As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra do Touro

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra do Touro

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco

A Terra do Touro

 

Uma muralha de pedra, sólida e preta apareceu aos olhos de Rex e Zendah quando se aproximaram da terra do touro. Levantava-se reta e lisa; não se via uma falha. Mais ou menos a seis pés de altura do chão havia muitas esculturas; rostos pequenos, pássaros e animais semelhantes aos que fossem descobertos nas escavações feitas nos desertos do Egito. Os rostos eram esculpidos, sobressaindo ligeiramente da superfície da muralha e o conjunto escultural tinha por fundo linda pedra azul para fazer com que as esculturas sobressaíssem.

Defronte da muralha o chão era arenoso; tão seco que a cada passo que se dava erguia-se uma nuvem de poeira. Os meninos sabiam que era difícil encontrar o Portão do touro, pois estava escondido, e por isso eles começaram a examinar cuidadosamente toda muralha. De súbito, Zendah tropeçou em alguma coisa no chão. Afastou a areia com as mãos e encontrou um alçapão de pedra, quadrado, tendo no meio uma argola de cobre que repousava num cavado feito de pedra. Rex pegou a argola e deu-lhe um puxão, mas a argola não se moveu. Zendah também tentou, mas nada conseguiu.

Súbito, lembraram-se: ‘temos de botar no cavado em que está a argola, o pó azul que Hermes nos deu, e colocar as joais que ganhamos na Terra do Escorpião-Águia e na do Homem do Jarro, uma de cada lado, e a joia do Leão por baixo. Depois disso vamos esperar para ver o que sucede”.

Olharam para as instruções que Hermes lhes dera para se certificarem se era isso que deveriam fazer. Era isso mesmo. Zendah ajoelhou-se e pôs o pó no cavado e arrumou as joais da maneira ordenada. Um minuto depois, subiu uma espiral de fumaça do pó e a terra tremeu tão forte que Rex e Zendah caíram um de cada lado do alçapão.

Ao se levantarem constataram estar ao lado de uma abertura feita no chão. O alçapão estava suspenso de um lado como uma tampa de caixa. As joias enfileiradas adiante, prontas para eles apanharem-nas de novo. A abertura do alçapão era o princípio de uma escada de pedra. Os meninos pensaram que ali estava a entrada da Terra do Touro. Desceram a escada até o fundo onde viram uma arcada com uma porta de pedra na qual havia uma aldrava para bater, em forma de cabeça de touro. Rex deu duas pancadas e ouviu-se uma voz:

– “Quem é?”

– “Rex e Zendah”.

– “A senha?” perguntou de novo a voz.

– “Força”.

A porta caiu para trás e eles tiveram de subir por ela para poderem entrar. O Guardião do portão era uma pessoa alta e estava com um capacete semelhante a cabeça de um touro. Que figura esquisita!

À entrada estava parada uma robusta mulher usando vestido branco com cinto azul. Seus ombros estavam encobertos completamente por um colar chato, de pedras azuis. Uma cinta de cobre mantinha seus cabelos castanhos-escuros em ordem. Na frente da cinta havia um ornamento feito de chifre.

– “Sejam bem-vindos à Terra do Touro”, disse ela. “Possa nossa amizade durar tanto quanto são fortes e duradouros os nossos alicerces”. Afastando-se para um lado, conduziu os meninos para dentro onde estava parado um carro puxado por dois bois brancos com uma coroa de flores nos chifres. Depois dos meninos subirem para o carro, ela subiu na frente e dirigiu a carruagem.

As estradas eram largas e lisas, muito bem conservadas. Não viajaram muito, mas assim mesmo tiveram tempo para olhar os arredores. A primeira parte da terra por que passaram era campo; por toda parte viram homens e mulheres atarefados em arar e plantar. Todos pareciam saudáveis e vigorosos. A maioria possuía esplêndida cabeleira castanho escuros e grandes olhos também dessa cor. Todos cantavam enquanto trabalhavam. Onde havia muitos juntos, podia-se ouvir quase que um concerto. Em alguns lugares as sementes já germinavam.

Parecia não haver lugar que não fosse cultivado.

Pouco adiante viram homens abrindo novas estradas e fazendo as fundações de edifícios. Os edifícios eram fortes e bem feitos. As paredes muito grossas e feitas de pesados blocos de pedra. Parecia que durariam para sempre depois de prontos.

Nas casas já habitadas, os meninos verificaram que cada uma tinha um pequeno campo onde um touro ou uma vaca pastava ou estava deitado, aquecendo-se ao sol. De fato, havia, tanto gado nessa terra quanto cavalos na Terra do Arqueiro.

Logo chegaram à Cidade do Touro. Era um quadrado perfeito, tendo aos lados altas e maciças paredes nas quais havia entradas frente ao norte, ao sul, a leste e a oeste. A carruagem parou no portão norte e eles seguiram seu guia a pé pela cidade. As ruas estavam cheias de pessoas; e como trabalhavam. Parecia que tinham tudo que você possa imaginar para vender. Havia mercadores de todas as parte do mundo tentando vender suas mercadorias dos donos de lojas.

Em algumas lojas havia nas vitrines toda a sorte de coisas boas para comer. Só de olhá-las, ficava-se com fome.

Os meninos pararam a entrada de uma joalheria pois nunca viram, em parte alguma, tanta joia de ouro, nem pedras tão bonitas. Zendah quis comprar algumas para levar para casa, mas… não encontrou dinheiro nos bolsos de sua “roupa estelar”.

Estava difícil afastá-los dali porque havia muitas coisas bonitas para se ver; mas afinal, foram para a parte central do mercado, onde se erguia o edifício principal da terra. Havia uma fonte em cada canto, surgindo das costas de quatro touros de mármore, pois este grande edifício, como toda a cidade, era um quadrado perfeito. O portão de entrada estava guardado por homens com capacetes semelhantes ao que usava o Guardião da entrada da Terra.

Suas túnicas curtas eram azuis e seus escudos brancos, com um touro preto como ornamento.

Rex e Zendah estavam certos de que esse palácio não poderia sair dali; era tão sólido e tão estável quanto era móvel e aéreo o palácio de Hermes. Já no seu interior, os meninos ficaram embasbacados; estavam na parte mais bonita do edifício; cada parede, soalho ou corredor era de desenho diferente feito de pedra de várias cores e feitios.

Para poderem entrar na sala principal tiveram de afastar as cortinas de cor azul celeste. O teto da sala estava pintando de forma a parecer o céu estrelado. Ao redor havia grandes pilares com figuras pintadas semelhantes àquelas da entrada da terra.

O trono tinha por braços touros entalhados e em cima, na parede que ficava por trás, havia grande janela em forma de crescente lunar.

Uma mulher que estava sentada no trono sorriu para os meninos e pouco depois viram que ela era a Rainha Vênus, embora parecesse algo diferente, o que fez com que não a reconhecessem imediatamente. Seu vestido estava todo dobrado ao seu redor, em tantas dobras que ela estava quase escondida, mas seu pescoço e seus braços estavam nus. Usava magnífico colar de esmalte azul com correntes de esmeraldas pendentes e em sua cabeça tinha uma coroa feita de estreita tira de cobre os quais brilhava com círculo de prata.

Já era tarde porque a noite começara a cair enquanto eles iam para o palácio. A lua cheia apareceu brilhando através da janela bem por cima da cabeça da Rainha. Nesse preciso instante um órgão, no fundo do salão, começou a tocar suavemente e vozes em coro cantaram uma canção de agradecimento que, em constante crescente, terminou fortíssimo.

No momento de silêncio que se seguiu, Rex e Zendah viram a figura do quarto grande Anjo, com uma estrela na fronte, muito semelhante aos outros Anjos que haviam visto, com a única diferença que este possuía asas azuis.

Abriram-se as cortinas e uma procissão de pagens apareceu conduzindo bandejas de cobre. Era o festival das Ofertas da Terra. Essas ofertas consistiam em sedas, sementes, buquês de violetas, ornamentos de ouro e de prata, tudo tão bonito! No fim de tudo apareciam vasilhas cheias de moedas de ouro e de prata.

Mercadores de todas as cores e raças davam suas graças. Arquitetos trouxeram seus planos. Durante todo o tempo que durou a procissão de dádivas, o coro entoou a canção da Abundância da Terra.

Cada pagem, à medida que entrava, ocupava determinado lugar a direita ou à esquerda do trono. Depois de terem entrado todos os pagens, Rex e Zendah viram que estavam esperando por eles, para se apresentarem diante do trono.

Ficaram muito encabulados pois nada tinham para oferecer.

A Rainha Vênus sorriu e disse:

– “Não esperamos que nossas visitas nos façam ofertas; ao contrário, somos nós que lhes damos algo, para levarem consigo. Por certo já perceberam que nesta terra há abundância de tudo o que proporciona conforto e bem estar. Eis aqui a bolsa mágica que nunca se esvazia desde que você dê um pouco do seu conteúdo a outro que dele precise ou toda vez que você gastar algum dinheiro com você. Ela lhe dará riqueza, Rex, mas use-a com sabedoria. A você Zendah, concedo o Dom da voz, Dom mais precioso do que o ouro”.

Tendo tocado a garganta da menina com sua varinha ornada com violetas, Vênus colocou-lhe em torno do pescoço um colar de esmeraldas. Zendah sentiu vontade de cantar.

Vênus acenou com a cabeça, dando sinal aos músicos, e antes que pudesse perceber o que fazia, Zendah estava cantando sozinha.

Rex ficou admirado, pois nunca ouvira a irmã cantar, antes. Quando Zendah terminou a canção, a Rainha Vênus acenou aos meninos e ambos subiram os degraus do trono. Vênus abraçou-os e beijou-os.

– “Agora, sentem-se aí defronte, nessas almofadas, para vocês serem transportados ao portão da próxima Terra”.

O órgão tocou um acorde lento e de novo as vozes do coro entoaram algumas palavras que os meninos não compreenderam. Ao final, a própria Rainha Vênus juntou-se ao coro.
As luzes como que se apagaram e eles foram descendo, descendo, como se estivessem penetrando na terra e, de repente… um súbito barulho como se fechasse uma porta… e mais uma vez, com o quarto terremoto, estavam do lado de fora do Portão do Touro.

(The Adventures of Rex and Zendah In The Zodiac – por Esme Swainson – publicado pela The Rosicrucian Fellowship – publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61; As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco (as Ilustrações são originais da publicação) –Fraternidade Rosacruz – SP – publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980-81)

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