Uma Jornada com as Fadas

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Uma Jornada com as Fadas

Uma Jornada com as Fadas

O pequeno Tiago parou atrás do alpendre da linda casinha branca onde ele, sua mãe, papai e seu cachorro Jobi estavam passando os belos e quentes dias de verão.

E, à propósito, não podemos deixar de mencionar Anabela.

No entanto, no momento Tiago não estava pensando em guloseimas ou pastéis, estava pensando em algo mais.

Ele tinha ouvido uma amiga de Anabela falar sobre um eco que poderia ser ouvido na praia, perto de casa. Tiago, que gostava de saber sobre tudo, desejava conhecer o que um eco podia ser. Então, aquela noite, quando sua mãe o mandou para cama, ele disse:

– Por favor, mamãe, diga-me o que é um eco?

– Um eco, filhinho, repetiu mamãe. Onde você ouviu falar sobre o eco?

Ouvi alguém falar a Anabela sobre um eco que pode ser ouvido da praia, respondeu Tiago.

– Oh, sim, sorriu sua mãe. Bem, Tiago, um eco é uma fada, e uma fada normalmente vive em uma grande caverna ou numa casa vazia.

– Uma fada. Oh! mamãe, você já viu uma? Como elas são? E o que elas fazem? exclamou Tiago.

– Resposta à primeira pergunta, respondeu mamãe com um sorriso. Não, eu nunca vi um eco. Ninguém pode ver, nós só o ouvimos. O que eles fazem? Quando alguém grita próximo de sua casa, eles sempre respondem,

repetindo o que foi dito.

– Mas isso é falta de educação, observou Tiago.

– Oh, não, respondeu Mamãe seriamente, eles fazem isso de uma maneira gentil e amigável.

– Eu gostaria de saber, Tiago replicou, seus olhos quase fechando. Eu gostaria de saber se eu fosse à praia e me sentasse muito quietinho, se apareceria para mim uma fada do eco.

– Talvez não, querido, disse sua mãe, enquanto apagava a luz do quarto. Agora, durma bem e tenha sonhos agradáveis.

Na manhã seguinte, Tiago e Jobi permaneceram fora de casa.

– Eu acho, Jobi, disse Tiago, que nós devemos ir lá embaixo e procurar uma das fadas do eco. Você não acha? perguntou gravemente.

Jobi respondeu de forma afirmativa abanando seu rabo. Jobi era uma companhia tão agradável que sempre concordava, independente do que lhe fosse proposto. Assim, ambos saíram, quase esquecendo de mencionar seu destino. Logo chegaram à praia, mas não sabiam bem onde poderiam encontrar a fada. Eles andaram sem destino. Finalmente, foi Jobi que a encontrou. Ele parou para latir a um atrevido esquilo vermelho, que imediatamente começou a repreendê-lo com muito barulho. Tiago não percebeu isso, pois à medida que Jobi latia, de algum lugar atrás deles vinha o som de mais latidos.

– É a fada do eco, Jobi, exclamou Tiago. Você a encontrou. Você a encontrou.

Depois, Tiago gritou o mais alto que pôde, e imediatamente o som voltou para ele, doce e claro, como só uma fada seria capaz de o fazer. Tiago continuou gritando, mas a fada, mesmo assim, não parecia ficar cansada ou impaciente.

– Oh! Jobi, disse Tiago, como eu gostaria que ela aparecesse para que pudéssemos vê-la. Talvez se ficarmos bem quietinhos, ela pense que fomos embora e resolva aparecer. Vamos experimentar.

O garotinho e o cachorro esconderam-se sob um salgueiro e esperaram. Eles ficaram muito quietos. Pareceu-lhes um longo tempo; estava muito quente e logo a cabeça do garotinho começou a inclinar-se. Ele não conseguia mais ficar acordado.

Então, algo aconteceu, pois, embaixo das árvores; dirigindo-se a ele estava a mais linda criaturinha que qualquer pessoa gostaria de contemplar. Ela era tão pequenina, não maior do que um dos soldadinhos de brinquedo de Tiago, e estava toda vestida de marrom avermelhado.

Em cada ombro havia asas de um tom delicado de verde, sua cabeça coberta com cachos dourados e em seus pés ela calçava minúsculos chinelinhos dourados.

Tiago estava tão certo de que esta era a fada do eco,que ele não ousou mexer-se de medo que ela pudesse desaparecer. Então, ela chegou mais perto, abanou sua varinha e disse alegremente:

– Bem, Tiago, você e Jobi estavam esperando para me ver. Eu sou a fada do eco.

– Oh! Eu sabia, tinha certeza disso, exclamou Tiago, e nós sabíamos que você viria se nós a esperássemos. Você não se importa, não é? ele perguntou.

– Porque me importaria? Sorriu a fada, quando viu o olhar ansioso no rostinho de Tiago. Eu sabia que você estava aqui; se não quisesse que você me visse, você não me veria.

– Mas, diga-me, disse Tiago, há muitas fadas do eco e todas são tão lindas como você?

Novamente a fada sorriu, e seu sorriso parecia o tilintar de sinos de prata.

– Sim, há muitas de nós, ela respondeu, e somos todas iguais. Se você encontrar qualquer uma das outras, não nos distinguiria.

– Como se chamam as outras fadas? Tiago queria saber.

– Chamam-se Eco; todos nós temos o mesmo nome. Agora vou dar um passeio. Vocês gostariam de vir comigo? Se quiserem podem vir.

– E onde é que você vai? Tiago perguntou.

Em resposta, Eco colocou uma flauta dourada em seus lábios e emitiu uma nota clara, suave.

Os olhos de Tiago estavam grandes e brilhantes de admiração. Como ele estava se divertindo! Então, ele viu uma grande tartaruga nadando em direção a eles através das ondas.

– Oh! Que tartaruga grande, exclamou ele. Nunca vi uma tartaruga tão grande como essa.

A fada sorriu:

– Será o nosso cavalo, disse a ele. Que bonito passeio faremos.

Tiago olhou-a atônito.

– Oh! Eu não posso ir com você. Sou muito grande.

Então, ela tocou suavemente em Jobi e em Tiago com sua varinha, e imediatamente eles começaram a diminuir até que ficaram do tamanho da fada. Como tudo parecia fantástico e a tartaruga, que todo esse tempo ficou quietinha, esperando, parecia maior que nunca. Ela era tão grande que Tiago sentiu um pouco de medo dela, até que viu um alegre brilho em seus olhos.

Eco pegou Tiago pela mão e foi para a água, mas Tiago voltou.

– Ficarei molhado, ele exclamou, eu e Jobi poderemos nos afogar.

Mas a fada sorriu e disse novamente:

– Você deve confiar em mim. Cuidarei para que você e Jobi voltem a salvo.

Então, os três subiram nas costas da tartaruga que vagarosamente saiu nadando para o mar. De repente, a tartaruga mergulhou e Tiago descobriu, para sua surpresa, que tanto Jobi como ele podiam respirar tão facilmente sob as águas, como em cima delas.

Que coisas maravilhosas Tiago viu! Eles passaram por enormes peixes que os olhavam curiosamente, e muitos deles se aproximaram bastante; viram enormes cavernas, todas cobertas com lindas algas marinhas. O chão dessas cavernas estava forrado com pedras de todas as cores e, em volta delas, havia inúmeros peixinhos brincando felizes, como fazem as criancinhas.

Uma vez, passaram por algo que parecia grande e escuro.

-Isso, disse a fada, é um navio naufragado.

Tiago sabia tudo sobre naufrágios, pois o irmão de Anabela era marinheiro e, quando ele vinha visitá-la, frequentemente contava a Tiago maravilhosos contos sobre naufrágios e terras estrangeiras.

Durante todo esse tempo a tartaruga continuou nadando, guiada pela fada que a tocava levemente com sua varinha, quando queria que ela se virasse.

– Seria melhor voltarmos agora, a fada disse a Tiago. Viemos longe demais.

Ela virou a tartaruga e eles começaram a voltar, mas, aí, algo aconteceu. A tartaruga parou e recusou-se a ir mais longe.

– Devo comer algo antes de voltar, disse ela firmemente e, a despeito de tudo o que Eco podia dizer e disse, ela recusou-se a levá-los de volta antes de jantar.

– Oh! Meu Deus, o que poderei fazer? Disse a fada.

Devo chegar à casa cedo e devolver você e Jobi, sãos e salvos. Quanto egoísmo da tartaruga! Nunca mais confiarei nela para trazer-me às águas. Vamos andar e ver se podemos encontrar alguém que nos ajude.

Enquanto andavam pelo fundo do oceano, Tiago disse:

– Por favor, Eco, diga-me como eu e Jobi podemos respirar debaixo d’água? E por que não ficamos molhados?

Eco levantou sua varinha:

– É isto, respondeu. Quando eu os toquei com isto, vocês se tornaram iguais a mim. Assim que retornarmos, farei vocês voltarem a ser o que eram.

Nesse momento, eles estavam andando em volta de uma grande rocha e viram diante deles um enorme castelo.

– Oh! aqui é onde vivem as fadas das ondas, exclamou Eco com alívio. Tenho quase certeza que elas nos ajudarão.

– Quem são as fadas das ondas? perguntou Tiago. Eo que fazem?

– Elas são as que, nos dias calmos, fazem as ondas que você vê na superfície das águas, disse Eco. Vamos ver se tem alguém em casa. Já é tempo de voltarmos.

Ela bateu na porta enquanto falava. Esta foi aberta por uma fada do tamanho de Eco, só que estava vestida toda de verde, e Tiago não sabia qual das duas era a mais linda.

– Oh! Onda, gritou Eco. Estou feliz que você esteja em casa, pois estamos em apuros. Espero que você nos ajude.

– Naturalmente que sim, sorriu Onda, isto é, se puder. Mas, quem são esses que estão com você? ela perguntou, dando a Jobi e a Tiago um sorriso de boas-vindas.

– São dois amiguinhos meus, respondeu Eco. Eu os trouxe para um passeio.

E aí contou como a tartaruga os tratara mal.

– Foi muito perverso da parte dela, respondeu Onda. Contarei às minhas irmãs sobre isso e teremos que a punir.

Mas entre, e eu tentarei encontrar uma forma de ajudá-los.

Tiago, Jobi e Eco entraram e Tiago olhou tudo com admiração; eles estavam numa sala grande e aqui havia mais daquelas pedras coloridas que ele tinha visto nas cavernas. Eles se sentaram numa grande pilha de musgos macios, e olharam com muito interesse o minúsculo peixe dourado que nadava para lá e para cá, pulando de um canto para o outro, espiando curiosamente por detrás das cortinas de algas marinhas, os estranhos visitantes.
Nesse momento, entrou na sala a fada das ondas.

– Nossa carruagem estará pronta em um momento,ela disse. Mas eu gostaria que vocês pudessem ficar mais tempo, pois há muitos lugares maravilhosos aqui que, tenho a certeza, Tiago e Jobi gostariam de ver.

– Sei que há, replicou Eco, mas devo voltar tão logo possível, pois devo devolver Tiago e Jobi antes que notem a falta deles.

Tiago se perguntava como seria a carruagem, quando ela apareceu diante da porta de entrada. Era uma pérola imensa, na forma de um barco, e ligados a ela, por cordas de algas marinhas, estavam seis lindos peixes dourados guiados por uma fada minúscula, da metade do tamanho de Onda. Ela os saudou amigavelmente e desapareceu em seguida.

– Logo você estará em casa, disse Onda.

Ela tinha subido na carruagem com eles e carregava uma varinha com a qual guiava os peixes, que estavam inquietos e ansiosos para iniciar a jornada.

Como esta jornada pareceu curta para Tiago! Ele pensou que apenas tinham começado, quando Onda parou a carruagem em águas rasas, no exato lugar onde tinham embarcado nas costas da tartaruga.

– Bem, Tiago, você e Jobi se divertiram?” a fada do Eco queria saber.

– Sim, replicou Tiago, e tenho certeza que Jobi também se divertiu, não é Jobi?

Jobi pulava para cima e para baixo e latia de um modo muito engraçado; ele estava tão pequenino!

A fada do Eco sorriu, e estendendo sua varinha tocou a ambos e desapareceu rapidamente na direção da caverna onde morava.

(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. II – Compiladas por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

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