Os Raios Astrais Entrelaçados em nossos Exercícios Esotéricos

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Raios Astrais Entrelaçados em nossos Exercícios Esotéricos

Os Raios Astrais Entrelaçados em nossos Exercícios Esotéricos

Com relação à Concentração da manhã e Retrospecção à noite – dois dos nossos Exercícios Esotéricos – surge frequentemente a seguinte pergunta: qual é o melhor método para se conservar na condição física adequada e desperto na concentração, e para ter certeza que estamos avançando de maneira positiva no desenvolvimento interno?

Os Estudantes Rosacruzes não estão tão interessados no rápido progresso como no tipo de progresso que estão fazendo. Os resultados almejados determinarão a classe de Irmã ou de Irmão Leigo que o Estudante será no futuro. Um exemplo: se agora almejamos fazer um trabalho positivo e escolhemos o caminho mais fácil, como é que poderemos ser firmes, quando chegarem as nossas provas?

Recordemos que o Conceito Rosacruz do Cosmos nos ensina sobre duas correntes que rodeiam a Terra, a saber, uma horizontal e a outra vertical. A corrente horizontal é negativa e a vertical positiva, sendo que nosso pensamento se efetua mais facilmente na posição vertical.

O reino animal, desde a criatura mais inferior, está na corrente horizontal (à exceção de poucos) e sob o controle dos Espíritos-Grupo. Sabemos que a posição horizontal de suas colunas nos mostra que assim é de fato (Conceito). Quando deitamos sobre nossas colunas estamos também na posição horizontal e, portanto, nas correntes negativas, podendo assim mais facilmente sairmos de nossos corpos, sendo que nós, Estudantes positivos, desejamos construir a ponte que conduz o conhecimento consciente quando fora do Corpo Denso.

E assim é que trabalhamos para o controle positivo da corrente negativa.

Nossa preparação fundamental é, assim, a concentração, a observação, o discernimento, a contemplação e a adoração.

Uma das primeiras obrigações em nossa Filosofia é assumir a responsabilidade por cada ato nosso. Devemos julgar a nós próprios. Não temos sacerdotes, portanto, de grande importância é para nós a Retrospecção. Quando executamos nosso trabalho, consultamos o horóscopo em busca de intuições sobre o que fizemos em vidas passadas. Quanto nos ajudaria se estudássemos o horóscopo para o método de Retrospecção?

Dividindo um problema em partes sua solução fica mais fácil. Tomando o problema da Retrospecção levantado acima, num horóscopo, vejamos como poderíamos dividi-lo. Os números místicos são geralmente mais atrativos para esse trabalho, assim, dividamos nosso problema no número doze, anotemos o número nove, e para completar tendo os números mais importantes, adicionemos quatro, ficando treze. Somemos quatro e dois para obter seis.

Sabemos que o Sol a cada ano caminha através dos doze Signos e a Terra se deixa influenciar por seus raios, mudando suas características de acordo com cada Signo. Os raios solares são dirigidos a doze setores de nossas vidas nos doze meses do ano e que a Lua, o minuteiro do relógio do tempo, passa através desses doze departamentos a cada mês.

Mensalmente ocorrem duas Lunações, muito importantes para o Estudante esotérico. Na Lua Cheia olha-se para trás, para o mês passado, e observa-se o progresso entre uma Lua Cheia e outra. Na Lua Nova olha-se para o futuro mês, e planeja-se o trabalho mais próximo em relação ao trabalho que já se realizou. Cada passo da Lua nos Signos Cardeais ou impulsivos (Áries, Câncer, Libra e Capricórnio) é o período em que se realiza o melhor trabalho de cura. Nessa época é muito importante meditar sobre a virtude do Signo no qual a Lua transita. Cada um de nós têm um ponto alto em nosso próprio horóscopo, denominado ângulo, que é cruzado pela Lua quatro vezes ao mês. Não importando como estejam aspectados, todos nós temos nove Astros a considerar em nossas vidas.

Agora vejamos o problema e associemos os números mencionados:

12 – Doze Signos

2 – Duas Lunações

4 – Quatro Pontos Cardeais

4 – Quatro Ângulos no horóscopo Individual

9 – Novo Astros em cada horóscopo

Somando tudo temos: 31

Existem trinta é um dias a considerar; assim temos o material suficiente para iniciarmos.

Todos os estudantes de Astrologia sabem que o dia em que ocorre um Aspecto é a ocasião mais propícia para a ação. Assim, o dia em que a influência de Vênus estiver mais forte, será provavelmente a data em que compraremos um traje novo. Se isso é certo, então o dia em que a Lua está em determinado Signo é o tempo para meditar sobre as qualidades desse Signo, não nos esquecendo de que a Lua leva dois dias e meio para passar através de um Signo. Vejamos alguns exemplos:

Vamos supor que a Lua esteja em Peixes. Qual é a natureza desse Signo? É um Signo místico, reservado e generoso; dá oportunidades para meditar sobre as verdades subjetivas da vida, porque Peixes rege os pés, simbolizando o conhecimento do corpo e, num plano mais profundo, esclarece sobre as ações e reações do Destino (Lei de Consequência). Consideremos agora o lugar do Peixes num horóscopo, e vejamos se a Casa é angular ou não. Em caso positivo, então, precisamos meditar sobre nossa própria posição no assunto, ou seja, as qualidades do Signo. Perceberemos, então que muitos assuntos, que para nós poderiam ser de pouca importância, em tais ocasiões assumem grandes proporções, devido às influências dos ângulos existentes.

Perguntamos agora: como uso essas qualidades em minha vida?

Supondo-se que a Lua esteja passando por Libra, por exemplo, e considerando a nota-chave de Libra, o Equilíbrio, refletiremos assim: equilibrei hoje minhas ações, quando os acontecimentos previstos na Lei de Consequência ocorreram?

Mais à frente, a Lua se translada para o agressivo Signo de Áries. As Luas Cheias, quando em Áries, são muito importantes. Devem ser assim consideradas porque iniciam um novo ciclo de Lua Cheia visto astrologicamente, pois Áries é o primeiro Signo do Zodíaco. Nessa fase, devemos considerar como tem sido o nosso mês, e também devemos nos analisar a respeito de que obra positiva temos iniciado.

Se a passagem da Lua pelos Signos Cardeais é muito importante, o quanto não será o da passagem do Sol, o dador da vida, pelos mesmos Signos? Assim, quando o Sol está transitando pelos Signos Cardeais é o tempo em que precisaríamos estar em sagrada comunhão com nossos “Eu’s Superiores” para os próximos três meses, ou seja, desde o atual Signo Cardeal até o próximo.

Meditações semelhantes também encontram campo quando o Sol transita pelo Signo do Equilíbrio (Libra), da Regeneração (Escorpião), e da Aspiração (Sagitário).

Esses períodos que citamos acima, do ingresso do Sol, deveriam ser observados unicamente em relação ao exercício de Retrospecção e da oração, pois o poder desses serviços é grande e está escrito que é por nosso próprio risco que tomamos o pão e o vinho – (ICor 11:23-30).

Nossa preparação espiritual para o trânsito do Sol em Capricórnio, no mês de Dezembro, deve ser feita de maneira cuidadosa e intensamente devocional, já que esse é usualmente o tempo em que geralmente se realiza o trabalho do Discípulo, não nos esquecendo, contudo, que a época mais propícia é no Solstício de Junho, pois no caso do exercício de Retrospecção será sempre mais produtivo para o Discípulo dar seus passos quando o Mundo externo está evocando as forças físicas em nós, ou seja, quando as forças espirituais estão como que estáticas no mundo e o Cristo está com o Pai.

Passemos agora a considerar os Planetas. Vejamos alguns exemplos: alguns de nós temos o Planeta Urano em Libra: assim, de acordo com os Aspectos que tenha, podemos ler exatamente que tipo de provas podemos esperar, enquanto a Lua e o Sol transitam por esse Signo. Você sabe que um Astro não afligido se interpreta de um modo, e que o que está afligido de outro.

O original, altruísta e elétrico Urano nos dá oportunidades para operar com os bons Aspectos, sendo que, além disso, nós todos também temos em nossos horóscopos muitos outros Aspectos, dando um colorido às nossas ações. Agora, se temos alguma aflição que possa levar-nos a tirar vantagem da porta que se nos abre pelo trânsito da Lua sobre um Urano bem aspectado, devemos então vigiar cuidadosamente nossos exercícios de Retrospecção, procurando julgar com acerto. Acontece também, às vezes, que um Astro bem aspectado, digamos Júpiter, pode fazer com que expressemos alguma tendência negativa nossa, como por exemplo o egoísmo, devido ao poder de agregação desse Astro.

Lembremo-nos que somos nossos próprios sacerdotes, sendo nossa Retrospecção o nosso confessionário; por isso, em ocasiões críticas devemos vigiar e analisar os acontecimentos tal como realmente ocorreram em nossas vidas. Nossas provas não costumam apresentar-nos cartão de visitas, para que possamos identificá-las, mas pelo contrário, quando nos chegam, vêm revestidas com nossas inferioridades e são tão disfarçadas que permitimos que entrem e ainda lhes damos o melhor lugar na mesa, por assim dizer.

A Lua, em sua progressão ao redor de cada Astro que temos e os ativando, põe em ação os vários Aspectos e como que se se nos estivesse fazendo as perguntas a respeito de como estamos fazendo uso das vibrações. Faz as mesmas perguntas a cada sete anos, e cada vez revestida de uma nova forma de fazê-la. Primeiramente, põe-se frente ao Aspecto, logo passa por ele e lhe sussurra quando faz a Conjunção, prossegue depois seu caminho e, olhando para trás, produz uma Oposição, de onde mira desde o ápice do problema. Em cada Aspecto faz a mesma pergunta e nos faculta crescer nos anos intermediários para que tenhamos assim, a cada vez que a pergunta for feita, uma resposta diferente.

O discernimento é uma das qualidades que precisamos desenvolver, e não há melhor oportunidade de desenvolvê-lo do que quando vemos a pergunta que a Lua nos faz e formulamos a resposta. Mais à frente, aprenderemos a analisar as Quadraturas, e perceberemos que no que diz a respeito às lições que estão sendo aprendidas, seu poder é muito maior do que qualquer outro Aspecto que tenhamos. Quando chegar o tempo e nossas aquisições se converterem num real saber, então sentiremos que temos algo a oferecer como serviço aos Irmãos Maiores. Então, quando chegarmos a esse ponto, necessitaremos fazer nosso inventário para averiguar tudo o que realmente precisamos para prestar o Serviço.

Vamos supor, agora, que iremos fazer esse pequeno exercício. Começaria de forma, mais ou menos, semelhante à esta:

  • CONCENTRAÇÃO: Quanto posso fazer na concentração? Fiz bem minha última tarefa, ou descuidei de algum detalhe, somente porque alguma pessoa interveio? O quanto conheço a respeito das Artes? Posso fazer um problema de álgebra? Conheço algo de química? Se fosse à Sede Central trabalhar, seria de algum valor para o serviço? Possuo melindres? Suporto a crítica? Gosto do estudo?
  • MEDITAÇÃO: Quantos livros li este ano? Quantos eram uma biografia? Quantos foram ficção? Passei algum tempo sozinho? Que acho dos problemas? Gosto de ficar quieto?
  • OBSERVAÇÃO: Posso entrar num quarto e depois recordar a posição dos móveis? Como seremos capazes de funcionar nos mundos internos, se não conseguirmos realizar aqui esta pequena tarefa? Aqui, onde as coisas são mais ou menos permanentes?
  • DISCERNIMENTO: Quantas vezes tiramos conclusões erradas das coisas e depois averiguamos que alguém mais estava certo? Quantas vezes fracasso na escolha entre um bem maior e um menor? Quantas vezes faço algo simplesmente para agradar alguém, em vez de fazer o que seria justo?
  • CONTEMPLAÇÃO: Sei ler os sinais dos tempos para compreender as profundas operações que estão por trás dos acontecimentos? Alguma vez pego um objeto e trato de ver nele a obra de Deus? Fico em casa às vezes e sozinho, ficando quieto e assim perceber o desenvolver-se do plano divino? Posso obter um sublime e belo êxtase ao ver abrir-se uma rosa?
  • ADORAÇÃO: Toma nossa adoração o antigo hábito de cair de joelhos para adorar o desconhecido, ou tratamos de penetrar nos mistérios para termos maior reverência perante nosso Deus, de modo que consigamos saber de coisas maiores que possamos realizar em Seu Nome?

Sabemos que a luz branca contém toda a gama do espectro e também que Deus é Luz, e que “se andamos na Luz, como Ele na luz está, seremos fraternais uns com os outros”.

Cada Astro possui uma cor distinta e cada um deles recebe um certo tipo de raio do Sol. Conforme cada um dos Astros recebe mais e mais desta luz, reflete algo da própria cor para mesclar tudo de novo nele mesmo. Somos algo parecidos a isso: quando recebemos um pouco desse maravilhoso conhecimento, crescemos e começamos a emitir “Um raio para o mestre, que é quem verá esta radiação, e também não importa onde estaremos, daremos o próximo passo em nosso progresso sempre e quando estejamos preparados para dá-lo. Muitas provas encontraremos em nosso caminho, e muitos fracassos teremos nesta grande preparação, mas o glorioso é poder dizer que estamos abrindo, ou teremos aberto, outra porta para nosso caminho no progresso, sabendo perfeitamente bem que a senda se faz mais estreita conforme passa o tempo e nossas responsabilidades se fazem maiores. Em verdade, se perdermos o senso comum, também se perde nossa utilidade. O grande dom é manter a habilidade de conservar nossos amigos, mesmo estando realizando esse trabalho. Muitos de nossos conhecidos penetraram o trabalho interno e se descuidaram de conservar os contatos sociais que são necessários para nos mantermos a um nível normal. Devemos vigiar essa tendência, porque nossa utilidade para o Mestre pode ser justamente a de que devemos ser capazes de atrair alguma outra pessoa, e não lhe teríamos acesso caso nos achássemos incultos, grosseiros ou, então, incapazes de um relacionamento em qualquer sala de recepção de pessoas. A sociedade é um produto já pronto dessa era no aspecto material. Aqui é onde se reconhece a arte onde pode ser obtida cultura. Nossos governos estão necessitados de ideais tais como o que nós podemos lhes oferecer. Quem de nós se dispõe a deixar as distrações e adentrar àquelas salas levando seu conhecimento espiritual, o que muito contribuiria para o avanço espiritual da Terra.

Venham, amigos que estejam preparados! Vamos dar uma nova arrancada para a frente!

(“Rays from the Rose Cross”, publicado na revista Serviço Rosacruz – 02/86)

Sobre o autor

Fraternidade Rosacruz de Campinas administrator

Deixe uma resposta

Idiomas