As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra do Carneiro – Áries

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra do Carneiro – Áries

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco
A Terra do Carneiro

Porque o calor aumentasse muito, Rex e Zendah perceberam estar próximos do último portão, o do carneiro.
Pela primeira vez em todas as suas aventuras, Rex e Zendah estavam realmente assustados. Por um momento, chegaram a ter medo. Onde esperavam encontrar um portão, havia uma muralha de chamas cintilantes, impetuosas, crepitantes, tão alta que parecia tocar o céu. Pararam para olhar e viram todas as tonalidades do verde, do azul, do vermelho e do lilás, onde, antes viam somente amarelo. Cada cor parecia emitir uma nota musical, sendo agradável vê-las e ouvi-las.

– “O último portão!” disse Rex após alguns minutos. “E parece difícil transpô-lo. Veja, entre as chamas há uma buzina, mas como faremos para atingi-la e fazer soar o alarme?”

– “Bem”, replicou Zendah, “a senha desta terra é CORAGEM. Será melhor vermos se podemos chegar perto dela”.
De mãos dadas, pouco a pouco eles foram se aproximando. Estranho como possa parecer, o calor não aumentava à medida que eles se aproximavam do portão. Afinal chegaram bem perto das chamas. Rex, ousadamente esticou seu braço e verificou que podia pôr a mão na buzina sem se queimar. Tocou-a; houve um outro som sem resposta, do outro lado do portão. As chamas dividiam-se, formando dois pilares recurvados e enrolados na parte superior, como chifres.

Unia-os uma espécie de corrente de fogo vermelho, da qual pendia uma cortina de chamas de cor rosada. Os pilares eram dourados e muito brilhantes. A buzina de dentro tornou a soar, vindo após, a pergunta: – “Quem ousa chegar a este portão?”

Os meninos responderam conforme estava nas instruções:

– “Rex e Zendah, com coragem, ousam penetrar na Terra do Carneiro”.

– “Atravessem o fogo”, mandou a voz. Isso parecia difícil. Os meninos entreolharam-se por um ou dois minutos, mas nenhum deles disse que o outro estava com medo. Aproximaram-se mais do portão e viram que a cortina de chamas abriu-se pelo meio, possibilitando a entrada sem que eles se queimassem, embora as chamas fossem ameaçadoras. Atravessando a cortina de chamas, chegaram a uma terra de sol ardente. Era tão brilhante que eles sentiram vontade de pular e cantar.

Ninguém os esperava como acontecera em outras terras. À sua frente estendia-se grande campo silvestre com florestas enormes, selvagens, mas bonitas. Não se via nenhuma estrada. Perto, encontraram duas machadinhas que, evidentemente, eles deviam apanhar, pois havia um cartaz no qual se lia:

“Usem-me; servirei para desbravar caminhos difíceis”.

– “Não parece haver nenhum caminho”, disse Rex, apanhando as machadinhas e dando uma a Zendah. “Gostaria de saber que direção devemos tomar”.

– “Sigamos o Sol”, propôs Zendah. “Devemos chegar a algum lugar”.

Partiram por aquela terra selvagem, trepando pedras, atravessando bosques onde tiveram de abrir caminho usando as machadinhas. Isso era mais divertido do que enfadonho. Afinal, depois de algum tempo, chegaram a campos cultivados e viram algumas casas. Ao saírem do bosque, depararam com enorme carneiro branco. Dos chifres enfeitados do carneiro pendiam campainhas. Os campos estavam cheios de ovelhas, mas o carneiro, de alguma maneira, fez Rex e Zendah compreenderem que o deviam seguir. Era por certo, um carneiro sábio!

Lá se foram eles atrás do carneiro.

O sol estava muito quente e a brisa era forte, mas eles sentiam-se vigorosos e podiam caminhar sem cansaço.

Afinal chegaram a uma estrada cheia de casas. Da maior delas saía barulho de máquinas e de pancadas de martelo. Pararam para olhar, pois todas as portas e janelas estavam abertas. Dentro, vários homens trabalhavam com ferramentas, máquinas e forjas, alguns malhando o ferro aquecido ao rubro.

– “Que estão fazendo?” perguntaram a um homem que saía da casa.

– “Tudo o que se pode fazer com o ferro”, respondeu o homem. “Todas as ferramentas que se usam no campo para arar e colher, e agora, triste é dizê-lo, fazem também espadas e canhões e todas as coisas que os homens precisam na guerra. Teremos de fazer essas coisas até que os homens acabem de combater. Então, a energia do carneiro será utilizada somente para fazer ferramentas úteis”.

Durante alguns minutos ficaram observando aquela afanosa colmeia humana, vendo as centelhas pular do ferro, de quando em quando. Por fim, recomeçaram a seguir o carneiro. Pela estrada vinha ruidoso grupo de cavaleiros que resplandeciam ao sol. Parando seus cavalos perto dos meninos, estes verificaram que eram cavaleiros vestidos com armadura real. O chefe saudou-os com sua espada.

– “O Rei quer vê-los imediatamente”, disse ele, “e mandou buscá-los. Montem ligeiro e sigam-nos”.

Deram um cavalo a cada um. Os meninos radiantes reconhecendo que aqueles eram os mesmos cavalos que montaram na Terra do Arqueiro. Também já haviam-se encontrado com o chefe dos cavaleiros antes, na Terra do Leão e assim os meninos sentiram-se à vontade.

Rex foi convidado a encabeçar a tropa por ser uma visita especial, já que estava visitando sua própria terra. Cavalgaram depressa. O vento revolvia seus cabelos, tal a velocidade com que iam. Atravessaram clareiras onde havia cabanas; passaram por cidades que pareciam ter sido acabadas de edificar, até que por fim chegaram à Cidade de Marte.

O palácio estava numa elevação. Era todo construído de mármore vermelho polido. Era esplendoroso e brilhava como fogo sob os raios do sol. Os meninos não pararam para observá-los. Subiram logo as escadas que conduziam à entrada do palácio, onde os outros cavaleiros vieram ao seu encontro. Estes últimos traziam túnicas brancas sobre suas armaduras, com o emblema da cruz e do carneiro bordado a ouro vermelho. Alguns deles – não muitos – tinham túnicas vermelhas e cruzes brancas. Cada cavaleiro tinha um pagem, um rapazinho de cabelos ruivos que tinha a frente, carregando a espada e o elmo do cavaleiro, feito também de aço forjado.

Rex e Zendah foram escoltados através das passagens e da longa escadaria de degraus de pedra verde-escuro até em cima, onde encontraram um homem idoso vestindo hábito de monge.

– “Vocês têm algo muito importante a fazer”, disse ele. “Nesta sua visita, que é a última, recebemos ordens de sagrá-los Cavaleiros do Sol, se prestarem juramento. O fogo pelo qual passaram no portão de entrada foi a primeira prova. Vocês prometem, Rex e Zendah, falar sempre a verdade, não terem medo, combater pelos fracos e serem leais ao nosso Rei?”

Os meninos responderam: – “Sim”.

O senhor idoso colocou-lhes então sobre os ombros uma longa capa com uma cruz vermelha na parte posterior e mandou que eles o seguissem até a sala e que não falassem até receber ordem para isso. Era uma sala muito bonita, tão alta que não se via o teto. As paredes eram de cor-de-rosa pálido; os pilares de magnífico vermelho, como uma papoula. Cavaleiros, em suas armaduras brilhantes, permaneciam em “sentido” ao longo das paredes que tinham bandeiras de todos os países espalhadas, algumas novas, outras gastas ou rasgadas. O trono não estava no lugar habitual, mas no centro da sala. Frente a ele, no fundo da sala, havia um altar. A janela por trás do altar tinha a forma curiosa de uma espada, indo do chão ao teto. O punho da espada formava o diâmetro de uma estreita janela circular com doze divisões, cada uma com vidro de cor diferente.

Devagar, os meninos seguiram o senhor idoso até o trono onde estava o Rei Marte sentado, vestido com maravilhosa roupagem vermelha e ouro, tendo à cabeça uma coroa de aço polido. Marte cumprimentou-os e disse-lhes:

– “Fui comissionado por nosso Senhor, o Sol, para sagrá-los seus cavaleiros, esta é grande honra. Vocês prometeram obedecer as leis dos cavaleiros e assim, quando chegar o momento oportuno, vocês me seguirão até as almofadas que estão diante do altar. Vejam que o fogo do altar não está aceso; somente uma vez por ano o sol acende o Fogo Sagrado para mostrar que a Terra despertou para seu trabalho anual com seu auxílio. É nessa ocasião que são admitidos aqueles que se qualificam para serem sagrados Cavaleiros do Sol”.

Defronte do altar, do lado direito, estava em pé um arauto com uma trombeta. De cada lado, sentados, seis tambores. Os tambores rufaram. Marte deixou seu trono e caminhou até defronte do altar. Rex e Zendah seguiram-no e ajoelharam-se nas almofadas. Ouviu-se uma nota clara, tocada na trombeta e nesse momento um grande facho de luz solar brilhou através da janela em forma de espada, atingiu o altar em seu percurso, brilhando sobre Marte e os meninos ajoelhados aos seus pés.

A madeira aromática incendiou-se e nuvens de fumaça ergueram-se no ar. Nas nuvens de fumaça viram o rosto do senhor sol sorrindo para eles, desaparecendo a seguir. Enquanto eles estavam banhados pela luz do sol, Marte retirou sua espada e batendo com ela levemente no ombro de cada um dos meninos, exclamou:

– “Levanta-te, Cavaleiro do Sol, toma tua Espada de Luz semelhante à do Rei Artur e, com coragem e destemor, combate o Dragão do Egoísmo no mundo, sem jamais desesperar, seja qual for a dificuldade da tarefa”.

Os meninos levantaram-se. Os pagens cingiram-nos com cintos vermelhos e entregaram-lhes espadas luzidias em cujas copas seus nomes apareciam feito brilhantes. Todos os cavaleiros que estavam na sala desembainharam as espadas e saudaram-nos. Foi um lindo espetáculo ver tantas espadas brilhando no ar.

Logo depois, os dois tomaram seus lugares, já como cavaleiros, ao lado de Marte e esperaram que estes assinassem os passaportes, para que os cavaleiros pudessem, durante o próximo ano, seguir para terras estrangeiras onde combateriam a favor dos oprimidos.

Marte disse a cada um deles, enquanto apunha seu selo vermelho sobre o passaporte:

– “Segue com coragem, irmão, e vence todas as dificuldades”.

Aos poucos o facho de luz solar foi-se extinguindo. Marte virou para os meninos e disse-lhes que era hora de partirem. Saudando-o com suas espadas novas, os meninos fizeram meia volta e saíram do palácio, tomando de novo seus cavalos que os esperavam na entrada.

Os cavaleiros os seguiram até o portão de entrada e depois de saudá-los com suas espadas, os meninos logo estavam do lado de fora do portão.

– “Nossas aventuras terminaram, Zendah”, suspirou Rex; “agora voltemos para casa”.

– “E vocês verão que isso não é fácil sem mim”, gritou uma voz. Voltando-se os meninos viram Hermes.

– “Bem, vamos rápido. Quando chegarem em casa, ajudarei vocês para se lembrarem de tudo o que viram e ouviram. Estão ansiosos para usar os talismãs? Então, cada mês, pensem na palavra senha corresponde e logo verão que poderão usar o talismã durante todo o mês. O uso que vocês poderão fazer deles, depende da prática.

Vejam: aqui estão as outras chaves para abrir o Livro da Sabedoria; estas chaves vocês poderão usar quando forem mais velhos”.

Hermes segurou os meninos pelas mãos e voou de volta para a terra, tão depressa que não tiveram tempo de contar até dois e já estavam no seu quarto.

– “Agora”, disse Hermes, “saiam bem devagar dos seus trajes estelares para se lembrarem de tudo pela manhã”. Tocou-os com seu báculo e … a primeira coisa que eles lembraram é que estavam sentados na cama, o sol alto, brilhando pela janela e sua mãe dizendo:

– “Vocês demoraram a levantar hoje”.

– “Oh! Mamãe, passamos momentos deliciosos. Estivemos na Terra das Estrelas com Hermes. Você se lembra de nos ter encontrado na Terra do caranguejo?”

Mamãe sorriu – ‘Então vocês também se lembraram? Vocês estão de parabéns, pois não são todas as crianças que Hermes leva às Terras do Zodíaco”.

EPÍLOGO

 

AS AVENTURAS CHEGARAM AO FIM. Mas vocês poderão encontrar as portas da entrada das Terras do Zodíaco se por elas procurarem. Vocês verão que será mais fácil visitar umas terras do que outras. De certo isso depende de qual fada haja sorrindo sobre o berço de cada um, quando nasceu, dando-lhe o talismã e a senha do seu signo natalício. Se foi o Rei Netuno quem sorriu para você ou se foi a Senhora Lua, você terá para contar, quando acordar, aventura ainda mais excitantes do que as de Rex e Zendah. E então você poderá escrevê-las para outras crianças lerem.

Melhor que tudo, se você conseguir persuadir Hermes, o mensageiro dos Deuses, a tocá-lo com seu báculo mágico e a dar-lhes seus sapatos alados, eles serão seu passaporte para todas as Terras das Estrelas.

(The Adventures of Rex and Zendah In The Zodiac – por Esme Swainson – publicado pela The Rosicrucian Fellowship – publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61; As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco (as Ilustrações são originais da publicação) –Fraternidade Rosacruz – SP – publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980-81)

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