Touro – Estabilidade

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Touro – Estabilidade

TOURO: ESTABILIDADE

Quando o caminhão da mudança foi embora, Bill e Sue deram uma olhada nos seus quartos. Os tapetes e a mobília pesada estavam nos seus lugares, mas ainda tinha muita coisa espalhada e em desordem. Sue entrou desconsolada no quarto de Bill e sentou na cama.

– Bem, parece que afinal estamos aqui, disse com resignação.

– Ânimo, maninha, disse Bill, que era três anos mais velho e sempre um amigão para sua “irmãzinha”. Você vai se ambientar, fazer novas amizades, e em um mês vai parecer que você sempre morou aqui.

– Talvez seja para você, mas não para mim. eu tinha a minha turma, a praia aos sábados, o time de basquete, a sociedade de canto – e aqui eu não conheço ninguém.

– Você vai conhecer gente, e aqui também eles devem ter time de basquete, coral; não tem praia, mas tem montanhas – você pode aprender a esquiar. Pense nisso! Depois, lembre-se que papai tem que começar em um emprego completamente novo. Nós também vamos começar em uma nova escola.

– Eu sei, eu sei, suspirou Sue, e mamãe teve que deixar o vovô e a irmã e o seu clube – mas ainda assim eu acho que é mais fácil para qualquer um de vocês do que para mim.

Sue saiu e começou a pôr as coisas nos lugares, sem o menor entusiasmo.

Tanto quanto ela podia se lembrar, as situações novas sempre a perturbaram. Quando estava no jardim da infância chorou todos os dias, durante uma semana, antes de se acostumar com a ideia da escola. Mais tarde, mesmo sendo uma boa estudante, ficava desesperada na época de provas. Ficava nervosa antes de ir a alguma festinha, embora se divertisse bastante depois. Mas agora, mudando para mais de 1.600 km de distância da sua cidade, onde não conhecia ninguém e tinha que começar tudo de novo, sentia-se mais aflita do que nunca.

Como é que Bill podia estar tão calmo? Ela pensava.

Amanhã ele iria para a escola sorrindo e voltaria com um montão de amigos e contando coisas interessantes.

E ela? Por que é que ela não poderia, pelo menos uma vez, fazer o mesmo? Ainda ontem a mamãe estava dizendo que ela precisava começar a ser mais segura. Coisas inesperadas iriam aparecer durante toda a sua vida – não devia deixar que elas a perturbassem tanto. Sue sabia que a mãe tinha razão – ela iria ficar um trapo se continuasse assim pela vida afora!

Na manhã seguinte seu coração estava batendo acelerado e nem queria ouvir falar em tomar o café da manhã. Contudo, apareceu com um alegre “bom dia”, esforçou-se para manter-se calma e comer normalmente. Mais tarde, apresentou-se na secretaria da escola, fez a matrícula e foi encaminhada para uma classe. Seu pior momento foi ao entrar na sala de aulas, apresentar-se a professora e sentir todos os olhares sobre ela. Em vez de encolher-se, ficou ereta, continuou sorrindo, respondeu com segurança as perguntas gentis da professora, e depois, embora seu coração parecesse querer sair pela boca, ela sorriu e acenou para os colegas mais próximos enquanto sentou-se no seu lugar.

Daí por diante, tomou-se tudo mais fácil. Duas colegas imediatamente se tornaram suas amigas, e no recreio lhe falaram muito sobre a escola e as atividades do bairro. Soube que uma delas morava pertinho dela, na mesma rua, e que um rapaz da sua classe tinha sido colega de seus primos em Pittsburgh. Quando seus colegas souberam que ela nunca tinha esquiado e muito poucas vezes vista neve, convidaram-na para entrar para o clube de esqui, que ia fazer uma excursão nas montanhas na próxima semana. Voltou para casa trocando confidências com sua nova amiga e prometeu esperá-Ia na manha seguinte.

Bill, como era de se esperar, durante o jantar, falou pelos cotovelos; seu dia tinha sido um sucesso brilhante. O papai também tinha se dado bem com seus novos associados, e a mamãe, desempacotando livros tinha ficado muito contente quando as vizinhas vieram com um ensopado e uma sobremesa para o jantar.

– Bem, Susie, perguntou o pai, como foi o seu dia?

– Ótimo! exclamou entusiasmada.

A mãe e o pai ficaram surpresos e Bill sorriu.

– O pessoal quer me levar para esquiar na semana que vem – o treinador vai me ensinar. Mas eu preciso de esquis, papai.

Sue olhou para o pai, interrogativamente.

– Acho que isso se pode arranjar, sorriu o pai.

Então, você teve mesmo um bom dia. Hein?

– Oh, sim, disse Sue. Não sei por que eu estava tão preocupada antes. Os garotos são legais – vou adorar tudo aqui. Depois ficou pensativa. Sabe, mamãe, você tinha razão sobre eu me sentir segura. Só porque uma coisa é diferente não significa que seja ruim. Acho que o mais importante e ficar calma por dentro e agir com calma, aconteça o que acontecer, e se você pensar que tudo vai dar certo, vai mesmo.

– É isso mesmo, meu bem, disse a mãe. E agora acho que sou eu que devo ter calma,  porque parece que vamos ter que investir em uma roupa de esquiar para acompanhar os esquis!

 

(do Livro Histórias da Era Aquariana para Adolescentes – Vol. VI – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz).

Sobre o autor

Fraternidade Rosacruz de Campinas administrator

Deixe uma resposta

Idiomas