Elman Bacher – Estudos de Astrologia – Volume 4

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Elman Bacher – Estudos de Astrologia – Volume 4

A Astrologia é para o estudante Rosacruz uma fase da religião, basicamente uma ciência espiritual.

Esta ciência, mais do que qualquer outro estudo, revela o ser humano a si mesmo.

Nenhuma outra ciência é tão sublime, tão profunda e tão abarcadora.

Ela revela a relação entre Deus (o Macrocosmo) e o ser humano (o Microcosmo), demonstrando que ambos são fundamentais.

1. Para fazer download ou imprimir:

Elman Bacher – Estudos de Astrologia – Volume 4 – Aspectos Adversos – Aspectos Benéficos – Cruz em T e Grande Cruz – Grande Trígono – Interceptações – Relacionamentos

2. Para estudar no próprio site (para ter as figuras, que tanto ajudam na compreensão, consulte a edição do item 1, acima):

ESTUDOS DE ASTROLOGIA

 

Por

Elman Bacher

Volume 4

Fraternidade Rosacruz

 

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Traduzido e Revisado de acordo com:

Studies in Astrology

2ª Edição em Inglês, 1951, The Rosicrucian Fellowship

Estudios de Astrología

3ª Edição em Espanhol, 1981, Editorial Kier S. A.

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

www.fraternidaderosacruz.com

contato@fraternidaderosacruz.com

fraternidade@fraternidaderosacruz.com

PREFÁCIO

Tantos foram os comentários favoráveis recebidos por nós, aos artigos astrológicos de Elman Bacher publicados em nossa revista “Rays from the Rose Cross”, durante os últimos anos, que estamos certos que haverá uma boa acolhida a esse trabalho, por parte dos Estudantes de Astrologia Espiritual.

Os profundos conhecimentos de Elman Bacher e sua devoção à ciência astral, aliados a uma extraordinária compreensão da natureza humana, permitiram-lhe apresentar temas que indubitavelmente o situam entre os melhores Astrólogos Esotéricos modernos. E como a veracidade e o valor da astrologia tornam-se, a cada dia, mais aceitos de modo geral, seus trabalhos ajudarão cada vez mais os seres humanos a conhecerem-se a si mesmos, e a realizarem seu mais alto destino.

Antes de sua transição, em 1951, Elman Bacher expressou o ardente desejo de que publicássemos seus artigos em forma de livro e, embora lamentemos profundamente não estar ele aqui para ver a concretização desse desejo, sentimos felizes por saber que sua aspiração está sendo realizada agora.

 

ÍNDICE

PREFÁCIO.. 3

INTRODUÇÃO.. 5

CAPÍTULO I – OS ASPECTOS ADVERSOS. 7

CAPÍTULO II – OS ASPECTOS BENÉFICOS. 17

CAPÍTULO III – OS ASPECTOS CRUZ EM “T” E A GRANDE CRUZ.. 25

CAPÍTULO IV – OS ASPECTOS TRÍGONO E GRANDE TRÍGONO.. 46

CAPÍTULO V – AS INTERCEPTAÇÕES. 57

CAPÍTULO VI – ESTRUTURA BÁSICA DE RELACIONAMENTO.. 71

CAPÍTULO VII – ABSTRAÇÃO DO HORÓSCOPO.. 82

CAPÍTULO VIII – CONDENSANDO O HORÓSCOPO.. 93

 

INTRODUÇÃO

A Astrologia é para o Estudante Rosacruz uma fase da religião, basicamente uma ciência espiritual. Esta ciência, mais do que qualquer outro estudo, revela o ser humano a si mesmo.

Nenhuma outra ciência é tão sublime, tão profunda e tão abarcadora. Ela revela a relação entre Deus (o Macrocosmo) e o ser humano (o Microcosmo), demonstrando que ambos são fundamentais.

A ciência oculta, ao investigar as forças mais sutis que afetam o ser humano (o Espírito) e seus veículos, receberam seus efeitos com a mesma precisão que a ciência acadêmica fizeram com as relações do mar e do céu, da planta e do animal, dos raios do Sol e da Lua.

Com esse conhecimento podemos determinar o padrão astrológico de cada indivíduo, e conhecer a potência ou as debilidades relativas das diferentes forças atuantes em cada vida. De acordo com o que tenhamos alcançado deste conhecimento, podemos começar a formação sistemática e cientifica do caráter – caráter é destino!

Observamos os períodos e estações que são cosmicamente vantajosos para o desenvolvimento de qualidades ainda não desenvolvidas, corrigindo rasgos defeituosos e eliminando inclinações destrutivas.

A ciência divina da Astrologia revela causas ocultas que trabalham em nossas vidas. Assessora o adulto com respeito à vocação, os pais na orientação dos filhos, o mestre na orientação dos discípulos, o médico no diagnóstico das enfermidades; prestando-lhes, desta maneira ajuda a todos em qualquer situação em que precisem.

Nenhum outro tema dentro da margem do conhecimento humano, até esta data, parece conter as possibilidades estendidas aos astrólogos para ajudar aos demais na sua própria dignidade como deuses em formação, a um entendimento maior da lei universal, e a verificação de nossa eterna seguridade nos braços acariciadores da Vida Infinita e do Ser Iluminado.


CAPÍTULO I – OS ASPECTOS ADVERSOS

 

Houve uma época em que o autor partilhava, com muitos estudantes de Astrologia, o entendimento de que os Aspectos de “Quadratura” e “Oposição”, sendo Aspectos “maus”, significando exatamente a mesma coisa; também que os “bons” Aspectos, Trígono e Sextil, também significavam a mesma coisa. Chegou um tempo quando o autor percebeu que, se “Quadratura” significava o mesmo que “Oposição” e “Sextil” o mesmo que “Trígono”, então o mesmo símbolo deveria ser usado para ambos os pares de Aspectos. Deve ser fixada nas Mentes dos estudantes que cada símbolo utilizado em Astrologia tem seu próprio significado particular, único, e que nunca dois símbolos podem realmente significar a mesma coisa. Não pode haver dúvidas a esse respeito. Esses símbolos são representações de profundas concepções espirituais, e foram dados à humanidade por Elevados Seres, em épocas passadas.

Se o avanço, através da roda, desde o Ascendente até a décima segunda Casa ilustra a evolução cíclica, as posições dos Astros por Signo e Casa, representam as focalizações da consciência a se expressar durante a encarnação, assim, então, os Aspectos representam o mecanismo do Espírito em ação – o como é essa expressão perpétua. As ciências mecânicas requerem conhecimento de pesos, do princípio da alavanca, do equilíbrio e desequilíbrio, da lei da gravidade, da propulsão, e assim por diante; em outras palavras, os princípios de como os mecanismos funcionam para alcançar certo resultado. Um horóscopo, desenvolvido a partir de um desenho geométrico, contém ilustrações dos princípios ao se manifestarem na encarnação humana como expressões da consciência, de maneira que cada símbolo usado nesta ciência em particular representa uma essência ou uma função dessa essência.

A abordagem dinâmica à psicologia humana tem provado que uma “mudança de ponto de vista”, muitas vezes, torna possível o esclarecimento da causa de um problema, revelando a necessária diretriz. Nós, como estudantes de Astrologia, tendemos a cristalizar nosso ponto de vista sobre os Aspectos de Quadratura e Oposição e a nos fixar mentalmente na ideia de que eles são Aspectos maus. As palavras, “mau” e “mal” fazem parte de nossa representação mental desde que nos tornamos capazes de interpretar qualquer coisa; se vamos desenvolver uma abordagem construtiva à Astrologia psicológica devemos mudar nosso ponto de vista sobre, e atitude para com, os significados desses símbolos especiais de expressões de energia.

Essa referência aos “maus” Aspectos é um ponto discutível. As pessoas astrologicamente desinformadas, e angustiadas por um problema pessoal, podem realmente ser ajudadas de maneira eficaz se suas Mentes e sentimentos são impressionados por referências aos “maus” Aspectos de suas Cartas astrológicas? Não há como escapar disso, todos têm uma reação subconsciente, instintiva, às palavras tais como “mau”; elas despertam nossas imagens íntimas, ou memórias de padrões de experiências feias, aflitivas, assustadoras e difíceis. O astrólogo que diz: – “Oh! Isto é muito grave, você tem um mau Aspecto entre Saturno e Marte” se arrisca a reduzir o nativo a cinco entalhes. Há algo tão nefasto em tal afirmação que, simplesmente por delicadeza e compaixão, não podemos fazer tais revelações a pessoas que nos procuram em busca de orientação.

Os astrólogos que se fixam na “maldade” dos Aspectos de Quadratura e Oposição são aqueles que ainda não investigaram o verdadeiro significado desses símbolos. Por “significado verdadeiro” se entenda significação espiritual ou filosófico. Uma vez que devemos identificar esses símbolos de algum modo para transmitirmos nossos pensamentos, vamos mudar nossa abordagem de palavras para algo a que o nativo possa reagir mais favoravelmente.

Sugerimos que a palavra “mau” seja substituída pela palavra “fricção”. “Todos entendem que “fricção” quer dizer “resistência”, “adversidade”, mas as pessoas não são propensas a se sentirem perturbadas por tal palavra. Ademais, como no caso de se friccionar um fósforo, o resultado é uma chama que proporciona luz e calor. O mesmo se dá conosco, dentro de nós mesmos, e com nossos Aspectos de Quadratura e Oposição. Certos níveis de nossa consciência “atritam contra” outros níveis; o resultado é uma chama de percepção por meio da reação de dor que serve para mostrar a necessidade de reorientar a consciência. Uma vez que todos os padrões astrais de um horóscopo estão incluídos na roda astrológica, o quadro mostra que a humanidade interpreta a experiência a partir de dentro, na consciência, não a partir de fora. Em outras palavras, a fonte de nossas interpretações de experiências não está nas próprias experiências, mas sim em nosso centro de percepção e reação.

Consideremos os Aspectos de Quadratura e Oposição, símbolos em termos de sua representação essencial, abstrata. Use uma roda com doze Casas em branco para cada Aspecto. Para a Quadratura ligue os pontos médios das Casas fixas, segunda, quinta, oitava e décima primeira, por linhas retas; o resultado é um quadrado repousando sobre uma base horizontal que começa, ciclicamente, na segunda Casa. Este símbolo que usamos para o “Aspecto de Quadratura” entre dois Astros quaisquer em um horóscopo.

As Casas envolvidas neste quadro são as “Casas de recurso”, os mananciais de grande desejo, sentimento, amor e capacidade. Essas quatro Casas e seus Signos abstratamente relativos (Touro, Leão, Escorpião e Aquário), incluem nossos mais profundos potenciais de reação. Todos os estudantes de Astrologia sabem que existem duas outras Quadraturas; chamadas de Quadraturas “Cardeais” e Quadraturas “Mutáveis”; mas a Quadratura da Casa fixa é a que se usa para figurar essa abstração da “maldade” – dificuldades e dores, sofrimentos, limitações e toda sorte de negativismo. Quando se relacionam a quaisquer Astros em dois Signos ou duas Casas quaisquer, esse símbolo indica que a presente necessidade de regeneração em tais pontos é muito grande. Observe que no desenho do quadrado, quando chegamos ao fim da horizontal inferior, na quinta Casa, fazemos um ângulo reto, não diagonalmente para a direita ou para a esquerda, mas direto para cima, a fim de progredir mais no caminho evolutivo. O mesmo se dá nas outras viradas, ângulos retos em cada canto. Vê-se, pois, que o Aspecto de Quadratura é intransigente para com a consciência em suas demandas; por tal motivo este Aspecto é dito ser o “mais difícil”, a “pior” ou “mais maléfica” das relações astrais. Nesses pontos de nosso desenvolvimento nós somos cobrados mais severamente. Por quê?

O horóscopo, em sua inteireza, é um composto de consciência individual dos princípios cósmicos, no nível evolutivo particular da pessoa. Entretanto, segue-se que dois Astros em Quadratura mútua em determinada Carta não são “Astros maus”; significa simplesmente que a pessoa atravessa um estágio de consciência de relativa inconsciência dos princípios. A inconsciência de um indivíduo pode ser muito variada, e esta variedade é indicada pelos múltiplos Aspectos de fricção a qualquer Astro em sua Carta: o Astro pode estar em Quadratura com Marte e em Oposição à Lua, mas em Trígono com Vênus e em Sextil com Plutão. Estamos destinados a experimentar padrões de reação na relação de cada Astro com outro Astro a fim de cumprirmos nosso destino vibratório como seres humanos. Qualquer coisa menos que isso não seria cumprimento.

Devido a nossas experiências serem, em última análise, ativadas por nossos contatos com outras pessoas e porque nós nos projetamos em relacionamentos consoantes nossa consciência temos, como consequência, a projeção não regenerada que cria padrões de destino e que retornam a nós mesmos na forma de experiências de qualidade dolorosa ou “má”. Sofremos por meio desses avisos porque, por nossas reações a outras pessoas e as experiências, somos levados a perceber nossa própria falta de regeneração. O Eu Superior “clama” em nós: “Estude isso e aprenda com isso; não faça isso à outra pessoa; você já o fez muitas vezes no passado: eu insisto em que você redirecione sua reação a este relacionamento particular ou a esta experiência, porque se não o fizer você continuará desviando sua energia e empanando sua consciência, mais que nunca”. Assim, o padrão registrado no horóscopo como Aspecto de Quadratura entre dois Astros representa a necessidade, nesta encarnação, de uma drástica revisão de consciência. A palavra “fricção” prova aqui seu valor, porque as chamas acesas na consciência, através da reação de dor são mais intensas nesses pontos – a luz mais brilhante é dirigida aos cantos mais escuros. O Eu Superior está procurando restabelecer a sincronia harmoniosa dentro de sua consciência, possibilitando a você se dar conta de resultados indesejáveis provenientes do contínuo desvio de suas energias, e lhe mostrando a necessidade de tomar um novo rumo no seu caminho.

Os Aspectos de Quadratura e Oposição têm um fascinante ‘‘denominador comum”. Aplique o símbolo de Oposição à uma segunda roda em branco usando as cúspides da segunda e oitava Casas como diâmetros; desenhem círculos em volta desses diâmetros que, naturalmente, serão tangentes um ao outro no centro da roda.

Os diâmetros dos dois pequenos círculos formam, juntos, um diâmetro da própria roda e esse diâmetro conecta os pontos médios das segunda e oitava Casas; falando ciclicamente, o ponto de partida deste símbolo é o mesmo ponto do quadrado fixo. O recurso de desejos das segunda e oitava Casas é comum a ambos os símbolos, e o processo espiritual ou oculto fundamental implicado é a regeneração.

Uma peculiaridade do Aspecto de Oposição é que ele “polariza” a roda. O ponto inferior do símbolo está no quadrante “individualista’“ do hemisfério inferior; o ponto superior, na oitava Casa, é “extensão” do inferior. A segunda Casa é “avanço material”; este se eleva a sua oitava superior, por meio da transmutação da natureza de desejos no relacionamento com outras pessoas; o Poder do Amor efetuando a redenção da consciência. Deve haver alguma razão muito importante para os dois pequenos círculos envolvidos, neste simbolismo, serem ligados por uma diagonal de quarenta e cinco graus e não por uma horizontal ou uma vertical. Uma horizontal é toda direita-e-esquerda; uma vertical é toda acima-e-abaixo. No entanto a diagonal deste símbolo é para-o-alto-e-para-a-frente – um composto da vertical com a horizontal, conceito essencial de todos os processos e propósitos evolutivos.

O consenso de opinião é que o Aspecto de Oposição implica a necessidade de optar por uma ou por outra coisa. Alguns astrólogos interpretam isto como significando que devíamos escolher um Astro para trabalhar, mesmo às expensas de outro, outros dizem que devíamos. Outros astrólogos dizem que devemos nos esforçar para utilizar, o melhor possível, ambas as vibrações astrais, tanto quanto pudermos. A primeira dessas abordagens é simplesmente insustentável; não podemos prescindir de quaisquer dos nossos fatores astrológicos – vivemos com todos eles, e expressamo-los, no transcurso de uma encarnação inteira. A segunda dessas abordagens chega mais perto dos verdadeiros requisitos do Aspecto, porque nos mandam utilizar ambos os fatores astrais. Contudo, o Eu Superior nos fala por meio do verdadeiro significado do Aspecto. Você vai expressar esses dois Astros de modo não regenerativo ou de maneira, regenerativa? O ponto não é qual dos dois Astros, mas qual das duas oitavas de consciência você vai expressar: aquela em que você tem estado em que tende a permanecer e, por enquanto, de onde deveria sair, ou aquela para a qual está evoluindo? Aquela que é para entrar ou aquela que é para sair? Aquela que é autopreservação ou aquela que é auto evolução? Aquela que resulta em supressão de realização ou aquela que abre as portas de sua consciência para a percepção da beleza, verdade e bondade? Esse é o significado esotérico do Aspecto de Oposição, e por ele podemos entender por que a palavra-chave percepção é usada para identificar seus propósitos.

Como em cima, assim em baixo. Quando Sol e Lua formam Conjunção a cada 28 dias o corpo vibratório da Humanidade toma um novo “fôlego”; duas semanas depois este “fôlego” é “exalado” na Lua Cheia. Esse ato é o grande arfar rítmico da nossa existência oculta e o padrão – concepção e expressão – é experimentado por todos os nossos órgãos vibratórios em relação não só aos outros Astros, mas – e isto é importante – também em relação aos Signos de suas dignificações[1]. Assim como cada órgão de nossos Corpos físicos tem seu próprio padrão de crescimento, função, e desempenho, assim também cada Astro tem em relação ao corpo de consciência.

Um Astro no Signo de sua Dignificação está “retornando ao domicílio-base”, após uma volta pelo Zodíaco; a essência acumulada por ele, retirada a essência das experiências que você viveu em muitas encarnações, tem, agora, força total e está pronta para começar outro ciclo, a partir da presente base evolutiva dele e de você. Um Astro que dizemos estar no Signo de seu “Detrimento”[2] não é um Astro “mau”; ele está na metade da volta de sua própria órbita evolutiva e dá o Aspecto de sua Oposição ao Signo de sua Dignificação – tão distante quanto possível do seu “domicílio”. Ainda que uma Carta contenha apenas um Astro posicionado no Signo de seu “Detrimento” revela que a pessoa, em consciência naquele ponto, está em uma fase crítica de seu presente ciclo evolutivo, e quaisquer Aspectos astrais de fricção a tal Astro representam uma cobrança, ao máximo, de suas potencialidades regenerativas. Esta encarnação, com Astros em Detrimento, é muito significativa porque a pessoa vai se aperceber de suas deficiências íntimas de maneira muito pungente.

Se o presente horóscopo registra como regente da Carta um Astro em Detrimento (regente do Signo no Ascendente), então se intensifica o caráter crítico desta encarnação. O regente da Carta é nosso símbolo astral da consciência de EU SOU: no Signo de Detrimento – oposto ao de sua própria Dignificação – a Carta pode realmente contar uma história de grande conflito espiritual, posto que os Aspectos de fricção a um regente “em Detrimento” podem tornar possível à pessoa se identificar com a escuridão. Ela pode propender a interpretar seus próprios potenciais de personalidade através de sua consciência não regenerada e viver de tal maneira que pode correr o risco de “retroceder”, consideravelmente, em sua evolução. Os Aspectos regeneradores formados pelo regente da Carta assim posicionado servem para fazê-la voltar-se inconscientemente “para a Luz” e, vivendo por esses padrões, ela se garante uma mudança de direção para o alto em seu desenvolvimento, não só nesta encarnação como também em todas as que se seguem.

Assim como o Corpo físico é o resultado da concepção e a Lua Cheia é o resultado da lunação anterior a esta, também o Aspecto de Oposição entre dois Astros é a advertência resultante de uma Conjunção desses dois Astros, alguma vez em encarnações anteriores da pessoa. Não há efeito sem causa, e já que o Padrão Cósmico se manifesta em todos os planos devemos entender, ao estudar o Aspecto de Oposição, que nesta encarnação a pessoa está se conscientizando desses dois particulares poderes vibratórios, ou qualidades, em sua própria natureza de maneira muito importante e significativa. Admita que as tensões internas podem ser muito grandes, mesmo com um só Aspecto de Oposição na Carta. Os padrões de experiência representados pelos Astros implicados – quer por regência quer por ocupação – reclamam e desejam a expressão regenerada, espiritualizada, da natureza da pessoa. A repetição das qualidades de fricção não regeneradas manterá a pessoa em “trevas”, não apenas nesta encarnação como talvez em vários “capítulos” vindouros – e as provas no futuro serão cada vez mais severas.

O caráter crítico deste Aspecto fica claramente demonstrado quando o Aspecto de Oposição é ativado por eclipses, pela Lua progredida ou por Aspectos astrais progredidos de Quadraturas simultâneas a ambos os Astros. Com tais estímulos ao Aspecto, o resíduo não regenerado na consciência da pessoa – qualquer que seja sua idade – “sai da casca” e ela experimenta uma prova para sua capacidade de regeneração que pode ser muito severa. Por outro lado, quando a Oposição é ativada, recebendo um dos Astros um Trígono e o outro um Sextil, então o que quer de regeneração que tenha sido conseguido pode ser aproveitado para se lidar com a experiência em manifestação.        Uma ativação “favorável” do Aspecto Oposição sempre implica, até certo ponto, numa prova, porém “mais do melhor da consciência” é mais imediatamente praticável.

Vê-se, pelo que foi explicado acima, a razão porque o Aspecto Oposição é considerado universalmente “não tão mau” quanto a Quadratura, porque, mesmo se dois Astros envolvidos não tiverem outros Aspectos, o padrão como um todo é ativado quatro vezes pela combinação do Trígono e do Sextil com as duas vezes que recebe Quadraturas. Goza-se de muito mais “elasticidade”, e os impulsos para regeneração são muito mais numerosos no decorrer do tempo.

Um final feliz: os Aspectos de Quadratura e Oposição até podem ser “salva-vidas” de grande benefício quando formado por um Saturno sem outros Aspectos em uma Carta que não tenha nada em Terra. A pessoa com tal Carta precisa de lastro, controle e direção, precisa canalizar o emprego de suas energias. Semelhante Saturno diz simplesmente – e isto prova que a Quadratura e a Oposição não são essencialmente maus – “Eu cuidarei para que você mantenha seus pés no chão a fim de que  sua vida possa ser vivida com propósito e construtivamente; você terá responsabilidades a cumprir, ambições a realizar e qualidades a regenerar e reorientar; minha vibração, embora possa parecer subjugá-lo às vezes, é realmente sua maior benção porque pode mantê-lo alinhado às correntes  de experiência em desenvolvimento.

A vida não castiga por meio de nossas Quadraturas e Oposições. Por meio desses Aspectos ela nos ensina as lições de que mais necessitamos, se quisermos aprender a nos conscientizar da necessidade de nossas regenerações.

 

CAPÍTULO II – OS ASPECTOS BENÉFICOS

 

A função dos Aspectos de Sextil e Trígono é revelar os níveis relativos de consciência regenerada da humanidade. São nossos pontos de iluminação; nossos “anelos por um Bem maior” (Sextil) e a “compreensão de um Bem manifestado” (Trígono). O Sextil é o processo pelo qual o Trígono é criado.

O astrólogo de mente filosófica nunca pensa ou se refere ao Sextil ou Trígono como Aspectos de “sorte”, porque sabe que todo fator em um horóscopo é efeito de uma causa específica; a causa original foi, naturalmente, a expressão – na ação – de um nível particular de consciência no passado. Ele reconhece que todo Sextil numa Carta revela um certo esforço de regeneração que, iniciado no passado, chegou a tal ponta de eficiência que agora se expressa como um dínamo para a liberação de mais e maior poder regenerador nesta encarnação. Reconhece ainda que todo Trígono é um registro de relacionamento equilibrado entre dois fatores Astrais; um Trígono é sempre resultado de regeneração de consciência – de nenhum modo ou em nenhum nível de desenvolvimento é um afortunado “acidente de hereditariedade”.

O Aspecto Sextil é considerado, por muitos, como um Aspecto “menor” ou “pequeno”; talvez o interpretem assim porque ele envolve somente sessenta graus – a metade de um Trígono. Quando estudamos o símbolo do Sextil somos alertados para o fato de que o Sextil é tão maior como qualquer outro Aspecto; quando reconhecemos seu significado como uma representação de fases dinâmicas da evolução, então nos damos conta de que ele é um dos mais importantes de todos os símbolos astrológicos, e pelo qual o astrólogo, em o compreendendo, pode prestar grandes serviços àqueles que buscam maior consciência de sua própria fonte de luz.

A forma geométrica essencial do símbolo do Aspecto Sextil é o hexágono – uma figura de seis lados iguais que repousa, como os símbolos da Quadratura e do Trígono, sobre uma base horizontal.

Os pontos de partida cíclicos da Quadratura e do Trígono são, respectivamente, o ponto médio e a cúspide da segunda Casa; o Sextil “parte” do Ascendente – o primeiro fator que revela a qualidade dinâmica essencial e o significado do Aspecto.

Como no caso do Trígono, o avanço ao redor do hexágono é feito por lados diagonais nos pontos de desvio; uma diagonal, composição de horizontal com vertical, implica numa abstração de “para frente, para o alto e para sempre” – símbolo da evolução espiritualizada.

O primeiro lado diagonal do hexágono atravessa a primeira e segunda Casas e estabelece contato com a cúspide da terceira Casa. Em outras palavras, ele faz um atalho através do potencial de desejo da segunda Casa e liga diretamente o “Eu Sou” do Ascendente com o “Eu Penso” da terceira Casa. Prosseguindo em torno do hexágono, vemos que as outras cinco linhas atravessam as Casas abstratamente relativas aos Signos de Terra e Água[3] e que o símbolo todo tem como pontos estruturais, as Casas relativas aos Signos de Fogo (Espírito) e aos Signos de Ar (Mente) (Essas Casas também são identificadas como os dois pares de “relacionamento paralelo” – primeira e sétima, terceira e nona – mais as duas Casas de potencial de poder e amor – a quinta e sua polaridade espiritualizada, a décima-primeira). O símbolo nos diz que o Aspecto Sextil representa os meios dinâmicos, positivos e populares da consciência humana – atravessa os níveis de desejo e instinto – trazendo à expressão aqueles fatores de consciência que neutralizam os miasmas[4] nos recursos subconscientes de sentimento profundo.

Os símbolos da Quadratura e do Trígono são “fechados”, representando uma fase de consciência em que se chegou a algo definido. A Quadratura é o não regenerado que se “trancou” – precisa ser liberado por meios regeneradores para que a evolução possa continuar; o Trígono é um nível específico de florescimento – um nível de sincronização e equilíbrio internos. No devido tempo será descristalizado, assim como uma flor se descristaliza em seu próprio tempo para que os novos processos de vida da planta possam ser inaugurados. Os dois Astros envolvidos em Trígono entre si estão destinados a entrar na relação de Trígono com outros Astros no futuro, de maneira que a qualidade “estática” de sua presente relação se torne, no tempo apropriado, sujeita às forças evolutivas para a criação de novos padrões de experiência dos quais podem resultar novos Trígonos.

Na experiência humana vemos essa descristalização de Trígonos representada quando consideramos que aquelas coisas que representam felicidade, harmonia e contentamento para uma criança de seis anos não causam satisfação a um ser humano de quarenta. Aquilo que pode representar um florescimento de cultura para um aborígine na selva pode parecer um brinquedo de criança para uma pessoa que está se vivendo como membro de uma sociedade verdadeiramente culta. “Qualquer Astro em Trígono com qualquer outro Astro” representa, essencialmente, um florescimento de consciência; mas as manifestações dos Trígonos são relativas ao desenvolvimento evolutivo.

Quando consideramos o símbolo do Sextil estamos vendo uma representação de “linhas de força”. Esse símbolo, diferentemente dos símbolos de outros Aspectos, é aberto – um quadro de irradiações partindo de um centro. Uma vez que ele é aberto, existe uma implicação de indefinição de forma. E, com efeito, ele é mais um processo em andamento do que algo terminado. As seis linhas – cúspides das Casas de Fogo e de Ar – representam cargas de nova luz e calor provenientes do centro; não o centro em si, mas aquilo que emana dele.

O Aspecto Sextil é o princípio da ação da alavanca e da resistência a essa ação. Precisa haver algo contra o que atuar e, em relação aos níveis de consciência humana, a coisa contra o que atuar é sempre um estado de não regeneração indefinidamente em um nível específico ou composto; fazer isso não seria garantir a estagnação (entenda, aqui, “estagnação” significando “morte”). O Aspecto Sextil é, então, o mecanismo pelo qual o Progresso Cósmico se expressa por meio de nós para descristalizar congestões e tornar possível as grandes mudanças alquímicas da transmutação e a liberação regenerada de potenciais.

Dois Astros em Quadratura entre si retratam um estado de inércia por meio da não regeneração; essas forças devem, se a Vida vai se expressar progressivamente por meio da pessoa, ser descristalizadas para que as energias da alma possam ser redistribuídas e assim tornem possível uma eventual relação harmoniosa como Trígono. Um Astro que forme Sextil com um de dois outros em Quadratura entre si é o agente alquímico – contrariando a inércia da Quadratura. O intercâmbio vibratório entre esse Astro e aquele com quem forma o Sextil é o potencial descristalizante para redirecionar as energias do Astro sob Quadratura. É como uma substância química que, quando posta na água, amolece de tal maneira que o trabalho de limpeza fica mais fácil e mais completo, ou o líquido que solta a gordura de um encanamento para que a água suja possa escoar mais livremente. Quando os dois Astros de uma Oposição recebem, respectivamente, um Trígono e um Sextil de um terceiro Astro, este terceiro Astro é o que está sendo influenciado pelo agente regenerador. Se você tem a oportunidade de estudar uma Carta em que um Astro apresenta apenas o Aspecto de Sextil a outros Astros, preste cuidadosa atenção a tal Astro; de seu cultivo depende muito o avanço espiritual da pessoa; esse Astro proporciona uma resistência muito significante a grande parte do que pode representar não regeneração.

Dois Astros que apresentam um Sextil e sem outros Aspectos indicam que, em sua inter-relação evolutiva, se permitiu aos dois partir para um bom começo – uma indicação de consciência direta de expressão regeneradora e uma bela promessa de que o florescimento para a relação de Trígono não se encontra muito distante no futuro. Contudo, o trabalho de regeneração deve ser expresso continuamente para que esse florescimento se torne possível; as complicações por padrões não regenerados podem resultar “em frustração”. Ajude a tal nativo a entender os princípios desses dois Astros, assim ele saberá como pôr em funcionamento essas particulares expressões de sua consciência, como neutralizadores para outras vibrações do tipo não regenerado, e para desenvolver seus potenciais de relações entre esses dois Astros. Devemos estudar cuidadosamente os Sextis que encontrarmos em quaisquer Cartas; reconheçamos que eles são os operadores da consciência regenerada para descristalizar e redistribuir as energias dos padrões que estagnaram na não regeneração.

O Símbolo do Trígono, quando relacionado à roda abstrata, coincide com as cúspides das segunda, sexta e décima Casas – um triângulo equilátero repousando sobre uma base horizontal.  Simétrico como é o Trígono de Água, o Trígono de Terra também representa, por sua base horizontal, um estado de quietude – um “repouso perfeito”.

Nesse símbolo vemos a consciência humana gozando os frutos do esforço construtivo; depois de efetuada uma fase de reorientação, o pleno florescimento da experiência se realiza, e é desfrutado – a intervalos durante uma reencarnação ou durante um ciclo de encarnações.

Alguns astrólogos correlacionam o símbolo do Trígono com o significado essencial do Planeta Júpiter – devido, pode-se supor, a “felicidade” ou “boa sorte” pelas quais identificam essa vibração benevolente. Na verdade, tal interpretação não coincide realmente com o significado do Trígono. Júpiter, com todo o respeito que se devem as suas múltiplas virtudes, é uma vibração dinâmica; o Trígono é equilibrado, estável, uma indicação de harmonia interna, um florescimento de consciência espiritualizada, uma percepção do Eu Superior – todos resultados de esforços transmutadores.

Aplique o triângulo de base horizontal à roda de doze Casas e observe que, ciclicamente, ele começa na cúspide da segunda Casa; cruza a roda em direção à cúspide da sexta Casa, e vai diretamente à cúspide da décima Casa. A roda é representação da evolução da consciência humana através de padrões de experiência de modo que o significado interno do Trígono deve ser encontrado, considerando as Casas que ele representa abstratamente, e daquele modo pode ser deduzida a vibração Astral a que ele corresponde mais proximamente. Uma vez que o Trígono representa resultado regenerado, apliquemos palavras-chave de regeneração às três Casas envolvidas:

Segunda Casa: a “posse e o desejo de posse” são transmutados em consciência de troca justa de dinheiro e coisas materiais, mordomia perfeita e a resultante regeneração de relacionamentos entre pessoas que aprenderam a dirigir finanças – intercâmbio por meio de sentimento correto para com os outros.

Sexta Casa: A consciência de “Trabalho” é regenerada em uma expressão de Serviço Amoroso como uma liberação dos potenciais da quinta Casa; como uma extensão da segunda Casa regenerada, as pessoas que trabalham e as pessoas para quem se trabalha estão entre si em relação simpática e equilibrada; o intercâmbio de dinheiro e de mercadorias são equilibrados pelo intercâmbio do valor do trabalho; a consciência reta no intercâmbio monetário se correlaciona com a melhor expressão do potencial de trabalho.  ‘“Capital versus Trabalho” é transmutado em “Capital e Trabalho”, harmoniosamente integrados como uma base – a linha horizontal – para a estrutura vertical ao terceiro ponto, que é a:

Décima Casa: a consecução de uma Sociedade aperfeiçoada que inclua e encerre as melhores expressões de todas as classes e níveis evolutivos da humanidade. Uma vez que as Casas de Terra sucedem as Casas de Fogo, o quadro mostra que a sociedade perfeita é uma manifestação dos poderes de autoconsciência, amor e sabedoria de todas as pessoas. Um único Trígono em um horóscopo individual representa uma consciência alcançada de algum nível ou fase de relacionamento correto do indivíduo com o mundo em geral; o símbolo em si, como uma abstração do Grande Horóscopo, representa os florescimentos espiritual, cultural e econômico da humanidade, como uma entidade, em sua Senda evolutiva.

As civilizações surgem, florescem e decaem; os indivíduos surgem, atravessam e transcendem “pontos de repouso” em suas experiências individuais, mas o símbolo do Trígono é o ápice, a “conquista perfeita” – o florescimento do melhor na consciência individual ou coletiva. Sua correlação Astral não é Júpiter, mas Vênus, o arqui-símbolo da essência feminina de consciência – Harmonia, Amor e Beleza destilados das lutas e crescimentos de todos os povos; mel destilado do néctar das flores; a perfeição de linha, estrutura e cor do corpo humano cultivado; o reflexo e cintilação da joia lapidada, com esmero; a cultura que representa o melhor das realizações da espécie humana.

Mediante seus Trígonos você fica ciente de sua consciência Divina – você está em “sintonia” com o melhor de você; a amplitude, beleza e harmonia de suas condições externas são reflexos de sua consciência regenerada. Faça mais que apenas desfrutar seus Trígonos – compartilhe-os com todas as pessoas que você contata ao manter sua “consciência de Trígono” sempre viva e expressiva. Desse modo você não apenas compartilha seus tesouros, mas, pelo poder de vibrações simpáticas, você “liga” outras pessoas para uma maior consciência de seu Bem interno, estimulando, portanto, os bons Aspectos nas Cartas delas.

 

CAPÍTULO III – OS ASPECTOS CRUZ EM “T” E A GRANDE CRUZ

Estes dois padrões de aspectos são tidos, por muitos intérpretes de astrologia, com um desinteresse considerável quando são vistos nos horóscopos de pessoas. É verdade que estes padrões indicam lições de vida de grande importância e significado evolutivo. Da mesma forma é verdade que o intérprete astrológico deve aprender a considerá-los impessoalmente e sem emoção pessoal, com filosófica serenidade, se quer interpretá-los de um modo a prestar um serviço.

Qualquer maneira de interpretação astrológica que tenda a enfatizar a interpretação da experiência como mal verdadeiro, infortúnio, calamidade ou tragédia não pode ser verdadeiramente esclarecedor; ainda, esse tipo abordagem ocupa as Mentes de muitos intérpretes, quando procuram delinear até mesmo um Aspecto isolado de Quadratura. Assim a fusão do Aspecto de Oposição com as Quadraturas múltiplas, conforme exemplificado tanto pela Cruz em “T” como pela Grande Cruz, representa para eles “algo terrível elevado ao máximo”, implicando em um tipo de destino maduro[5] tão pavoroso como se estivesse quase – ou efetivamente – além de qualquer esperança de resolução por toda esta vida.

Para que possamos agir com justiça, nós, astro-intérpretes, devemos nos tornar mais conhecedores e reconhecedores dos Princípios fundamentais da Vida para que, quando nos chamem a interpretar Cartas, que contenham esses múltiplos padrões de tensão, possamos exercitar uma percepção correta e, portanto, mais esclarecedora, ao invés de exercitar a ignorância e o medo, e aumentar a angústia e a desesperança na consciência das pessoas em questão. Estes aspectos complexos podem ser focalizados sob muitos pontos de vista do Princípio que revela segredos do destino, como indicações de posição e progresso evolutivos. Nossa responsabilidade e serviço são focalizados na expansão da percepção do princípio.

Para prosseguirmos nesse assunto, é sugerido que você prepare várias cópias da roda de doze Casas, com os Signos zodiacais dispostos em sequência a partir de Áries, como Signo Ascendente; prepare, também, uma lista dos Signos zodiacais de acordo com as “Cruzes”, como segue:

  • Cardeais: Áries e Libra, Capricórnio e Câncer;
  • Fixas: Leão e Aquário, Touro e Escorpião;

Comuns: Sagitário e Gêmeos, Virgem e Peixes.

Sequência de Quadraturas adjacentes para cada Signo, no sentido dos ponteiros do relógio:

  • Áries: Câncer e Capricórnio
  • Libra: Capricórnio e Câncer
  • Capricórnio: Áries e Libra
  • Câncer: Libra e Áries
  • Leão: Escorpião e Touro
  • Aquário: Touro e Escorpião
  • Touro: Leão e Aquário
  • Escorpião: Aquário e Leão
  • Sagitário: Peixes e Virgem
  • Gêmeos: Virgem e Peixes
  • Virgem: Sagitário e Gêmeos
  • Peixes: Gêmeos e Sagitário

A consideração da “esfera astral”: a esfera de ação astral mínima da Cruz em “T” são três pontos astrais, dois dos quais estão em Oposição entre si e ambos em Quadratura com o terceiro. A esfera de ação planetária mínima da Grande Cruz são quatro pontos astrais, padronizados como dois pares de Oposições formando uma sequência de quatro Quadraturas.

A esfera de ação máxima de ambas é composta por todos os dez pontos Astrais que podem estar inter-relacionados por órbita estreita ou por órbita larga. No caso de muitos aspectos de Cruz em “T” e Grande Cruz, de quatro ou mais Astros, a diferença numérica entre o primeiro Astro que aplica o aspecto e o último, pode alcançar até doze ou treze graus; a ampliação da órbita é válida porque os Astros se inter-relacionam no mesmo Aspecto.

Consideração sobre qualidade de Aspecto: os Aspectos Cruz em “T” e Grande Cruz podem ser tidos como “puros” se todos seus pontos Astrais ocupam Signos da mesma cruz – Cardeal, Fixa ou Comum; são “mistos” se os Astros, ainda quando em órbita numérica válida, ocupam Signos que representem uma mistura de cruzes. Alguns exemplos:

Cruz em “T”, mínima, pura: Vênus no nono grau de Leão, em Oposição a Júpiter no nono grau de Aquário, ambos sob Quadratura da Lua no nono grau de Touro (ou Escorpião).

Cruz em “T”, mínima, mista: Vênus no vigésimo sexto grau de Leão em Oposição a Júpiter no vigésimo oitavo grau de Aquário, ambos em Quadratura com a Lua no segundo grau de Sagitário (ou Gêmeos) – Vênus e Júpiter estão em Signos fixos, a Lua em Signo Comum.

Cruz em “T”, múltipla (de 4 a 9 pontos), pura: Saturno no sexto grau de Libra, Júpiter no nono grau de Áries, Urano no décimo quarto grau de Gêmeos, Netuno no décimo sétimo grau de Libra; a órbita do Aspecto entre Saturno e Netuno é de 11 graus.

Cruz em “T”, múltipla, mista: Plutão no vigésimo oitavo grau de Gêmeos, Marte no terceiro grau de Capricórnio, Vênus no segundo grau de Áries, Lua no oitavo grau de Áries; a órbita do aspecto é de 10 graus; Plutão em Signo Comum, os outros em Cardeais.

Grande Cruz, mínima, pura: Sol no quarto grau de Peixes, Urano no segundo grau de Virgem, Lua no sétimo grau de Sagitário, Júpiter no primeiro grau de Gêmeos; órbita estreita do começo ao fim, Signos Comuns.

Grande Cruz, múltipla (de 9 pontos), mista: Urano no vigésimo segundo grau de Capricórnio, Lua no vigésimo terceiro grau de Câncer, Netuno no vigésimo quarto grau de Câncer, Mercúrio no décimo nono grau de Libra, Marte no vigésimo primeiro grau de Libra, Vênus no vigésimo segundo grau de Libra, Júpiter no vigésimo sexto grau de Libra, Sol no segundo grau de Escorpião, Saturno no terceiro grau de Touro; a órbita do Aspecto é de 14 graus, de Mercúrio a Saturno; mistura de Cardeais e Fixos.

Experiências com vários padrões de Cruz em “T” e Grande Cruz – usando-se também vários Signos como Ascendentes – desenvolverão fluência em reconhecê-los no estudo de Cartas. Comece com as “mínimas-puras” e avance, por expansão, até as mais complexas e variadas.

Relativamente ao entendimento das razões e propósitos dos aspectos de Cruz em “T” e Grande Cruz, tenha sempre em mente esta asserção do Princípio de Vida: a liberação de poder depende da – e é sucedido pela – focalização do poder. Por exemplo:

  • a liberação do poder na atividade é focalizada pela Vontade de cumprir o Propósito;
  • a liberação de poder como Amor é focalizado pelo contato do relacionamento e da resultante ignição da consciência de Amor individual ou mútua;
  • a liberação de poder como Ensino é focalizada pela necessidade que tem o mestre de expressar aquilo que aprendeu e pela necessidade do professor em dar expressão para o que ele ensinou e para a necessidade do estudante saber expressar.

Este Princípio pode ser percebido pela pessoa com discernimento em todos os aspectos da vida e da experiência, e em todos os planos de funcionamento.

A quase sinistra implicação de dificuldade delineada pelos aspectos de Cruz em “T” e Grande Cruz tem seu sentido no fato de que ela representa um método interno ou subjetivo, de focalização muito necessitada para a correção de tendências dissipadoras praticadas através de várias vidas anteriores. Em outras palavras, esses padrões representam um acúmulo de forças condicionadas a destino maduro, o que diz ao astro-intérprete que aqueles Princípios, que governam o destino humano, não permitirão à pessoa em questão – aquela representada pela Carta – continuar com um programa de relativo desperdício, em atitudes e atividades. Desse modo, a presente encarnação é representada como a oportunidade fixada no destino maduro, por meio de uma relativa limitação de esfera de ação, para pôr a consciência em ordem, mediante um enfoque de experiências concentradas. As Cartas que contêm aspectos de Cruz em “T” e Grande Cruz descrevem padrões de vida que sempre revelam certa “limitação” ou “restrição” de experiência em formas específicas; muitos e muitos anos ou, em certos casos, uma vida inteira, são empregados em experiências de aplicação pessoal a alguma fase particular de atividade, relacionamento ou problema. Na medida em que a pessoa possa compreender e concordar com a necessidade dessa fase, como oportunidade para disciplina, integração de treinamento ou redenção estará ela usando seu padrão de Cruz em “T” ou Grande Cruz.

Porém, na medida em que continue a resistir, se ressentindo e se rebelando contra isso, a pessoa continuará a intensificar as dificuldades implicadas na qualidade “limitadora” da experiência. Devemos ter em mente que nenhum Aspecto astral tem frustração ou limitação como propósitos. Fomos nós que criamos o atual sentimento de frustração por não termos vivido nossa experiência de modo equilibrado no passado.

Para pôr ordem no caos que criamos, a Vida estabelece, pelo Princípio de Polaridade, medidas neutralizantes que nos fazem focar e concentrar de maneira intensa e especializada, e de tal forma que, pela aplicação repetida e contínua, somos capazes de gerar processos de alquimia inconsciente ou consciente:

  • para vencer a fraqueza mediante o desenvolvimento da fortaleza,
  • para dissipar a ignorância mediante a ampliação dos conhecimentos e da compreensão,
  • para polir e refinar as rudezas das não regenerações passadas e, portanto destilar a consciência de poder anímico e espiritual.

Nós estabelecemos as medidas e o compasso de nosso desenvolvimento, mas as Forças e Princípios da Vida, conforme representado em nossos padrões de Aspectos astrais, proveem a substância de nossos processos de desenvolvimento nos ambientes, relacionamentos e nas atividades, nos quais, e através dos quais, nos concentramos e focamos para fases específicas de cumprimento e crescimento.

Sob o ponto de vista objetivo, ao estudar o registro de uma Cruz em “T” ou de uma Grande Cruz o astro-intérprete vê um retrato de um ser humano que pode considerar suas “experiências de Cruz” a partir de um dos três principais níveis:

1) sofrimento sem auxílio e sem esperança;

2) antagonismo, resistência colérica e atrito;

3) uso construtivo da experiência para obter treinamento, refinamento e crescimento.

Isto é oferecido como uma chave para síntese dos valores espirituais da Carta – dependendo de qual desses três pontos de vista é adotado pela pessoa, o astro-intérprete saberá como melhor abordar a apresentação interpretativa dos padrões de tensão.

Um dos mais importantes pontos no estudo da Cruz em “T” se encontra em se pensar nela para uma combinação de linhas de força. Imagine-se colocado no centro da cópia de um Grande Mandala; em volta de sua cintura estão amarradas três cordas, cujas extremidades estão nas mãos de três pessoas, uma postada na cúspide de Áries, outra na cúspide de Libra e a outra na cúspide de Câncer; essas três pessoas tentam puxar você para elas – para fora de sua posição no centro; você tenta manter sua posição e, para tal, deve resistir ao puxão de todas as três direções. Áries e Libra, opostos entre si, representam o Aspecto de Oposição da Cruz em T; Câncer em Quadratura com ambos é o “ápice” da Cruz em T; se a pessoa em Câncer larga sua corda, então o cabo de guerra ficaria apenas entre Áries e Libra, mas enquanto Câncer também tente puxá-lo você tem que tentar compensar sua puxada. Isso você faz aplicando sua contra força na direção do que seria o ponto de Capricórnio, oposto a Câncer.

Por conseguinte, o ponto oposto ao ápice da Cruz em “T” é tão importante para o estudo quanto quaisquer dos três pontos ocupados, pois esse quarto ponto representa, espiritual e psicologicamente falando, a qualidade que você deve exercitar e desenvolver quando os conflitos e atritos representados pelos três pontos da Cruz em “T” ameacem puxá-lo para fora de seu centro. Ele representa qualidades e poderes espirituais dos quais seu Eu Superior procura fazê-lo ciente para que desenvolva equilíbrio interno e integração. No estudo de qualquer Carta que contenha um padrão de Cruz em “T” preste cuidadosa atenção ao Signo oposto ao ápice e às condições indicadas pelo regente astral dele. No estudo que envolva cálculos de tempo (trânsitos principais, progressões, etc.) observe cuidadosamente aqueles períodos em que as ativações passarão por sobre o Ponto oposto ao ápice – tais períodos sempre trazem oportunidades muito significativas, por meio de provas – para se manter e desenvolver o equilíbrio interno e a serenidade para polarizar, espiritualmente, as tendências negativas agitadas pelos estímulos aos Astros da Cruz em T.

Os Astros são seres: os padrões e tendências de sua consciência são estimulados ou inflamados por seus contatos com outras pessoas – esta ignição torna possível o que chamamos de experiência. Entre as pessoas mais importantes na vida de alguém que tem uma Cruz em “T” em sua Carta natal estão aquelas que têm pontos Astrais no Signo oposto ao Astro do ápice da Cruz em T. O Astro ou Astros delas podem estar aspectados de modo não regenerado, regenerado ou variável, mas em qualquer caso elas representam, em certa medida, aquilo que a pessoa da Cruz em “T” busca encontrar dentro de si mesma para maior integridade psicológica e espiritual. Se a qualidade correspondente da outra pessoa está não regenerada, ela será uma prova muito significativa para a pessoa da Cruz em “T”; se regenerada ela será – ao menos potencialmente – uma auxiliar, uma inspiradora, um bom exemplo, um ideal. Se a qualidade dela for variável, estude então a tendência mais pronunciada calculando o momento do encontro das duas pessoas; tente determinar qual qualidade ou tendência, se a não regenerada ou a regenerada, era mais forte quando as duas iniciaram seu relacionamento mútuo. Pode ser que o que estava sendo estimulado na pessoa variável fossem as melhores tendências, indicando que seu propósito na experiência da pessoa com a Cruz em “T” seria, basicamente, de soerguimento e auxiliador. Pôr em uso o poder ou qualidade espiritual indicados pelo Signo oposto ao ápice de uma Cruz em “T” é magia branca criadora, porque representa um grau muito elevado de alquimia espiritual na consciência.

Para estudo e análise da Grande Cruz, a sugestão é que você faça um mandala separado para ela e estude-o primeiro, também em separado da Carta natal, tendo em mente que as linhas de força a partir do centro do horóscopo, ou do mandala, indicam duas Oposições que se polarizam mutuamente e quatro Quadraturas que interagem entre si. Então, para maior clareza e para evitar confundir a Mente, faça um mandala para cada um dos Astros da Grande Cruz, o qual deve incluir todos os Aspectos radicais que envolvem o Astro particular. Desse modo você pode dissecar todas as evidências de alquimia e um potencial regenerador que pode ser usado pela pessoa para conseguir crescimento espiritual a partir das experiências indicadas pela Grande Cruz. Uma Grande Cruz é realmente um pequeno horóscopo dentro do horóscopo natal – uma concentração das forças da consciência que, se usada construtiva e criativamente, pode tornar a presente encarnação um passo muito importante para cima na espiral evolutiva. Sua palavra-chave básica poderia ser assim enunciada: concentração de consciência evolutivamente necessária e habilidades para uso construtivo. O mal implicado na Grande Cruz é somente pela interpretação individual; seu propósito é fomentar o bem individual por meio da focalização.

Concluindo: existem umas poucas abordagens especiais que deveriam ser levadas em consideração. Consciência ampliada ou os poderes da fé na lei espiritual e na paciência – o uso correto do Tempo – será, particularmente, proveitosa à pessoa que tem Saturno configurado em uma Cruz em “T” ou em uma Grande Cruz; ela deve ser encorajada a praticar o ponto de vista espiritualmente construtivo e de longo alcance em suas experiências, porque suas necessidades para a disciplina indicada são especialmente urgentes para sua vida inteira.

Se a Lua está configurada em qualquer um desses padrões de aspecto, então o conhecimento científico, que diz respeito ao propósito e à ação da Mente instintiva, será particularmente proveitoso, porque tal pessoa se encarregou de uma grande tarefa para esta vida: a de eliminar resíduos negativos de vidas passadas. Se o regente Astral do Ascendente está configurado, fica evidente que a pessoa experimentará um considerável novo enfoque, mediante dificuldades físicas, e informações relativas às correlações ocultas ou espirituais da Lei, com as condições físicas, podem responder às suas maiores necessidades evolutivas. Se Urano é um fator, então o exercício de ajuste inteligente às mudanças é indicado como uma parte da tarefa espiritual – especialmente se esse Astro está em Quadratura ou Oposição a Saturno e Saturno exerce influência predominante na Carta em geral. A inclusão de Júpiter nesses padrões indica que a sinceridade de motivação vai ser exercitada para neutralizar ou alquimizar tendências de falso orgulho e de compensações infrutíferas. A inclusão de Mercúrio indica que a disciplina mental e o esclarecimento devem ser destilados da concentração de experiências, assim como o melhoramento nos métodos de comunicação. A inclusão do Sol nesses padrões é especialmente significativa; o propósito básico da concentração de experiência é, evolutivamente, voltar a atenção da pessoa para Deus, para se dar conta da sua verdadeira Fonte de Vida e do Ser.

 

CAPÍTULO IV – OS ASPECTOS TRÍGONO E GRANDE TRÍGONO

O Trígono e o Grande Trígono têm correspondência regenerada com os aspectos Cruz em “T” e Grande Cruz, respectivamente. As linhas que ligam os três pontos astrais de uma mínima Cruz em “T” formam um triângulo, e cada diâmetro da Quadratura formada pelas linhas de ligação da Grande Cruz divide o quadrado em dois triângulos.

A diferença oculta entre os dois tipos é que nos aspectos de Cruz o principal ângulo estrutural é o ângulo reto de exatamente ou aproximadamente noventa graus que representa: a tensão, resistência, congestão e o empuxo gravitacional do Aspecto Quadratura. As linhas a partir do centro de um círculo horoscópico que tocam a circunferência nos três pontos que representam os Astros e que estão exatamente em Aspecto de Grande Trígono entre si, formam três ângulos de 120 graus no centro do círculo.

Qualquer linha que ligue dois desses pontos astrais entre si é um dos três lados de um triângulo equilátero, identificando a relação mútua de dois Astros como Aspecto Trígono. A essência espiritualizada dos Aspectos Trígono é revelada pictoricamente no fato de que os três ângulos do Grande Trígono são de 60 graus cada um – o valor numérico do Aspecto Sextil.

Uma vez que o Grande Trígono é uma figura fechada, seu desenho e qualidade angular revelam que ele é um resultado, em consciência de experiências, de Sextis prévios de regeneração e alquimia. O ângulo formado pelos dois raios ligados aos pontos astrais que são Trígonos entre si é de 120 graus, a soma de dois Sextis. O Trígono simples não é fechado, mas indica um estágio de relativo equilíbrio alcançado pela pessoa que está agora, possivelmente, no processo de criar um Grande Trígono. O Trígono simples é florescimento evolutivo; o Grande Trígono é frutificação evolutiva.

Devemos ter em mente que os Aspectos Trígono e Grande Trígono retratam consciência regenerada daquelas essências puras do Espírito representadas pelos Astros envolvidos, cada um dos quais é uma unidade especializada para expressão e reação. É a realização do Espírito que define nossa meta evolutiva por meio da experiência na sequência das encarnações. A presença de um Trígono ou de um Grande Trígono em um horóscopo natal é evidência de relativo alcance de realização Espiritual no presente ciclo de evolução. Por “Espírito” entende-se aqui os Divinos atributos de Poder, Amor e Verdade que, sintetizados na palavra “Deus”, indicam o estado do ser puro. Sem considerar os padrões de Aspecto, qualquer ponto astral pode ser estudado em termos de sua Regência de Signo, Regência de Casa, posicionamento por Signo e posicionamento por Casa; esses quatro fatores indicam o plano básico da missão de vida evolutiva em termos dos princípios e potenciais astrais para expressão e reação. Contudo, quando o Astro está relacionado com outro Astro pelo Aspecto Trígono, então a indicação é que a pessoa desenvolveu uma faceta de sua natureza e habilidades mediante uma regeneração consciente em vidas passadas, e o Aspecto agora representa uma realização de Espírito, relativamente evoluída, a qual deve ser usada na presente vida para transmutar outros fatores da personalidade e contribuir para o avanço espiritual da humanidade. A conquista de Poder, pela realização, implica na responsabilidade de utilizá-lo correta e criativamente. Pela lei de atração magnética, a pessoa que tem um Aspecto Trígono em sua Carta atrairá, naturalmente, às suas experiências aqueles refinamentos, abundâncias, harmonia e felicidade que são compatíveis com a modalidade de sua consciência de Bem (Deus, Espírito). Mas aquilo que o Trígono representa como: integridade interna, autonomia espiritual, desenvolvimento de capacidade e conquista de habilidade deve ser mantido em uso para maior regeneração. Se for apenas “retirado”, será esgotado; as tendências negativas e congestionantes na personalidade ganharão, por isso mesmo, ascendência proporcional na consciência.

Ninguém pode saber quantas vidas foram utilizadas em esforços que agora são indicados, como resultado, pelo Aspecto Trígono em uma Carta natal. Portanto, se sua Carta contém ainda que um só Aspecto Trígono, saiba que você se aplicou talvez por longo tempo ao desenvolvimento e treinamento especializado na Ação e no reino subjetivo do Pensamento. Esse tempo e esforços não devem ser desperdiçados na presente vida se permitindo que esses poderes de consciência “só proporcionem prazeres e conforto”. Eles foram conquistados, como tudo mais, para serem usados. No uso das qualidades e poderes do Trígono podemos resolver grande parte de nosso pesado e sombrio destino maduro, podendo ainda servir, portanto, para aumentar a iluminação daqueles com quem entremos em contato e, esotericamente, com a humanidade em geral. Quando utilizamos e expressamos nossas habilidades de Trígono, induzimos, pela inspiração do exemplo, incentivos aos esforços espirituais da parte de outros que podem estar palmilhando o mesmo trecho do nosso caminho. Que isso não seja para nossa própria glorificação, mas para que possamos usar os privilégios alcançados como canais para o poder do amor e da verdade.

Assim como nenhum ser humano vive “a só consigo mesmo”, do mesmo modo um Aspecto Trígono é significativo em uma Carta não somente pela consideração de seus fatores astrais particulares e posicionamentos em Signos e Casas, mas pela correlação com todos os outros fatores da Carta. Alguns estudantes revelam o ponto de vista interpretativo de que, em virtude da Carta conter um Trígono ou um Grande Trígono, “tudo há de ficar bem”. Esse ponto de vista ignora a avaliação do Aspecto pela síntese com todo o restante da Carta. Consideremos as possibilidades correlativas: qualquer ponto astral de um Trígono pode:

  • Não ter nenhum outro Aspecto;
  • Ter um dos outros Aspectos possíveis;
  • Ter diversos Aspectos de tensão e congestão;
  • Ter vários Aspectos de qualidade regeneradora;
  • Ter uma variedade de ambas as classes.
  • Estar Essencialmente Dignificado, no Signo de sua Regência;
  • Estar “dispositado”[6] por outro Astro, no Signo regido por esse Astro;
  • Ser o Regente do Ascendente, o “significador da personalidade”;
  • Ser o Regente do Descendente, o “foco da complementação”.

 

Se está Dignificado ele pode ser uma “carta avulsa”, sem influência de “dispositor”, ou pode ser o “dispositor” de vários outros Astros. Ele pode ser o único Astro “sem aflição” na Carta; e pode “dispositar” – ou ser “dispositado” pelo – Astro que esteja mais “afligido”.

A maior necessidade espiritual e evolutiva para a pessoa usar e ampliar o uso de um Astro em Trígono é indicada se o Astro é também um dos dois que formam o mais fechado Aspecto de Quadratura exata. O Aspecto mais fechado de Quadratura exata (o mais próximo a 90 graus de órbita) indica a maior tendência para congestão, inércia, ignorância e obscuridade interna. Um de seus Astros, achando-se também em Trígono, deve ser usado alquimicamente para regenerar aquela fase de consciência representada pelo outro Astro da Quadratura. Para desenvolvimento de fluência, sugerimos que você faça uma lista de variações de Quadratura e Trígono para cada Astro, estudando-as do ponto de vista que considera a Quadratura como o plano mais necessário para a regeneração e o Trígono como a mais poderosa alquimia espiritual. Para ampliação dessa lista você pode combinar os Signos zodiacais e as Casas ambientais com cada triplicidade astral. Comece com a forma simples de Quadratura e de Trígono, observe o poder do Espírito atuando na Quadratura por meio do Trígono; o Astro comum a ambos os Aspectos se revela assim ser um ponto de mudança de rota na evolução. Em cada grupo, o “Astro do ponto de mudança de rota” pode ser considerado “mente mortal”, em relação ao Aspecto Quadratura; em relação ao Aspecto Trígono ele se torna – ou se revela ser – uma forma de poder “espiritualizante”. Esse procedimento é uma técnica básica para adquirir fluência na percepção de potenciais alquímicos em um horóscopo; proporciona um exercício esplendidamente proveitoso para se perceber o uso correto do Aspecto Trígono. Então, quando você se encarregue de analisar horóscopos reais, achar-se-á muito mais perceptivo às possibilidades espiritualizantes e regeneradoras da pessoa que procura ajudar. O que quer que um Astrólogo possa ser, ele pode ser um espelho da Verdade para os outros, assim como os horóscopos destes são espelhos pelos quais a Verdade de suas missões de vida lhe é revelada. É desse modo que ele usa os Poderes do Trígono de sua identidade de astrólogo na sua forma mais pura, e esse uso é uma missão contínua e de expansão eterna. Quanto mais busque fervorosa e sinceramente a Verdade por meio de exercícios da Mente e da consciência, mais Verdade ele verá nos horóscopos e, portanto, mais poderá revelar como orientação iluminadora.

Devemos considerar o paralelo entre o Aspecto Trígono e o ponto oposto ao ponto do ângulo reto de uma Cruz em T deve ser considerado. Para ilustrar isso consideremos esse exemplo: dois Astros estão em Trígono entre si nos 10 graus de Touro e nos 10 graus de Virgem, são Signos Fixo e Comum, respectivamente, e da Triplicidade de Terra – o terceiro Signo dessa Triplicidade é Capricórnio, um Signo Cardeal.

Neste exemplo, a indução regeneradora acontece quando trânsitos e progressões ativam os graus que estão na órbita de Capricórnio 10º. Tais ativações dão lugar a uma “condição temporária de Grande Trígono” na Carta, uma vez que o Trígono Touro-Virgem natal é simpaticamente ativado a partir de Capricórnio. Em tais momentos é que a pessoa é estimulada internamente a expandir sua compreensão e uso do Trígono natal e, também, a “realizar felicidade” a partir do que fez correspondentemente em seu ambiente, relacionamentos e esforços.

Neste exemplo existem quatro pontos (ou, por órbita, “áreas de graus”) que, quando ativados, impelem ao uso dos poderes do Trígono. Tais pontos são os 10º de Aquário e Leão (em Quadratura com Touro) e os 10º de Gêmeos e Sagitário (em Quadratura com Virgem). Também, quando a pessoa representada pelo exemplo entra em contato com alguém que tenha essas áreas ocupadas por Astros em sua Carta, o poder do Trígono Touro-Virgem é impelido para uso, por indução vibratória. Se os Astros da outra pessoa, na órbita dos 10º de Aquário, Leão, Gêmeos ou Sagitário, estão aspectados não regenerativamente, então o impulso induzido para o uso do Trígono Touro-Virgem alcança a condição de uma prova espiritual, talvez até a Iniciação, através do contato pessoal ou da experiência de relacionamento resultante. Isso é dado como um exemplo simples para ilustrar um ponto importante na correlação de um Trígono natal com outros fatores do horóscopo. Pode ser usado como um “trampolim” na consideração de um mais complexo entrelaçamento da força astral.

O princípio da polaridade subjetiva é interessantemente combinado com o poder do Trígono no seguinte exemplo: uma Carta natal com posicionamentos astrais nos, ou na órbita dos, 10º de Touro, Escorpião, Virgem e Peixes. Este padrão revela dois Aspectos de Oposição interatuantes: Touro-Escorpião e Virgem-Peixes; dois Sextis: Peixes-Touro e Virgem Escorpião; dois Trígonos: Touro-Virgem e Escorpião-Peixes.

Este é um exemplo extremamente interessante de alquimia em ação na consciência humana, porque espiritualizações relativas (os Trígonos) e potenciais alquímicos (os Sextis) atuam lado a lado com as duas Oposições inter-relacionadas, as quais representam um padrão duplo de tensão. Neste exemplo, ativações em Capricórnio formarão Trígonos com os pontos de Terra e Sextis com os pontos de Água; ativações em Câncer formarão Trígonos com os pontos de Água e Sextis com os pontos de Terra quando uma Conjunção ativa um dos Astros deste padrão, a implicação total do Aspecto de quatro pontos é “ligada”, e é bom estudar outras ativações correntes para determinar, o mais claramente possível, o significado mais completo do momento da Conjunção. As Oposições, nesse tipo de Aspecto composto, “dão aos Trígonos e Sextis algo sobre o que atuar” e garantem que a vida da pessoa conterá uma variedade considerável de experiência e esforço. A ligação dos quatro pontos astrais, na circunferência do círculo, por linhas retas resulta na formação de um retângulo que inclui dois diâmetros, assim como a Grande Cruz forma um retângulo que também inclui dois diâmetros, sendo que a diferença entre o retângulo e a Grande Cruz é que o primeiro é padronizado por dois Trígonos e dois Sextis, e a última por quatro Quadraturas. Alguém pode supor que o retângulo “Trígono-Sextil” evidencia que uma Grande Cruz anterior tenha sido alquimizada por esforços regeneradores; ou que, se os Trígonos e Sextis não forem exercitados na presente vida, esse retângulo poderia, no futuro, se converter numa Grande Cruz. A inclusão de dois Aspectos de Oposição em ambas as formações retangulares indica que uma polarização considerável – de um modo ou de outro – está sendo efetuada na presente encarnação.

Dos Aspectos Trígono individuais, em avaliação simples, não há nenhum que represente maior “vantagem para a consciência” que o Aspecto de Trígono com Sol, especialmente se este “Sol astral” não tem Quadraturas ou oposições. Pode haver um destino muito sombrio e pesado representado pela Lua e outros Astros, mas quando o ponto solar está limpo e em Trígono, a pessoa tem acesso a um livre fluxo do poder espiritual em sua consciência e através dela. Se o ponto solar tem um Trígono e uma Quadratura, vemos então evidenciada uma grande prova espiritual para esta vida: a consciência de Poder desafiada por uma tendência de usá-lo mal ou abusar dele. Seria melhor para tal pessoa se manter espiritualmente sintonizada, pela Concentração ou pela Meditação, nas vidas e nos caracteres de pessoas importantes que tiveram grande poder e souberam usá-lo criativa, espiritual e sabiamente.

A correlação com o resto da Carta é especialmente importante no estudo do Grande Trígono. Ele representa por si só um padrão estabelecido de estabilidade e equilíbrio internos. Mas se os fatores dinâmicos da Carta carecem de esfera de Aspectos, ou se a Lua, Vênus e os Signos de Terra estão particularmente fortes, então o Grande Trígono pode representar uma tendência para considerar as coisas demasiadamente fáceis para o progresso. Uma Carta estática ou inativa pode representar uma vida inteira caracterizada pela inatividade após, talvez, diversas vidas de enorme esforço e atividade – uma espécie de “sabático evolucionário”. Um Grande Trígono em tal Carta parece dizer: “Trabalhei duro por muito tempo; agora vou repousar um pouco”.

Outros tipos de Carta podem indicar, por correlação de Aspectos, que a pessoa traz um Grande Trígono para alquimizar grandes áreas de destino não cumprido, ou não regenerado. Em tal caso ele será impelido – para sobrevivência e resolução – a pôr em uso a plena extensão dos poderes e habilidades do seu Grande Trígono, em termos de seu próprio avanço individual em relação à sua raça e à Humanidade em geral. Uma correlação comparativa de Saturno com os Fatores Dinâmicos – Sol, Marte, Júpiter e Urano – em simpatia ou em contraste com o Grande Trígono é importante para este tipo de Carta. Se Saturno é um dos Astros do Grande Trígono, então os poderes de paciência, praticabilidade, escrupulosidade e inteireza estão indicados como parte do equipamento espiritualizante. Mas se Saturno contrasta com o Grande Trígono, então o quadro mostra, de modo geral, que antigas e profundas condições de destino maduro devem ser resolvidas pelo exercício regenerador dos poderes do Grande Trígono.

 

CAPÍTULO V – AS INTERCEPTAÇÕES

 

A astrologia, em sua forma mais simples, é complexidade sobre complexidade. Entretanto, nas Mentes de muitos estudantes, os problemas das interceptações demonstram ser uma complicação de qualidade árdua. Esse material é oferecido como pábulo para o pensamento, na tentativa de esclarecer o propósito e significado dos Signos e Astros posicionados de tal maneira que suas “áreas” vibratórias não alcançam as cúspides das Casas. “Interceptações“ podem significar “as aflições somos nós” até que percebamos a possibilidade de um sentido filosófico por trás deste padrão particular. Quando isso acontece, estamos bem no caminho de alcançar uma abordagem organizada para essa interpretação.

Primeiro, uma divisão da estrutura horoscópica. Use uma roda de doze Casas; ligue por linhas retas os pares de cúspides, como segue:

Quatro horizontais – paralelas ao diâmetro horizontal: da cúspide décima primeira à nona, da décima segunda a oitava, da segunda à sexta e da terceira à quinta.

Quatro verticais – paralelas ao diâmetro vertical: da cúspide décima segunda a segunda, da décima primeira a terceira, da nona à quinta e da oitava à sexta.

O mandala, tal como aparece agora, simboliza a simetria da estrutura astrológica. Essas linhas ligam pontos da circunferência da roda que são equidistantes das linhas da grande estrutura dos diâmetros horizontal e vertical. Estes, por sua vez, formam a combinação das linhas de força que são básicas para os conteúdos da roda. Estes dois diâmetros simbolizam a cruz da encarnação. Agora faça um quadrado simétrico ligando estes “pontos cardeais” por linhas retas.

Este quadrado é a abstração da estrutura do relacionamento, nosso “campo de experiências” pelo qual desenvolvemos nossos potenciais na encarnação. Faça outro quadrado simétrico ligando os pontos médios das: segunda, quinta, oitava e décima primeira Casas.

Esta forma o símbolo da quadratura estática – o grande símbolo da congestão das potencialidades espirituais.

Esta congestão é descristalizada pelo símbolo compreendido nos diâmetros da primeira-sétima, terceira-nona e quinta-décima primeira.

Este símbolo – o Aspecto Sextil – é um símbolo simétrico aberto que representa “as linhas de força” inerentes à combinação de dois triângulos equiláteros fechados; estes dois triângulos são formados por linhas retas que ligam (1) as cúspides da primeira, quinta e nona, e (2) sétima, décima primeira e terceira.

Todos esses desenhos são figuras equilibradas, simétricas, inerentes à essência interior da roda. Uma vez que são desenhos estruturais, elas se aplicam a todos os horóscopos, pois a estrutura de qualquer horóscopo é uma divisão duodécupla do interior da roda em secções iguais – “Casas” – de trinta graus cada. A Composição desses desenhos ilustra, por simetria, a igual importância de todas as Casas. Nenhuma Casa é mais importante que outra; cada Casa é um canal para a libertação de potenciais e para o desenvolvimento da consciência em direção à realização de ideais na encarnação. Serve também, por sua simetria, para ilustrar a igualdade de importância de ambos os sexos, uma vez que a simetria dessas figuras é continuamente evidente, não importa qual dos quatro pontos estruturais da Casa Cardeal esteja posicionado no Ascendente.

Para completar a “simetricalidade” acrescentemos agora os símbolos dos Signos zodiacais por fora da roda, começando com Áries na cúspide da primeira Casa e continuando em torno da sequência regular.

O resultado é o Grande Mandala astrológico – a abstração das quais todos os horóscopos são derivados. Esta adição dos Signos zodiacais integra a vibração à estrutura. Agora reconhecemos que a aplicação dos 30 graus de cada Signo nas Casas representa uma carga de vida vibratória à estrutura, do mesmo modo que uma Casa se converte em um lar quando usada como habitação por pessoas e um violino se converte em instrumento musical quando tocado.

Em um horóscopo sem Signos interceptados, o paralelo simétrico dos Signos com as Casas é evidente em toda parte.

As três cruzes estruturais: Cardeal, Fixa e Comum, e os quatro Trígonos genéricos: Fogo, Terra, Ar e Água aparecem em sequência regular e em formação geométrica; os seis diâmetros estruturais paralelos às seis polaridades vibratórias, os quadrantes das Casas paralelas aos quadrantes zodiacais, e o perfil da regência astral das doze Casas é conciso e claro. O padrão Trígono representado pelo elemento genérico vibratório que cobre as cúspides das: primeira, quinta e nona Casas representa a grande fonte de espiritualização criativa para esta encarnação. O “padrão Signo-estrutura”, representado pelas vibrações dos Signos que cobrem as cúspides das: primeira, quarta, sétima e décima Casas representa o grande recurso de Consciência de Relacionamento e de Interpretação de Experiência de Relacionamento.

Antes de entrarmos numa abordagem detalhada dos padrões interceptados, vamos considerar o padrão da décima segunda Casa – no relacionamento, por sequência – de qualquer Casa em um horóscopo.

Lembremos que cada Casa é a décima segunda Casa da Casa que se segue; cada Signo é o Signo doze do Signo que se segue; nos horóscopos, os Signos se correlacionam com as Casas; assim (por exemplo):

Leão na décima segunda cúspide é o décimo segundo Signo da Casa que tem Virgem no Ascendente; Gêmeos na oitava cúspide é o décimo segundo Signo da Casa que tem Câncer na nona cúspide, etc.

A décima segunda é “aquela da qual emana algo”. O próprio Ascendente “emana” da décima segunda Casa, assim como o diâmetro das cúspides Ascendente-sétima Casa emana do diâmetro das cúspides quarta Casa-décima Casa, ou como o Trígono Áries-Leão emana do Trígono Sagitário-Áries ou como o quadrante Libra-Capricórnio emana do quadrante Câncer-Libra. E assim por diante. No Grande mandala, a triplicidade de Fogo: Áries-Leão-Sagitário, iniciada pelo Cardeal Áries, emana da triplicidade de Água: Peixes-Câncer-Escorpião; esta última triplicidade é iniciada no passado pelo Cardeal Câncer, “raiz” da linha vertical da “herança vibratória”.  Este diâmetro vertical – abstratamente Câncer-Capricórnio – do qual Áries-Libra é emanado, é a representação simbólica-astrológica daquilo que a maioria das pessoas chamam “hereditariedade”.

Os processos de Vida como evolução é uma contínua reaparição daquilo que foi (o passado) naquilo que agora é (o presente) e, daí, naquilo que há de ser (o futuro). Nada “simplesmente aparece”; aquilo que foi se condicionou àquilo que é; aquilo que é está se condicionando àquilo que será. A sequência de Casas correlacionada com a sequência de Signos é o modo astrológico de representar a sequência da eterna transformação da vida como liberação contínua de potenciais. Em outras palavras, o horóscopo é um símbolo estático do surgimento rítmico eterno (a simetria do tempo) de potenciais de oitava em oitava, em desenvolvimento perpétuo.

Por conseguinte, quando o desenvolvimento de um indivíduo sai da marcação rítmica, um defeito resulta na sincronização do Signo com a Casa. Por qualquer razão de destino maduro ou condicionamento de consciência, a ênfase de um nível de desenvolvimento à custa de outro tem o efeito de interceptar Signos, os quais aparecem no horóscopo natal como uma imagem de defeito estrutural-vibratório.

Como a ilustração, use qualquer Carta à sua disposição que tenha um diâmetro interceptado. Aplique a abordagem explicada acima ligando as “pontas” que representam as estruturas das cruzes e Trígonos.

Em algum ponto ao longo da linha você verá um defeito na simetria desses desenhos porque em algum lugar um ponto de cruz ou um ponto de Trígono não coincidirá com uma cúspide de Casa. Assim o conteúdo vibratório da roda é posto fora de simetria e o conteúdo de sequência da roda sai do ritmo. Existem graus variáveis de complexidade e dificuldade na interpretação de “Cartas interceptadas”, como em qualquer outra coisa. Vejamos se podemos organizar um esboço de abordagem, começando com o mais fácil:

Tipo 1-A: O horóscopo tem as cúspides das primeiras, quarta, sétima e décima Casas cobertas por uma cruz vibratória perfeita – Cardeal, Fixa ou Comum. Neste padrão o composto “gerador” (quarta-décima) e o composto “gerado” (primeira-sétima) coincidem com os quatro quadrantes do Zodíaco, sendo representada a estrutura básica de relacionamento.

Tipo 1-B: Os requisitos acima são representados na Carta Genérica Básica. Esta é uma variante da Carta Natal em que o Signo que contém o regente astral natal é usado como Ascendente. Esta variante focaliza o poder do Regente vibratório da Carta – o Astro que rege esse Signo.

Tipo 2: três possibilidades:

A – um Trígono genérico perfeito cobre as cúspides da: primeiras, quinta, e nona Casas;

B – um Trígono genérico perfeito cobre as cúspides da: sétima, décima primeira e terceira Casas;

C – um Trígono genérico perfeito enfocado, estruturalmente, na cúspide da quarta Casa ou na cúspide da décima Casa.

Em todas essas classificações, o problema de Signos interceptados é comparativamente minimizado porque os grandes símbolos de cruz ou de Trígono estão sincronizados com os pontos estruturais básicos da roda. Quando a colocação dos Signos interceptados “cria um distúrbio” na relação da sequência de Signo com a sequência de Casa dos pontos estruturais, o problema da interpretação se torna mais complexo. Estude suas Cartas com Signos interceptados atento à relação de uma cruz completa ou de um Trígono completo por sequência a partir do Ascendente. Em outras palavras, descubra quão perto de preencher os requisitos do desenho simétrico está a Carta com Signos interceptados; assim fazendo você reduz, mentalmente, a um mínimo os “riscos” apresentados pelas complexidades de “irregularidade” na roda.

“O mal do passado que impele à encarnação presente” é representado, abstratamente, por um mandala assim: uma roda de doze Casas com Áries no Ascendente; os símbolos dos Signos Comuns são colocados apropriadamente nas cúspides das Casas Comuns. Em outras palavras, a modulação para maior regeneração é mostrada pela Quadratura das Casas Comuns focalizadas pelo mais Comum desses quatro Signos – Peixes – como o “fim de um ciclo anterior” do qual emana o ciclo presente. Aplique esta ideia a qualquer horóscopo: que cruz aparece como a composição de modulações de cada quadrante da roda ao quadrante seguinte?  Esta cruz tem muito a dizer sobre as necessárias redenções necessárias para os quadrantes iniciados pelas Casas Cardeais – assim como o horóscopo inteiro se inicia da décima segunda Casa para a primeira Casa. Cada Casa Comum é a base de destino maduro do quadrante seguinte; os Signos que cobrem essas cúspides representam a quádrupla congestão de consciência que é focada na Carta pelos Astros que regem esses Signos.

Como um resultado de um diâmetro interceptado em uma Carta haverá dois pares de Casas cobertas pelo mesmo diâmetro.  Onde quer que ocorra esse “fenômeno”, você saberá que as Casas envolvidas nessa “duplicação” representam padrões de experiências nos quais a pessoa implicada está “reparando faltas do passado”; em outras palavras, as duas Casas que têm os graus mais baixos dos Signos de suas cúspides representam o passado; as duas Casas com os graus mais altos em suas cúspides representam o passado não cumprido e projetado no presente. Tal padrão nos diz também que a influência dos Astros que regem os Signos interceptados é, até certo ponto, “mantida em compasso de espera”, até que seja efetuado certo grau de redenção. Os Astros que regem as cúspides duplicadas são, correspondentemente, “obrigados a trabalhar em excesso”; no caso de Vênus e Mercúrio – cada um dos quais rege normalmente dois Signos – sua influência pode se estender a três Casas e seu significado, na soma total da roda, fica aumentado. Do mesmo modo que – em termos humanos – se Joãozinho é “reprovado em um exame” na escola, ele tem de estudar com maior afinco para melhorar seu desempenho sobre a matéria.

É muito interessante estudar Cartas que tenham o mesmo Signo abarcando a décima segunda Casa e o Ascendente. Essas Cartas têm duas classificações principais:

  • Aquelas com o Signo seguinte interceptado na primeira Casa;
  • Aquelas com o Signo seguinte na cúspide da segunda Casa.

A primeira classificação nos diz que a pessoa pode ter estado sem encarnar por um período de tempo excepcionalmente longo; ela tem que “juntar-se” ao seu passado nesta encarnação, recapitular algo dos seus erros passados – se o Regente da décima segunda Casa e do Ascendente estiver congestionado, aprender de seus erros, aplicar medidas mais construtivas e então mudar-se em sequência para a vibração progressiva representada pelo Signo interceptado na primeira Casa. Este padrão promete progresso nesta encarnação, mas também promete que a pessoa, inclinada subconscientemente a viver esta encarnação em termos do seu passado, irá dar em um “muro sem passagem” – o poder da congestão, representando isso que os recursos do passado foram esgotados; seu impulso natural para o progresso será aprazado para a consciência dos potenciais representados pelo Signo interceptado na primeira Casa, e o se harmonizar com esta vibração representará uma “nova vida” na consciência. Ela então sentirá, intensamente, o desejo de “abandonar o passado” e lançar sua sorte com o “companheiro vibratório” representado pela influência astral do Signo interceptado na primeira Casa. Este padrão também qualifica sua consciência conjugal, já que a interceptação na primeira Casa tem seu complemento interceptado na sétima Casa. É uma consciência dupla da nova vida, e sua consciência de relação complementar deve se desdobrar e progredir, se a pessoa vai realmente transcender a atração gravitacional ou congestionada dos negativos passados. Se a cúspide da segunda Casa estiver coberta pelo próximo Signo da sequência, então saberemos que o indivíduo está destinado, nesta encarnação, a expressar uma oitava superior da qualidade de seu passado e, se a interceptação na Carta dele indica que a cúspide da quarta Casa ou da décima Casa está no mesmo Trígono genérico em que se encontra o Signo Ascendente, saberemos que aquele pai ou aquela mãe representa uma projeção do melhor do passado da pessoa como contribuição para o melhor de seu desenvolvimento nesta encarnação. Ninguém jamais repete exatamente o mesmo nível de uma encarnação na seguinte – “para o alto” é sempre um fator a ser considerado na interpretação de destino maduro.

Do ponto de vista prático, não há muito mais que se possa dizer aqui como interpretação das várias colocações possíveis de diâmetros interceptados. Você, como estudante de astrologia, pensador e filósofo, deve exercitar a capacidade de sua própria compreensão dos princípios da estrutura na aplicação às Cartas que analisar.

Estrutura, estrutura, estrutura é sua chave para descobrir o significado dos Signos interceptados e dos Astros que contenham. Descubra, tanto quanto possa, as “regularidades” e “simetrias” em cada Carta deste tipo – com referência aos padrões de cruz e do Trígono – e então estude a sequência para que possa determinar as possibilidades de porquê um diâmetro pode representar uma “detenção” ou uma “promessa de futuro desenvolvimento” nesta encarnação. Os diâmetros duplicados, quando alinhados com a sequência da estrutura, indicarão qual par de Casas representa uma condição do passado que deve ser repetida no presente para um cumprimento mais completo.

Flexibilize sua compreensão da estrutura horoscópica. Você poderá se impressionar por tais estímulos ao seu intelecto e por seu recurso de sensibilidade estética e compreensão. O ritmo, a sequência, o desenho e o drama representados no mandala astrológico são arquétipos de todos os princípios, artísticos; e, em sentido filosófico mais específico, eles retratam o magnífico fluxo dos Princípios de Vida ao externarem as grandes Leis Universais de Causa e Efeito, Polaridade e Harmonia Divina.

 

CAPÍTULO VI – ESTRUTURA BÁSICA DE RELACIONAMENTO

Como alimento para o pensamento, nós sugerimos que se considere a asserção seguinte com sendo uma introdução a uma discussão dos padrões de relacionamento: existem apenas duas qualidades básicas de relacionamento:

  • Medida “Tempo-Espaço” (que não diz respeito a este estudo);
  • Vibração (que é o nosso assunto).

Existem apenas dois tipos básicos de qualidade vibratória:

  • Aquela entre o macrocosmo e o microcosmo;
  • A da fraternidade entre os microcosmos.

O primeiro tipo é assim considerado porque o Incognoscível não tem fraternidade com qualquer outra coisa; ele abarca tudo que é – “tudo que é” é sua expressão. Contudo, em cada oitava inferior o Incognoscível expressa a si mesmo em miríades de tipos de microcosmos, cada um dos quais é fraternal aos outros e cada um dos quais é “macrocosmo” para as oitavas inferiores a eles mesmos, isto é, para “seus próprios microcosmos”.

Vamos considerar um “arranjo” hipotético a fim de representar essas miríades de microcosmos. Primeiro, o Próprio Incognoscível. Sua representação será um ponto – teoricamente sem dimensão – colocado exatamente no centro de uma folha de papel. Não dispomos de outro modo mais simples para externar a Fonte de Tudo. Então, o ponto central é envolvido pela circunferência de um círculo perfeito.

O círculo agora é visto representando a existência perfeita do Incognoscível: Vida e Natureza; Criatividade e Manifestação; Positivo e Negativo; Causa e Efeito. Polaridade, então, pode ser considerada como a “ação da Vida”, a “Existência” do Incognoscível. É a dimensão macrocósmica: todas as outras dimensões são seus microcosmos. É a “bi-unidade” essencial pela qual a unidade expressa suas potencialidades.

Até aqui, o mandala ilustra, com a máxima clareza e simplicidade, a totalidade da Vida, em conjunto. Vamos agora considerar o mandala em sua representação essencial de “Macrocosmo-para-Microcosmo”.

Partindo do ponto central, trace um raio horizontal para a esquerda.

Esse raio é a expressão do Incognoscível (de seus potenciais) para a oitava extrema da manifestação física. Tal raio representa, por seu ponto na circunferência, o “mais longe da Fonte que o Incognoscível pode se projetar”. A partir desse ponto, o percurso em torno da circunferência (sentido contrário aos dos ponteiros do relógio) é a delineação dos processos evolutivos pela liberação de potencial. O raio, em suma, é “o mandala do microcosmo” – a combinação de todas as expressões possíveis do Incognoscível.

(Existe somente um raio em cada círculo; todos os outros raios são emanações desse único. Prove isso fazendo um círculo com um compasso; no instante em que põe a ponta do lápis sobre o papel você estabelece o raio do círculo.

O círculo é criado (emanado) movendo a ponta do lápis através do espaço e do tempo para se formar o quadro completo; você não usou nenhum outro raio a não ser aquele com o qual começou).

Não temos meio de saber qual pode ser a extensão da primeira oitava de expressão do Incognoscível. Contudo, como devemos usar palavras específicas para transmitir as ideias, simplesmente consideraremos esta oitava como “O Universo”. Então, e com referência ao mandala, o ponto do raio é visto como sendo o corpo do Incognoscível – a totalidade do círculo representará a realização de todos os potenciais inerentes ao Incognoscível.

Uma vez que este mandala é arquetípico, podemos usá-lo – e vamos fazê-lo – como o símbolo de expressão da Vida em todas as oitavas inferiores, a primeira das quais designaremos de “arqui-galáxia”. Agora, o raio do círculo representa as potencialidades combinadas de cada arqui-galáxia individual – a qual é “fraternal” a toda outra arqui-galáxia. O microcosmo da arqui-galáxia vamos considerar como “galáxia”, sendo então o raio o potencial de cada galáxia, e sendo todas as galáxias fraternais entre si.  Então consideramos o raio como o potencial de, digamos, todos os Sistemas Solares, os quais são expressões microcósmicas das galáxias, sendo todos os Sistemas Solares, por seu padrão arquetípico, fraternais entre si; e daí o composto de todos os corpos planetários, os quais são microcósmicos para o Logos solar de cada Sistema Solar. Assim, todos os Planetas de cada Sistema são fraternais entre si.

Agora, em virtude de estarmos interessados, principalmente, nos seres humanos, o raio é visto como sendo a representação dos potenciais inerentes à ideia lógica que chamamos “Humanidade” – a oitava mais alta do potencial evolutivo neste Planeta, em particular. O raio é visto, agora, representando todos os seres humanos em manifestação dentro do envoltório etérico da Terra e na superfície dessa. Todo outro raio que possa ser representado no círculo é uma emanação do arqui-ponto da consciência a que nós referimos como “EU SOU” – o reconhecimento de “ser-existência” como expressão de uma ideia perfeita na Mente de nosso Pai-Mãe Deus.

A “Fraternidade dos microcosmos” é representada, agora, pelo mandala como o arqui-símbolo da humanidade encarnada; seu desenho é o mesmo para todos os seres humanos que, pela Lei, encarnam na dimensão “bi-uma” de medida (tempo-espaço) e de polaridade (vibração masculino-feminina). Cada um desses fatores é interdependente um do outro: a encarnação não se efetua – nem pode se efetuar – sem ambos.

Até aqui temos o potencial vibratório de realização de cada ser humano como uma expressão de seu/sua macrocosmo – o Ascendente de seu horóscopo.

A ideia que nós chamamos humanidade efetua o padrão vibratório de relacionamento “bi-uno” da seguinte maneira: o relacionamento do macrocosmo para microcosmo fica evidente no relacionamento mútuo de pai para filho ou filha. Em outras palavras, por polaridade: o relacionamento mútuo de pai ou mãe para filho ou filha. Esse padrão é “tipo único” como a estrutura de arqui-relacionamento de todos os seres humanos entre si; todos os outros relacionamentos são derivações fraternais desse.

Uma vez que o sexo físico é uma especialização do composto que chamamos “gênero”, reconhecemos que todo ser humano, em sua natureza interna, funciona na dimensão universal da bipolaridade. Todo macho e toda fêmea combina as qualidades vibratórias masculino/feminina. Ser “masculino” é impregnar, projetar, expressar, estimular; ser “feminina” é ser impregnada, é servir como objeto para a projeção, é incorporar a expressão, é ser estimulada, é refletir aquilo que foi lançado.

Agora vamos ampliar nosso mandala para externar, astrologicamente, este “arqui-padrão de relacionamento”.

Prolongue o raio para a direita, criando assim o diâmetro horizontal; trace o diâmetro vertical, formando deste modo “a cruz da encarnação”.

Coloque o símbolo de Áries no que é agora o ponto Ascendente, Libra no oposto, Câncer na base da roda e Capricórnio no seu topo.

Temos agora o círculo quadrada pelos Signos Cardeais – os pontos de nova direção; os raios são as quatro maneiras básicas de dizer “EU SOU”; os diâmetros são as duas maneiras básicas de dizer “NÓS SOMOS”; e o desenho estrutural total apresenta o composto de “aquilo que gera com aquilo que é gerado”, representação quádrupla da polaridade em ação na expressão de vida da ideia “Humanidade”.

Trace uma linha vertical e se concentre nela por um momento como o símbolo essencial da ação geradora da polaridade.

É a ação de procriar, a função combinada de paternidade e maternidade, o processo de construção de formas pelo qual o pai e a mãe fundem suas energias e substâncias como uma contribuição ao Ego encarnante; isto é, as especializações de “macho e fêmea” compõem a expressão dinâmica de polaridade.

Agora trace uma linha horizontal aproximadamente do mesmo comprimento da vertical; esta linha é o objetivo da vertical, o “polo negativo” da linha de ascendência, aquilo que foi gerado pelos pais, aquilo a que foi dado forma (encarnado) pelos pais.

 

 

Posto que todo “gerado” é bipolar, reconhecemos agora que os extremos dessa linha horizontal representam o masculino e o feminino – quaisquer dos dois – do horóscopo Natal; cada um é a contraparte do outro (assim como o pai e a mãe são contrapartes genéricas um do outro). A horizontal é, então, o filho/filha do pai/mãe.

Considere a qualidade genérica dos doze Signos zodiacais: medite sobre um “espectro genérico” de quatro qualidades básicas que designaremos como:

  • masculino-feminino;
  • feminino-macho;
  • masculino-fêmea;
  • feminino-fêmea.

Esse agrupamento combina, efetivamente, os dois aspectos do sexo com os dois aspectos da qualidade vibratória genérica – a “dupla expressão da dupla polaridade”.

Voltando ao mandala com os Signos Cardeais, reconhecemos que cada um desses quatro Signos representa a “iniciação” de um dos quatro fatores no “espectro genérico”; cada um “inicia” um quadrante da roda e um dos Trígonos elementares. Cada um é então o aspecto Qualidade-de-Ser de seu elemento particular, sendo que os outros dois aspectos de cada Trígono representam as qualidades do ideal de Amor e Sabedoria. A “trindade” dos elementos representa as metas essenciais de nossos desenvolvimentos, a recuperação de nossos “Édens perdidos” por meio das transmutações e liberações idealizadas de nossos potenciais genéricos.

Daí os dois Signos Cardeais, que se referem à qualidade masculina básica de polaridade, serem vistos como Áries e Capricórnio. Os outros dois representam qualidades femininas básicas de polaridade: Câncer e Libra.

Faça quatro mandalas representando os Trígonos dos elementos.

Uma vez que esses Trígonos são os símbolos dos atributos “Qualidade-de-Ser, Amor e Sabedoria”, eles representam a qualidade de ideal das quatro variações genéricas. Os Signos de Fogo e Ar são do gênero masculino; os de Terra e Água são do gênero feminino.

Agora mais dois mandalas, sendo cada um a combinação dos seis Signos masculinos e dos seis Signos femininos, respectivamente.

O mandala masculino contém duas verticais, o feminino contém duas horizontais. Quando ligamos os pontos do mandala masculino ao centro, por linhas retas, obtemos o arqui-símbolo da alquimia – o símbolo do aspecto Sextil: a descristalização dinâmica de energias congestionadas através de expressões transmutadas. As horizontais do mandala feminino transmitem uma “qualidade estática” – “algo sobre o que alguma outra coisa pode repousar”; uma imagem clara do estabelecimento da sociedade ideal sobre a base da ascendência ideal. Sobre qual outra base repousa a Sociedade (em suas mais elevadas expressões) a não ser nas expressões de Amor-Sabedoria daqueles que a criam, pessoal ou impessoalmente? O símbolo do Aspecto Sextil, envolvido no mandala masculino, retrata o potencial dinâmico de todo macho e de toda a fêmea para regenerar seus padrões vibratórios e para liberar, evolutivamente, seus potenciais em oitavas superiores de consciência.

Marte, regente de Áries, o “macho gerado”, encontra sua exaltação no Signo de Saturno, Capricórnio: o cumprimento do princípio masculino de fecundação na paternidade. “Paternidade” é a versão masculina de “geração da forma”. Não podemos permanecer “receptores de Vida” para sempre – devemos nos converter em “dadores de Vida” se nós quisermos encontrar a realização de nós. A exaltação planetária não é simplesmente outro modo de dizer “maturidade vibratória (ou genérica) ”?

Touro, o Princípio da “mordomia da Forma”, é o segundo aspecto, ou aspecto de amor, do Trígono de Terra iniciado por Capricórnio. “Sustentar a família” tem sido (em grande parte) por muito tempo o principal modo do macho expressar seu potencial de Amor. Sua responsabilidade como pai era ganhar e trabalhar para que seus “amados” e seus “gerados” pudessem ser sustentados materialmente. Desde que a mulher ingressou no livre exercício de suas qualidades positivas; desde que o processo de re-polarização entrou em vigor há um século e meio aproximadamente, reconhecemos agora que o macho tem oitavas mais altas a cumprir como pai; a psicologia tem rebatido o velho “ditado” de que a criação de filhos é principalmente tarefa da mãe; sabemos agora, por reconhecermos os princípios da ascendência, que o Amor-Sabedoria do pai é absolutamente tão importante quão necessária para o cumprimento da responsabilidade de progenitores. Sagitário, o terceiro Signo de Fogo, e o aspecto Sabedoria do Trígono masculino-macho é o décimo segundo Signo da Casa de Capricórnio; vê-se então que o aspecto Sabedoria do macho é a redenção, por meio da qual o macho exercita seus potenciais espirituais no padrão de experiência da paternidade. Vê-se também que “Ganhar dinheiro” é o único fator pelo qual um macho expressa seu amor por seus filhos; “formar Mentes, formar corações, formar espírito e compreensão” considera-se o ideal do pai, como um fator em suas experiências com filhos.

Vênus, como Regente de Libra e complemento de Marte-Áries, é a “gerada feminina” do pai-mãe Saturno/Lua. Sua realização em maternidade é mostrada por Câncer como Signo de sua décima Casa – assim como Capricórnio está para Marte; mas nos padrões femininos as exaltações são levadas a efeito diferentemente do que ocorre com os masculinos (Casualmente, em um horóscopo de uma mulher, seu Vênus nos dá a chave vibratória básica de como ela tende a se sentir acerca de si mesma como esposa; na Carta de um homem, Marte indicará como ele se sente como marido).

Libra, Signo de Vênus, é o ponto de exaltação do símbolo do pai, Saturno, e Libra é o Signo da décima Casa do próprio Saturno. A “Maturidade” da vibração de pai se encontra no refinamento e na delicadeza da vibração de Vênus, mais a qualidade de equilíbrio implicada pela vibração harmonizante do “Planeta amável”. O pai, como macho, deve reconhecer o valor da vibração feminina cultivada como uma “compensação” para a sua própria qualidade; quando seu próprio potencial feminino é utilizado em sua experiência de paternidade ele percebe compreensivamente os requisitos femininos “daquela a quem ele gerou”; utilizar somente suas qualidades masculinas de sensação e percepção representaria uma “complementação” demasiado total ao feminino gerado; haveria uma falta de percepção equilibrada.

A Lua encontra sua maturidade vibratória no outro Signo de Vênus, Touro, o Signo de sua própria Casa décima primeira. O padrão do “Signo décimo primeiro” transmite a qualidade de Aquário (o Signo zodiacal décimo primeiro), e as palavras-chave “individualidade” e “libertação” representam a exaltação do princípio maternal quando ela reconhece e aprecia a individualidade daquilo que ela gerou e liberta o gerado para seu cumprimento singular. A “mãe” que se congestiona na criação e proteção do gerado não reconhece a necessidade deste para seu próprio desdobramento, desenvolvimento e exercício de seus potenciais. Mas, com uma apreciação e perspectiva de individualidade gerada, ela cumpre sua tarefa de criar, guiar e proteger pela libertação amorosa do gerado para que este encontre seus próprios níveis de idealidade e cumprimento. Assim como Saturno encontra sua maturidade vibratória por meio da influência refinadora de Libra, assim também Júpiter – como regente do “Signo de redenção” de Saturno, Sagitário – encontra sua maturidade na qualidade de resposta harmoniosa de seu Signo de Exaltação, Câncer, o Signo da mãe. Aqui a natureza masculina expressa seu potencial de ternura protetora e simpatia para com o gerado. A sabedoria interna do pai é aqui ampliada e completada pela sensitiva percepção emocional e suscetibilidade do potencial maternal, e sua masculinidade essencial é completada por sua própria necessidade de expressar o composto de sua sabedoria e sentimento.

Vênus encontra sua maturidade em uma oitava que é muito mais alta que a mera atuação como um complemento e como refletora da vibração marciana de Áries. Sua exaltação é Peixes – o inspirado aspecto de Sabedoria do Trígono de água que se inicia pelo princípio da maternidade, a Lua, através do Signo de Câncer. Peixes é o domicílio de Netuno, o próprio princípio da idealidade, a “supermãe”, a oitava do princípio maternal “toda abarcante, toda protetora, toda redentora”. Peixes, o Signo da décima segunda Casa, da faixa zodiacal é o resíduo de ideais irrealizados que faz necessária a nova encarnação. É o símbolo de redenção da espécie humana pela oitava mais alta de sua consciência, e, como a dignidade Cardeal de Vênus é a Casa da complementação e do Signo do equilibro, Libra, vemos que uma realização perfeita dos padrões de relacionamento humano e a expressão ideal das qualidades genéricas de nossa natureza vibratória são a redenção do mundo. Quando percebemos o potencial perfeito dos elementos masculino e feminino em todo ser humano, isso significa que temos purificado nossa consciência das imagens sombrias do pecado, do crime, da enfermidade, do medo e da feiura. Vênus, através de sua maturidade em Peixes, é a realização perfeita do reflexo perfeito do pai-mãe Deus em todo ser humano.

Os processos evolutivos conduzem todos os seres humanos à fraternidade, mais cedo ou mais tarde, com as pessoas funcionando em todos os outros padrões; o “filho” se torna “marido e pai” – fraternal com todos os outros maridos e pais; o tipo de pai que ele tem agora representa a “imagem de sua paternidade” no passado; o tipo de pai que ele reencarnará na próxima vez dependerá de como ele cumpra seu padrão de responsabilidade na presente vida.  Em suma, nós, cada um de nós, levamos dentro de nós próprios um ideal de cada padrão básico de relacionamento; cada um e cada uma é seu próprio esposo/esposa, pai/mãe, irmã/irmão e filho/filha. Nossas experiências em nossos ciclos de encarnações têm o propósito de tornar real – realizando – essas imagens ideais mediante a expressão da qualidade ideal de nossos poderes genéricos; o fim em vista é a realização do ideal humano – a manifestação da ideia humana perfeita.

 

CAPÍTULO VII – ABSTRAÇÃO DO HORÓSCOPO

 Esta abordagem para “abstrair” um horóscopo é apresentada na esperança de que ajudará os estudantes a esclarecerem e focalizarem suas compreensões dos elementos que envolvem a estrutura e a delineação do horóscopo. Sabemos que o horóscopo é uma representação simbólica da consciência humana quando ela se expressa na dimensão tríplice da encarnação; é também uma representação dos princípios cósmicos tal como se manifestam por meio da entidade chamada Humanidade. Esses princípios são, combinadamente, a Vida do Universo – eles se manifestam em todos os Mundos e em todos os Planos.

A astrologia retrata a “Fraternidade da Humanidade” no sentido de que todos os elementos horoscópicos são comuns aos horóscopos de todos os humanos; todos têm o Sol, a Lua, oito Planetas, etc. Todo horóscopo é construído por meio dos mesmos padrões de cálculo, que são essencialmente os elementos siderais e zodiacais traduzidos em referência ao local e hora da encarnação. Em outras palavras, todos somos feitos da mesma matéria vibratória; diferimos apenas em nossas particularidades individuais como variações do grande horóscopo abstrato, o padrão horoscópico básico.

A estrutura desse padrão é um círculo ativado por dois diâmetros – um vertical, outro horizontal; essas linhas formam, combinadamente, dois pares de dois semicírculos e quatro quadrantes. Os quadrantes, por sua vez, são ativados pela divisão em três partes iguais; vê-se, portanto que a “Vida” do círculo é de doze divisões; essas doze Casas de trinta graus cada são os departamentos de experiências pelos quais e nos quais a evolução humana é gerada.

O desenho dessa estrutura é estático; ele não muda porque é o arcabouço no qual e através do qual a vida vibratória do horóscopo acontece.

A essência vibratória do grande horóscopo abstrato é encontrada se colocando os símbolos zodiacais na parte externa do círculo, e de tal modo que o zero de cada Signo coincida com cada uma das doze cúspides; assim, o zero de Áries coincide com a cúspide da primeira Casa (o ascendente), o zero de Touro com a cúspide da segunda Casa, o zero de Gêmeos com a cúspide da terceira Casa, e assim por diante em torno da roda. A sequência de Signos é invariável – Leão sempre se segue a Câncer, Capricórnio sempre se segue a Sagitário, etc.

A grandeza do escopo demonstrada por esse padrão é notada quando nós reconhecemos a razão para se colocarem os símbolos dos Signos zodiacais fora da roda; eles são cósmicos – universais – são níveis e reinos não “apenas do Sistema Solar”, mas que dizem respeito a realizações de expressões de vida em evolução. Atuam sobre a Humanidade a partir do Grande Exterior; nós somos seus meios ou instrumentos de expressão nessa posição astral particular. Colocar os símbolos zodiacais dentro da roda indicaria que a consciência de Deus não está relacionada com os Princípios da Vida do universo em geral; os princípios expressos representariam então algo que só diria respeito à expressão humana da Vida.

A expressão, em termos humanos, desses Signos zodiacais se encontra na colocação dos símbolos astrais dentro da roda. A vida interior da consciência humana é assim retratada pelos padrões dos Astros em seu relacionamento mútuo e na ativação rítmica, cíclica, desses padrões. A faixa de Signos zodiacais é análoga aos corpos etéricos[7] que formam a matriz de nosso corpo físico; a estrutura de Casa da roda é análoga ao próprio corpo físico denso; os Astros dentro da roda, em combinação, são análogos à vida celular e orgânica do corpo, como uma expressão específica da Vida. Logo, se a humanidade (a entidade humana) é uma expressão específica da Vida, ela é um arquétipo; nós, como entidades humanas individuais, somos expressões da “variação do arquétipo”. Nosso estado individual, como uma variação do nosso arquétipo a um dado momento em nossa evolução, é uma variação específica do horóscopo natal que arquetipa essa encarnação; nosso horóscopo natal, por sua vez, é uma expressão momentânea dos elementos abstratos que envolvem o desenho vibratório total – o Grande Horóscopo Abstrato – que é o Horóscopo da Humanidade. Ele é constituído por uma roda com as Casas numeradas; os Signos colocados apropriadamente, começando com o zero de Áries na primeira cúspide; os símbolos dos Astros colocados nas Casas e Signos de sua Dignificação[8].

Sugere-se aqui e agora, a todo Astro-Filósofo que lê esse material, ter à mão uma cópia nítida, bem-feita, do Grande Horóscopo Abstrato para meditação diária. Uma contínua e renovada impressão vibratória e evolutiva de cada fator nesse desenho proporciona uma contínua recordação dos propósitos espirituais do estudo astro-filosófico. Esta meditação impressiona a Mente com: padrão e forma, sequência, arquétipo, unidade que se expressa através da diversidade, polaridade e sexualidade vibratória. Também causa profunda impressão na consciência amorosa, porque descreve a fraternidade e irmandade entre todos os homens e mulheres. A meditação sobre esse mandala é um exercício devocional de grande poder, porque isso abre a consciência do astro-filósofo que a segue e pratica com uma “elevação” que tem grande efeito regenerador. O Grande Horóscopo Abstrato não faz referência a quaisquer Aspectos – sejam bons, adversos ou indiferentes. Nada tem a dizer sobre destino maduro ou momentos de felicidade, os dias de sorte ou de azar, machos e fêmeos, inimigos declarados ou secretos, etc. Ele é simplesmente um retrato vibratório simbólico da humanidade revelando seu Eu Ideal em símbolos. A evolução é representada na roda astrológica traçando uma linha a partir da cúspide da primeira Casa – o Ascendente – seguindo a roda no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio até encontrar o Ascendente novamente.

Em virtude de utilizarmos uma superfície plana no desenho horoscópico, essa linha aparece como um círculo – retornando, aparentemente, ao mesmo ponto de onde partiu. Devemos compreender que, se uma vida está evoluindo, o quadro deve representar para o alto, para frente, para sempre; consequentemente reconhecemos que a superfície plana da roda é, em si mesma, uma abstração do conceito tridimensional. A superfície plana, representada por uma roda astrológica, é na realidade a secção transversal de uma esfera que foi cortada no centro; ela representa o espaço, não somente norte, sul, leste e oeste do lugar do nascimento na superfície da Terra, mas também em cima e embaixo do local de nascimento. Essa é a representação física; a ação da roda é ilustrada no símbolo abstrato pela espiral; essa espiral não aparece na superfície bidimensional da roda, mas os Astro-Filósofos sabem que a linha que parte do Ascendente, circunda a roda e volta, novamente, no Ascendente é realmente a jornada através de um ciclo evolutivo em que se efetua o desenvolvimento espiritual; quando a linha circular volta ao ponto do Ascendente ela já alcançou um nível mais alto e, então, começa um novo ciclo a partir desse ponto. O ponto de partida de cada ciclo teria que acontecer em cima da superfície do papel em que a roda é desenhada para poder mostrar a imagem do conceito tridimensional da subida cíclica a níveis cada vez mais altos. Já que uma superfície plana e bidimensional é nosso meio de representação simbólica, nós não criamos um símbolo tridimensional; o símbolo tridimensional é representado abstratamente pela circulação contínua através da roda bidimensional. Um “astrólogo simples” pode se satisfazer com o pensar bidimensionalmente; um Astro-Filósofo interpreta um horóscopo dinamicamente, em termos de processos de vida, sendo representados pelo símbolo horoscópico. Esta “espiralação” será impressa fortemente em sua Mente se você tentar essa simples experiência: ponha a ponta de um lápis sobre o ponto em que a linha do Ascendente encontra a circunferência da roda; faça a ponta do lápis correr em volta da circunferência da roda de tal maneira que, nas cúspides da quarta, sétima e décima Casas, ela se eleve um pouco, a cada vez, acima da superfície do papel; quando alcançar de novo o ponto do Ascendente, após circular pela roda, a ponta estará, por exemplo, dois centímetros acima do papel; erga o papel para que a superfície toque a ponta do lápis. Se fosse possível manter o papel parado nessa posição você poderia, pela segunda vez, circular a roda do mesmo modo e levantá-la novamente dois centímetros ou coisa assim. Essa é a representação tridimensional da roda, que apresenta às nossas Mentes o processo evolutivo abstratamente ilustrado pela roda bidimensional.

A volta em espiral em torno da roda não representa apenas a jornada da consciência humana através dos capítulos de experiência em diferentes níveis, mas também representa o padrão abstrato de cada jornada astral a partir do Signo de sua Dignificação e através dos doze Signos zodiacais; o Signo de Dignificação de cada Astro – no relacionamento ao Astro – é análogo ao Ascendente em seu relacionamento com a roda; cada um é um ponto de partida para uma jornada cíclica de experiência e de consciência. O Ascendente (ponto de partida) da roda é, também, análogo à Conjunção dos dois Astros que, como indicado por esse Aspecto, estão começando um ciclo de padrões de relacionamento entre si. Vemos, portanto, que o círculo da roda é, por si só, uma abstração do movimento orbital que tem lugar dentro da roda nos inter-relacionamentos estabelecidos pelos Astros, um com outro, com a estrutura da roda e com a faixa zodiacal externa.

O primeiro passo para a abstração do seu horóscopo natal, é criar uma roda com os trinta graus de cada Signo em cada Casa, começando com Áries no Ascendente (é claro que se trata do posicionamento dos Signos no Grande Horóscopo Abstrato). Então, sem usar os números dos graus, ponha seu Sol, Lua e os Planetas na sequência correta de acordo com a posição deles em sua Carta, nesta roda – todos os Astros em Áries ficarão na primeira Casa, todos os Astros em Virgem na sexta Casa, todos os Astros em Aquário na décima primeira Casa, etc. Nenhum Aspectos entre Astros são, ainda, incluídos aqui. Estude essa roda em termos de como os Astros estão agrupados em quadrantes e triplicidades; de como estão relacionados aos semicírculos inferior e superior e aos semicírculos oriental e ocidental; e de como eles estão relacionados aos Signos de sua Dignificação para determinar quanto percorreram em suas próprias jornadas através dos Signos. Por exemplo, a Lua, em Libra está na sua própria quarta Casa de Signo – sua Dignificação, Câncer, é a Casa de Signo 1; Leão é a Casa de Signo 2; Virgem é a Casa de Signo 3 e Libra é a Casa de Signo 4. Nessa posição ela tem uma relação de quarta Casa com a sua própria Dignificação. Vênus em Capricórnio está na sua própria quarta Casa de Signo a partir do Signo de sua Dignificação, Libra[9], e está na sua própria nona Casa de Signo a partir do Signo de Touro, outro Signo de sua Dignificação[10]. Mercúrio em Áries: está na sua própria oitava Casa de Signo a partir do Signo Virgem, sua Dignificação, e está na sua própria décima primeira Casa de Signo a partir do Signo de Gêmeos, outro Signo de sua Dignificação. Interprete esses posicionamentos cíclicos pelas palavras-chave de acordo com o Signo da Casa representada. Relacione todos os seus Astros dessa maneira – crie um ordem e padrão em sua síntese, sempre.

O próximo passo é fazer outra roda semelhante; mas essa incluirá os números pertinentes aos graus dos Signos nas cúspides e às posições dos Astros em graus e minutos consoantes sua Carta (em um horóscopo sem Signos interceptados, apenas gire a Carta de modo que a cúspide de Áries se torne o Ascendente e você tem o mesmo quadro; contudo, a segunda roda lhe permite escrever os símbolos e graus de modo a serem lidos facilmente). Um horóscopo com Signos interceptados simplesmente tem o zero desses Signos na cúspide apropriada. O importante é que a situação do Signo de seu horóscopo abstrato deve coincidir – em padrão – com o Grande Horóscopo Abstrato; cada Casa deve ser coberta por seu Signo apropriado. A segunda roda mostra agora:

Seu horóscopo despido das complexidades da encarnação; é a sua consciência vibratória, não importando seu sexo nem todas as complicações relativas a isso. Esta abstração de seu horóscopo natal conta a história de sua perspectiva vibratória dos capítulos básicos de experiência humana, sendo cada Casa interpretada pelas palavras-chave básicas do Astro, que a rege abstratamente. Por conseguinte, a segunda e sétima Casas de todo horóscopo abstrato são regidos por Vênus – o princípio do equilíbrio e da troca perfeita; Marte, como regente de Áries, é o governante de todo horóscopo abstrato – a palavra-chave básica para interpretação é autoconsciência, o ponto inicial de todo o ciclo de experiência. E assim por diante com os demais; a Lua é a Mãe, Saturno é o Pai; Marte é o nativo e Vênus é seu complemento; o Sol, como regente da quinta Casa por meio do Signo de Leão, é a força de vontade e o poder de amor; Urano, como regente da décima primeira Casa através de Aquário, é o amor impessoal e o princípio da descristalização – análogo ao aspecto Sextil no relacionamento entre Astros; Netuno, como regente da décima segunda Casa através de Peixes, é o princípio de redenção através da encarnação; no horóscopo abstrato sua posição focaliza onde devemos aprender a sintonizar com os poderes espirituais e imagens ideais a fim de liberarmos as imagens de egoísmo acumuladas ao longo de encarnações anteriores; Júpiter é o mestre, a consciência religiosa ou filosófica, o princípio do melhoramento através do desenvolvimento da compreensão; Plutão é o enfoque dos profundos recursos da natureza de desejos, do desejo sexual e da fonte essencial de toda regeneração a ser efetuada por meio da ação construtiva pelo redirecionamento da vibração de Marte; Mercúrio, como regente da terceira Casa através de Gêmeos, é o símbolo essencial da fraternidade básica ou elementar – também das faculdades intelectuais conscientes; como regente da sexta Casa é a fraternidade entendida ao nível dos companheiros de trabalho; ele representa, através da regência de Virgem, sua habilidade ou consciência para trabalhar e servir, sejam como um labor, seja como uma expressão de liberação da vibração de amor criador de Leão da quinta Casa. O composto do padrão de ancestralidade é mostrado, naturalmente, pelo relacionamento e posições de Lua-Saturno, Regentes das quarta e décima Casas na Carta abstrata – os dois Astros representam sua consciência essencial do pai e da mãe.

Aplicando à sua Carta natal o que descobriu na Carta abstrata, você percebe o processo oculto de sua consciência mergulhado na matéria, e seus padrões traduzidos em suas necessidades de experiência na encarnação. Sua Carta abstrata mostra o que você expressa na encarnação; sua Carta natal mostra como a sua consciência interpreta a encarnação e através de que meios de relacionamento e experiência essa consciência deve se desenvolver e se aperfeiçoar.

Os “Astros são Seres”: cultivando suas percepções internas das pessoas em sua vida, aplique os Regentes das Cartas natais delas às suas e veja como elas aparecem em sua encarnação; então relacione esses pontos à sua Carta abstrata e perceba sua consciência interna dessas pessoas. Qualquer pessoa, seja do sexo masculino seja do sexo feminino, que seja identificada por seu Saturno é um fator de sua imagem de pai em sua consciência; outros Astros delas que formem Conjunção com o seu Saturno mostram que elas são, em certa medida, subvariações de sua imagem de pai. E assim por diante com os Regentes e Astros de outras pessoas que formem Conjunção com os seus vários Astros. Você obterá ou poderá obter uma notável dilatação de sua consciência astrológica estudando e meditando sobre o seu horóscopo abstrato. Isso tem um maravilhoso efeito para o impessoal em sua Mente e seus sentimentos, o fazendo ciente dos padrões vibratórios que as complexidades da Carta natal só obscurecem. Você desenvolverá, como resultado de tal estudo e meditação, outra notável realização: a vida humana como uma expressão de princípios estéticos de padrão, desenho, ritmo, cor, linha – resumindo: todos os elementos essenciais que são comuns às representações artísticas. Você perceberá por si mesmo ser, essencialmente, um fator dinâmico no envolvente drama, na dança e na canção da vida.

 

CAPÍTULO VIII – CONDENSANDO O HORÓSCOPO

 Tem-se observado que, em uma ou outra ocasião, a maioria dos estudantes de astrologia experimentam uma penosa confusão em seus esforços para estudar e analisar os fatores individuais de uma Carta tentando, ao mesmo tempo, relacionar aqueles fatores com o resumo geral da carta. Esse texto aqui é oferecido na esperança de que sirva para focar as sequências zodiacais, em suas formações de cruz[11] e Trígono[12], de maneira que os fatores da Carta sejam mais claramente percebidos por seus valores individuais, assim como por seus relacionamentos com o geral. Duas folhas de papel serão usadas para os mandalas.

O primeiro passo para a condensação será revisar o que foi dito muitas vezes nesses capítulos: existe apenas um horóscopo; um Sol, uma Lua, um de cada um dos Planetas, um Ascendente e um Meio-do-Céu, uma de cada uma das Casas e Signos, uma Quadratura e uma Oposição, uma Conjunção, um Sextil e um Trígono, um raio e um diâmetro. Tudo isso porque existe somente um Centro e um cumprimento dos potenciais daquele Centro.

O Centro é, naturalmente, a ideia arquetípica criadora da humanidade – da qual cada ser humano é uma expressão especializada, encarnando pela lei na tríplice dimensão de tempo-espaço-polaridade. Sua identidade individual nesta dimensão é dupla: seus descumprimentos e seus cumprimentos relativos. O propósito da reencarnação é realizar a identidade aperfeiçoada por meio do cumprimento de todos os potenciais. Você é um veículo individualizado da Lei Cósmica de Causa (polaridade positiva) e Efeito (polaridade negativa) porque você possui os atributos para expressar seus potenciais (gerando causas) e reagir aos efeitos das causas. A Identidade aperfeiçoada é conseguida através dos processos de causar e reagir em consonância com o Amor-Sabedoria. Suas modulações evolutivas são as maneiras que você escolhe para se expressar (iniciar uma causa) e reagir (interpretar o efeito).

Deixando uma estreita margem no topo da folha, a divida em doze secções iguais – três no sentido horizontal e quatro no sentido vertical. Nomeie a linha do topo por “Fogo”; a secção superior esquerda por “1 – Cardeal”; a secção média por “2 – Fixo”; e a da direita por “3 – Comum”. Nomeie a segunda linha transversal por “Terra”; a terceira por “Ar”, e a quarta por “Água” (este diagrama completo pode ser traçado melhor com o uso de um compasso para os círculos).

Coloque um ponto no centro do “quadrado” superior esquerdo; trace, então, para a esquerda, uma linha reta horizontal, de aproximadamente um quarto e meio do tamanho do “quadrado”. Termine esta linha com um ponto preto grande.

Enquanto a ponta de seu lápis emanava essa linha a partir do ponto central, você estava criando uma figura em movimento, simbolicamente, da quimicalização das forças de polaridade. Esta linha, como você sabe, é o Ascendente do futuro horóscopo; ela simboliza o aparecimento do Sol no horizonte Oriental – o “corpo iluminado de dia” – e simboliza também sua aparência quimicalizada nesse plano ao nascer: a “aurora” de sua encarnação. Nessa linha está, simbolicamente, contida a totalidade de seus “elementos genéricos” – suas qualidades e capacidades para ser um causador e um vibrador simpático para os efeitos das causas. Em tais termos se encontra a sua identidade vibratória como masculina e feminina, respectivamente. No seu Corpo físico é vista uma especialização química que nós chamamos de sexo; enquanto a aderência ao destino maduro biológico for mantida, sua consciência dessa especialização é acesa pelo contato vibratório com pessoas do outro sexo. Seu destino maduro vibratório é aceso pelas pessoas de ambos os sexos físicos, cujas “misturas vibratórias” masculino-feminino representam o complemento de consciência para você. Pense nisso.

Essa linha, sendo reta, é o modo mais simples de representar seus potenciais genéricos destilados de todas as suas encarnações anteriores e “trazidos ao foco” durante o desenvolvimento pré-natal que precedeu essa encarnação. Agora “desdobremos” a linha do Ascendente como a flor desdobra suas pétalas e estudemos o significado de uma cruz como o arquétipo da consciência do relacionamento humano, do qual toda a nossa interpretação de experiência deriva fundamentalmente.

A partir do ponto de onde partiu a reta desse primeiro desenho, trace uma vertical para cima, uma vertical para baixo e outra horizontal para a direita. Agora nós temos uma imagem arquetípica pura do “esqueleto” dos quatro macrocosmos de identidade: o masculino-feminino do macho e o feminino-masculino da fêmea. Partindo do Ascendente, e no sentido contrário aos ponteiros do relógio, coloque os símbolos de Áries, Capricórnio, Libra e Câncer – respectivamente – nesses pontos.

Agora a vertical dupla compõe a linha de geração – o processo dinâmico pelo qual a substância para a nova vida é gerada pela “colaboração” dos pais. Câncer, regido pela Lua, é a mãe; Capricórnio, seu complemento, é o pai. Ambos são dadores de vida; um – o macho – impregna; o outro – a fêmea – recebe a impregnação.

Partindo do ponto médio da linha de Câncer, trace três quartos de um círculo para cima através do ponto médio de Libra ao ponto médio de Capricórnio e daí, para baixo, ao ponto médio de Áries.

Os três quadrantes atravessados por esta linha – abarcando nove Casas – simbolizam os nove meses do período pré-natal, da concepção ao nascimento. A linha de Libra simboliza o momento, durante esse período, quando o sexo físico da encarnação que se inicia se objetiva e os potenciais do sexo oposto são subjetivados – para serem, subsequentemente, personificados pelo companheiro ou companheira durante a encarnação. O complemento deste padrão será visto traçando-se a “linha de nove Casas”, de Capricórnio para baixo e para cima até Libra – em outras palavras, do “pai até a filha; assim como a linha Câncer-Áries é “da mãe até o filho”. Se fosse possível traçar essas duas linhas simultaneamente, o quadro mostraria o vertical pai-mãe girando através do período pré-natal até o ponto de nascimento; um raio-X da coordenação dos elementos genéricos da encarnação que se inicia.

Um indivíduo encarna por meio de seus pais particulares pela ação magnética da vibração simpática de sua combinação masculino-feminino com a combinação masculino-feminino individual e coletiva deles. Outro fator muito importante dessa ação magnética é a “atração das diferenças” – a individualidade da criança contrastando com a individualidade de cada pai, de cada mãe. Todo relacionamento entre as pessoas serve à evolução, e o relacionamento significa intercâmbio vibratório. Se a criança fosse uma duplicata da “metade de seu pai com a metade de sua mãe”, nenhum intercâmbio ocorreria pelo que não seria possível atração vibratória.

A “individualidade” da criança ao nascer é vista no quadrante restante desse desenho – as três casas de Áries e Câncer. Isto é a involução – após o nascimento – para o uso dos veículos físico e etérico e ninguém pode fazer isso a não ser a própria criança. Ela, e ninguém mais, usa seu Corpo, sua Mente, seus sentimentos, suas emoções, habilidades e seus talentos. Os pais proveem a substância do Corpo na concepção e exercitam suas próprias Mentes no serviço amoroso à criança após o nascimento, mas a involução da criança, para o uso dos veículos é, necessariamente, uma questão individual (o complemento disso é, naturalmente, o quadrante de Libra e Capricórnio). O que está “contido” na composição dos veículos químico e etérico é, por certo, aquilo que vai ser expresso, redimido e cumprido na encarnação.

Este desenho de imagens em símbolos representa um estranho e notável fato: cada ser humano é sua própria ascendência, sua própria fraternidade e seu próprio complemento – a condição de ser um marido ou uma esposa. Outras pessoas estão relacionadas a nós por nossa reação sentimental a elas, mas todas as nossas reações sentimentais emanam da mesma fonte – a nossa consciência. Por conseguinte, as outras pessoas são expressões quimicalizadas – ou o que é imaginado, se mostra como é na realidade – de nossas próprias mesclas vibratórias. Sabendo disso, os Elevados Seres nos disseram: “Amai-vos uns aos outros”.

Temos agora representada as bases do relacionamento humano: o macho, masculino-feminino, que é um causador de efeitos e o que reage aos efeitos (“doador” e “recebedor”), e ela quem é a fêmea bipolar – causadora e que reage, dadora e recebedora. Todas os relacionamentos humanos são derivados dessas bases quádruplas. Por conseguinte, a Cruz Cardeal, em nosso primeiro diagrama, representa a identidade “quatro-em-um”, as quatro maneiras pelas quais os seres humanos dizem “EU SOU”. Contudo a identidade não é suficiente por si só; ela necessita de expressão para se aperfeiçoar. Portanto, cada um desses Signos Cardeais emana de si mesmo, assim como uma linha emana de um ponto, ou um plano emana de uma linha, duas expressões de identidade espiritual: amor e sabedoria. Amor é a meta espiritual – a redenção – do desejo; sabedoria é a meta espiritual – a redenção – da ignorância. Desejo-ignorância é a dupla compulsão de destino maduro à reencarnação; através dela nós forjamos o caminho evolutivo desde a virgindade até a realização da idealidade. Os Signos Cardeais são, abstratamente, as pedras angulares de nossa “casa da vida” – aposentos que são as doze Casas do horóscopo.

Como já foi dito, existe somente uma cruz como padrão, o intercâmbio de positivo e negativo. Agora, para correlacionar a cruz Fixa e a cruz Comum com a cruz Cardeal, criemos uma roda de doze Casas em cada uma das duas secções restantes da linha do topo, as quais você já designou como “Fixo” e “Comum”, respectivamente, de FOGO. No “Fixo” ponha o Signo de Leão no Ascendente, Touro na décima, Aquário na sétima e, Escorpião na quarta; no “Comum” ponha o símbolo de Sagitário no Ascendente, Virgem na décima, Gêmeos na sétima e Peixes na quarta.

Corra seus olhos de Áries a Leão, e daí a Sagitário. Você está imprimindo em sua Mente o fato de que os três Signos da triplicidade de Fogo iniciam as primeiras representações da cruz do grande mandala. O padrão de elementos em cada uma é paralelo: Fogo-Filho, Terra-Pai, Ar-Complemento Feminino e Água-Mãe (invertendo estas rodas fica o Fogo como complemento Masculino). De Áries até Capricórnio, através dos nove Signos, está a “exaltação” – maturidade – do “EU SOU”; por ser um “gerado”, o arqui-símbolo da expressão – Marte – se realiza na “paternidade”, tornando-se um dador de vida. Isso simboliza os três primeiros quadrantes da Lua progredida após o nascimento – o clímax da involução física, mental e emocional (a involução espiritual é alcançada durante os 28 e 30 anos – ao se completar o primeiro ciclo da Lua progredida e o trânsito de Saturno).

Uma vez que a sequência genérica vai de Fogo a Terra e daí a Ar e daí a Água, podemos agora completar nossa tabulação das outras “emanações”. As três rodas da linha Terra terão como Ascendentes Capricórnio, Touro e Virgem, respectivamente; as três rodas da linha Ar terão Libra, Aquário e Gêmeos, respectivamente; as três rodas da linha Água terão Câncer, Escorpião e Peixes como Ascendente, respectivamente.

Ponha os símbolos dos outros pontos estruturais apropriadamente em todas as rodas, a última das quais, Peixes como Ascendente representará a cruz que focaliza a mais feminina, receptiva e reflexiva de todas as doze. A linha de gestação em cada roda é (sendo dupla): de fêmea na vertical à macho da horizontal (como de Câncer a Áries), e de macho da vertical à fêmea da horizontal (como de Capricórnio a Libra) – sempre atravessando três quadrantes.

Para aplicação prática, e desde que o regente astral de uma Carta focalize a vibração do Signo Ascendente, sugere-se que esses mandalas sejam estudados em relação à Carta genérica; esta é uma variação da Carta Natal em que a carta é girada (a menos que o regente do Ascendente esteja no Signo Ascendente) de maneira que a cúspide coberta pelo Signo que contém o regente se situe no Ascendente. Se a pessoa é do sexo masculino e esse Signo é masculino, essa variação dá uma Carta genérica masculina; se o Signo é masculino e a pessoa é do sexo feminino, inverta a Carta e leia-a como feminina, etc. Aplique a “linha de gestação” à Carta genérica que coincidir com o sexo físico para identificação da ascendência – correlacione-a com a Carta Natal. As duas variações genéricas, “encaixam-se” no composto genérico do horóscopo natal, e os elementos genéricos podem, portanto, serem estudados separadamente.

Agora a Segunda folha de papel para condensação adicional.

Faça no centro da página uma roda com o raio de duas polegadas aproximadamente. Ponha os símbolos zodiacais, em sequência regular, cerca de uma polegada afastada da circunferência. Entre este anel de símbolos e a circunferência, formando um segundo anel, ponha os símbolos a partir do Ascendente e no sentido contrário aos dos ponteiros do relógio. Áries, Sagitário, Câncer, Escorpião, Peixes, Aquário, Gêmeos, Capricórnio, Touro, Virgem.

Os Signos Cardeais, os Signos Fixos e os Signos de Comum cobrem as Casas Cardeais, as Casas Fixas e as Casas Comuns. Este anel interno de Signos nos mostra o “desdobramento” dos elementos em termos de seus potenciais de Amor-Sabedoria – as expressões espirituais de identidade. Esta “expansão” nos mostra os decanatos em ação. A congestão de Identidade, a congestão do Desejo e a congestão da Ignorância das cruzes Cardeal, Fixa e Comum, respectivamente, encontram suas redenções através dos atributos do Amor-Sabedoria, atributos que são inerentes a cada Signo como uma expressão do princípio “EU SOU”.

Cada Casa do horóscopo é um foco especializado de relacionamento de experiência ambiental para evolução; a sequência de Signos do Grande Mandala sincroniza o princípio com a atividade; em outras palavras, os princípios filosóficos inerentes a cada um dos doze “departamentos de experiência” básicos são representados pelo significado essencial do Signo que com ele abstratamente identificado. Variações das posições dos Signos nas cúspides das Casas é uma questão de evolução individual; mas podemos percebê-las com maior clareza se reconhecermos que todas as variações são emanações – não “diferenças” – de uma base arquetípica.

O cinturão zodiacal externo e em volta de todo horóscopo é sempre uma sequência completa e ininterrupta. A “expansão” de cada elemento para a formação de Trígonos, fechando a roda, é o desenvolvimento espiritual de cada uma das quatro bases genéricas pela Carta toda. A confusão experimentada pelos estudantes está na sequência “Cardeal, Fixo, Comum” sendo sincronizada com “Fogo, Terra, Ar, Água”. Reconheça agora, caso não o tenha feito antes, que a aparente “mistura” de cruz com Trígono é uma representação simbólica da Verdade Cósmica: o Microcosmo nunca está separado do Amor-Sabedoria de seu Macrocosmo – ou “a Humanidade nunca está separada de seu Deus Pai-Mãe”.

Pense nisto – calmamente, profundamente e com concentração focada. Através dos tempos, e por meio da religião e da filosofia, os mestres têm repetido isto; deixe que a imaginação emane de seu conhecimento interno.

Uma vez que nós, como “Ascendentes”, somos microcosmos do Deus Pai-Mãe, a Lei da Correspondência (como em cima, assim em baixo; como em baixo, assim em cima) se aplica a nós da seguinte maneira: nossos próprios potenciais de Amor-Sabedoria estão em nós eternamente – a despeito de nossas congestões, confusões e cegueiras. Essas cegueiras de consciência são evidências de “desamor” e “falta de sabedoria” em manifestação – mas nós mesmos somos as fontes de suas transmutações.

Experimente esta condensação com muitas Cartas, caso você as tenha à mão. Em cada uma faça uma lista dos Astros nas cruzes, e então identifique seus posicionamentos nos Trígonos. Faça “esboços de rodas” utilizando a “expansão dos decanatos” – começando a partir do Signo Ascendente para fixar em sua Mente a imagem de que cada Signo é um poder de consciência que pode se expressar em oitavas cada vez mais altas. Toda a sua abordagem à análise e síntese da Carta será, assim, simplificada e esclarecida.

[1] N.T.: É quando o Astro está no seu Signo Regente: Sol em Leão; Lua em Câncer; Mercúrio em Gêmeos ou Virgem; Vênus em Touro ou Libra; Marte em Áries ou Escorpião; Júpiter em Sagitário ou Peixes; Saturno em Capricórnio ou Aquário; Urano em Aquário; Netuno em Peixes; Plutão em Escorpião.

[2] N.T.: Sol em Aquário; Lua em Capricórnio; Mercúrio em Sagitário ou Peixes; Vênus em Escorpião ou Áries; Marte em Libra ou Touro; Júpiter em Gêmeos ou Virgem; Saturno em Câncer ou Leão; Urano em Leão; Netuno em Virgem; Plutão em Touro.

[3] N.T.: Para um Horóscopo Natural (Áries na 1ª Casa, Touro na 2ª e, assim, sucessivamente)

[4] N.T.: Éter Químico que se apresenta escuro até ao preto quando carrega doenças.

[5] N.T.: Refere-se à consequência que necessariamente deverão ser vivenciadas pela pessoa. No entanto, a Filosofia Rosacruz, uma Escola de Mistérios Ocidentais, ensina-nos que sempre há certa margem para a pessoa colocar coisas novas em movimento. Em outras palavras, é possível modular a intensidade de um destino maduro, desde que a lição que se deve aprender tenha sido aprendida e o reequilíbrio com as forças da natureza, tenha sido reestruturado.

[6] N.T.: Um Astro está “dispositado” quando dois ou mais Astros são ligados pelo regimento que forma frequentemente uma corrente. Um exemplo é Sol em Áries / Marte em Gêmeos / Mercúrio em Peixes / Netuno em Sagitário / Júpiter em Sagitário. Nesta cadeia o Sol dispõe de Marte que dispõe de Mercúrio, que dispõe de Netuno que dispõe de Júpiter. Não pode ir mais longe porque Júpiter está em seu próprio Signo. Todos os cinco desses Astros trabalham juntos e devem ser interpretados dessa maneira. A configuração de disponentes pode-se trabalhar em um tema pessoal ou entre duas ou mais pessoas.

[7] N.T.: Corpos Vitais

[8] N.T.: também conhecido como “no seu Regente”

[9] N.T.: – sua Dignificação, Libra, é a Casa de Signo 1; Escorpião é a Casa de Signo 2; Sagitário é a Casa de Signo 3 e Capricórnio é a Casa de Signo 4.

[10] N.T.: – sua Dignificação, Touro, é a Casa de Signo 1; Gêmeos é a Casa de Signo 2; Câncer é a Casa de Signo 3; Leão é a Casa de Signo 4; Virgem é a Casa de Signo 5; Libra é a Casa de Signo 6; Escorpião é a Casa de Signo 7; Sagitário é a Casa de Signo 8 e Capricórnio é a Casa de Signo 9.

[11] N.T.: Aspectos em Grande Cruz em T e os da Cruz em T

[12] N.T.: Trígono e o Grande Trígono

 

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