O Mito da Fênix

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Mito da Fênix

O Mito da Fênix

A mitologia nos conta a história da Phoenix, uma fantástica ave que vivia cerca de 500 anos e depois se queimava, renascendo das cinzas, continuamente.

Pois bem, ela continua renascendo. Esse mito é um símbolo do Espírito que renasce para a escola da vida de tempos em tempos, depois de haver purgado os erros que cometeu e trazendo as cinzas das experiências passadas, como consciência.

A ave é símbolo do espírito. O místico símbolo de Escorpião é representado no seu lado positivo e levado pela Águia que se eleva aos céus, depois de haver rastejado como escorpião nos apegos materiais. Nos dramas místicos de Richard Wagner, o Iniciado, “Parsifal” e “Lohengrin”, é o cisne que representa essa ideia. Em “Parsifal”, Amfortas amenizava as dores ferida do erro na água do lago purificada pelo cisne (região superior do Mundo do Desejo). Em “Lohengrin”, o cisne aparecido a Elza era o Iniciado que pode, com bico do desenvolvimento positivo e consciente, investigar tanto abaixo da superfície (Mundo Físico) como acima (planos superiores ao Mundo do Desejo). No batismo do Jordão, um raio do Cristo Cósmico desceu para habitar o Corpo de Jesus, na forma de uma pomba, símbolo usado pela igreja católica para representar o Espírito Santo.

O renascimento é ensinado pelas diversas escolas de ocultismo. Não é propriedade de ninguém, mas uma verdade cósmica evidenciada pela analogia em todos os reinos e ensinada por todos que puderam lhe comprovar diretamente a realidade. Realmente, qualquer indivíduo que desenvolva o sexto sentido latente poderá ver quando o Ego desce ao renascimento do 18º ao 21º dia após a fecundação da mulher e quando deixa o Corpo Denso, pela morte deste, levando consigo os veículos superiores.

Quando nos dizemos uma escola filosófica de cristianismo esotérico, às vezes causamos estranheza.

Desavisadamente pensam alguns que a Fraternidade Rosacruz é uma espécie de espiritismo, que ensina também o renascimento, com o nome de reencarnação. Preferimos o termo “renascimento” porque é mais apropriado, mas esta identidade não significa sermos espíritas. O renascimento é ensinado desde muito antes de Cristo. A diferença entre a Fraternidade Rosacruz e o Espiritismo é a do método do desenvolvimento interno. O espiritismo busca re-despertar a faculdade negativa da mediunidade que tivemos no passado. Naquela fase de nossa evolução (Época Lemúrica) tínhamos a visão dos Mundos internos ou espirituais, hoje invisíveis aos nossos olhos carnais.

Víamos os Anjos guardiães da humanidade. Depois, com o abuso sexual, com o casamento fora da família e da tribo e com o uso do álcool, perdemos essa faculdade.

Formou-se então o sistema nervoso cérebro-espinhal ou consciente, com nosso estado atual de vigília.

Pelo exposto vemos, então, que a mediunidade, relativamente fácil de ser desenvolvida, porque já a possuíamos no passado, representa uma retrogradação evolutiva. O caminho é para frente e para cima.

Portanto, embora muito mais difícil, o desenvolvimento positivo é que tem de ser conquistado, conforme ensina a Escola Rosacruz, e pelo método apropriado aos ocidentais.

Além disso, vale acrescentar, o desenvolvimento positivo ou consciente conserva e valoriza a liberdade espiritual do homem, enquanto a mediunidade o transforma num instrumento de forças que não pode controlar.

Outro motivo de estranheza é entre os católicos e protestantes. Alegam eles que o renascimento não é ensinado na bíblia e, assim, como podemos considerar-nos cristãos?

De fato, o renascimento não foi ensinado publicamente na Bíblia.

Isto fazia parte do plano evolutivo da humanidade. Os Senhores do Destino sabiam que teríamos de passar por esta fase de conquista material, em que o cristianismo assumiria sua forma inicial meio materializada. É explicável. A transição não poderia ser brusca, como não o é nenhum processo da natureza. “Natura non facit saltum”. Por isso, adoramos a Deus por imagens materiais, em vez de em espírito. Mas isto não quer dizer que o renascimento não tenha sido ensinado na Bíblia. Foi exposto simbolicamente. A Bíblia, se interpretada ao pé da letra, torna-se infantil e ridícula às vezes, como sucede na história da costela de Adão. O Cristo ensinava por meio de parábolas, para, “ouvindo, não o entendessem”. Depois, secretamente, explicava o sentido aos seus discípulos. Nas passagens da visita de Nicodemos e da criança cega, temos claras alusões ao renascimento. Nicodemos visitou-O à noite (em sonho consciente) e foi-lhe dito: “necessário vos é nascer de novo”. As igrejas explicam que esse nascer de novo é a transmutação do homem velho em homem, novo, segundo disse São Paulo, o Apóstolo.

Também tem esse sentido para nós, mas refere-se, por outro lado, ao renascimento. Na passagem da criança que nasceu cega, perguntaram a Jesus: “quem é culpado; ela (a criança) ou os pais, por haver nascido cega?”. E Jesus respondeu: “foi para que se manifestasse a obra do Pai”. E dizem as igrejas simplesmente: é vontade de Deus que soframos. Acham os leitores racional esta resposta? O Deus amantíssimo, todo amor e justiça, teria vontade de criar uma nova alma, cega, para dar mostras de Seu Poder ? Para os tempos anteriores a Cristo seria admissível, pois reinava a religião do temor, do castigo. Mas Cristo veio inaugurar o Amor e o Perdão e essa passagem pertence ao Novo Testamento.

A Filosofia Rosacruz dá-lhe o sentido lógico e correto: e para que se cumpra a lei de causa e efeito, que não pode dispensar o renascimento, porque, aquilo que o Ego semeia numa vida, se não colheu nela mesma, terá de colhê-la em outra posterior. Em conclusão, a Phoenix mitológica é símbolo do espírito mais avançado, que renasce em mais ou menos 500 anos, em vez de 1000 anos, média para os indivíduos comuns.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 09/72 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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