Fatalidade, como é comumente entendida. Envolve a decisão antecipada e irrevogável de todos os acontecimentos da vida, qualquer que seja a sua importância. Se esta fosse a ordem das coisas, o ser humano seria uma máquina sem vontade. De que serviria a sua inteligência, já que ele seria invariavelmente dominado em todas as suas ações pela força do destino? Se tal doutrina fosse verdadeira, seria a destruição de toda liberdade moral. Não haveria responsabilidade para o ser humano e, consequentemente, nem bem nem mal, nem crimes, nem virtudes. Deus, soberanamente justo, não poderia punir a sua criatura pelas faltas que não lhe cabia deixar de cometer, nem a recompensar por virtudes, cujo mérito não lhe correspondesse. Tal lei seria também a negação do progresso, porque o ser humano que esperava tudo de sorte, nada tentaria para melhorar sua posição, pois não seria nem melhor nem pior. Somente no que diz respeito à morte o homem está sujeito ao domínio absoluto da lei inexorável do destino, porque não pode escapar à decisão que determina o fim da sua existência, nem ao tipo de morte que deve interromper o seu curso.
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