaram por cima ou não notaram esta tradução incorreta, e leram o texto como corpo “natural” ao invés de Corpo “Alma”. Este Corpo-Alma é composto de Éter e é capaz de levitação. Sem esta faculdade ser-nos-ia impossível encontrar o Senhor no ar, ou tomar-nos cidadãos do Reino dos Céus, anunciado pelo Cristo Jesus e Seus apóstolos. Deixemos bem claro que a humanidade sempre caminhou em direção ao exterior partindo do centro da Terra em sua evolução. Adão, o homem primitivo, foi feito da terra vermelha (quente), pois naquela época o nosso globo ainda estava passando por uma fase de esfriamento, ardendo devido à chama vermelha da crosta em formação. Em seguida, é-nos dito que uma névoa subia do solo em processo de esfriamento, e a humanidade daquela época vivia como “filhos da névoa” nos vales da Terra. Posteriormente, quando a névoa se condensou em água, a qual caía enchendo as bacias da Terra, o ser humano mudou-se para as terras altas, onde habita até hoje acima das águas, e quando se despojar do Corpo Denso (terreno) que, segundo Paulo, não pode herdar o Reino de Deus, eIe elevar-se-á no ar, em seu glorioso soma psuchicon ou Corpo-Alma, para empreender uma nova fase evolutiva. Lá, não lidaremos com elementos concretos como o fazemos agora, mas aprenderemos a trabalhar com a vida em lugar de coisas mortas. Portanto, seremos elevados no ar num piscar de olhos, tal como consta na Bíblia, e o que nos foi transmitido para que nos preparemos para ser habitantes da Nova Jerusalém, que “surgirá dos céus” ou se tornará visível. Devemos entender, também, que este reino está sendo atualmente preparado, embora seja invisível para a maioria das pessoas. Contudo, está em período de construção, aguardando o tempo em que tenhamos aprendido as lições da existência concreta, e estejamos capacitados para as atividades distintas que, então, deveremos aprender.
(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. II – pergunta 86 – Max Heindel)
Os Pintarroxos e o Abeto
Parte III
Palavra-chave: Equilíbrio
Nossa última história mostrou como os Espíritos do ar, da água e do fogo causaram uma tempestade tão forte, que o lindo abeto do parque foi totalmente arrancado e derrubado no chão. E ali ficou durante uma semana, antes de ser removido. João foi lá todo o dia para sentar-se sobre os galhos e não sob eles.
Gostaria de ter enterrado os filhotinhos, mas não pôde pegá-los, pois havia muitos galhos pelo meio. Logo depois, percebeu que os pais pintarroxos tinham desistido de procurar seus bebês e começaram a construir um novo lar, em um galho grosso de uma trepadeira que subia em um muro.
Um dia, o Espírito do Ar apareceu, subitamente, à frente de João e sorrindo tristemente disse:
– Irmãozinho, todos nós erramos, não é? É assim que aprendemos nossas lições. Eu não sabia que as salamandras iriam lutar tanto e isso fez com que nós, sílfides, ficássemos tão ofendidas, que sopramos e sopramos com todas as forças que tínhamos. As ondinas também exageraram e encharcaram a terra.
Então, em vez de ajudarmos nosso amigo abeto, nós só pioramos as coisas, nós o matamos; ele não pôde aguentar. Mas eu serei bem mais cuidadoso de agora em diante.
– Talvez tenha chegado a hora da sua amiga abeto morrer, disse João. Sabe que ela pressentiu que algo ia acontecer. Lembra-se de como ela avisou os pintarroxos para não construírem o ninho em seus galhos?
Acho que queria ir, achava que já tinha feito todos os serviços de amor que veio para fazer.
– Pode ser João, mas eu aprendi uma lição e não repetirei o erro. Não deveria ter perdido a calma e ficado zangado com as salamandras, disse o Espirito do Ar.
– Mas veja como os pintarroxos esqueceram depressa os seus filhotes, disse João.
– Você sabe por quê? – perguntou o Espírito do Ar.
– Não. Diga-me, por favor.
– É porque mamãe pintarroxo está esperando mais bebês e eu ouvi dizer que eles são os mesmos bebês que voltaram para a mesma mãe e o mesmo pai. Eles morreram muito cedo!
– Oh, que bom! É por isso que eles parecem tão felizes. Gostaria muito de encontrá-lo novamente, concluiu João.
– Claro que me encontrará. Nós, Sílfides, nunca estamos longe de meninos como você, que sempre procuram auxiliar os outros.
João comentou:
– Mamãe disse que a tempestade fez grandes estragos: os bueiros ficaram entupidos, a água entrou nas casas e nas lojas, estragando muita coisa. Foi muito difícil para os pobres que não têm muito dinheiro.
– Meu Deus, disse o Espírito do Ar, eu direi isso à nossa líder sílfide na próxima reunião. E prometo que seremos mais cuidadosos, não deixando que isso aconteça novamente.
– E eu tomei uma decisão, disse João. Ouvirei sempre os mais velhos; jamais agirei como os pintarroxos, que construíram seu ninho no abeto e perderam o seu lar e a família.
Enquanto eles conversavam; os jardineiros chegaram com machados para cortar os galhos do abeto antes de removê-lo. Era muito difícil para o Espírito do Ar ver seu amigo ser cortado e seus olhos encheram-se de lágrimas. Disse adeus a João e prometeu que o veria de novo. Então, acenou com a varinha de condão sobre sua cabeça e foi embora, voando.
(do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)