As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra do Arqueiro

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra do Arqueiro

NA TERRA DO ARQUEIRO

 

   

Os meninos estavam muito contentes diante dos portões da terra seguinte, pois mesmo de fora, pareciam agradáveis e acolhedores. Lembraram os meninos o fogo que sua mãe acendia na lareira, no inverno, porque lançavam chamas azuis e depois esverdeadas.

Havia figuras em movimento sobre estes portões, como os primeiros que eles visitaram, mas não puderam vê-las bem, devido às luzes cintilantes que saíam da sua superfície. A única coisa que eles puderam ver claramente foi um rolo de papel com letras prateadas perto da parte superior dos portões. Depois de observá-lo cuidadosamente durante algum tempo, os meninos viram que lá estava escrito:
“APONTA PARA A ESTRELA E ACERTA NA LUA”

– “Que quer dizer isso? Perguntou Rex.

– “Tem algo a ver com atirar”, respondeu Zendah, “devemos procurar alguma coisa para atirar”.

Procuraram em redor e logo acharam um arco muito pequenino pendurado de um lado do portão, e também uma pequena bolsa de setas ao lado.

– “Não podemos, ambos, usá-lo ao mesmo tempo”, explicou Rex. “Eu, penso que sou melhor atirador”.

Apanhou o arco e apontou uma seta para o portão, mas errou e acertou no pilar da esquerda. Apontou novamente e acertou o pilar da direita.

– “Pensei que você fosse melhor atirador”, riu Zendah. “Experimente apontar mais alto”.

Rex apontou para um lugar acima do portão e acertou num pequeno escudo bem abaixo do rolo de papel que ele não havia percebido antes.

Imediatamente todo o portão ficou iluminado, podendo- ver-se ao centro uma seta grande, de fogo. De cada lado estava um personagem, metade homem e metade cavalo; um deles estava vestido com linda armadura e o outro com peles grosseiras como um selvagem.

Uma voz pediu a senha e os meninos responderam: “Liberdade”.

– “Entre livremente, Rex e Zendah, na terra do Arqueiro”, ouviu-se em resposta. Como nas outras terras, os portões abriram-se imediatamente.

Um jovem vestido com uma pequena túnica azul, pernas nuas e sandálias como os antigos gregos, correu ao encontro dos meninos. Segurava, com uma correia dois elegantes galgos. Levantando sua mão direita num gesto de saudação, deu-lhes as boas vindas e convidou-os a segui-lo.

Era uma terra linda com planícies onduladas, cobertas de grama e cercadas de pequenas cadeias de montanhas.

Aqui e ali, graciosos templos com pilares resplandecentes de diferentes pedras coloridas, como aqueles que ainda se podem ver na Grécia ou em Roma. Levando um apito de prata aos lábios, o guia fez soar uma nota limpa e imediatamente surgiram quatro magníficos cavalos.

– “Sabem montar?”, perguntou ele.

– “Sim”, gritaram as crianças.

Porque já haviam passeado a cavalo nos campos próximos de sua casa. Rex montou num cavalo preto; Zendah, num cavalo branco e o guia ficou de pé, com um pé sobre um cavalo baio e o outro num tordilho. Com as rédeas nas mãos, ele dirigia os quatro cavalos. Partiram e com alegres gritos de animação os cavalos voavam como o vento pelos caminhos. Os cavalos, não estavam encilhados e os meninos seguravam nas crinas dos cavalos, porque estes iam tão velozes que era necessária toda atenção para não caírem.

Por toda parte viam quantidade de cavalos de todas as cores e tipos perseguindo caça e correndo, alguns com cavaleiros, outros com cabeça de homem e corpo de cavalo da cintura para baixo. Havia também muitos cães ajudando na brincadeira. Pararam repentinamente defronte de um pátio pavimentado com pedras quadradas, brancas e pretas. Desmontando, o jovem amarrou as rédeas dos cavalos em um anel em um dos postes do portão.

Os meninos seguiram-no do centro do pátio até uma curiosa construção feita de metal branco brilhante, com nove lados e nove janelas, uma em cada lado. Não parecia haver caminho de entrada, a não ser voando através de uma janela!

 

Em torno de cada janela havia uma guarnição de pedra, entalhada com folhas e sinais fantásticos, e em cima de cada uma, uma espécie de pássaro surgindo de chamas.

Seu guia fez um som baixo, interessante, e de súbito toda a frente do edifício abriu-se, e eles se encontraram olhando para dentro de um estábulo feito inteiramente de pedra purpúrea, polida como espelho.

– “Veja, Rex, veja!”, gritou Zendah, “É Pégaso, o cavalo voador”.

Na verdade, vindo em direção dos meninos, estava o mais bonito cavalo branco que eles jamais viram. Seu pelo era brilhante como seda, e logo atrás dos seus ombros haviam duas grandes asas prateadas que ele mantinha dobradas ao longo do seu dorso enquanto não voava. Zendah chegou-se perto dele e fez-lhe uma carícia no focinho.

– “Podemos dar um passeio nele?”, perguntou ela.

– “Não creio que vocês possam dirigi-lo”, disse-lhes o guia sacudindo a cabeça, “‘ e se vocês não puderem, como ele pode voar por toda parte, até mesmo para as estrelas que vocês têm dificuldades para ver, poderá levá-los para uma delas de onde será muito difícil vocês voltarem.

Quando tiverem aprendido todas as senhas das terras do Zodíaco, talvez então estejam aptos a montá-lo e a darem um passeio pela via Láctea. Nosso Rei dará a vocês um apito de estanho; não será fácil soprar a nota exata para chamar Pégaso, mas quando vocês conseguirem, ele virá e vocês poderão montá-lo.

Depois de deixarem o estábulo, desceram uma planície coberta da mais linda grama curta e musgo; um verdadeiro tapete de relva, por toda a parte havia bancos cobertos de relva uns diante dos outros como se fossem degraus de uma escada.

Homens, mulheres e crianças estavam sentados nessas ondulações, olhando outros que estavam no espaço central, tomando parte em toda a espécie de corrida e de jogos.

– “Como parecem alegres e bem-humorados”, disse Rex depois de ter observado uma das corridas. “Parece que não se preocupam nada com o que percam ou ganham”.

Mal foram pronunciadas essas palavras, os meninos viram dois outros que acabavam de terminar uma corrida, ao mesmo tempo, empatados, e estavam discutindo para ver a quem cabia a coroa de folhas de figueira, que era o prêmio da corrida.

O jovem que acompanhava Rex e Zendah foi até eles e disse: “Se vocês não chegam a um acordo terão de ir à presença do Rei”.

Chamando mais dois cavalos para aqueles meninos, todos eles montaram e saíram percorrendo as verdes campinas até chegarem a um castelo que tinha nove torres com espirais agudos. Homens vestidos com longas túnicas e capacetes brancos vieram ao seu encontro, e os acompanharam desde a entrada até a sala principal. Aí eles viram sentado no seu trono, o mais alegre Rei jamais visto, com face rosada e olhos azuis e pestanejantes.

– “Com certeza esse rei tem algum parentesco com o velho Rei Repolhudo”, pensaram as crianças, pois parecia que ele estava pronto para rir, mesmo quando estava sério! Não era possível a ninguém ficar triste olhando para ele; tinha que se sentir feliz”.

Os pajens que estavam de serviço, mostraram a Rex e Zendah algumas almofadas nos degraus próximos do trono, e depois de se curvarem para o Rei que lhes deu um dos seus alegres sorrisos, eles se sentaram.

Dois outros pajens trouxeram os dois contendores à presença do Rei Júpiter (pois esse era o seu nome), que pareceu sério por alguns minutos, enquanto ouvia a história.

– “Que malucos são vocês”, disse ele, “Não tem a mínima importância quem chegou primeiro, pois que ambos vocês correram o mais que puderam. Vocês conhecem o ditado que está por cima da entrada, desta terra: TODOS PODEM APONTAR PARA A ESTRELA, MAS ENQUANTO NÃO TIVEREM PRÁTICA, NÃO ESPEREM ALCANÇÁ-LA”.

Então Júpiter dividiu a coroa entre os dois que ficaram muito satisfeitos. Júpiter levantou-se do trono e bateu palmas.

“Tragam o banquete, e que meus alegres músicos toquem suas melhores músicas para mostrarem a Rex e Zendah como os súditos do Rei Júpiter podem ser alegres e felizes”.

 

Em poucos minutos apareceram mesas e grandes pratos com frutas, bolos e doces que foram colocados diante deles. Havia abundância de tudo, todos procuraram fazer com que os meninos se sentissem em casa, e encheram-nos de presentes de figos e abricós para que os levassem consigo.

Eles não sabiam o que fazer primeiro: se agradecer a todos, se comer as frutas ou se ouvir a música que era muito bonita. Nesse momento, um homem idoso que estava sentado no extremo da mesa levantou-se e ergueu sua mão.

Todos silenciaram e ele disse: “Cantemos nossa canção de gratidão aos Anjos; por nos terem auxiliado a cultivar todas estas lindas frutas”.

Um glorioso hino de agradecimento foi cantado por todos. Terminado o hino as crianças foram levadas de novo diante do trono de Júpiter.

Aí, Rex recebeu o prometido apito, e Zendah recebeu uma estrela de nove pontas feita de carbúnculo; e para seu desapontamento, disseram-lhe que era tempo de partirem.

Jamais eles estiveram antes em um lugar onde todos fossem tão generosos, nem de onde ficassem tão tristes por terem de sair. Seus guias trouxeram seus cavalos até a porta do palácio e eles montaram. Desta vez permitiram que eles mesmos dirigissem os cavalos de volta ao portão de entrada. Centenas de pessoas acompanhavam os meninos para se despedirem. Quando chegaram do lado de fora dessa terra maravilhosa e os portões aos poucos se fecharam, eles ouviram vozes gritando:

– “Adeus, adeus; voltem em breve; ficamos muito contentes em ver vocês”.

– “Eu amo essa terra do Arqueiro”, disse Zendah.

– “Por certo”, replicou Rex. “É o seu Signo!

 

(The Adventures of Rex and Zendah In The Zodiac – por Esme Swainson – publicado pela The Rosicrucian Fellowship – publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61; As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco (as Ilustrações são originais da publicação) –Fraternidade Rosacruz – SP – publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980-81)

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