Desenvolvimento Mental: adquirido através de atividade e exercício mental apropriados

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Desenvolvimento Mental: adquirido através de atividade e exercício mental apropriados

Desenvolvimento Mental: adquirido através de atividade e exercício mental apropriados

Alguém que tenha experimentado alguma vez o que foi chamado de “a graça da concentração criativa” não poderá se sentir indiferente pela perda de tempo nas ocupações e passatempos sem sentido, que geralmente fazem perder uma parte de energia mental. Se no passado essa pessoa encontrou algum prazer na preguiça e inatividade mental, provavelmente, continuará agindo assim por mais algum tempo. Hábitos antigos são difíceis de mudar, mas a sua consciência, estimulada pela lembrança da elevação espiritual e da realização resultante de seus momentos de concentração criativa, irá causar-lhe uma inquietação cada vez maior.

Começará a sentir que é, na verdade, um pecado contra o espírito, deixar-se sucumbir pela indolência mental, desperdiçar seus talentos intelectuais e levar, mesmo que parcialmente, uma existência improdutiva.

Uma das razões para nossa curta permanência neste mundo físico é que devemos desenvolver a força criativa e a capacidade que temos dentro de nós. Quando percebemos o que podemos conseguir com esta força e que grande capacidade latente existe em nós, não ficaremos mais satisfeitos em deixar que outros nos distraiam continuamente, que pensem por nós (e nós podemos pensar até melhor) e que fiquemos parados vendo a vida passar. Vamos querer, cada vez mais, participar ativamente nos pensamentos construtivos e originais, dedicando tantos momentos quantos forem possíveis a isto, e experimentar a alegria e exaltação que nos vem quando tais pensamentos são traduzidos em ações e nos trazem seus frutos.

Nossa ideia original de “descanso”: sentar-se por longo tempo diante da televisão assistindo programas fúteis; leitura literária de valor duvidoso, que exige pouca ou nenhuma resposta mental; assistir a filmes de segunda classe ou qualquer outro tipo de atividade mundana e passiva.

O que parece de início tarefa difícil, concentração, estudo ou pensamento criativo, quando tomamos consciência por um esforço determinado da vontade, torna-se fácil, mais natural e até familiar. Com o tempo, o esforço desenvolvido da vontade para estas atividades será mínimo e, a antiga tendência para as atividades improdutivas e passivas mudarão e até sentiremos um sentimento agudo de desagrado por tarefas desta natureza.

Isto de maneira alguma implica na necessidade de uma pessoa tornar-se escravo mental ou levar uma vida exclusivamente contemplativa, para experimentar elevação espiritual da concentração criativa. Muito longe disso, os resultados da concentração criativa devem resultar em ação criativa e é este o verdadeiro significado que deve nortear os que assim se concentram. Devemos reservar algum tempo a esta atividade, mas certamente uma vida vivida exclusivamente “pensando”, sem nada ou pouco “fazer” não preencherá o propósito de nossa existência na Terra.

O descanso é um fator importante nas nossas vidas, mas os períodos de descanso devem ser intercalados com períodos de concentração criativa e atividades criativas, o que é muito necessário para a maioria das pessoas, porque estamos no estágio do desenvolvimento mental.

Há, porém, muito poucos que podem sustentar continuamente um alto grau de atividade mental ininterrupta e intensiva, ou uma atividade duplamente mental e física, sem o alívio e o relaxamento de ocupações menos exigentes. O descanso físico, contudo, não precisa ser passivo, parado, assim como o descanso mental não quer dizer que a Mente não vá ser usada.

Por exemplo, no descanso do estudo, uma pessoa pode fazer uma literatura menos séria, mas que seja ao mesmo tempo, estimulante para a Mente. Tratados filosóficos podem ser postos de lado em favor de livros de viagem, artigos sobre a natureza, animais ou qualquer outro tipo de assuntos de interesse particular. Esses livros são mentalmente estimulantes e oferecem à Mente uma variação de tipos de leitura. O descanso combinado com o estímulo mental é também obtido através de atividades como passeios ao ar livre, o contato com a natureza, contemplando-a e meditando sobre ela, ter os olhos e os ouvidos abertos, tentando aprender enquanto passeamos, escutar uma boa música, fazer visitas a museus e ter conversas elevadas e construtivas com amigos. Todos esses passatempos e muitos outros são muito mais produtivos, e exercem uma atividade mental muito maior, do que permanecer na inércia, que é tido como descanso por muitas pessoas. Um dos piores defeitos que podemos ter é o da preguiça mental e autoindulgência. A Mente é o veículo mais recentemente adquirido, dos quatro que possuímos, e, como tal, é o menos desenvolvido.

Max Heindel nos deu muitas informações sobre a Mente nos seus vários trabalhos. Leia-se no Conceito: “A Mente é o instrumento mais importante que o espírito possui; um instrumento especial na obra da criação. A laringe espiritualizada e perfeita determinará e falará a Palavra Criadora, mas a Mente aperfeiçoada decidirá quanto à forma particular e volume de vibração. A Imaginação será a faculdade espiritualizada que dirigirá a criação”.

É um sublime ideal, sem dúvida, mas o ser humano ainda está longe de obter este desenvolvimento mental, de atingir seu auge, sua finalidade.

No livro “Cartas aos Estudantes”, encontramos: “A Mente da maioria das pessoas é como uma peneira, um crivo. Os pensamentos se filtram através de seus cérebros da mesma forma que a água atravessa a peneira. Estes pensamentos são bons, maus e indiferentes, estes últimos em grande maioria. A imaginação não retém nenhum deles, o suficiente para poder conhecer sua natureza, e assim alimentamos a ideia de que não podemos impedir que nossos pensamentos fossem como são. Por causa disto, muitas pessoas acostumam-se a pensar negligentemente, o que os torna incapazes de se concentrarem num determinado assunto ou dominá-lo. É difícil alcançar isto, mas quando se consegue o controle do pensamento, a pessoa que conquistou isto tem certamente em sua mão a chave-mestra do êxito, em qualquer empreendimento”.

Por tudo isto é óbvio concluir que a Mente precisa desenvolver-se cada vez mais. Perdemos tempo ocupando-a com pensamentos vagos e indignos, ao invés de exercitá-la condignamente para aumentar sua força e seu potencial. Precisamos de muitas vidas de esforço mental controlado para desenvolver a Mente.

Não parece razoável, então, que ajudemos ativamente este processo, de todas as maneiras possíveis, em lugar de impedir e até recusar o trabalho contínuo de estimular e exercitar a Mente?

Projetá-la também numa situação nova e desafiadora e trabalhar sobre as forças criativas latentes, que eventualmente poderão manifestar-se?

Conservar a Mente ocupada em canais construtivos de serviço à humanidade é a única maneira de ajudá-la a evoluir até aquele ponto de perfeição criativa para a qual está destinada. Todas as vezes que nos permitimos ficar indolentes mentalmente ou arquitetamos pensamentos destrutivos ou vagos, em lugar de pensamentos construtivos, e se possível criativos, estamos segurando e atrasando bastante o desenvolvimento de nossa Mente. Além disso, quando nos deixamos levar por certos tipos de atividade mental negativa, mais difícil será para nós recomeçar a usar a Mente em propósitos dignos e válidos. Preguiça mental que se disfarça sobre a forma de distração ou descanso, é muito agradável às naturezas inferiores que não desistirão de esse proceder facilmente, uma vez que já o hábito se instalou.

Muitas vezes, durante o dia, quando estamos ocupados nas tarefas de rotina, porém necessárias, a Mente pode estar sendo exercitada. Períodos de afazeres domésticos, jardinagem, tempo gasto no transporte indo ou vindo do trabalho, momentos de espera para algum compromisso ou algo parecido, tudo pode ser utilizado em benefício da Mente. A grande maioria das pessoas tem no fundo de suas Mentes, vagas ideias de projetos, de realizações, de condutas que se apresentam como possibilidades para considerações futuras “quando tivermos tempo”. Muitos de nós temos tempo e até mais tempo do que imaginamos, e deveríamos usá-la na consideração destes novos esquemas: colocar os planos em atividade e usar o tempo que temos, sabiamente.

Se utilizarmos, de maneira correta, todos os momentos que temos a nossa disposição, a nossa Mente será capaz de grandes coisas. A atividade construtiva mental, intermeadas por períodos de repouso mental, que também é de natureza construtiva, moldará e transformará com firmeza a nossa Mente, em instrumento de força e poder inacreditáveis.

A graça (dádiva) da concentração criativa deve ser adquirida através de atividade e exercício mental apropriados. Uma vez obtida esta graça, acharemos nossas vidas mais ricas e desenvolvidas, e ficaremos surpreendidos em ver o tempo que desperdiçamos, quando fugimos de fazer este esforço mental.

(Traduzido da Revista “Rays from the Rose Cross” e publicado no Serviço Rosacruz – 06/81 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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