A PRINCESA QUE APRENDEU A SORRIR
Era uma vez uma princesinha que morava com seu pai, o rei, num belo reino perto do mar. Certamente, a princesinha seria muito bonita se não estivesse sempre aborrecida e mal humorada. Havia quase sempre um olhar carrancudo em sua face e ela queixava-se e criticava tudo.
De manhã, quando sua boa ama trazia-lhe a primeira refeição numa bandeja dourada, ela ficava com raiva, mesmo que houvesse coisas deliciosas para ela comer.
– Leve a comida embora! Ela gritava – batendo o pé e empurrando a bandeja – eu não quero aveia. Por que você não me trouxe trigo fervido? E olhe para essa torrada. Não está bem tostada. Eu não gosto do pratinho no qual colocaram o meu ovo. Leve tudo embora e traga o que eu quero.
Durante todo o dia ela dizia coisas desagradáveis para todas as pessoas a sua volta e reclamava de tudo. Mesmo quando o rei lhe dava um presente, em vez de agradecer, ela resmungava e perguntava por que ele não trouxera alguma coisa mais.
No mesmo reino, viviam alguns anõezinhos que gostavam muito do rei. Eles viam o quanto o rei ficava triste pelo mau comportamento da princesa, pois ele amava sua filhinha e queria vê-la feliz. Por isso, os anões decidiram que toda vez que a princesa estivesse mal humorada e hostil, ou tivesse maus pensamentos, eles plantariam uma semente no declive da montanha, não muito longe do acampamento deles.
As sementes cresceram rapidamente e tornaram-se árvores altas e logo a montanha foi coberta por uma vasta floresta.
Um dia a princesa estava muito brava por algo que lhe acontecera e decidiu dar um passeio sozinha. Andou, andou e se perdeu na densa floresta no declive da montanha. Veio à noite e a princesinha começou a chorar porque não conseguia encontrar o caminho para sair da floresta. Como ela queria agora a sua casa e todas as coisas que sempre desprezou antes! Ela estava com fome, mas nada encontrou para comer na floresta, a não ser algumas frutas amargas em um dos arbustos. Finalmente, sentindo-se muito cansada, ela ajeitou-se no chão duro e dormiu.
Logo cedo, na manhã seguinte, ela foi acordada por alguém que chamava o seu nome. Sentando-se rapidamente, ela olhou à sua volta e viu os anões.
– Princesa, disse o líder dos anões, viemos para dizer-lhe como você pode sair da floresta.
A princesa bateu palmas:
– Oh, diga, ela gritou. Por favor, diga-me como vou encontrar o caminho de minha casa, pois eu não gosto desta floresta e quero voltar para casa o mais rápido possível.
– Essa rapidez dependerá da maneira como você seguir nossas instruções, disse o anão, pois só há um caminho para sair daqui.
-Oh, farei qualquer coisa, respondeu a princesa.
– Bem, então disse o anão, deixe-nos primeiro dizer onde você se encontra. Cada árvore nesta floresta é uma palavra má ou um gesto pouco gentil que você praticou. Essas densas videiras emaranhadas são as reclamações que você fez. Agora, a primeira coisa que você deve fazer é parar de reclamar e elogiar tudo. Você deve aprender a sorrir, procurar o bem em todas as coisas e sentir-se feliz. Tente tornar as outras pessoas felizes e faça algo por elas. À medida que você fizer estas coisas, as árvores desaparecerão, uma por uma, e então você poderá voltar para o reino, onde fica a sua casa.
Foi muito difícil para a princesa fazer o que os anões lhe recomendaram, mas ela detestava tanto a floresta que resolveu tentar. Parou de reclamar sobre a floresta e principiou a elogiá-la. Começou a elogiar o arbusto que continha as frutas amargas e ela se surpreendeu ao ver que, com suas palavras de carinho, as frutas que antes eram tão amargas transformaram-se em frutas saborosas, diante de seus próprios olhos.
Atônita e feliz com o resultado de sua primeira experiência, ela começou a sorrir.
Lembrou-se das instruções de fazer algo gentil para as outras pessoas e decidiu que já que os anões tinham sido bondosos ensinando-lhe o caminho de volta, ela faria alguma coisa para eles.
Depois de muito pensar, decidiu construir para eles algumas lindas casinhas onde pudessem morar. Juntando pedras e varetas e usando argila para a argamassa, ela construiu as mais atrativas casas de pedra que se possa imaginar e cuidadosamente forrou o interior delas com folhas macias. Do lado de fora, ela criou jardins nas rochas e neles plantou toda a sorte de flores do campo.
A princesa estava tão feliz em seu trabalho de construção, que não notou que muitos dias se tinham passado desde que ela chegou à floresta.
Finalmente, as casas ficaram prontas e eram tão lindas que ela mal conseguia esperar o momento em que os anões chegassem para ver seus novos lares.
Na manhã seguinte, ela acordou com o Sol brilhando intensamente em seus olhos e sentando-se rapidamente olhou à sua volta. Para sua surpresa, a densa floresta tinha desaparecido e os anõezinhos estavam sorrindo diante dela, parecendo muito felizes.
– Olá, Princesa, eles disseram todos, saudando-a. Você dissolveu a floresta. Olhe, poderá ver o palácio na outra colina. Vá, porque o rei está esperando por você.
A princesa levantou-se alegremente e, após agradecer aos anõezinhos por a terem ensinado o quanto é mais agradável sorrir do que resmungar, correu rapidamente para casa e estava determinada a nunca mais ser mal humorada e indelicada.
(do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. I – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz).
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