Os dez mandamentos são indicações conducentes à consciência crística – Sétimo Mandamento

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os dez mandamentos são indicações conducentes à consciência crística – Sétimo Mandamento

Os dez mandamentos são indicações conducentes à consciência crística – Sétimo Mandamento

7º Mandamento
“Não adulterarás”

Adulterar significa “misturar”, desvirtuar alguma coisa pela mistura com outra que lhe compromete a pureza original. Este é o sentido esotérico na Bíblia: o mesmo que prostituir, prejudicar a autenticidade. Como já vimos anteriormente, adulteramos a realidade das coisas, ou por ignorância ou por maldade. Como disse Sócrates: “O homem pratica o mal porque não sabe o que é o Bem”.

Todos nós, segundo o nível evolutivo e correspondente abertura de consciência, temos restrições compreensíveis e verdades relativas, não podendo, por isso, abranger a verdade total. Por isso erramos.

Isto é inevitável. Daí que o 7º Mandamento não considere esse aspecto. Seria exigir demais.

Mas há uma parte viciosa, há uma natureza condicionada, há preconceitos arraigados que podem e devem ser corrigidos no processo de espiritualização do ser.

Em primeiro lugar, aproveitemos as verdades espirituais que nos foram reveladas por Aqueles que atingiram os altiplanos da espiritualidade e descortinaram realidades imensas a respeito de nossa natureza e relação com Deus. Nossa razão e lógica sancionam essas verdades porque já temos algo interno, um “saber interior” que nos leva a reconhecer, aceitar e apreciar o que é genuíno.

Em segundo lugar: sabemos por esses mesmos ensinamentos comprovados na experiência de nossa vida diária, que a personalidade viciosa é a prostituta, a adúltera, que nos magnetiza com seu “canto de sereia” em seu ciclo de prazeres desvirtuados. Sabemos que ela nos empana a razão, tirando-nos a visão de justa proporção das coisas; condicionando-nos os pareceres com as crenças errôneas preconcebidas.

Isto não nos prejudica apenas espiritualmente, senão também materialmente, porque nos impede ter uma visão real das coisas e fatos que nos cercam.

Num computador eletrônico é fácil substituir dados falsos por verdadeiros, mas na complexa natureza humana é uma tarefa difícil, porque nos envolvemos nas vivências viciosas e, considerando-as como a nossa própria e real natureza, defendemo-las, por instinto de conservação, que é o mais forte em nós. O trabalho de transformação e depuramento do ser exigem, pois, um cuidadoso preparo.

Como vimos, adulteramos não só a realidade divina de Deus e do ser humano, como a visão real das coisas que nos cercam. O que vemos vai sempre mesclado de nossas próprias impressões, que falseiam a imagem da coisa, tal como ela é.

Vejamos como isto se dá internamente.

A ideia pura do espírito, a respeito de qualquer assunto, vem-nos da Mente Abstrata à Mente Concreta (intelecto). Aí, essa ideia mercê de vontade espiritual que a anima, procura revestir-se de matéria mental concreta e converter-se num pensamento-forma ou imagem mental. Mas nesse revestimento, o espírito já sofre a primeira traição: o intelecto condicionado e preconcebido, acrescenta, por sua conta, numa associação indevida, coisas que seu passado lhe dita, às vezes gratuitas, como, por exemplo: ver uma pessoa cujos traços lembram outra que nos prejudicou e imediatamente adulterar a imagem com esta correlação negativa.

Da Mente Concreta, a ideia transformada em pensamento-forma vai ao Corpo de Desejos (emocional) e aí a vontade espiritual que anima o pensamento busca envolver-se de matéria emocional que lhe dá impulsos para chegar à ação. Então, sofre a segunda adulteração, juntando a matéria emocional de atração ou repulsão, segundo as correlações preconcebidas. E, quando chega à ação está longe de ser a pura impressão que o espírito ditou ao intelecto.

A mensagem esotérica deste mandamento é: tornemos nossa personalidade passiva e fiel ao Eu real, para que não lhe traia os desígnios; não preterir o Cristo interno às conveniências e solicitações da natureza inferior; não conferirmos às coisas e realidades mundanas os méritos e virtudes que pertencem ao Divino.

“O único pecado é a ignorância e a única salvação, o conhecimento aplicado”. Enquanto não temos possibilidades internas para limpar os canais de expressão do Divino, estaremos prostituindo a verdade. Na ignorância não há pecado, mas há dor, gerada pela consequência que nos procura acordar. Nós, porém, que estamos alargando a consciência da verdade, assumimos responsabilidade maior porque “a quem muito é dado, mais lhe será exigido”. Não devemos fugir à transformação que a consciência nos exige. O método Rosacruz objetiva precisamente isso, de modo inteligente e gradual, através da espiritualização do Corpo Etérico, que pressupõe reeducação nos vários aspectos.

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