Max Heindel, tal como eu o conheci

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Max Heindel, tal como eu o conheci

Minha mãe foi secretária de Astrologia ao tempo de Max Heindel e Augusta Foss de Heindel, no início de 1914. A Fraternidade Rosacruz era pequena em números, mas era uma família feliz e harmoniosa. Mamãe vinha a Los Angeles todos os fins de semana e numa dessas ocasiões me trouxe um volume de “O Conceito Rosacruz do Cosmos”. Eu fiquei impressionado pela apresentação clara e racional das verdades ocultas e quando Max Heindel veio ao Centro de Los Angeles, lá fui ouvi-lo. Ao nos encontrarmos, senti instantaneamente que já éramos amigos desde vidas anteriores.

Convidado a descer a Oceanside, no seguinte fim de semana, tomei o trem para Santa e ao descer em Oceanside verifiquei que era uma pequena povoação, com apenas uns dois quarteirões e algumas casas dispersas. Caminhei uns dois quilômetros por uma estrada de cascalho até chegar às terras da Fraternidade Rosacruz e percebi que havia somente um edifício de administração (abrigando todas as atividades), uma pequena capela e cerca três pequenas casas.

Depois passei a frequentar Oceanside em todos os fins de semana e me familiarizei com o Senhor e a Senhora Heindel e quando havia acúmulo de trabalho no departamento astrológico eu ajudava a levantar e interpretar horóscopos, cooperando com minha mãe e a Sra. Augusta. Normalmente, depois do Serviços Matinal de Domingo, Max Heindel e eu nos sentávamos próximos ao lugar onde se encontra hoje o Emblema Rosacruz Nós conversávamos sobre várias coisas de mútuo interesse, tais como astronomia, astrologia, filosofia e ciências, entremeadas de reminiscências humanas e reconfortantes gracejos. Tempos felizes foram esses!

Um domingo de manhã, certo visitante aproximou-se de nós para mencionar que havia gostado muito do harmonium da capela. Max Heindel replicou: “Bem, harmonium é seu nome comum, porém o nome clássico é ‘venha a mim, vá a mim'”. Todos rimos cordialmente, e este incidente foi mencionado por mim várias vezes, para mostrar como a gente se prende gostosamente à Fraternidade depois que vem a conhecê-la. Um dia ajudando a Sra. Heindel, chamei-a “Tia Gussie”, o que a alegrou, pois me pediu que sempre a, chamasse assim. Disse-lhe de minha satisfação em chamá-la “tia Gussie”, acrescentando que, neste caso, para completar minha alegria, estenderia o tratamento, chamando a Max Heindel de “Tio Max”, assim foram eles para mim todo o tempo um tio e uma tia muito simpáticos.

Minha colaboração mais direta começou quando, numa viagem à Oceanside, coincidindo no mesmo dia o Serviço Devocional e o de Véspera Lunar, fui convidado a falar, cabendo a Max Heindel dirigir a reunião. Havia uma cadeira vazia à esquerda na primeira fila, e o Irmão Maior está presentemente lá.

Depois procurei o Centro de Los Angeles e comecei a ministrar aulas de Filosofia Rosacruz durante algum tempo, particularmente sobre o Esquema de Evolução. Um dia, ao me sentar ao piano para praticar, percebi, num relance, que o esquema total da evolução, tão belamente retratado no “Conceito”, se relacionava e ampliava, sob meus olhos, com o teclado do piano, mostrando o significado das cinco Hierarquias que nos deram algum auxílio e passaram depois à libertação, bem como as outras sete que trabalharam em nossa involução espiritual e evolução corporal, continuando ainda a nos ajudar na ascensão evolutiva. Tudo isto ali estava, em progressão regular, nos mais mínimos detalhes. Na viagem seguinte a Oceanside contei minha inspiração ao “Tio Max”. Isto o impressionou agradavelmente e sugeriu que eu escrevesse tudo, juntando um diagrama explicativo. Assim o fiz e publiquei o artigo no número de março de 1917 da revista “Rays from the Rose Cross”.

Eu sentia que conhecia Max Heindel melhor que outras pessoas e achava razões para isso. Quando um autor é lido e estudado, a característica predominante de sua natureza é apenas aparente, o que não sucede com as outras facetas de seu ser. Elas se encontram mais ou menos ocultas nos trabalhos em que ele se concentra. Eu tive maior oportunidade ainda: a de privar muito tempo com Max Heindel. Em uma mais íntima e pessoal convivência, outros aspectos de sua pessoa se revelam. Nós fomos capazes de examinar as aspirações reverentes e devocionais, a compreensão das culturas, da música, arte, das ciências e, o mais importante, do aspecto humano, tão essencial para um desenvolvimento equilibrado.

Max Heindel foi um exemplo vivo dos preceitos dos Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz: “Uma Mente sã, um coração nobre, um corpo são” e da contraparte: “ser prudente como a serpente, forte como um leão, simples e inofensivo como a pomba”.

Ele sabia que os Irmãos Maiores eram contrários a tudo que parecesse organização e, portanto, e procurou cuidadosamente evitar mais do que era necessário para a administração. Além disso, ele estava profundamente ciente de que nosso progresso real no caminho da iluminação era interno – “o templo sem som de martelo”. Ele criticou qualquer forma de arregimentação, e frequentemente enfatizou que não devemos nos esforçar de forma tão brusca para nos tornar tão iluminados que perderíamos o valor da experiência do horóscopo particular que escolhemos para esse propósito.

Ele tentou, valentemente, enfatizar a natureza reverente e devocional do místico, o lado oculto da compreensão intelectual e equilibrá-los com as influências saudáveis e humanas para o desenvolvimento racional. Foi um privilégio ter trabalhado com ele.

(por Art Taylor publicado no Rays from the Rose Cross Magazine, February, 1965, p. 64, 83 – traduzido na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – março/1979 – Fraternidade Rosacruz –SP)

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