Preparando as pessoas para a Nova Dispensação

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Preparando as pessoas para a Nova Dispensação

Preparando as pessoas para a Nova Dispensação

Uma recente visitante de Mount Ecclesia assistiu, pela primeira vez, a um Ritual de Serviço Devocional na Pro-Ecclesia, também conhecida como Capela. Ficou muito impressionada com a legenda na parede: “DEUS É LUZ”. E com o período de meditação. Ela observou que a luz enchia literalmente a Capela e esse sentimento de “estar” na luz a acompanhou por muito tempo.

E não é verdade? Essa “é” uma Capela de luz. Tem sido reverenciada ao longo dos anos pela prece, amor, pensamentos de cura, paz, adoração, anseios e lutas daqueles que prestaram culto. Na verdade, o lugar em que oferecemos culto é um local “sagrado”’ e a ele viemos “procurar a Luz”.

Max Heindel menciona em seus escritos que o Apóstolo inspirado, São João, fez uma esclarecedora descrição da luz quando escreveu “Deus é luz”. E o Sr. Heindel continua: “Todo aquele que tomar essa passagem para meditação encontrará uma rica recompensa, pois não importa quantas vezes nos ocupamos desse assunto, nosso próprio desenvolvimento durante os anos assegura-nos mais profunda e melhor compreensão. Todas as vezes que mergulhamos nessas três palavras nós nos banhamos em uma fonte espiritual de inesgotável profundidade e cada vez melhor sondamos as profundezas divinas, tanto mais nos aproximando de nosso Pai Celeste”.

Quando começamos a estudar este assunto, surge naturalmente a pergunta: “De onde vem a luz?”. No primeiro capítulo do livro do Gênesis dizem-nos que: “O Espírito de Deus movia-Se sobre as águas. Deus disse: ‘Faça-se a luz’ e fez-se a luz. Deus viu que a luz era boa e separou a luz da escuridão. Então chamou a luz de dia e a escuridão, noite. […] Assim, Deus criou o Homem à Sua própria imagem; à imagem de Deus Ele o criou”.

Dizem-nos os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental que a luz passou a existir em nosso esquema setenário de evolução no segundo Período, ou Solar, quando a nebulosa que contém o Sol e os planetas havia alcançado um estado de incandescência. Este Período é descrito no terceiro versículo do primeiro capítulo do Gênesis: “Faça-se a luz.”

No entanto, o ser humano ainda não tinha um Espírito ou Ego perfeitamente individualizado e para saber quando ele, como Ego, pela primeira vez teve contato com a luz, temos as palavras de Max Heindel: “A primeira vez que nossa consciência foi dirigida para a luz foi pouco depois de termos sido dotados de inteligência e entrado definitivamente na evolução como seres humanos, na Atlântida, a terra da névoa situada profundamente nas bacias do globo terrestre, onde a tépida neblina desprendida da Terra em arrefecimento flutuava sobre esta como um denso nevoeiro. Nesse tempo, nunca se observava as estreladas alturas do universo nem podia a prateada luz da Lua penetrar a densa, a enevoada atmosfera que flutuava sobre essa antiga Terra. Mesmo o ardente esplendor do Sol quase desaparecia, pois quando pesquisamos na Memória da Natureza sobre esse tempo, aparece-nos ele aproximadamente com o aspecto de uma lâmpada de arco situada num alto poste, quando há nevoeiro. Era imensamente escuro e tinha uma aura de várias cores, similar àquelas que observamos à volta de uma lâmpada de arco”.

Mas esta luz fascinava. Os antigos atlantes foram ensinados pelos divinos hierarcas, que andavam entre eles, a aspirar à luz e como a vista espiritual já estivesse em decadência, desejavam o mais ardentemente possível a nova luz, pois temiam a escuridão da qual haviam tido consciência através da dádiva da inteligência.

“Veio então o inevitável dilúvio, quando a umidade se arrefeceu e condensou”. O excesso de água inundou o continente, destruindo uma grande parte da população; porém muitas das pessoas escolhidas foram salvas — aquelas que haviam trabalhado “dentro” de si próprias para construir os órgãos necessários à respiração, em harmonia com a nova atmosfera. Durante estes tempos, do Velho Testamento, todo o gênero humano estava sob a direção dos Espíritos de Raça cujo chefe era Jeová. Foi um regime de “lei” dado pelos Dez Mandamentos e a obediência às leis era assegurada através do medo do castigo por desobediência e pelas recompensas pelo bom procedimento.

Durante todo esse tempo o Ser Humano tinha procurado luz fora de si. Tornar permanente a condição de estar na luz foi o próximo passo de Deus na evolução do gênero humano.

Vemos, lendo o Velho Testamento, que o Ser Humano foi levado a temer Deus. Sob o regime de Jeová, a cristalização era inevitável, mas a vinda de Cristo introduziu uma Nova Dispensação pela qual ele aprenderia a despertar seu Cristo interno.

Devemos, contudo, lembrar-nos de que, ao deixar a Atlântida, os Grandes Mestres levaram consigo os ensinamentos esotéricos das antigas Escolas de Mistérios. Essas foram perpetuadas noutras terras pelos chefes e sacerdotes: Egito, China, Índia, Tibete. A sabedoria antiga nunca foi completamente esquecida pelo mundo. Ao passo que nem sempre esteve viva na consciência das raças como um todo, sempre existiu entre alguns e encontrava-se em retiros seguros, onde os qualificados podiam encontrar “a luz” necessária para o seu caminho. Por conseguinte, o Tabernáculo do Deserto foi dado pelos sacerdotes aos antigos atlantes e “a luz de Deus desceu sobre o Altar do Sacrifício”. Isso foi de grande significação, pois indicou que o Ego havia descido até ao seu próprio Tabernáculo, o Corpo Denso.

Talvez agora seja bom recordar que o século anterior ao nascimento de Jesus viu o mundo civilizado mergulhado em uma orgia de imoralidade, traição e maldade. Roma, o maior poder desse tempo, era o centro do deboche e da intriga perversa. Roma havia conquistado a Palestina no ano 63 a. C. Na década seguinte, veio a rápida ascensão de Júlio César ao poder. A depravação e corrupção da corte e do governo eram disfarçadas sob a mais magnificente ostentação de fausto e opulência que o mundo já tinha visto. Nesse tempo, Herodes foi nomeado governador da Galileia e de Jerusalém. Foi sucedido pelo seu filho, que continuou sua perseguição ao povo e exterminou tudo que fosse virtuoso e puro. A evolução humana tinha quase chegado a um ponto morto. A vida espiritual do mundo estava em decadência. Foi esse reinado de perversidade que precedeu a vinda de Cristo.

Por conseguinte, a vinda de Cristo assinala o mais importante acontecimento da evolução humana. Seu sentido e objetivo iriam florir o enigma dos Mistérios Cristãos, porque esta encarnação de um Raio do Cristo Cósmico na Terra tornou possível ao Ser Humano avançar na senda espiritual. O Corpo de Desejos da Terra foi purificado e o Princípio de Cristo, que Se encontra dentro de todo ser humano, chocou-Se contra aquele e foi consequentemente levado a expandir-Se.

O Cristo Cósmico é representado no Evangelho de São João pela Palavra, o Verbo sem o qual nada do que foi feito se fez. Tal é o Segundo Princípio do Deus Trino e Uno do nosso Sistema Solar e, uma vez que o ser humano foi feito à imagem do seu Criador, também ele é trino e uno, tendo latente o Poder de Cristo dentro de si. Nós somos todos Cristos em essência e só podemos cumprir nosso elevado destino através dos novos ensinamentos do Cristo: o Evangelho do Amor.

Buscando a luz na Escola da Sabedoria Ocidental, sabemos que Amor e Serviço, como foi exemplificado por Jesus Cristo, devem ser o nosso lema. Amando e servindo aos outros, atraímos a nós os dois mais elevados Éteres que formam o Corpo-Alma, o radioso Traje de Luz usado por toda pessoa verdadeiramente espiritual.

Aprendemos algo sobre como o poder da luz espiritual e do amor podem agir em nossas vidas. Alguns acariciaram vislumbres dessa luz, lampejos momentâneos de qualquer coisa dentro de si, deixando um brilho na sua consciência. Uma vez que somos abençoados com tal sensação, sabemos que temos tocado as orlas exteriores de algo que não seja físico, emocional ou mesmo mental; no entanto, com certeza, algo profunda, real e verdadeiramente espiritual. Experimentamos um sentimento nascente de companhia, talvez a razão pela qual algumas pessoas nunca se sintam sós e jamais necessitem de prazeres exteriores para se sentirem feliz.

O que devemos fazer para que a luz se manifeste através de nós, em toda a Sua glória? Amar e servir; sim — após haver expulsado da nossa mente todos os pensamentos de medo, egoísmo, ódio, cobiça. Se usarmos nossa força de vontade para fazer isso repetidas vezes, uma modificação alquímica se realizará, gradualmente. Certos átomos do nosso corpo vão transmutar-se de modo que poderemos nos tornar sensíveis a vibrações mais elevadas de abnegação, paciência, tolerância, amor. Morreremos para a antiga vida, porque estaremos “caminhando na Luz”.

Por que são esse poder e essa luz de Cristo tão práticos? Porque nós podemos, tanto no Plano visível como no invisível, aprender a usá-los para alimentar os que têm fome, fazer que os cegos vejam, expulsar demônios ou dominar os elementos, exatamente como fez Jesus Cristo durante Seu ministério na Terra. Dizem-nos que o Cristo Cósmico, o mais poderoso dos Arcanjos, pode penetrar todo átomo cristalizado com o poder de Suas próprias emanações, do Seu Mundo, o Espírito da Vida. Essas emanações são tão poderosas que até aqueles que tocavam Suas vestes eram curados.

Como Estudantes dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental e buscadores da luz nós devemos colocar essa claridade em evidência, espiritualizando o vestuário que agora usamos e que determinará o que usaremos na próxima passagem pela Terra. Por que não ser sensatos? Por que não nos esforçar para purificar e construir corpos de forma que nos permitam servir melhor dia-a-dia? No passado, sem dúvida, erramos por ignorância, porque não compreendíamos a inexorável Lei do semear e colher, nem imaginávamos as distantes consequências da nossa maneira de proceder; entretanto, hoje compreendemos tudo isso. Sabemos como viver acertadamente: a nossa tarefa é dominar o eu inferior e nos guiar pela Luz interior da Presença de Cristo.

É dito que o núcleo da nova raça será tirado de gente de todas as terras — aqueles que adquiriram o Corpo de ouro da alma, ou Corpo-Alma e, assim, aprenderam a pôr em evidência a Luz de Cristo que trazem dentro de si. Essa Luz é o Principio unificador que nos eleva acima das diferenças de credo, raça, casta ou cor.

A Fraternidade Rosacruz é a Escola Preparatória para a Escola dos Mistérios Ocidentais dos Rosacrucianos. Seus ensinamentos são especificamente destinados a preparar pessoas para a Nova Dispensação, que está, mesmo agora, a se formar. Por direito e virtude do seu enorme sucesso em difundir os Ensinamentos da Nova Era durante os últimos cinquenta anos, a Fraternidade Rosacruz está destinada a desempenhar uma parte ativa entre as forças espirituais que agora formam a próxima Era, a de Aquário.

(Traduzido da “The Rosicrucian Fellowship Magazine” e publicado na Revista Serviço Rosacruz de Agosto/1970)

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