A Pequena Trabalhadora Cansada

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Pequena Trabalhadora Cansada

A Pequena Trabalhadora Cansada

  Estou cansada de trabalhar, – disse a Abelhinha de Mel – Vou sair por aí e ver o que posso encontrar.

Assim, com essas palavras, a Abelhinha, que estivera ocupada fabricando mel como as outras abelhas, deixou o agradável trabalho de tirar o doce líquido das flores que a atraíram com perfumes deliciosos e com lindas cores e mergulhou na escuridão do bosque. Debaixo de uma grande folha verde estava um pequeno Botão de Ouro, então, a Abelha parou e bateu um papinho com ele. Com seu rosto redondo e feliz, ele deu as boas vindas a Abelha e perguntou porque ela não estava trabalhando nesse dia tão bonito.

– Oh, estou exausta. Acho que preciso de um descanso – ela respondeu.

– Isto é mau; você deve descansar quando estiver cansada, tudo bem. Mas, não se aventure para muito longe porque há muitas plantas estranhas nesses bosques. Eu ouço, muitas vezes, os insetos falarem sobre seus entes queridos que se perderam. Há uma planta muito grande que parece bela, mas é muito má.

– Como é ela? – perguntou a Abelha.

– É uma espécie de verde amarronzada e tem muitos dentes grandes, afiados, e uma boca e um nariz terrivelmente grande. Parece que nunca, nunca está satisfeita, está sempre com fome. Não tem perfume como as outras plantas, logo se você não perceber nenhum perfume suave, tenha cuidado; pode ser a flor má – avisou o Botão de Ouro.

– Terei cuidado e não irei longe demais. Vou só dar uma volta por aí – disse a Abelha e foi voando.

Primeiro, ela desceu por entre frescas samambaias. Suas folhas frágeis fizeram com que ela pensasse em balançar-se. Sentou-se sobre a samambaia e balançou-se para frente e para trás como fazem as crianças num balanço. A brisa suave tornou-se agradável e fresca, fez com que a planta se movesse de tal maneira que a cansada Abelhinha não precisou fazer esforço algum para balançar-se. Ela sentiu-se tão descansada e feliz que adormeceu noseu balanço.

Dormiu por algum tempo e, quando acordou, a chuva tinha começado a cair e ela procurou, em vão, por suas irmãs abelhas, todas tinham ido embora. Ela sentiu medo, voou para lá e para cá e quando já estava muito cansada de voar, pousou na mais bela e mais suave folha que lhe deu proteção da chuva. Suas asas estavam um pouco úmidas, por isso ela ficou parada ali por um minuto e abanou-as até que ficassem secas.

– Preciso dar uma olhada por aí, até que pare de chover – ela disseOra, ora, esta é uma flor divertida. E também não tem um perfume agradável.

Naturalmente, ela havia passado por muitas flores que não tinham um perfume agradável, de maneira que isso não a preocupou. Há muito ela já havia esquecido o conselho do pequeno Botão de Ouro.

– Que dentes longos, afiados ela tem e, meu Deus, como éprofundo sua garganta. Gostaria de saber o que há lá no fundo e acho que vou até lá para ver – disse a Abelha.

Vagarosamente, ela caminhou até a borda da flor onde estavam os longos dentes e novamente deu uma olhada bem no fundo. Viu alguma coisa pequenina se movimentando lá e como estava um pouco escuro no bosque, não pode ver, de início, o que era. Ela olhou durante um longo tempo e distinguiu uma Formiga Vermelha que estava tentando dizer alguma coisa, mas ela não a podia ouvir, poissua voz era muito fraca.

– O que você disse? – ela perguntou.

Mmmm mmmm – era tudo que podia entender.

– Fale mais alto, não ouço você – ela gritou mais uma vez.

Muito debilmente, a voz saiu lá de dentro, por entre os dentes longos e afiados.

– Vá embora. Não chegue mais perto ou você não conseguirá mais sair. Nunca mais estarei ao Sol nem andarei mais com meus irmãos e irmãs. Eu estava cansada de trabalhar, então fugi ontem e vim até aqui para ver o que poderia achar. Agora, não posso mais sair.

– Oh, pobrezinha – disse a Abelha.

Então, de repente, ela percebeu – era a flor grande e má que ia pegá-la e nunca mais a soltaria se ela ultrapassasse os seus dentes. Com um pequeno pulo ela conseguiu alcançar a borda externa, mas estava ainda com muito medo e começou a chorar.

– Por que fui embora? Nunca mais abandonarei minhas irmãs. Preferia estar ocupada. Quando fico preguiçosa, arranjo problemas. Oh! Deus, como gostaria de encontrar a Abelha Rainha – ela lamentou.

Sentou-se lá por um longo tempo até que oSol nasceu novamente e a claridade tomou-se maior. Logo ouviu o zumbido das abelhas enquanto elas carregavam o doce líquido das flores para fazer mel. Ela chamou mais uma vez a pobrezinha Formiga Vermelha, mas ela estava muito quieta e já não podia falar. Então, com uma lágrima de piedade pela formiguinha que, como ela, não quis trabalhar, voltou para sua colmeia. Sentiu-se feliz por poder trabalhar, até que oSol desapareceu por trás das árvores e as flores sussurraram “Boa Noite”.

Naquela noite, em suas preces, ela lembrou-se da Formiguinha Vermelha que não trabalharia nunca mais e disse que voltaria para agradecer ao pequeno Botão de Ouro por tê-la avisado sobre a flor grande e má que prendia abelhas e formigas que não queriam trabalhar ou ajudar seus irmãos e irmãs.

 

(do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. I – por Dorothy V. Baird – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz).

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