A Juventude não está perdida

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Juventude não está perdida

A Juventude não está perdida

Não, não concordamos de forma alguma com a afirmação de que “a juventude atual está perdida”. É uma afirmação gratuita. A ninguém é lícito opinar assim tão radicalmente sem situar a questão dentro de um contexto.

A humanidade vive uma fase de transição em sua caminhada e isso, obviamente, produz uma desagradável sensação de caos. E ninguém vive mais intensamente as agruras deste momento do que as novas gerações.

Jovens e adolescentes sentem inquietude provocada pelas sucessivas crises que se abatem sobre a sociedade humana. Quando a família se desintegra por incompatibilidade entre os pais, eles, os jovens, são os que mais sofrem. Insegurança, medo, carência de apoio, tornam-nos revoltados e agressivos numa fase de suas vidas em que deveriam receber carinho. É incrível como os pais e educadores de um modo geral não entendem isso.

Essa insegurança gera reações e comportamentos denominados de “contestadores”. Talvez até seja verdade. Mas antes de emitirmos qualquer juízo a respeito, porque não verificamos as causas dessa reação?

Deve ser terrível, por exemplo, para jovens que trabalham incansavelmente durante o dia para custear seus estudos no período noturno constatar quão ausente de perspectivas é o mercado de trabalho para o futuro. E isso ocorre em muitas nações nos dias de hoje.

Os jovens são mais sensíveis e receptivos às vibrações aquarianas. Sentindo interiormente a influência uraniana da nova Idade, deve ser doloroso convier com estruturas sociais e educacionais já ultrapassadas.

Segundo alguns pensadores, a escola, a igreja e a família constituem o trinômio plasmador de consciência.

Consciência? Mas como? Com o imobilismo e falta de criatividade dos nossos sistemas educacionais? Com o dogmatismo opressor das igrejas? Com o despreparo dos pais?

Mesmo enfrentando todas essas adversidades encontramos nossos jovens presentes nos mais atuantes movimentos comunitários. São exemplos dignificantes de disposição para o trabalho em equipe, onde oferecem generosamente suas energias pelo êxito da empreitada.

Associar o consumo de drogas unicamente à juventude é um equívoco inominável. Alguns se tornam presa fácil do vício porque não encontram uma palavra amiga ou suficientemente lúcida para orientá-los.

O envolvimento com drogas atinge uma minoria. A despeito de tudo, a maior parte dos jovens procura imprimir um rumo sério às suas vidas.

Percorramos os restaurantes vegetarianos. Lá encontraremos os jovens, conscientes de que aquela alimentação é a ideal. Eles estarão também nas bibliotecas, nas praças de esportes, nos grêmios estudantis e sindicatos. Ora, isso é assumir uma postura responsável diante da vida!

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 02/86)

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