A Páscoa mostra que ainda a humanidade dorme, enquanto Cristo sofre
A Páscoa (passagem), em seu aspecto cósmico, marca a libertação anual do Cristo, crucificado em nosso Planeta. É a ascensão do Senhor do Amor aos reinos celestiais. Os grandes Iniciados místicos, em sua refinada sensibilidade, percebem o coro angélico saudando-O gloriosamente. A infusão de Sua energia na Terra, a cada novo ciclo, inaugura um período de crescimento, promovendo a intensificação das atividades nos reinos vegetal, animal e humano. As plantas crescem e florescem, os animais se multiplicam, e o ser humano sente-se fortalecido, para enfrentar os combates da vida, deles extraindo o “pão da alma”.
O Aspirante Rosacruz deve se esforçar ao máximo para compreender que ocorre, realmente, nessa época do ano. Uma importante lição a ser aprendida é a de não existência da morte; o que há é uma transição de uma esfera de atividade para outra.
Como espíritos em busca de experiência estamos crucificados no Corpo Denso. As condições restritivas da materialidade, as enfermidades a que está sujeito o organismo humano, as vicissitudes naturais dessa existência constituem sofrimento intenso para o espírito. A chamada morte, portanto, não nos deve causar horror.
Nada mais é do que uma libertação, uma passagem (Páscoa) para planos superiores de consciência. Sabemos pelo relato evangélico como, no Getsemani, Cristo se sentiu tomado de pavor e angústia. São Tiago, São João e São Pedro dormiram. Hoje, o quadro não é muito diferente. Apesar de todo progresso religioso e moral, grande parte da humanidade ainda dorme, enquanto Cristo sofre.
Cabe, àqueles conscientes desse processo cósmico, realizar algo para apressar o dia da libertação. Então, exclamaremos num só: Consumatum Est.
(publicado na Revista O Encontro Rosacruz da Fraternidade Rosacruz de Santo André-SP de abril/1982)
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