Os Pergaminhos do Mar Morto

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Pergaminhos do Mar Morto

Os Pergaminhos do Mar Morto

O Cristianismo, tal qual todas as religiões, tem dupla natureza interna, oculta, esotérica, verdadeiro repositório de ensinamentos profundos, e uma exterior, exotérica, superficial, formal, contendo princípios cuja finalidade é manter a união do agrupamento e coibir, as mais das vezes, coercitivamente, os arroubos da natureza inferior.

Ao arcabouço esotérico de uma religião só tem acesso seus membros mais avançados, aqueles já iluminados pela pureza e desinteresse. Os menos evoluídos se satisfazem em gravitar em torno de cerimoniais – que raramente entendem – e aspectos exteriores de culto. Assim, permanecem atados a letra que mata e não ao espírito que vivifica, até capacitarem-se a dar um passo maior. São Paulo, Apóstolo, dava “leite as criancinhas” e “alimento sólido” aos fortes na fé.

Cristo se dirigiu as multidões por meio de parábolas, mas aos Discípulos revelava o conteúdo transcendental de Sua Doutrina.

Por suposto, o Cristianismo Esotérico contém a essência dos ensinamentos do Mestre, princípios esses encontráveis nas entrelinhas dos Evangelhos, por quem possui a “chave” para tal.

Tanto as traduções do Antigo como do Novo Testamento, sofreram interpolações e modificações, involuntária ou propositadamente, por parte de copistas e tradutores. Encontramos referências a isso no Conceito Rosacruz do Cosmos, de Max Heindel, e na Patrologia Grega, de Orígenes . Não é difícil imaginar como houve confusões e distorções.

Os Rosacruzes, porém, mercê de suas investigações na Memória da Natureza, oferecem o sentido real dos ensinamentos bíblicos.

Em 1947, ocorreu um fato muito auspicioso: foram descobertos oito rolos de pergaminhos numa gruta localizada nas proximidades do mosteiro de Qunram, as margens do Mar Morto. Sete desses documentos foram decifrados e estudados, revelando importantes informes a respeito do Cristianismo, confirmando muita coisa ensinada pela Fraternidade Rosacruz.

Sabe-se que foram elaborados pelos Essênios. Estes, constituíam uma terceira seita entre os judeus. As outras duas eram os saduceus e os fariseus.

A comunidade essênia, todavia, era bem diferente. Formada de pessoas mais devotas e espiritualizadas, vivia uma vida de pureza e serviço, em contraste com as outras. Sabe-se, também, que vários apóstolos e alguns personagens destacados dos Evangelhos, pertenceram a essa seita.

Agora, outra informação: o oitavo e último rolo de pergaminho foi, finalmente, decifrado e estudado, conforme notícia abaixo transcrita, publicada no jornal Folha de São Paulo, edição de 25 de fevereiro de 1979.

“BERKELEY, CALIFORNIA, (UPI)”
– Os últimos e mais completos pergaminhos do Mar Morto foram finalmente publicados e fizeram revelações novas e importantes a respeito da origem da doutrina cristã sobre o sexo, o casamento e o divórcio, disse o professor Jacob Milgrom, da Universidade da Califórnia.

Denominado “Pergaminho do Templo” por se referir em grande parte à reconstrução do templo de Jerusalém, o documento recentemente publicado, contém um código de comportamento ético que proíbe o divórcio e a poligamia. É também a favor do celibato, pais proíbe o uso do sexo dentro dos muros de Jerusalém.

O novo rolo de pergaminhos e o último dos oito documentos muito bem preservados encontrados por um jovem beduíno em uma caverna perto do Mar Morto, em 1947. Sete outros rolos de pergaminhos já foram decifrados e estudados durante a década de 50, mas o “Pergaminho do Templo” só foi descoberto quando Israel ocupou os territórios árabes, na guerra dos seis dias, em 1967.

O pergaminho foi encontrado em uma caixa de sapato escondida debaixo do assoalho de uma loja árabe, cujo proprietário tinha sido envolvido na compra de documentos antigos.

Nos últimos dez anos o pergaminho foi cuidadosamente desenrolado e decifrado por Yigael Yadin, professor universitário e atualmente vice primeiro ministro de Israel.

Trata-se do mais longo rolo de pergaminho até hoje encontrado, com 19 páginas e 8,53 metros de extensão. O professor Milgrom foi o assistente de Yadin na obra de restauração do documento.

“Em minha opinião, este é provavelmente o pergaminho mais importante”, disse Milgrom numa entrevista. “Antes de mais nada, neste pergaminho Deus fala na primeira pessoa. Isso quer dizer que se trata de revelação. É sua palavra autorizada”.

Milgrom disse que o “Pergaminho do Templo” “vem lançar nova luz sobre as origens de muitas doutrinas cristãs”.
O documento diz, por exemplo, que todos os que “aspirarem viver à sombra do templo, em permanente estado de santidade, devem viver uma vida de solteiro”. Proíbe também a prática de relações sexuais em qualquer parte dentro da cidade de Jerusalém.

Os rigorosos mandamentos de pureza em torno do templo e dos sacrifícios excluem a satisfação de necessidades higiênicas dentro de Jerusalém e até mesmo a defecação em qualquer lugar durante sábado judaico. Proíbe, também “ao rei mais de uma mulher e diz que ele não se deve casar novamente, enquanto sua mulher estiver viva”, disse Milgrom. “As implicações são evidentes. O divórcio é proibido”.

Pela primeira vez, vemos que as opiniões sobre o matrimônio e o divórcio expressas dentro de certas tendências nos Evangelhos do Novo Testamento, podem traçar sua origem nos ensinamentos desta seita, anterior a época de Jesus Cristo pelo menos um século e meio”. Milgrom observou que o divórcio e poligamia não eram proibidos no Antigo Testamento.

Os pergaminhos foram encontrados perto da comunidade de Qunram, que floresceu desde mais ou menos a metade do século segundo antes de Cristo até, a época da Invasão Romana, no ano 67 de nossa era. Essa comunidade era formada “por uma seita marginal dentro do judaísmo”.

Os dissidentes da seita se refugiaram nas cavernas do Mar Morto para escapar a “poluição” que afetava Jerusalém por causa dos líderes fariseus, disse Milgrom.

O pergaminho do templo não apenas traça os planos para a reconstrução do templo de Jerusalém, quando a seita voltasse ao poder, após uma guerra catastrófica, mas “prescreve leis totalmente novas e dá interpretações também novas sobre as leis antigas”.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/79 – fraternidade Rosacruz – SP)

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