A primeira impressão que me chegou ao Espírito foi de mal-estar. Depois me apercebi: era a fumaça que subia de uma mesa vizinha, da ponta de um cigarro (também conhecido como bastonete cancerígeno), descrevendo graciosa curva e depois alongando adelgaçados fios em direção de meu nariz.
O primeiro impulso foi de impaciência contra o descuidado que, além de haver empestado o aposento com seu vício, deixara a ponta do cigarro acesa para prolongar sua ação envenenadora. Depois pensei na tolerância. Mas os meus pulmões protestaram, porque foram feitos para inalar oxigênio.
Resolvi agir: levantei-me, fui à mesa e eliminei a causa, esmagando a cabeça vermelha do rolinho fumegante.
Pronto! Incômodo demovido, se bem ainda persistisse por um pouco os restinhos de fumaça no ar.
Estive pensando, Senhor, quantas vezes eu teria podido, assim, evitar ou vencer circunstâncias danosas, buscando e removendo a causa, em vez de ficar reclamando e provocando atritos.
Lembrei-me, por oportuno, daquela breve, porém substanciosa prece deixada por um almirante inglês:
“Senhor, dá-me recursos para eliminar todas as coisas que podem e devem ser vencidas. Dá-me forças para aceitar e compreender tudo o que não pode ser evitado. Finalmente, Senhor, dá-me discernimento, para distinguir uma circunstância da outra”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1969 da Fraternidade Rosacruz-SP)
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